Desde que, em 1941, o médium Chico Xavier passou a conviver com o espírito que depois passaria a chamar André Luiz, a afinidade entre ambos permitiu que ao iniciarem a tarefa de produzir uma série de livros com a finalidade de despertamento, resultasse, de forma surpreendente e rápida do trabalho, reconhecido hoje, como altamente revelador. Em poucos anos, quatro verdadeiras reportagens nos conduziram para uma realidade até então indefinida e abstrata. NOSSO LAR, OS MENSAGEIROS, MISSIONÁRIOS DA LUZ e OBREIROS DA VIDA ETERNA, obras substanciais, surgindo como uma fonte de agua cristalina, capaz de saciar a sede de todo aquele que se vê perdido no deserto da ignorância espiritual que caracteriza a Humanidade. Detalhes curiosos envolveram algumas delas, bem como o médium, Chico pela dificuldade criada por ele para reproduzir as descrições do autor espiritual, foi levado por este e Emmanuel a visitar área periférica da colônia espiritual; MISSIONÁRIOS DA LUZ teve sua recepção suspensa por vários dias, pois os Instrutores que supervisionavam o trabalho de André consideraram importante se reunir para examinar se ele poderia ou deveria apresentar certas teses no livro, notadamente no capítulo REENCARNAÇAO. E, justamente nesta obra encontramos, entre inúmeras outras, reveladora informação. É justamente no capítulo 12, em que André após se surpreender ouvindo conversa entre o Instrutor Alexandre e um amigo que o solicita intervir no processo que objetivava o reencarne de outro amigo comum de nome Segismundo. Indagando a respeito, depois dos esclarecimentos, Alexandre sugere uma visita ao Instituto especializado no encaminhamento de programas reencarnatórios da Colônia Nosso Lar, em torno da qual giram todas as narrativas de André, exceção da apresentada n’ E A VIDA CONTINUA. Descrevendo-a como imponente instituição, movimentado centro de serviço de vários prédios e numerosas instalações cercadas por árvores acolhedoras e extensos jardins. No interior, outras surpresas o impressionaram como iluminados protótipos de corpos masculino e feminino, as dependências consagradas aos serviços de desenho, onde pequenas telas, demonstrando peças do organismo humano, estavam ordenadas em todos os recantos, a intensa movimentação de pessoas que ali trabalhavam, outras portando pequenos rolos semelhantes a pergaminhos que, saberia depois, eram pequenos mapas de formas orgânicas, elaborados por orientadores do Plano Espiritual, especializados em conhecimentos biológicos da existência terrestre, estabelecendo planos adequados para fins essenciais conforme o graus de adiantamento do futuro reencarnante. Instigantes apontamentos André recolheria do contato com Manasses, um dos técnicos com que conversou sobre as atividades ali desenvolvidas. Manasses, segundo André, era um livro ambulante, cujos pareceres e informes traduziam ensinamentos. Um deles, sobre os determinantes de inúmeras quedas na dimensão em que nos encontramos. Oferecem elementos para reflexões e auto-avaliações. Esses caminhos que, muitas vezes, se constituem em desvios dos objetivos pelos quais voltamos a esse Plano, são a riqueza já que excesso de recursos nos torna acomodados ou distraídos quanto aos objetivos essenciais da vida; a inteligência que nos torna geralmente refratários às ideias de espiritualidade ou Deus; a beleza que nos entorpece sentimentos e o discernimento pela fixação no ‘eu’ inferior e, por fim, a autoridade que nos faz ilusoriamente sentirmo-nos superiores e mais poderosos que os semelhantes. Na visita, André recolhe alguns exemplos importantes como o de Silvério, que após 15 anos de trabalho nas atividades de auxílio mantidas por Nosso Lar, regressaria à nossa Dimensão para a liquidação de determinadas contas assumidas perante as Leis Cósmicas. A insegurança, porém o perturbava, sobretudo pelo esquecimento do passado, bem como pela restrição de um defeito na perna que autorizara no projeto do novo corpo de que se serviria na encarnação prevista em 70 anos, já que precisava de um antídoto à vaidade que lhe competia combater por quedas em vidas anteriores. O outro caso referia-se Anacleta, também reconhecida cooperadora na Colônia Espiritual, que retornaria brevemente à existência física para auxiliar quatro entidades - três rapazes e uma moça -, há mais de quarenta anos presas às regiões abismais das zonas inferiores, na verdade, filhos que não soubera encaminhar bem na existência anterior na condição de mãe. O terceiro caso, o de um Espírito que procura Manasses para que interviesse no projeto físico para ela elaborado pois, desejava alterações no seu sistema endócrino, particularmente que a tiroide e as para-tiroides não estivessem tão perfeitamente delineadas, já que as formas físicas sedutoras a exporiam à quedas em que não queria reincidir. O quarto caso, o de um amigo de Manasses cujo projeto previa algumas anormalidades na região gástrica através das quais, por fim, se liberaria de registros em sua memoria profunda nascidos de homicídio praticado há mais de 100 anos, assassinando um pobre homem a facadas. Pelo retrospecto, a vitima desencarnada logo a seguir, ligou-se fortemente a ele, e da semente do crime, que o infeliz assassino plantou num momento, colheu resultados terríveis por muitos anos. O ódio recíproco operando igualmente vigorosa imantação, favoreceu a vingança dele, todos os dias, devagarinho, através de ataques sistemáticos do pensamento mortífero. Quando o homicida desencarnou, por sua vez, trazia o organismo perispiritual em dolorosas condições, além do remorso natural que a situação lhe impusera. Arrependeu-se do crime, sofreu muito nas regiões purgatoriais e, depois de largos padecimentos purificadores, aproximou-se da vítima, beneficiando-a em louváveis serviços de resgate e penitência. Cresceu moralmente, tornou-se amigo de muitos benfeitores, conquistou a simpatia de vários agrupamentos do Plano Espiritual, obtendo preciosas concessões. Entretanto, a dívida permaneceu. O amor, contudo, transformou o caráter do trabalho de pagamento. Ao voltar à Esfera Física, não precisará desencarnar em espetáculo sangrento, mas onde estiver, durante os tempos de cura completa, experimentará desgostos, em virtude do sofrimento físico pertinaz, lutará incessantemente, desde a eclosão da úlcera até o dia do resgate final no aparelho fisiológico, atingindo, mais tarde, a plena libertação, se se mantiver fiel aos compromissos novos. Pelos casos aqui vistos, percebe-se quanto temos ainda a aprender sobre as variáveis que compõem o tema vida antes da concepção do novo corpo a ser utilizado em nossa Dimensão.
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