O avião de pequeno porte alçara voo no dia 7 de novembro de
1981, do aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia na direção de Alto Paraíso, norte
do Estado, com quatro passageiros, um dos quais o Ary Ribeiro Valadão, filho do
então Governador de Goiás. Minutos após ter iniciado a rota traçada, um pane no
aparelho fez com que seu experiente piloto tentasse um pouso de emergência, o
que se mostrou impossível visto que sobrevoavam área de mata fechada,
levando a aeronave a se chocar contra uma árvore antes de cair ao solo. O
piloto morreu na hora em consequência do impacto, enquanto os demais ocupantes
do aparelho, apesar das lesões graves, continuavam vivos. Um deles, justamente
Ary, atordoado, conseguiu sair das ferragens e, ao tentar socorrer os amigos
sobreviventes, foi, com eles, vitima de forte explosão seguida de incêndio,
resultante do vazamento de combustível existente no tanque situado nas asas do
veículo. Com queimaduras profundas, foram resgatados e removidos para hospital,
na tentativa de preservar-lhes a vida física, o que não foi possível, já que Mauro
e o companheiro salvo morreriam horas depois, e Ary, seis dias após o sinistro,
em 13 de novembro, impondo grande comoção no Estado que, com os familiares mais
próximos vivera momentos de grande angústia e expectativa. A dor dos entes
queridos ante tão inesperada mudança, levou exatamente quatro meses depois, sua
mãe e irmãs, à cidade de Uberaba (MG), na esperança de, através de Chico
Xavier, obter alguma informação sobre, não apenas o ocorrido, mas, também,
sobre o inesquecível Aryzinho, como era carinhosamente conhecido. O resultado
da esperançosa busca, foi a psicografia pelo médium de uma das mais longas
cartas recebidas por ele nas décadas de serviços prestados a milhares de
pessoas que o procuravam movidos pelo desespero derivado da sensação de perda
imposta pela morte. Na mensagem, revela – como inúmeros outros comunicantes –
manter-se ciente das lutas íntimas especialmente do pai com quem tinha profunda
ligação e da mãe; estar sendo auxiliado na escrita naquele momento pelo tio
Natalino, também desencarnado, visto “não ter experiência bastante para vestir a
mão de uma pessoa qual se usasse uma luva”. Na dúvida, sugere: “procurem-me por trás das letras e encontrarão meus sentimentos palpitando”. Apesar
da situação precária em que fisicamente se encontrava, manteve a lucidez
durante os dias restantes em nossa Dimensão, adivinhando no olhar dos que o
visitavam a gravidade da situação. Cita a importância das preces proferidas por
sua mãe e irmãs, descrevendo os derradeiros instantes no corpo, que como já
percebia, “não passava de uma vestimenta estragada”. Conta: “– Em preces,
no silêncio, esperava até que senti que mãos suaves me acariciavam a cabeça e
dormi. Um sono pesado, de cujas imagens de sonhos possíveis não me recordo.
Apenas dormi. Acordei, porém, acabrunhado, como se estivesse sob a presença
incômoda de muita gente, apesar do meu espírito de gratidão para quem estivesse
ali a visitar-me. Unicamente, estranhei achar-me fora do quarto e, sim, em
plena sala, achava-me na condição de uma pessoa semi-anestesiada sob a
incapacidade de me controlar, quanto a movimentação e direção. Falar não
conseguia. No entanto, emitia pedidos mentais de socorro. Um desconhecido de
rosto amigo me estendeu os braços e me convidou à retirada afirmando-me que se
achava incumbido de me conduzir a novo tratamento. Aceitei, sem hesitação, o
apoio que ele me estendia, porquanto, não me admitia com a possibilidade de
caminhar; ainda assim, embora aceitando o amparo dele, segurando-lhe um dos
ombros, senti-me aliviado, mais leve...Acreditei que me achava à frente de
melhoras positivas. Guiado pelo amigo, encontrei um avião misto de Bonanza e
helicóptero, com a feição de uma grande borboleta, onde um senhor e uma
senhora, que admiti fossem meus novos enfermeiros, me aguardavam”. Ary,
segue com minucias altamente surpreendentes confirmando que a vida continua
mesmo além da morte do corpo físico. ASSISTA OS PROGRAMAS DA SÉRIE INFORMAÇÃO ESPIRITA, CLICANDO OS LINKS ABAIXO
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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
QUEM FOI (10) - a primeira mensagem
“-Senhor Jesus! Pela bênção
/ De tua doutrina Santa /
Que nos apoia e levanta / Para o teu Reino de Amor,
/ Pela paz que nos ofertas, / Pela
esperança divina /
Que nos conforta e ilumina, / Bendito seja, Senhor! / Pela carícia do lar, /
- Doce templo de carinho - /
Que nos concedes por ninho,
/ Céu na Terra, campo em
flor.
/ Pelo aconchego suave / Da
afeição que nos aquece, /
Pelo consolo da prece, / Bendito sejas, Senhor!..
/ Pelo tesouro sublime / De
graças da natureza, / Do
mar, do jardim, da cor, / Pela fonte que entretece / Poemas de melodia, / Pelo
pão de cada dia, /
Bendito sejas Senhor! / Em tudo o que nos reserves / À luz de cada momento, / O
nosso agradecimento, /
Por tudo, seja o que for...
/ Vivemos, Jesus Querido,
/ Na alegria de
encontrar-te, / Cantando por toda parte,
/ Bendito sejas, Senhor!...”.
A belíssima PRECE DE GRATIDÃO foi
psicografada por João de Deus,
através de Francisco Cândido Xavier, na noite de 19 de janeiro de 1967, na
cidade de Atafona, litoral fluminense, para onde se deslocara o médium acatando
sugestão do grande amigo Clóvis Tavares, sensibilizado ante o abatimento em que
o encontrara pelos inesperados acontecimentos registrados em sua vida pessoal.
Numa reservada reunião de estudo do Evangelho, “após o encerramento, Chico
sugeriu alguns momentos de concentração aos presentes, pois alguns Amigos
Espirituais desejavam manifestar-se. Logo a seguir, o lápis correu celeríssimo
como sempre, sobre vinte e seis páginas de papel, sem uma emenda sequer, sem a
mínima rasura, resultando em duas mensagens”: a primeira assinada pelo irmão do
anfitrião; a outra, a sentida Prece com que abrimos esses comentários.
Nos 65 cinco anos que viveu em nossa Dimensão, o português João de Deus de
Nogueira Ramos acumulou uma série de experiências marcantes, deixando inscrito
seu nome na história de Portugal não apenas como poeta, mas, também como autor
de um método de alfabetização denominado CARTILHA
MATERNAL, adotado ainda hoje. Quarto de uma família de quatorze irmãos,
João de Deus, por compreensíveis dificuldades financeiras de seu pai, ingressou
no Seminário de Coimbra para avançar nos estudos, mudando aos 19 anos, para o
Direito, por não ter vocação eclesiástica. Não se identificando com essa
atividade, preferindo as artes, dedica-se à poesia, vivendo quase na indigência
por falta de recursos, até que aos 29 anos, muda-se para Lisboa, casa-se,
assume a redação de um periódico, lançando-se na cruzada pela alfabetização,
onde, usando a criatividade e aspectos do método de Pestalozzi, formula sua
proposta através da CARTILHA MATERNAL,
que, aos 37 anos foi aprovado e adotado pelo Governo português. Ingressa na
política por insistência de amigos, vindo a desencarnar em 1896, aos 65 anos
por complicações cardíacas, deixando nove obras publicadas com seus escritos.
Quando em 1927, aos 17 anos o médium Chico Xavier descobre e direciona sua
mediunidade no campo da psicografia, João
de Deus inclui-se entre os inúmeros poetas que o auxiliaram a aprimorar sua
percepção nessa área. Surgem inúmeros sonetos e poemas, parte dos quais
inseridos, a princípio no PARNASO DE
ALEM TÚMULO (feb,1932). Alguns, reformulando ideias que disseminara em seus
poemas. Dentre as transmitidas por Chico, destacamos ETERNA MENSAGEM, onde ele diz: “- Ainda e sempre o Evangelho do Senhor / É a mensagem eterna da Verdade, / Senda
de paz e de felicidade, / Na luz
das luzes do Consolador. / Nos caminhos da lágrima e da dor, / Ante os desfiladeiros da impiedade, / Não
sabe o coração da Humanidade / Beber dessa água límpida do Amor. /
Mas os túmulos falam pela estrada, / Em toda a parte fulge uma alvorada / Que
ao roteiro dos Céus nos reconduz;
/ O Evangelho, na luz do Espiritismo, / É a
escada de Jacob vencendo o abismo,
/ Trazendo ao mundo o verbo de
Jesus.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Atualíssimo
Abrindo a pauta da REVISTA
ESPÍRITA de novembro de 1859, Allan Kardec apresenta interessante matéria
intitulada “DEVEMOS PUBLICAR TUDO QUANTO
OS ESPÍRITOS DIZEM?” que se mostra atualíssima, especialmente diante da
profusão de títulos que disputam lugar nos expositores das livrarias ou
catálogos de editoras e distribuidoras, demonstrando acirrada disputa por qual
apresenta “revelações” ou “novidades” mais originais. Como livros
espíritas se tornaram até meio de vida, revisões doutrinárias ou fundamentadas
no bom senso, inexistem. O alvo é um público ávido por conteudos que chegam a
ser estapafúrdios. As ponderações de Kardec sugerem reflexões. Diz ele: “- Esta
pergunta nos foi dirigida por um dos nossos correspondentes. Respondemo-la da
maneira seguinte: Seria bom publicar tudo quanto dizem e pensam os homens? Quem
quer que possua uma noção do Espiritismo, por superficial que seja, sabe que o
mundo invisível é composto de todos aqueles que deixaram na Terra o envoltório
visível. Despojando-se, porém, do homem carnal, nem todos se revestiram, por
isso mesmo, da túnica dos anjos. Há Espíritos de todos os graus de conhecimento
e de ignorância, de moralidade e de imoralidade – eis o que não devemos perder
de vista. Não esqueçamos que entre os Espíritos, assim como na Terra, há seres
levianos, desatentos e brincalhões; falsos sábios, vãos e orgulhosos, de um
saber incompleto; hipócritas, malévolos e, o que nos parecia inexplicável, se
de algum modo não conhecêssemos a fisiologia desse mundo, há sensuais, vilões e
crapulosos que se arrastam na lama. Ao lado disto, sempre como na Terra, temos
seres bons, humanos, benevolentes, esclarecidos, de sublimes virtudes. Como,
entretanto, nosso mundo não está na primeira nem na última posição, embora mais
vizinho da última que da primeira, disso resulta que o mundo dos Espíritos
abrange seres mais avançados intelectual e moralmente que nossos homens mais
esclarecidos, e outros que ainda estão abaixo dos homens mais inferiores. Desde
que esses seres têm um meio patente de comunicar-se com os homens, de exprimir
seus pensamentos por sinais inteligíveis, suas comunicações devem ser um
reflexo de seus sentimentos, de suas qualidades ou de seus vícios. Serão
levianas, triviais, grosseiras, mesmo obscenas, sábias, científicas o sublimes,
conforme seus caráter e sua elevação. Revelam-se por sua própria linguagem. Daí
a necessidade de não aceitar cegamente tudo quanto vem do mundo oculto, e
submetê-lo a controle severo. Com as comunicações de certos Espíritos, do
mesmo modo que com os discursos de certos homens, poder-se-ia fazer uma
coletânea muito pouco edificante(...). Ao lado dessas comunicações francamente
más, e que chocam qualquer ouvido um pouco delicado, outras há que são
simplesmente triviais ou ridículas (...). O mal é dar como sérias, coisas que
chocam o bom senso, a razão e as conveniências. Nesse caso, o perigo é maior do
que se pensa. Para começar, tais publicações tem o inconveniente de induzir em
erro as pessoas que não estão em condições de examiná-las e discernir entre o
verdadeiro e o falso, principalmente numa questão tão nova como o Espiritismo.
Em segundo lugar, são armas fornecidas aos adversários que não perdem a
oportunidade para tirar deste fato argumentos contra a alta moralidade do
ensino espírita; porque, diga-se mais uma vez, o mal está em apresentar
seriamente coisas que são notórios absurdos (...). As pessoas que estudaram a
fundo a ciência espírita sabem qual a atitude que convêm a este respeito. Sabem
que os Espíritos zombeteiros não tem o menor escrúpulo de enfeitar-se com nomes
respeitáveis. Mas sabem também que esses Espíritos só abusam daqueles que
gostam de se deixar abusar, que não sabem ou não querem esclarecidas suas
astúcias pelos meios já conhecidos (...). Os Espíritos vão aonde acham
simpatia e onde sabem que serão ouvidos (...).Publicar sem exame, ou sem
correção, tudo quanto vem dessa fonte, seria, em nossa opinião, dar prova de
pouco discernimento”. VOCÊ SABIA QUE ALLAN KARDEC ANALISOU UMA CONSULTA SOBRE REGRESSÃO DE MEMÓRIA? clique no link indicado abaixo
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Curiosidade Satisfeita
Todos gostariam de saber o que ocorre na outra dimensão
durante a realização das reuniões públicas ou reservadas nos Centros Espíritas.
André Luiz focou certos aspectos em alguns de seus livros; Irmão Jacob no
clássico VOLTEI (feb), de forma
genérica. Objetivamente, a segura mediunidade de Chico Xavier legou-nos
precioso relato psicofônico do Dr. Efigênio S. Vitor, ativo trabalhador do
movimento espírita de Belo Horizonte (MG), desencarnado em 1953 e que, meses
depois, já no ano de 1954, contou em interessante manifestação, como satisfez a
própria curiosidade sobre os ‘bastidores’
das atividades de um Centro Espírita, quanto à infra-estrutura e recursos
humanos existentes do outro lado da vida.
Revela que “o Plano Superior mantém operosas e abnegadas equipes de assistência nos
santuários de nossa fé orientados pelo devotamento ao Bem. Com a supervisão e
cooperação de vasto corpo de colaboradores em que se integram médicos e
religiosos, inclusive sacerdotes católicos, ministros evangélicos e médiuns
espíritas já desencarnados, além de magnetizadores, enfermeiros, guardas e
padioleiros, temos aqui diversificadas tarefas de natureza permanente. A
segurança é mantida por três faixas magnéticas protetoras. A primeira,
guarda a assembleia constituída e aqueles desencarnados que se lhes conjugam à
tarefa da noite. A segunda faixa encerra um circulo maior, no qual se
aglomeram algumas dezenas de companheiros daqui, ainda em posição de
necessidade, à cata de socorro e esclarecimento. A terceira, mais vasta,
circunda o edifício, com a vigilância de sentinelas eficientes, porque, além
dela, temos uma turba compacta – a turba dos irmãos que ainda não podem
partilhar, de maneira mais íntima, o nosso esforço no aprendizado evangélico.
Essa multidão assemelha-se à que vemos, frequentemente, diante dos templos
católicos, espíritas ou protestantes com incapacidade provisória de
participação no culto da fé. Bem junto à direção de nossas atividades, está
reunida grande parte da equipe de funcionários espirituais que nos preservam as
linhas magnéticas defensivas. À frente da mesa orientadora, congregam-se os
companheiros em luta a que nos referimos. E em contraposição com a porta de
acesso ao recinto, dispomos em ação de dois gabinetes, com leitos de socorro,
nos quais se alonga o serviço assistencial. Entre os dois, instala-se grande
rede eletrônica de contenção, destinada ao amparo e controle dos
desencarnados rebeldes ou recalcitrantes, rede essa que é um exemplar das
muitas que, da vida espiritual, inspiraram a medicina moderna no tratamento
pelo eletrochoque. E assim organiza-se nossa casa para desenvolver a obra
fraterna em que empenha, a favor dos companheiros que não encontraram, depois
da morte, senão as próprias perturbações”. Três meses depois, em nova
manifestação e, outros interessantes detalhes. Conta: “-Em toda parte onde tenhamos uma
agremiação de pessoas com fins determinados, existe na atmosfera ambiente um centro
mental definido, para o qual convergem todos os pensamentos, não somente
nossos, mas também daqueles que nos comungam as tarefas gerais. Esse centro
abrange vasto reservatório de plasma sutilíssimo, de que se servem os
trabalhadores, na extração dos recursos imprescindíveis à criação de
formas-pensamento, constituindo entidades e paisagens, telas e coisas
semi-inteligentes, com vistas à transformação dos companheiros dementados
que intentamos socorrer”. Nos trabalhos de auxílio específico aos
desencarnados doentes, explica que “para que se recuperem, é indispensável
recebam o concurso de imagens vivas sobre as impressões vagas e descontínuas a
que se recolhem. E para esse gênero de colaboração especializada são trazidos
os arquitetos da Vida Espiritual, que operam com precedência em nosso
programa de obrigações, consultando as reminiscências dos comunicantes que
devam ser amparados, observando-lhes o pretérito e anotando-lhes os labirintos
psicológicos(...). É assim que, aqui dentro, em nossos horários de ação,
formam-se jardins, templos, fontes, hospitais, escolas, oficinas, lares e
quadros outros em que os nossos companheiros desencarnados se sintam como que
tornando à realidade pregressa(...). Espelhos ectoplásmicos e recursos
diversos são também por eles improvisados, ajudando a mente dos amigos encarnados,
que operam na fraseologia assistencial”. Efigênio prossegue
minudenciando outros aspectos interessantes que nos permitem mentalmente
perceber a intensidade das ações anteriormente apenas imaginadas.
domingo, 16 de dezembro de 2012
Atmosfera Espiritual
Sabe aquela sensação de mal estar que experimentamos quando
adentramos certos ambientes? Não são fruto de nossa imaginação como podemos
pensar. Allan Kardec abrindo a edição de maio de 1867 de sua REVISTA ESPÍRITA, apresenta um
interessante artigo com o título ATMOSFERA
ESPIRITUAL que nos ajuda a entender o “porque” da referida impressão.
Dentro daquela lógica que caracteriza todos seus escritos, diz ele: “Ensina
o Espiritismo que os Espíritos constituem a população invisível do Globo, estão
no espaço e entre nós, vendo-nos e nos acotovelando incessantemente, de tal
sorte que, quando nos julgamos sós, constantemente temos testemunhas secretas
de nossas ações e pensamentos. Isto pode parecer aborrecido para certas
pessoas, mas desde que assim é, não se pode impedir que assim seja. Cabe a cada
um fazer como o sábio que não teria medo que sua casa fosse de vidro(...). Além
disso sabemos que, numa reunião, além dos assistentes corporais, há sempre
auditores invisíveis; que sendo a permeabilidade uma das propriedades do
organismo dos Espíritos, estes podem achar-se em número ilimitado num dado
espaço. Muitas vezes nos foi dito que em certas sessões eram em quantidade
inumerável. Na explicação dada(...), foi dito que o número dos Espíritos
presentes era tão grande, que a atmosfera estava, por assim dizer, saturada de
seus fluídos. Isso não é novo para os Espíritas, mas talvez não tenham sido
deduzidas todas as consequências. Sabe-se que os fluidos que emanam dos
Espíritos são mais ou menos salutares, conforme seu grau de depuração.
Conhece-se seu poder curativo em certos casos e, também, seus efeitos mórbidos
de indivíduo a indivíduo. Ora, desde que o ar pode ser saturado desses fluidos,
não é evidente que, conforme a natureza
dos Espíritos que abundam em determinado lugar,
o ar ambiente se ache carregado de elementos salutares ou malsãos, que
devem exercer influências sobre a vida física, assim como sobre a saúde moral?
Quando se pensa na energia da ação que um Espírito pode exercer sobre um homem,
é de admirar-se de que deve resultar de uma aglomeração de centenas ou de
milhares de Espíritos? Esta ação boa ou
má conforme os Espíritos emanem num dado meio um fluido benéfico ou maléfico,
agindo à maneira das emanações fortificantes ou dos miasmas deletérios, que se
espalham no ar. Assim se pode explicar certos efeitos coletivos, produzidos
sobre massas de indivíduos, o sentimento de bem ou de mal- estar, que se
experimenta em certos meios, e que não tem nenhuma causa aparente conhecida, o entusiasmo
ou desencorajamento por vezes a espécie de vertigem que se apodera de toda uma
assembleia, de toda uma cidade, mesmo de todo um povo. Em razão do seu grau de sensibilidade, cada
indivíduo sofre a influência desta atmosfera viciada ou vivificante(...).
Podemos, então, subtrair-nos a essas influências que emanam de uma fonte
inacessível aos meios materiais? Sem nenhuma dúvida. Porque, assim como
saneamos os meios insalubres, destruindo a fonte dos miasmas, podemos sanear a
atmosfera moral que os cerca, subtraindo-nos às influências perniciosas dos
fluidos espirituais malsãos, e isto mais facilmente do que podemos escapar às
exalações pantanosas, pois depende unicamente de nossas vontade e aí não estará
um dos menores benefícios do Espiritismo, quando for universalmente
compreendido e, sobretudo, praticado. Um princípio perfeitamente constatado por
todo espírita, é que as qualidades do fluido perispiritual estão na razão
direta das qualidades do Espírito encarnado ou desencarnado; quanto mais elevados
forem seus sentimentos, e desprendidos das influências da matéria, mais
depurado será eu fluido. Conforme os pensamentos que o dominam, o encarnado
irradia fluidos impregnados desses mesmos pensamentos, que os viciam ou os
saneiam, fluidos realmente materiais, posto que impalpáveis, invisíveis aos
olhos do corpo, mas perceptíveis pelos sentidos perispirituais e visíveis pelos
olhos da alma, pois impressionam fisicamente e afetam aparências muito
diferentes para os que são dotados de visão espiritual. Pelo simples fato da
presença dos encarnados numa assembleia, os fluidos ambientes serão, pois,
salubres ou insalubres, conforme os pensamentos dominantes forem bons ou maus.
Quem quer que traga consigo pensamentos de ódio, inveja, ciúme, orgulho,
egoísmo, animosidade, cupidez, falsidade, hipocrisia, murmuração, malevolência,
numa palavra, pensamentos colhidos na fonte das más paixões, espalha em torno
de si eflúvios fluídicos malsãos, que reagem sobre os que o cercam. Ao
contrário, na mesma assembleia em que cada um só trouxesse sentimentos de
bondade, de caridade, de humildade, de devotamento desinteressado, de
benevolência e de amor ao próximo, o ar é impregnado de emanações positivas, em
meio às quais se sente viver mais à vontade. Agora se se considerar que os
pensamentos atraem pensamentos da mesma natureza, que os fluidos atraem fluidos
similares, compreende-se que cada indivíduo traga consigo um cortejo de
Espíritos simpáticos, bons ou maus, e que, assim, o ar seja saturado de fluidos
relacionados aos pensamentos que predominam. Se os maus pensamentos forem em
minoria, não impedirão que as boas influências se produzam, pois estas os
neutralizam”. A análise de Kardec, prossegue acrescentando reveladores
e surpreendentes revelações sobre a questão.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
O Alicerce da Saúde Humana
“O progresso do mentalismo abrirá, indubitavelmente, novos rumos à
Medicina para engrandecimento do futuro humano”, prognosticou o
Espírito Miguel Couto, em interessante e reveladora mensagem psicografada pelo
médium Chico Xavier, no início dos anos 50, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais.
Médico, cientista, professor da Faculdade Nacional de Medicina, membro da
Academia Nacional de Medicina e da Academia Brasileira de Letras, o Doutor
Miguel teve larga projeção no cenário científico do País em sua época, com
repercussão no estrangeiro, deixando trabalhos de real valor científico,
destacando-se como benfeitor estimado e respeitado pelo povo e pela classe
médica, até seu desencarne em 1934, aos 69 anos. A década e meia de permanência
no Plano Espiritual, ampliou seus vastos conhecimentos a respeito da saúde
humana, levando-o a considerar que o “corpo físico é máquina viva, constituída
pela congregação de miríades de corpúsculos ativos, sob o comando do Espírito
que manobra com a rede biológica dentro das mesmas normas que seguimos ao
utilizar a corrente elétrica”. De suas observações, concluiu que “avançando
pesadamente, da animalidade para a humanidade, aumentamos o poder da
consciência pela assimilação dos valores que a vida nos oferece, por intermédio
do tempo e do trabalho; e, com esse poder armazenado na economia do próprio
Ser, manejamos o equipamento celular, com antecipado conhecimento de suas ações
e reações, qualidades superiores ou idiossincrasias genéticas, para que nos ajustemos
ao laborioso esforço da encarnação, dela retirando os proventos necessários”.
Do seu privilegiado ponto de observação, entende que “o homem, na estruturação
fisiopsíquica, é uma grande bateria criando e acumulando cargas
elétricas, com que influencia e é influenciado. Todo sentimento é energia
estática. Todo pensamento é criação dinâmica. Toda ação é arremesso, com todos
os seus efeitos”. Explicando melhor, diz que “cada individualidade, assim,
conforme os sentimentos que nutre na estrutura espiritual e segundo os
pensamentos que entretem na mente, atrai ou repele, constrói ou destrói,
através das forças que emite nas obras, nas palavras, nas atitudes, com que se
evidencia pela instrumentação mental que lhe é própria”. Estabelecendo um paralelo com a saúde,
pondera que “a saúde é questão de equilíbrio vibracional, de conformação de
frequências. Naturalmente, enquanto na Terra, esse problema implica uma equação
de vários parâmetros, quais sejam a respiração e a atividade, o banho e o
alimento. Forçoso é, todavia, convir que as raízes morais são sempre os fatores
de maior importância, não somente na vida
normal, senão também, e em particular, nas horas conturbadas”.
Dessa forma, “cada alma vive carregada dos princípios eletromagnéticos gerados por
ela mesma, projetando ondas que, na essência, são os fluidos positivos ou
negativos com os quais jogamos no campo de atividades a que fomos chamados ou
conduzidos”. “Nossa mente’, prossegue, vive
cercada de forças complexas que procedem das constelações próximas e remotas,
do Sol, da Lua, da própria Terra, dos nossos semelhantes e dos seres superiores
e inferiores que partilham conosco a habitação coletiva. Achamo-nos,
no Planeta, como que presos a poderoso imã: desenvolvemos nossas virtudes
potenciais; apuramos tendências e recolhemos as vantagens da educação
espiritual; emitimos as radiações que nos são peculiares e graças às quais
somos aproveitados pelas Potências Superiores, no serviço da Humanidade;
entesouramos nossa riqueza futura, ou por ela nos castigamos a nós mesmos: são
os choques de retorno, em cuja manifestação somos sempre vítimas das descargas
asfixiantes que arremessamos, no espaço e no tempo, ferindo pessoas e coisas,
na tentativa de quebra da Harmonia Divina”. Sendo mais objetivo, afirma que “nossos sentimentos e pensamentos
criam linhas de força, e, destarte, conforme a nossa polaridade, ou se nos
facilita a ascensão, que é luz, ou sofremos retardamento em níveis mais baixos,
quais os apresenta o mundo terrestre, voluntário cárcere de sombra”.
Previne que “confiarmo-nos a paixões bastardas será estabelecer linhas de forças repulsivas,
que nos constrangem à demora na paisagem das sombras”. Salienta que “o
homem é o distribuidor de cargas eletromagnéticas, geradas por ele mesmo, em
toda parte. O equilíbrio, portanto, é questão de toda hora”. Afirma que
“a
missão de curar, deste modo, é muito mais a ciência de equilibrar os movimentos
oscilatórios que a de socorrer o veiculo somático; e, somos obrigados a
considerar que, ainda quando praticamos a clínica e a cirurgia, é
imprescindível ponderar a modificação do tônus vibratório de imensas colônias
de protozoários, através de cargas elétricas de produtos químicos ou de golpes
renovadores do bisturi, se desejamos alcançar a almejada restauração”.
Como “cada
alma vive e respira na atmosfera mental que estabelece para si mesma, em qualquer
distrito do Universo”, recomenda: “-Purifiquemos o pensamento,
encaminhando-o às zonas superiores do nosso idealismo, buscando,
simultaneamente, materializá-lo no terreno chão da luta diária, criando novos
motivos de felicidade, confiança, de luz e alegria, na esfera de nossas horas
vulgares, e a harmonia será a resposta divina aos nossos empreendimentos”.
Por fim, prognostica: “-A ciência mental, com base nos princípios
que presidem a prosperidade do Espírito, será, no grande futuro, o alicerce da
saúde humana”.
sábado, 8 de dezembro de 2012
"Missionários"
Conhecido pela afirmação “mais vale rejeitar dez verdades
do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa”, contida em
mensagem reproduzida por Allan Kardec no final do capítulo vinte d’ O LIVRO DOS MÉDIUNS, o Espírito Erasto é pseudônimo do médico, filósofo
e teólogo alemão Thomaz Liber, que viveu no século dezesseis, entre 1524 e
1583. Professor de Medicina em Heildelberg e de moral em Basileia, combateu as
teorias de Paracelso. Discípulo de São Paulo, em Teologia não admitia o poder
temporal da Igreja, só lhe concedendo o papel de persuasão, tendo legado somas
consideráveis aos estudantes pobres. Presença frequente nas reuniões da
Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, teve várias de suas mensagens
publicadas na REVISTA ESPÍRITA, a
partir de 1861. Na edição de dezembro de 1863, por exemplo, uma cujo conteúdo
precisaria ser objeto de reflexão por todos os espíritas, notadamente aqueles
que ignoram o fato de que Chico Xavier, permaneceu durante quatro anos
(1927/1931) treinando sua mediunidade - para sua surpresa -, até Emmanuel mandar jogar fora tudo o que havia produzido até então, para começar a
tarefa do livro. Grande quantidade de pessoas com a sensibilidade mediúnica
aflorada (“Nos últimos tempos, diz o Senhor,...vossos filhos e vossas filhas
profetizarão”. - Atos; cap.II; vv 17 a 18), empolgadas, embora iniciantes, são
responsáveis por uma profusão de livros mediúnicos veiculando informações e
“revelações” incríveis sobre a realidade espiritual de que fazemos parte. Do
texto de Erasto, destacamos alguns pontos para reflexão, exigindo estudo para
análises mais seguras sobre tantas “novidades”. Atentemos a eles: 1 – “-De
todos os lados surgem médiuns com supostas missões, chamados, ao que
dizem, a tomar em mãos a bandeira do Espiritismo e plantá-la sobre as ruínas do
Velho Mundo”; 2 – “-Não há individualidade, por medíocre que
seja,(..) que não se julgue designada a um apostolado muito especial”.
3 – “-Quase
todos os médiuns, em seu início, são submetidos a essa perigosa tentação. Alguns
resistem; mas muitos sucumbem, ao menos por algum tempo, até que cheques
sucessivos venham desiludí-los.(...) E que querem certos Espíritos da
erraticidade fomentando entre as mediocridades da encarnação essa exaltação do
amor-próprio e do orgulho, senão entravar o progresso?”. 4 – “-Daí
resulta que, conforme as palavras pronunciadas na Sociedade de Paris, por seu
dirigente espiritual São Luiz, uma verdadeira "Torre de Babel" está em vias de
construção entre vós. Aliás, fora preciso ser cego para não reconhecer que à
cruzada dirigida contra o Espiritismo pelos adversários-natos de toda doutrina
progressista e emancipadora, se junta uma cruzada espiritual - “-Levantar-se-ão
vários falsos profetas que seduzirão a muitas pessoas” e “se levantarão falsos
Cristos e falsos profetas que farão prodígios e coisas de espantar, até
seduzir, se possível, os próprios escolhidos”-, dirigida por todos os
Espíritos pseudo-sábios, falsos grandes homens, falsos religiosos e falsos
irmãos da erraticidade, fazendo causa comum, fazendo causa comum com os
inimigos terrestres, em meio a essa multidão de médiuns por eles fanatizados, e
aos quais ditam tantas elocubrações mentirosas”. 5 – “-É
urgente que vos ponhais em guarda contra todas as publicações de origem
suspeita, que parecem, ou vão parecer, contrárias a todas as que não
tivessem uma atitude franca e clara, e tende como certo que muitas são
elaboradas nos campos inimigos do mundo visível ou no invisível, visando a
lançar entre vós os fachos da discórdia. Cabe-vos não vos deixar apanhar.
Tendes todos os elementos necessários para as apreciar. Mas tende igualmente
como certo que todo Espírito que a si mesmo se anuncia como um Ser superior e,
sobretudo, como de uma infalibilidade a toda prova, ao contrário, é o oposto do
que se anuncia pomposamente”. 6 – “O número dos médiuns é hoje incalculável e
é desagradável ver que alguns se julgam os únicos chamados a distribuir a
Verdade ao mundo e se extasiam ante banalidades que consideram monumentos. Pobres
abusados, que se baixam passando pelos arcos do triunfo! Como se a Verdade
tivesse esperado a sua vinda para ser anunciada”. O perspicaz e
prudente Erasto, como vimos, fornece-nos os elementos apropriados para não nos
deixarmos emaranhar nos fios das teias de fantasias que excitam mentes
invigilantes e avessas ao estudo sério e continuado do Espiritismo
a partir de sua base.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
ESPECIAIS
Na noite de 20 de dezembro de 1985, Chico Xavier era o convidado
especial do último programa apresentado na TV Bandeirantes, por Hebe Camargo.
Ao lado de Nair Bello, realizaram elucidativa entrevista com o querido médium
que, expondo vários pontos de vista, ofertou-nos ensinamentos de muita
profundidade. Entre estes, um que tratava da criança especial outrora rotulada
de excepcional. Referindo-se às mães de portadores de qualquer deficiência,
Chico disse que “os filhos excepcionais são confiados tão somente às grandes mulheres,
aquelas que tem capacidade de amar até o Infinito”. Esclareceu ainda “que a
criança com restrições, sente e ouve, registra e sabe de que modo está sendo
tratada, sendo profundamente lúcida na intimidade de si mesma”.
Afinal é apenas o corpo ou veículo físico que carrega as inibições ou
limitações que as impede de desenvolver uma comunicação mais natural com o meio
em que vivem. Tais deficiências geralmente radicam-se nos desatinos cometidos
em existência passada, quase sempre através do suicídio que, como o Espiritismo
revela, impõem lesões e traumas registrados também no corpo espiritual – o períspirito
-, exigindo um período de rearmonização em encarnação posterior ao delito
cometido perante as Leis de Deus. Demonstrando isso, oito anos antes, Chico
psicografou em Uberaba, na reunião pública do Grupo Espírita da Prece de 23 de
setembro de 1977, belíssima carta de uma jovem desencarnada dois anos antes na
cidade de Santa Isabel, localidade situada na Grande São Paulo. A moça vivera
vinte e quatro anos, sendo irmã gêmea de um irmão, Homero. Ele normal, ela,
portadora de paralisia cerebral que a impossibilitava de se locomover, se
expressar verbalmente ou fazer uso das mãos, pela completa ausência de tato. De
família católica, sua morte impôs profunda dor aos entes queridos, sentimento
agravado um ano depois pela morte de uma irmã remanescente, Maria Helena,
vitimada por acidente de trânsito na auto-estrada Mogi-Dutra, quando retornava
das aulas da faculdade que frequentava na cidade de Mogi das Cruzes. Esse fato,
levou os pais, por fim, à Uberaba(MG), onde Chico Xavier psicografou numa mesma
noite cartas das duas filhas. Na verdade, duas surpresas: a primeira de Maria
Célia, cujas limitações foram superadas pela captação dos sentimentos e
pensamentos de Maria Célia; e, a segunda a psicografia da carta de Maria
Helena. Embora possa causar estranheza para alguns o fato de alguém que não
aprendeu a escrever na última existência se expressar com a clareza com que o
fez Maria Célia, o entendimento do mecanismo do processo mediúnico como explicado
pelo Espiritismo, pode esclarecer naturais duvidas. O outro detalhe, já citado,
é que o bloqueio é derivado dos limites do corpo, pois, o Espírito se mantém
lúcido, ouvindo e sentindo tudo que ocorre ao seu redor. Reportando-se às origens
do mal físico que a identificou, revelou: “-Em meados do século, peregrinava
no Plano Espiritual, com cinco irmãos junto dos quais era eu a irmã doente que
eles suportavam. Lutas enormes do passado recente me haviam retirado os
movimentos. Chorava com a minha inutilidade. Pedia em preces a Deus me
suprimisses a condição inferior. Um dos irmãos, o mais forte de todos, quase me
carregava, sozinho, tão grande o amor com que me desejava o reequilíbrio
espiritual. Percorremos longas extensões do Espaço, alimentando esperanças e
sonhos. Queríamos um pouso. Precisava encontrar um refugio em que me tratasse e
os companheiros me auxiliavam. Benfeitores e amigos generosos nos visitavam na
jornada em que as pausas periódicas para descanso se faziam precisas.
Prometiam-nos apoio e doavam-nos recursos sempre renovados para que avançássemos
algo mais”... A grupo mais próximo, o médium Chico Xavier dando mais
detalhes da origem da desventura de Maria Célia e Maria Helena, revelou que
durante a Segunda Guerra Mundial, ela e os atuais irmãos faziam parte de um
grupo de resistência de um dos países submetidos aos nazistas, sendo ela
especialista na produção de artefatos explosivos. Um dia, uma falha ocasionou a
detonação que causou a morte de todos ao mesmo tempo, sendo ela a mais
atingida. Prosseguindo sua narrativa Maria Célia conta que “houve um dia, em que chegamos a
um local de grande encantamento e encontramos um tronco de luminosa beleza.
Flores despontavam dele prometendo maravilhoso futuro. Sábio amigo da Vida
Superior veio a nós e disse que vagueávamos nas imensidões da Vida Maior à
maneira de pássaros fatigados e infelizes. E aconselhou-nos uma parada. Seria
aquele tronco robusto, a morada de Deus para nós. Faríamos um ninho para viver
e renovar-nos. Ficamos todos contentes. Entretanto, precisávamos de alguém que
viesse a fim de amparar-nos na construção. Esse mesmo sábio veio depois com uma
jovem tão generosa e tão linda que, mesmo sem ver-nos de todo, encontrou-nos em
sono e decidiu socorrer-nos. Foi assim que esse iluminado coração de menina e
moça começou a trabalhar, amparando-nos a todos. Primeiramente, recebeu a mim e
ao irmão que me oferecia ombros fortes na caminhada para que nos detivéssemos,
de modo a valorizar o tempo e a vida. Os outros igualmente foram acomodados por
ela em ninhos formados com imenso amor”. Mais a frente, ela acrescenta:
“-Os
sacrifícios dela foram heroicos. Dedicou-se inteiramente ao ninho em que me
achava. Sabendo que não me movia, era ela meus braços e minhas mãos. Porque eu
nada pudesse falar, pela enfermidade que trazia, ela própria me contava lindas
histórias, que eu ouvia em silêncio, dando a ela o sinal de que compreendia
quanto me comunicava em seu amor. Nunca mais essa jovem me abandonou, saiu das
festas, esqueceu as alegrias da juventude, nunca a vi irritar-se ou desanimar”.
Maria Célia, em sua longa carta, prossegue resumindo o que foram aqueles 24
anos de dedicação da mãe, pai, irmãos em favor de sua recuperação espiritual.
Uma linda carta integralmente reproduzida no livro FELIZ REGRESSO (ideal), confirmando que apenas o corpo ostentava limitações.
O Espírito a ele ligado, mantinha-se lúcido, percebendo, como já dissemos, tudo
que ocorria a seu redor. VOCÊ JÁ ASSISTIU DEPENDÊNCIAS QUÍMICAS ALÉM DA VIDA? Clique no link abaixo documentários de curta duração e descubra muito sobre a interação entre os dois planos no consumo do TÓXICO
domingo, 2 de dezembro de 2012
Quem Foi? (9) - a primeira mensagem
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Pensamento - Surpreendente Comportamento
“-A experiência social na Terra vive tão distraída
nos jogos de máscaras, que a visita da verdade sem mescla, a qualquer
agrupamento humano, por muito tempo ainda será francamente inoportuna”.
O depoimento, sem meias palavras, "curto e grosso", pertence a importante Industrial, Administrador e homem público, identificado - por razões compreensíveis - apenas pela inicial G, fez em extensa
carta que escreveu através do médium Chico Xavier. Nela, detalhando sua repentina
morte física em meio a atividade, intensa e incessante, revela interessante comportamento
do pensamento no trânsito desta para outra Dimensão. Por representar
importante e realístico documento sobre a questão da sobrevivência, a
importância de não nos esquecermos do equilíbrio quanto às coisas materiais
e espirituais, negligenciadas pela
maioria e, pela riqueza de informações nela contidas quanto a esse momento que, pelas Leis da vida, obrigatoriamente
todos passaremos, cremos, deva ser compartilhada. Conta ele: “-Não
admitia que o sepulcro me requisitasse tão apressadamente à meditação. A
angina, porém, espreitava-me, vigilante, e fulminou-me sem que eu pudesse
lutar. Recordo-me de haver sido arremessado a uma espécie de sono que me não
furtava a consciência e a lucidez, embora me aniquilasse os movimentos. Incapaz
de falar, ouvi os gritos dos meus e senti que mãos amigas me tateavam o peito,
tentando debalde restituir-me a respiração. Não posso precisar quantos minutos
gastei na vertigem que me tomara de assalto, até que em minha aflição por
despertar, notei que a forma inerte me retomava a si, que minha alma
entontecida regressava ao corpo pesado; no entanto, espessa cortina de sombra
parecia interpor-se agora entre os meus afeiçoados e a minha palavra ressoante,
que ninguém atendia...Inexplicavelmente, assombrado, em vão pedia socorro, mas
acabei por resignar-me à ideia de que estava sendo vítima de estranho pesadelo,
prestes a terminar. Ainda assim, amedrontava-me a ausência de vitalidade e
calor a que me via sentenciado. Após alguns minutos de pavoroso conflito, que a
palavra terrestre não consegue determinar, tive a impressão de que me aplicavam
sacos de gelo aos pés. Por mais verberasse contra semelhante medicação, o frio
alcançava-me todo o corpo, até que não pude mais...Aquilo valia por expulsão em
regra. Procurei libertar-me e vi-me fora do leito, leve e ágil, pensando,
ouvindo e vendo...Contudo, buscando-me afastar-me, reparei que um fio tênue
de névoa branquicenta ligava minha cabeça móvel à minha cabeça inerte.
Indiscutivelmente delirava – dizia de mim para comigo -, no entanto aquele
sonho me dividia em duas personalidades distintas, não obstante guardar a noção
perfeita de minha identidade. Apavorado, não conseguia maior afastamento da
câmara íntima, reconhecendo, inquieto, que me vestiam caprichosamente a estátua
de carne, a enregelar-se. Dominava-me indizível receio. Sensações de terror
neutralizavam-me o raciocínio .Mesmo assim, concentrei minhas forças na
resistência. Retomaria o corpo. Lutaria por reaver-me. O delíquio inesperado
teria fim. Contudo, escoavam-se as horas e, não obstante contrariado, vi-me
exposto à visitação pública. Mas(...), eu, que me sentia singularmente
repartido, observei que todas as pessoas com acesso ao recinto, diante de mim,
revelavam-se divididas em identidade de circunstâncias, porque, sem poder
explicar o fenômeno, lhes escutava as palavras faladas e as palavras
imaginadas. Muitas diziam aos meus familiares em pranto: “-Meus pêsames!
Perdemos um grande amigo”...E o pensamento se lhes esguichava da cabeça, atingindo-me
como inexprimível jato de força elétrica, acentuando: “-não tenho pesar
algum, este homem deveria realmente morrer”... Outras se enlaçavam aos
amigos, e diziam com a boca: “ -Meus sentimentos! O doutor G. morreu moço,
muito moço”. E acrescentavam, refletindo: “-velhaco! Deixou uma fortuna
considerável...deve ter roubado excessivamente”... Outros, ainda, comentavam
junto à carcaça morta: “-Homem probo, homem justo!... E falavam de si
para consigo: “- político ladrão e sem palavra!. Que a terra lhe seja leve e
que o inferno o proteja!”...Via-me salteado por interminável projeção de
espinhos invisíveis a me espicaçarem o coração. Torturado de vergonha, não
sabia onde esconder-me. Ainda assim, quisera protestar quanto às reprovações
que me pareceram descabidas(...) Por muito tempo, perdurava a conturbação, até
que encontrei algum alívio. Muitas crianças de escolas, que eu tanto desejaria
ter ajudado, oravam agora junto de mim. Velhos empregados das empresas em
que eu transitara, e de cuja existência não cogitara com maior interesse,
vinham trazer-me respeitosamente, com lágrimas nos olhos, a prece e o carinho
de sincera emoção. Antigos funcionários, fatigados e humildes, aos quais
estimara de longe, ofertavam-me pensamentos de amor. Alguns poucos amigos
envolveram-me em pensamentos de paz. Aquietei-me, resignado. Doce bálsamo de
reconhecimento acalmou-me a aflição e pude chorar, enfim(...). Estava
inegavelmente morto e vivo”....Tecnicamente, o Instrutor Espiritual
Emmanuel através de Chico Xavier revelou que o processo de desligamento das
estruturas corpo espiritual / corpo físico consomem aproximadamente 50
horas. Centenas de depoimentos obtidos
por via mediúnica, demonstram que essa etapa pode ser vivenciada de forma
lúcida ou inconsciente. Cada caso é um caso. A forma como se viveu, o estado
emocional no momento da morte, o que se fez (não aparentou ter feito) além das
obrigações naturais, mostram-se como determinantes. Naturalmente, você deve estar curioso para
saber como terminou a história aqui reproduzida. Pois bem, relembra ele que “curtia
dolorosas indagações, quando, em dado instante, arrebataram-me o corpo.
Achava-me livre para pensar, mas preso aos despojos hirtos pelo estranho
cordão que eu não podia compreender e, em razão disso, acompanhei o cortejo
triste, cauteloso e desapontado .Não valiam agora o carinho sincero e a devoção
afetiva com que muitos braços amigos me acalentavam o ataúde...A vizinhança do
cemitério abalava a escassa confiança que passara a sustentar em mim mesmo. O
largo portão aberto, a contemplação dos túmulos à entrada e a multidão que me
seguia, compacta, faziam-me estarrecer. Tentei apoiar-me em velhos companheiros
de ideal e de luta, mas o ambiente repleto de palavras vazias e orações pagas
como que me acentuava a aflição e o desespero. Senti-me fraquejar. Clamei
debalde por socorro, até que, com os primeiros punhados de terra atirados sobre
o esquife, caí na sepultura acolhedora, sem qualquer noção de mim mesmo.
Apagara-se o conflito. Tudo era agora letargo, abatimento, exaustão...Por
vários dias repousei, até que, ao clarão da verdade, reconheci que as tarefas
de industrial e político haviam chegado a termo(...). Antigas afeições
surgiram, amparando-me a luta nova”. VOCÊ JÁ ASSISTIU O VÍDEO DEPENDÊNCIAS QUÌMICAS ALÉM DA VIDA - TÓXICOS? clique no ícone Documentários de Curta Duração - logo abaixo e saiba a visão dos Espíritos.
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
O Manual de Xéfolius
A obra A HISTÓRIA DO
ESPIRITISMO (edicel), organizada pelo médico Arthur Conan Doyle - o criador
de Sherlock Holmes -, avalia que um século antes do Dezenove, uma invasão organizada se
processava, descortinando paulatinamente as realidades do Mundo Espiritual,
sabe-se hoje, para onde nos deslocamos após a morte e de onde viemos antes de
aqui nos fazermos presentes. Allan Kardec na paginas da sua REVISTA ESPÍRITA, edição de agosto de
1865, confirma o acerto da observação, após analisar um opúsculo publicado setenta e nove anos antes d' O LIVRO DOS ESPÍRITOS e que lhe chegara
às mãos: O MANUAL DE XÉFOLIUS.
Atribuída a Félix de Wimpfen, guilhotinado em 1793, seus sessenta e seis
exemplares surgiram pela primeira vez em 1788, apenas para alguns amigos, sendo, portanto, bastante raro quando da avaliação do Codificador. No
prefácio, o autor confessa “a espécie de desconfiança experimentada, a
princípio, diante dos conceitos diante dos quais se via, sentimento superado,
posteriormente, por um respeito mais profundo pelo Autor de todas as coisas;
por um novo amor pelos semelhantes; pela compreensão dos “porquês” de tantos
murmúrios contra a Sabedoria Eterna; nascendo o desejo de “compartilhar
com seus irmãos, as encorajadoras esperanças, a pacífica resignação, os
impulsos para a perfeição de que se achava dominado”. Kardec explica
ter tido acesso ao livreto por um colega da Sociedade Espírita de Paris que, sem saber como, nem por quem, a
encontrou sobre sua mesa de trabalho. Em sua avaliação, destaca sete
pontos que tentaremos resumir a partir da essência de cada um: 1-) Partimos
do mesmo ponto, para chegar à mesma circunferência, seguindo raios diferentes;
e é da diversidade dos tipos que temos representado que provém a diversidade de
inclinações dos homens para o seu primeiro protótipo; 2-) O
homem não passa de um protótipo, disforme ou débil, somente quando abusou da
força e da beleza daquele que acaba de deixar, sendo privado das vantagens de
que abusou, afastando-se da felicidade e da salvação, recebendo o que novamente
delas nos pode aproximar. Se, pois, foi a beleza, renascerá feio, disforme; se
a saúde, fraco, doente; se as riquezas, pobre, desprezado; se as grandezas,
escravo, vilipendiado; 3-) Estaremos igualmente de acordo que os
castigos que de um mau sujeito fariam um bom cidadão são preferíveis à barbárie
de o supliciar eterna e inutilmente, para si e para os outro(...). Que, assim,
tudo quanto experimentamos não é senão para nos esclarecer e modificar;
4-) Quando
souberes que aquele tirano, assassinado na flor da idade, não cessou de viver;
que passou pelas mais abjetas condições; que foi punido pela Lei de Talião; que
sofreu sozinho tudo o que fez sofrerem os outros; quando souberes que instruído
pela desgraça, modificado pelos sofrimentos, desenganado, esclarecido sobre
tudo que o perturba; aquele coração no qual abundavam os erros e os vícios, e
que vomitava os crimes que as Leis Universais usaram para a modificação e
salvação de uma porção de nossos irmãos; quando souberes, que aquele coração é
hoje asilo da Verdade, das mais suaves e harmoniosas virtudes, quais serão teus
sentimentos por ele?; 5-) Deus, tão bom quanto justo, só exerce sua
justiça em medida igual à sua Bondade. Tendo nos criado para um destino feliz,
ELE ordenou justamente a natureza das coisas de maneira a 1- que
nenhum crime fique impune; 2- que a punição, mais cedo ou mais tarde, se torne
uma luz para o infrator e para vários outros; 3- que não possamos deslocar nem
infringir nossas leis sem cair num mal proporcional à nossa infração e à
luxação moral do grau atual de nossa modificação; 6-) Quanto
mais avançares mais encantos encontrarás na prece de amor, porque é pelo amor
que seremos felizes e porque, sendo o amor o elo dos seres, teu bom gênio
reagirá sobre ti; 7-) Quando uma injustiça ou uma maldade
despertar em ti o sentimento de indignação, antes de raciocinar sobre ela,
analisa teu sentimento, a fim de que não se transforme em cólera. Dize: é para
suportar isto que necessito de sabedoria. Não será velha dívida que pago? Se me
deixar perturbar, não tardarei a cair. Não estamos todos sob a mão do Grande
Obreiro e não sabe ele melhor que eu qual o utensílio de que deve servir-se?”.
Kardec comenta que “estas citações dizem bastante para dar a conhecer o espírito dessa
obra e tornar supérfluo qualquer comentário”. Interessado em evocar o
Espírito do autor, obtém a informação que ele já se manifestara em várias
ocasiões na Sociedade, obtendo da entidade, na sequência, esclarecimentos
adicionais interessantes. Uma delas que em comunicações ali obtidas, “os
Espíritos usam o nome tipo do grupo a que pertencem. Assim, tal Espírito
que assina Santo Agostinho não será o Espírito de Santo Agostinho, mas um Ser
da mesma ordem, chegado ao mesmo grau de evolução. Que ele, pessoalmente, foi em sua ultima
vida no corpo físico, um desses médiuns inconscientes que se revelam
frequentemente; que para cada aquisição do homem nas Ciências, físicas ou
morais, diversas balizas, a princípios desdenhadas, repelidas para a seguir
triunfar, tiveram que ser plantadas, a fim de imperceptivelmente preparar os
Espíritos para as conquistas futuras; que quando um homem, dotado de uma inteligência
capaz de propagar novas instituições com alguma chance de sucesso, aparece na
Terra ou alhures, foi escolhido pela hierarquia dos Seres Invisíveis,
encarregados pela Providência de velar pela manifestação da nova invenção, para
receber a inspiração dessa descoberta e trazer progressivamente os incidentes que
devem assegurar-lhe o êxito. Acrescenta saber agora ter sido instrumento, em parte
passivo, impelido a escrever O MANUAL DE XÉFÓLIUS pelo Espírito encarregado de
o dirigir para o ponto harmonioso, sobre o qual ele devia se modelar, para
adquirir a soma das perfeições que lhe era dado esperar na Terra”. CLIQUE NO LINK DO ÍCONE DOCUMENTÁRIOS DE CURTA DURAÇÃO E CONHEÇA DEPENDÊNCIAS QUÍMICAS ALÉM DA VIDA - TÓXICOS
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Vampirismo: Mais Real que se Pensa
Você come exageradamente, tem um rápido cochilo despertando
com a sensação de esgotamento e fome. Vai dormir ao final de um dia normal,
atravessa uma noite aparentemente sem sonhos e, ao acordar, inicia o novo dia sentindo-se
como se estivesse de ressaca. Adentra recintos repletos de pessoas e,
afastando-se, sente-se exaurido, sem forças. O cinema partindo de literatura
comercialmente consagrada, faturou muito nos últimos anos com uma fórmula bem
sucedida: juventude, romance e vampirismo. O tema, acompanhando a
evolução da invenção dos irmãos Lumière, transpôs, em várias versões, o celebre
sucesso literário DRACULA, do autor irlandes Bram Stoker. O assunto, contudo,
vem de muito mais longe, pois, o filosofo e teólogo católico Aurélius Agostinho, mais conhecido como Santo Agostinho, já emitira seu parecer a respeito das
entidades capazes de nos “sugar”
energias chamadas por ele Íncubus(masculinas) e Súcubus
(femininas), associadas à sexualidade reprimida. Abrindo caminho para o
conhecimento da realidade da continuidade da vida além da morte do corpo
físico, o Espiritismo revela as interações entre os habitantes dos dois Mundos
ou das duas Dimensões. Provando com inúmeros depoimentos reproduzidos
nos números da REVISTA ESPÍRITA durante o período em que a dirigiu, Allan
Kardec ateve-se às influências mentais, individuais e coletivas, sustentadas
por Espíritos desencarnados, através dos
curiosos mecanismos da mediunidade, ignorada pela cultura prevalente do Plano
em que vivemos esse curto período conhecido como existência física. O século 20,
ampliou muito nosso raio de visão sobre a realidade em meio à qual nos movemos
e existimos. Das fontes reconhecidamente confiáveis, o material produzido pelo
médico desencarnado oculto no
pseudônimo André Luiz, servindo-se do médium Chico Xavier, através do qual
transmitiu a série de obras conhecida como NOSSO
LAR (feb), perfazendo treze livros, descreve suas surpresas ante
a realidade ignorada pela maioria das criaturas humanas. Reconhece em interessante
diálogo com o Instrutor Alexandre em
MISSIONÁRIOS DA LUZ(feb), que “a ideia de que muita gente na Terra vive à
mercê de vampiros invisíveis é francamente desagradável e inquietante”,
indagando sobre a proteção das Esferas mais altas, ouve que “por
não podermos “atirar a primeira pedra” em relação aos que nos são inferiores e
que competiria proteger, como exigir o amparo de superiores benevolentes e
sábios, cujas instruções mais simples são para nós difíceis de suportar, pela
nossa lastimável condição de infratores da lei de auxílios mútuos?”.
Aprende ainda que na dinâmica do processo de “roubo” de nossa energia
vital, “bastará ao desencarnado agarrar-se aos companheiros de ignorância,
ainda encarnados, qual erva daninha aos galhos das árvores, e sugar-lhes a
substância vital”, e que “vampiro - espiritual – é
toda entidade ociosa que se vale, indebitamente, das possibilidades alheias e,
em se tratando de vampiros que visitam os encarnados, é necessário reconhecer
que eles atendem aos sinistros propósitos a qualquer hora, desde que encontrem
guarida no estojo de carne dos homens”. Em outro momento de sua
narrativa, descobre que os que desencarnaram “em condições de excessivo apego
aos que deixaram na Crosta, nele encontrando as mesmas algemas, quase sempre se
mantem ligados à casa, às situações domésticas e aos fluidos vitais da família.
Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram
do corpo físico”. Observa, espantado, “a satisfação das entidades
congregadas ali, absorvendo gostosamente as emanações dos pratos
fumegantes numa residência visitada à hora das refeições, colhendo a informação
do Benfeitor que acompanhava que "os que desencarnam viciados nas sensações
fisiológicas, encontram nos elementos desintegrados – pelo cozimento -,
o
mesmo sabor que experimentavam quando em uso do envoltório carnal” (fenômenos
típicos de vampirização já foram tratados na postagens DEPENDÊNCIAS
QUIMICAS ALÉM DA VIDA (álcool,fumo e tóxicos), SEXO ALÉM DA MORTE e SONHOS:UMA
VISÃO ORIGINAL). Numa operação socorrista em favor de um recém-desencarnado,
acompanha uma equipe a um abatedouro bovino, percebendo um quadro estarrecedor:
“grande
número de desencarnados, atirando-se aos borbotões de sangue vivo, como se
procurassem beber o líquido em sede devoradora (...), sugando as forças do
plasma sanguíneo dos animais”. Tentando entender o por que do
Espírito buscado estar naquele ambiente, aprende que os infelizes que ali o
retinham incluíam-se entre os que “abusam de recém-desencarnados sem qualquer
defesa(...), nos primeiros dias que se sucedem à morte física, subtraindo-lhes
as forças vitais, depois de lhes explorarem o corpo grosseiro”. N’ OBREIROS DA VIDA ETERNA (feb), André acompanha
equipe que assiste o desencarne de doente terminal acomodado em ala hospitalar,
impressionando-se com o que vê: “-A enfermaria estava repleta de cenas
deploráveis. Entidades inferiores, retidas pelos próprios enfermos, em grande
viciação da mente, postavam-se em leitos diversos, inflingindo-lhes
padecimentos atrozes, sugando-lhes vampirescamente preciosas forças, bem
como atormentando-os e perseguindo-os”. Consultando o líder do grupo de
trabalho, ouve “ser inútil qualquer esforço extraordinário, pois os próprios enfermos,
em face da ausência de educação mental, se incumbiriam de chamar novamente os
verdugos, atraindo-os para as suas mazelas orgânicas, só competindo irradiar
boa-vontade e praticar o Bem, tanto quanto possível, sem, contudo, violar as
posições de cada um”. Inúmeras outras situações sobre o processo de
dependência energética dos desencarnados em relação aos encarnados são
alinhadas por André Luiz no conjunto de obras que materializou em nosso Plano.
Numa delas, porém, analisa de forma minuciosa o problema do vampirismo
espiritual. É no EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS
(feb), onde fala sobre a ação deliberada dos que se separaram do corpo pelo
fenômeno da morte, comparando-os no fenômeno aqui tratado, com os parasitas que
agem sobre os hospedeiros(encarnados). Alguns, “à semelhança dos mosquitos e
ácaros, absorvem as emanações vitais dos encarnados que com eles se
harmonizam”. Outros, “vivem no clima pessoal da vítima, em perfeita
simbiose mórbida, absorvendo-lhe as forças psíquicas”. Há como
se pode ver, muito material para estudo. A terapêutica, avalia André, “não
se resume à palavra que ajude e a oração que ilumina. O hospedeiro de
influências inquietantes que, por suas aflições na existência carnal, pode avaliar
da qualidade e extensão das próprias dívidas, precisará do próprio exemplo, no serviço
do amor puro aos semelhantes, com educação e sublimação de si mesmo, porque só
o exemplo é suficientemente forte para renovar e ajustar”.
terça-feira, 20 de novembro de 2012
As Revelações do Professor
Nos sessenta e sete anos em que esteve em nossa Dimensão, o
Espírito que recebeu o nome Abel Gomes
durante essa existência, não apenas aproveitou para resgatar antigos débitos do
passado, mas também semeou as Verdades espirituais para os que testemunharam
suas lutas, se impregnando de seus exemplos e palavras. Impossibilitado de
andar quando tinha apenas 25 anos por pertinaz paralisia que lhe imobilizou as
pernas, perdeu também boa parte da visão, nunca se deixando, contudo, vencer
pelas expiações e duros golpes da adversidade. Descendente
de colonizadores portugueses, pobre de bens materiais, Abel Gomes se tornou benquisto por todos, aureolado de grande
respeito e admiração, jamais alimentando desejos de enriquecer-se. Exerceu a
profissão de professor e contabilista em várias firmas comerciais, até que,
devido à paralisia, começou a trabalhar em sua própria residência como alfaiate
e fotógrafo. Desencarnado, serviu-se do médium Chico Xavier para dar NOTÍCIAS
de sua sobrevivência, dentro daquela simplicidade característica dos que
alcançaram grande sabedoria na busca do infinito conhecimento. Sintetiza em seu
texto, ampla visão a respeito da realidade que encontrou a partir da “área
de embarque” desta para outra Vida, chamada Velório. Pela riqueza de
detalhes a partir de uma percepção diferente, destacamos alguns pontos para sua
reflexão, já que todos nós, cada um à sua maneira, nos defrontaremos mais dia,
menos dia, com essa fatalidade. Dentre os dados didaticamente colocados,
encontramos que no Mundo Espiritual, “as inteligências se agrupam segundo os
impositivos da afinidade, vale dizer, consoante a onda mental, ou frequência vibratória,
em que se encontram”, já que cada mente vive na dimensão com que se
harmonize. “Aqui, diz ele, as leis magnéticas se exprimem de maneira
positiva e simples”. Destaca que “a matéria mental, energia cuja existência
mal começamos a perceber, obedece a impulsos da consciência mais do que
possamos calcular”. Comenta que “os Orientadores dos princípios filosóficos
ou religiosos afirmam que cada individualidade vive no mundo que lhe é peculiar,
isto é, cada mente vive o tipo de vida compatível com o seu estagio, avançado ou
atrasado, na marcha evolutiva”. Afirma ter visitado vastas Colônias
representativas de Civilizações há muito extintas para a observação terrestre.
Costumes, artes e fenômenos linguísticos podem ser estudados, com admiráveis
minudências, nas raízes que os produziram no tempo. Deixemos, porém, a palavra com o professor Abel Gomes: 1- “A cerimonia dos funerais e, os
convencionalismos do velório, dificultam, sobremaneira, a nossa cruzada de
libertação mental (...). Imprimem tamanhas características de terror
na alma recém-desencarnada, que somente poucos Espíritos treinados no
conhecimento superior conseguem evitar as deprimentes crises de medo que, em
muitos casos, perduram por longo tempo”. 2- “Cada
qual, como acontece no nascimento, tem a sua porta adequada para ausentar-se do
Plano Físico (...)”. 3- “O estado mental é muito importante nas
condições da matéria rarefeita que a criatura passa a habitar, logo depois de
abandonar o carro fisiológico”. 4
–“Incontáveis
pessoas, por deficiência de educação do “eu”, agarram-se aos remanescentes do
corpo, com a obstinação de estulto viajante que pretendesse inutilmente reerguer na estrada
a cavalgadura morta”. 5- “Mas,
o número de almas perturbadas de outro modo é infinitamente maior. Não se
apegam ao cadáver putrefato, mas demoram na paisagem doméstica, onde se
desvencilharam das células enfermas, conservando ilusões ou sofrimentos
intraduzíveis. Muitos que se abandonaram à moléstia, fortalecendo-a e acariciando-a,
mais por fugir aos deveres que a vida lhes reserva do que por devoção e
fidelidade aos Desígnios Divinos, fixam longamente sintomas e defeitos, desequilíbrios
ou chagas na matéria sensível e plástica do organismo espiritual,
experimentando sérias dificuldades para extirpá-los (...). Desalentadas
e oprimidas, podem ser enumeradas aos milhares, em qualquer região dos círculos
sutis que marginam a zona de trabalho, em que se delimita a ação dos homens
encarnados. Quando possível, são internadas em grandes e complexas organizações
hospitalares, quase que justapostas ao Plano terrestre comum”. 6- “Milhares se mantem dentro de linhas mentais
infra-humanas, rebeldes a qualquer processo de renovação. Muitas permanecem, em
profundo desânimo, nos recintos domésticos em que transitaram por anos
consecutivos, detendo-se nos hábitos arraigados da casa e inalando substâncias
vivas do ambiente que lhes é familiar, sem coragem de ir adiante”. 7- Há infernos purgatoriais de muitas
categorias. Correspondem à forma de pesadelo ou remorso que a alma criou para
si mesma. Tais organizações, que obedecem à densidade mental dos seres que as
compõem, são compreensíveis e justas. Onde há milhares de criaturas clamando
contra si mesmas, chocadas pelas imagens e gritos da consciência, criando quadros
aflitivos e dolorosos, o pavor e o sofrimento fazem domicílio”. 8- (...) Surpreendemos entidades fortemente ligadas
umas às outras, através de fios magnéticos, nos mais escuros vales de
padecimento regenerativo, expiando o ódio que as acumpliciaram no vício ou no
crime. Outras, que perseveram no remorso pelos delitos praticados, improvisam,
elas mesmas, com as faculdades criadoras da imaginação, os instrumentos de
castigo dos quais se sentem merecedoras”. O longo estudo do arguto
observador, incluído no extraordinário livro FALANDO À TERRA (feb), contem, enfim, informações merecedoras de
análises e reflexões àqueles que já atentaram que as ilusões da
superficialidade em que muitos preferem estacionar, como pondera ele, “a
morte nos situa à frente de complexidades imensas, nos domínios da mente, e,
para solucionar os problemas de ordem imediata, nesse campo de incógnitas
vastíssimas, somente encontraremos na prática dos ensinos de Jesus a sublimação
necessária ao equilíbrio íntimo de que carecemos para mais amplos voos no
conhecimento e na virtude, forças básicas para as realizações mais altas na dinâmica
do Espírito”.
sábado, 17 de novembro de 2012
O Que Falta ?
Numa de suas edições de 1988, a revista norte-americana TIME,
estampava em sua capa um índio da Amazonia brasileira portando uma câmara de
vídeo com que procurava gerar material de divulgação da realidade de seu povo,
do descaso das autoridades para com eles, as belezas de sua cultura. No
contexto da matéria, mostrava-se a importância e utilidade de tal instrumento, aliado ao vídeo cassete em programas de educação voltados para populações
carentes do então chamado Terceiro Mundo. Ásia, Oriente Médio, países remotos
se serviam desse meio para alcançar aqueles que não dispunham de maiores
recursos para serem tirados da ignorância total de forma massificada. Mostrava
a reportagem ainda a importância dos recursos em foco no treinamento e formação
de mão de obra qualificada. Outro estudo divulgado à época revelava que no
processo de fixação da informação, se uma mensagem é apenas ouvida, retém-se de
vinte a vinte e cinco porcento; se lida, de quarenta a quarenta e cinco
porcento, e, se lida e ouvida ao mesmo tempo, de oitenta a oitenta e cinco
porcento. Curiosamente, o retorno de Milton Medeiros, incansável trabalhador e líder, à presidência
do Grupo Espírita CASA DO CAMINHO (Rua Estado de Israel,61, Vl Mariana,São Paulo), ao qual servíamos, fê-lo cogitar da retomada
do Curso de Informação Sobre Espiritismo, que em gestão do início daquela
década, com sua concordância havíamos criado para semear informações no coração
e mente dos que se submetiam ao ciclo de oito passes aplicados no tratamento
espiritual dos que procuravam auxílio na instituição. Nascera o referido
programa a partir da observação da rotatividade alta desses assistidos que,
concluído o atendimento prescrito nas entrevistas de orientação e
encaminhamento, afastavam-se. Profissionalmente ligados naqueles dias à área de Recursos
Humanos em grandes corporações, constatamos a importância dos programas de
integração dos novos funcionários às organizações e imaginamos desenvolver algo
que atendesse a dois objetivos: despertar o interesse pelo Espiritismo e pela
Casa. Ante a impossibilidade de retomarmos o compromisso abandonado anos antes
por razões familiares, numa conversa informal no escritório do inesquecível
amigo, sugeriu desenvolvermos algo tipo telecurso contando com monitores
adequadamente preparados; ideia essa que evoluiu para a produção de oito pequenos
didáticos documentários vinculados a cada um dos passes que o assistido
tomaria, de forma independente e integrada de modo que não houvesse diferença
se começasse, por exemplo, assistir da terceira apresentação, desde que acompanhasse nas
semanas seguintes até a segunda do próximo ciclo. Como um carrossel. Obstinado,
encontrou Sergio , o entusiasmado voluntário capaz de sacrificar horas de sono e fins de semana e de materializar a ideia, a partir de
áudio, possíveis imagens e texto com marcações aproximadas. Assim, meses
depois, estavam concluídos os oito primeiros trabalhos ( Por que Espiritismo, As Obras Básicas, A Filosofia Espírita, O Fenômeno
Mediúnico, A Moral Espírita, O Espiritismo no Brasil, A Prática Espírita e A Atitude Mental) e o resultado foi
tão surpreendente para os dois leigos aventureiros, que decidiram ousar mais, nascendo
mais quatro trabalhos ( Sobre a Morte e
o Morrer, Reencarnação - Vivíamos Antes, Viveremos Depois?, Os Espíritos e o
Efeitos Físicos e A Influência
Espiritual), agora de duração maior, seguidos por vinte e seis adaptações
para vídeos de pioneira iniciativa de dois visionários ligados à Evangelização
Infantil nos anos 60: Mizael Garbim e
Aldrovaldo Góes Ribeiro, os quais mostraram a força do seu ideal – um residia
em Mairinque(SP) e outro, em Santo Antonio da Platina (PR), produzindo material
para mostrar à infância o Espiritismo, a partir de “slides”. Finalizando, mais duas
produções( Anália Franco – A Grande Dama da Educação Brasileira, A Perturbação
Espiritual) e, por fim, Chico Xavier
– Um Perfil Biográfico (1910/1993). A multiplicação gratuita atingiu a
marca de cinco mil cópias que se irradiaram por várias regiões brasileiras e
alguns países do Exterior. Na CASA DO
CAMINHO, os vídeos e o programa CIE funcionaram até que as cópias não suportassem
mais, durante mais de uma década. As reproduções também se interromperam, até que a
insistência de outro determinado idealista – Sergio Tadeu Diniz – sugerisse a
digitalização das matrizes analógicas, tentativa que resultou na
disponibilização, por inesperada e inspirada iniciativa de um filho, Adolfo
Bravo Ferreira, em 2006, de 14 dos 41 produzidos no YOUTUBE, essa ferramenta
extraordinária de democratização da informação e criatividade das criaturas
humanas, possibilitando a, no total, mais de um milhão de pessoas do mundo,
visualizá-los, fazerem dowloads ( mais de 100 mil cópias), usando-os como
material de apoio em aulas, palestras, etc . A evolução da comunicação no meio
espírita evoluiu consideravelmente, a televisão aberta abriu espaço, em várias
localidades brasileiras, para programas de divulgação, nasceram dois canais de
web-TV (TV MUNDO MAIOR e TV CEI), a Internet é cada vez mais utilizada para
formal e informalmente propagar o pensamento de Espíritos e espíritas, contudo
os vídeos ou programas didáticos que, sabe-se tem grande poder de influencia,
se restringiram àquelas inciativas pioneiras. Recursos tecnológicos, gente talentosa e competente há. O que falta? Talvez vontade. Há um manancial incrível de
alternativas na área do material didático em forma de documentários, de curta
duração. Para provarmos isso, começamos com uma postagem abaixo a oferecer algo
experimental no contexto deste BLOG, sob o titulo de DOCUMENTÁRIOS DE CURTA DURAÇÃO. Basta clicar no link reproduzido abaixo do
título e, automaticamente, assisti-lo. Não são produções requintadas,
mas, cremos passam informações e conceitos importantes. Por razões óbvias, o
primeiro trabalho versa sobre a Dependência
Química Além da Morte, revelando suas interações e implicações com a
realidade de nossa Dimensão.
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Espiritismo: Porque Vale a Pena Conhecer
Em sua REVISTA
ESPIRITA de agosto de 1865, Allan Kardec inicia a pauta com um artigo
intitulado O QUE ENSINA O ESPIRITISMO,
respondendo às pessoas que perguntam quais as conquistas novas que devemos ao
Espiritismo. Num trecho de seus comentários, diz que “é incontestável que o Espiritismo
ainda tem muito a nos ensinar. É o que não temos cessado de repetir, pois
jamais pretendemos que ele tenha dito a última palavra”. Em outro, que “para
alcançar a felicidade, Deus não pergunta o que se sabe, nem o que se possui,
mas o que se vale e o bem que se terá feito. É, pois, no seu melhoramento
individual que todo espírita sensato deve trabalhar, antes de tudo. Só
aquele que dominou suas más inclinações aproveitou realmente o Espiritismo e
receberá sua recompensa”. Alinha dez argumentos, demonstrando a lógica
de seus raciocínios: 1 – Inicialmente, ele dá, como sabem todos,
a prova patente da existência e da imortalidade da alma. É verdade que não é
uma descoberta, mas é por falta de provas sobre este ponto que há tantos
incrédulos ou indiferentes quanto ao futuro; é provando o que não passava de
teoria que ele triunfa sobre o materialismo e evita as funestas consequências
deste sobre a sociedade. Tendo mudado em certeza a dúvida sobre o futuro, é
toda uma revolução nas ideias, cujas consequências são incalculáveis. Se aí, se
limitassem os resultados das manifestações, esses resultados seriam imensos. 2 –
Pela firme crença que desenvolve, exerce uma ação poderosa sobre o moral do
homem; leva-o ao Bem, consola-o nas aflições, dá-lhe força e coragem nas
provações da vida e o desvia do pensamento do suicídio. 3 – Retifica todas as
ideias falsas que se tivessem sobre o futuro da alma, sobre o céu, o inferno,
as penas e as recompensas; destrói radicalmente, pela irresistível lógica dos
fatos, os dogmas das penas eternas e dos demônios; numa palavra, descobre-nos a
vida futura e nô-lo mostra racional e conforme à justiça de Deus. É ainda uma
coisa de muito valor. 4 – Dá a conhecer
o que se passa no momento da morte; este fenômeno, até hoje insondável, não
mais tem mistérios; as menores particularidades dessa passagem tão temida são
hoje conhecidas; ora, como todo mundo morre, tal conhecimento interessa a todo
mundo. 5 – Pela Lei da Pluralidade das
existências, abre um novo campo à filosofia; o homem sabe de onde vem, para onde
vai; com que objetivo está na Terra. Explica a causa de todas as misérias
humanas, de todas as desigualdades sociais; dá as mesmas leis da natureza para
base dos princípios de solidariedade universal, de fraternidade, de igualdade e
de liberdade, que só se assentavam na teoria. Enfim, lança a luz sobre as
questões mais complexas da metafísica, da psicologia e da moral. 6 – Pela teoria
dos fluidos perispirituais, dá a conhecer o mecanismo das sensações e das percepções
da alma; explica os fenômenos da dupla vista, da visão à distância, do
sonambulismo, do êxtase, dos sonhos, das visões, das aparições, etc; abre um
novo campo à Fisiologia e à Patologia. 7 – Provando as relações existentes
entre os mundos corporal e espiritual, mostra neste último uma das forças
ativas da natureza, um poder inteligente e dá a razão de uma porção de efeitos atribuídos
a causas sobrenaturais, e que alimentaram a maioria das ideias supersticiosas.
8 – Revelando o fato das obsessões, faz conhecer a causa, até aqui desconhecida,
de numerosas afecções, sobre as quais a ciência se havia equivocado, em
detrimento dos doentes, e dá os meios de os curar. 9 – Dando-nos a conhecer as verdadeiras
condições da prece e seu modo de ação; revelando-nos a influência recíproca dos
Espíritos encarnados e desencarnados, ensina-nos o poder do homem sobre os Espíritos
imperfeitos para os moralizar e os arrancar aos sofrimentos inerentes à sua
inferioridade. 10 – Dando
a conhecer a magnetização espiritual, que era desconhecida, abre ao magnetismo
uma via nova e lhe trás um novo e poderoso elemento de cura. Conclui,
por fim, que “o Espiritismo deu sucessivamente e em alguns anos todas as bases
fundamentais do novo edifício. Cabe agora a seus adeptos por em obra esses
materiais, antes de pedir novos. Deus saberá bem lhes fornecer, quando tiverem completado sua tarefa”.
domingo, 4 de novembro de 2012
Era Modigliani
O lar de Nelly e José Marques Ferreira, em Ribeirão Preto
(SP), encheu-se de alegria naquele 6 de março de 1950 com o nascimento do filho
José Luiz, que juntamente da irmã Nelly,
formaria um grupo familiar feliz até 22 anos após, quando um acidente
automobilístico nas imediações de Iracemapolis (SP), imporia a separação
compulsória entre eles, em 5 de agosto de 1972. Moço tranquilo, exercia natural
liderança entre os amigos, sem nada impor. Sempre muito amoroso com os pais,
com a irmã, cunhado e sobrinhos, deixou saudades profundas no meio em que
vivia. Cursou Engenharia Civil na Universidade de Brasília por algum tempo,
abandonando-a por considera-la muito fria, optando por Arquitetura que cursava
quando desencarnou. Revelava-se espiritualizado, usando muito a expressão
“religiosos de fim de semana” ao se referir às praticantes da fé convencionais,
entendendo que sua geração esperava algo mais além esta vida. Nas vésperas do
seu último natal, ao ver sua mãe preparar a sala para recepcionar amigos para
um almoço, disse-lhe: “Não ponha nada desses enfeites de Natal, que
é tudo comércio. Vou pintar um quadro que você vai gostar muito”. Ao
fazê-lo, surpreendeu a mãe com uma imagem de Cristo tão grande,
impressionando-a tanto, a ponto de julga-lo triste, tendo a impressão não
conhecer o filho, tal a profundidade daquele presente. Como esperava algo
alegre, indagou-lhe se estava com algum problema, ao que ele, calmamente,
respondeu com outra pergunta: “-Qual é o verdadeiro espírito do Natal? Não
é Jesus?”. Zé Luiz, desde muito cedo manifestou grande aptidão para
desenho e pintura, deixando ao morrer aproximadamente quarenta telas, incluindo
trabalhos em aquarela, guache, crayon e colagem, embora tenha frequentado
apenas algumas aulas aos 15 anos. Sofria de bronquite alérgica, apresentando
também hipersensibilidade a tintas, forçando-o a abandoná-las nas primeiras
tentativas. A maioria de seus trabalhos foi encontrada depois de seu desenlace,
muitos não intitulados, nem revelados e interpretados por ele aos familiares.
Escrevia também poesias, originais e curiosas como a intitulada “Aminofilina”,
nome comercial de um produto farmacêutico que usava no controle à sua bronquite
asmática. Zé Luiz tinha horror a tóxicos e quando sabia que um conhecido ou
amigo se iniciava no uso dos mesmos, dizia à mãe: “- A senhora que é amiga de
Fulana, avise-a que seu filho está começando na droga”. Outra faceta de sua
vida, só conhecida após sua morte, era o trabalho, silenciosos e anônimo, que
ele e um grupo de colegas realizava nas noites frias da capital paulista,
distribuindo cobertores à albergados debaixo de pontes e viadutos. Vinte e seis
foi o número de dias que Zé Luiz esteve internado, com várias fraturas,
complicadas por meningite e embolia gordurosa, que determinaram sua morte.
Durante todo esse período, com exceção dos últimos dias lucido, levantava o
ânimo dos médicos e dos que o visitavam. O reencontro com seus, se daria apenas
setenta dias após sua desencarnação, por extensa e confortadora carta, escrita
através de Chico Xavier, em Uberaba (MG). Nela, o jovem revela estar em
convalescença, em tratamento, hospitalizado, sem condições de concatenar seus
pensamentos com segurança. Acrescenta “estar ainda ligado à casa de onde saíra,
sabendo tudo o que falavam a seu respeito, embora não soubesse explicar como
isso ocorria, tendo a ideia que fios o interligavam aos familiares, fios que na
Terra, não se tem a mais leve informação. Pede ajuda aos pais, pois segundo
ele, quando eles choravam, mesmo à distância um do outro, sem que se vissem,
ele via os dois e o pranto lhe surgia incontrolável. Pede-lhe aceitação,
conformação e conversão do tempo em serviço no Bem ao próximo”. Cita as
avós Eugênia e Amélia que o receberam e acompanhavam na recuperação, menciona a
visita de Dom Mousinho, o primeiro Arcebispo de Ribeirão Preto, amigo da
família e da Madre Coração de Jesus, ligada ao Colégio em que estudou em
Ribeirão. Detalhes e nomes desconhecidos por Chico que ao despedir-se do casal,
afirmou acreditar que a próxima manifestação do jovem seria artística. Seis
anos se passaram e, em dezembro de 1978, assistindo a uma apresentação do então
jovem Luiz Antonio Gasparetto, em São Paulo, à qual fora movida por forte
impulso que a fez, com o marido, abandonar a um casamento a um casamento de que
participava em Limeira (SP), para aproveitar a oportunidade de incluir-se entre
a plateia convidada para ver o médium em ação. Na ocasião, entre as dezenas de
pinturas produzidas pelos Espíritos com as mãos e pés de Gasparetto, havia uma
obtida em um minuto e trinta segundos, assinada por Modigliani, apresentando um
Cristo, em linhas gerais, muito semelhante a outro produzido por Zé Luiz, sete
meses antes de sua morte, denominado por ele “CRISTO EM AZUL”. Comentando com Gasparetto
a questão da semelhança, ao final do estafante trabalho mediúnico, este,
mostrou-se surpreso por ter pintado Cristo já que durante o transe não tinha
consciência do que os Espíritos por ele transmitiam. Pouco mais de um ano
depois, os pais de Zé Luiz, de posse do quadro CRISTO EM AZUL pintado por ele e
da obra produzida por Modigliani através de Gasparetto, mostraram-nas a Chico
Xavier, que se limitou a dizer que a pintura mediúnica pertencia de fato à mãe
do jovem desencarnado, afirmando que o Espírito a pintara para ela. Na visita
posterior do casal à Uberaba, ao final da reunião pública de 15 de outubro de 1982,
Chico convidou-os para ir à sua casa na manhã seguinte, contando-lhes que, em
desdobramento espiritual, fora levado por um Espírito à França, mais
precisamente a uma praça, com muitas pessoas, onde estavam expostas várias
telas. Observou que as obras de arte tinham a assinatura “Modigliani”.
Destacava-se de um grupo, um moço alto e bonito. Dirigiu-se, então, ao Espírito
amigo que o conduzia dizendo-lhe: “- Eu conheço esse moço, ao que ele
respondeu: “-Conhece sim!”. Chico acrescentou: “-Mas eu conheço esse moço do
Brasil”, obtendo a reveladora informação: “-Exatamente, este moço no Brasil,
foi o Zé Luiz”. Se restava alguma dúvida, ela definitivamente estava
totalmente desfeita, conforme contado no livro PORTO DA ALEGRIA (ide): Zé Luiz era o pintor italiano Amadeo Modigliani
reencarnado.
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