Acidentes de Trânsito, queda de aviões, terremotos, inundações, tsunamis, furacões, como a mídia estampa, a todo o momento, resultam na morte de algumas a centenas de pessoas diariamente na Terra. Será que todos os que perecem estavam marcados para se tornar vítimas? Buscando respostas, com a mente aberta, livre de preconceitos, podemos encontra-las a partir da informação contida na questão 853 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, segundo a qual “não há de fatal, no verdadeiro sentido da palavra, senão o instante da morte. Quando esse momento chega, seja por um meio ou por outro, não podeis dele vos livrar”, complementada pela seguinte, se ante qualquer perigo que nos ameace, não morreremos se nossa hora não chegou: “-Não, não morrerás, e tens disso milhares de exemplos. Mas quando chegar a tua hora de partir, nada te livrará”. Mas, e no caso de mortes coletivas? Essa lógica prevaleceria? Respondendo à pergunta formulada por algumas dezenas de presentes na reunião pública de 28 de fevereiro de 1972, em Uberaba (MG), sobre “porque Deus, sendo a Bondade Infinita, permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos grandes incêndios”, o Espirito Emmanuel esclareceu: “-Realmente reconhecemos em Deus o Perfeito Amor aliado à Justiça Perfeita. E o homem, filho de Deus, crescendo em amor, traz consigo a Justiça imanente, convertendo-se, em razão disso, em qualquer situação, no mais severo julgador de si próprio. Quando retornamos da Terra para o Mundo Espiritual, conscientizados nas responsabilidades próprias, operamos o levantamento dos nossos débitos passados e rogamos os meios precisos a fim de resgatá-los devidamente. É assim que, muitas vezes, renascemos no Planeta em grupos compromissados para a redenção múltipla”. Exemplificando, traça alguns dos perfis que agrupam várias pessoas nos processos de morte coletivas: “-Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos coletividades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontro marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos. Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos a volta ao corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras. Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida, em acontecimentos de sangue e lágrimas. Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidades na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação”. Analisando do coletivo para o individual, sintetiza: “- Criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a extinguir lhe as consequências”. Observando-se rapidamente o cenário mundial atual, encontramos os mesmos comportamentos sociais: Invasores ambiciosos, exploradores da comunidade, promotores de guerras, corsários incendiando cidades, subjugando grupos humanos indefesos, pretextando a luta contra o terrorismo, cedendo à corrupção no exercício de cargos públicos, resistindo a pressões para não abandonar o poder, nos conflitos raciais, nos grupos paramilitares dos países subdesenvolvidos da África, Américas Central e do Sul. Comentando estas explicações vertidas através de Chico Xavier, incluídas no livro CHICO XAVIER PEDE LICENÇA (geem), o filósofo e escritor José Herculano Pires acrescentou que “as leis da Justiça Divina estão escritas na consciência humana. Caim matou Abel por inveja e a sua própria consciência o acusou do crime. Ele não teve a coragem heroica de pedir a reparação equivalente, mas Deus o marcou e puniu. Faltava-lhe crescer em amor para punir-se a si mesmo. O símbolo bíblico nos revela a mecânica da autopunição cumprindo-se compulsoriamente. Mas, nas almas evoluídas, a compulsão é substituída pela compaixão”. Pondera ainda: “- Para a boa compreensão desse problema precisamos de uma visão clara do processo evolutivo do homem. Como selvagem ele ainda se sujeita mais aos instintos do que à consciência. Por isso não é inteiramente responsável pelos seus atos. Como civilizado ele se investe do livre-arbítrio que o torna responsável. Mas o amor ainda não o ilumina com a devida intensidade. As Civilizações Antigas (como o demonstra a própria Bíblia), são cenários de apavorantes crimes coletivos, porque o homem amava mais a si mesmo do que aos semelhantes e a Deus. Nas civilizações modernas, tocadas pela luz do Cristianismo, os processos de autopunição se intensificam”. Sem ter relação direta com as considerações feitas, uma carta psicografada, entre outras, pelo médium Chico Xavier, em reunião pública no dia 15 de setembro de 1984, amplia nosso entendimento sobre o tema. Na verdade, era a segunda mensagem – a primeira transmitida quarenta e sete dias após sua morte - assinada pelo Espírito Luiz Roberto Estuqui Junior, desencarnado em quatro de janeiro daquele ano após o capotamento do carro que dirigia retornando da capital paulista para São José do Rio Preto (SP). Nela, o jovem tenta esclarecer indagações da mãe sobre porque motivo teria ele, seu único filho, sido chamado à Vida Espiritual, dizendo que seu tio João Fausto Estuqui, desencarnado oito anos antes em acidente aviatório, nas imediações de Votuporanga (SP, explicou que, “por amigos daqui, veio a saber que milhões de pessoas estão passando pela desencarnação no tempo áureo da existência, porque nos achamos numa fase de muitas mudanças na Terra ( TRANSIÇÃO PLANETÁRIA). E aqueles Espíritos retardatários em caminho, quando induzidos a considerar a extensão das próprias dívidas, aceitam a prova da desencarnação mais cedo do que o tempo razoável para a partida, e são atendidos com a separação de pais e afetos outros, no período em que mais desejariam continuar vivendo, em razão do tempo que perderam com frivolidades nas vidas que usufruíram. São muitos os companheiros que se retiram da Terra, compulsoriamente, das comodidades humanas em que repousavam, de modo a rematarem o resgate de certos débitos que os obrigavam a sofrer no âmago da própria consciência”. Num dos interessantes estudos contidos n’ OBRAS PÓTUMAS, Kardec, questionando a Espiritualidade sobre AS EXPIAÇÕES COLETIVAS, obtém do Espírito Claire Duplantier a informação que o estudo das Leis que o Espiritismo nos revela, mostra que “podem aplicar-se, sem medo de errar, as Leis que regem o indivíduo à família, à nação, às raças, ao conjunto dos habitantes dos mundos, os quais formam individualidades coletivas. Há as faltas do indivíduo, as da família, as da nação; e cada uma, qualquer que seja o seu caráter, se expia em virtude da mesma Lei. O algoz, relativamente à sua vítima, quer encontrar-se em sua presença no espaço, quer vivendo em contato com ela numa ou em muitas existências sucessivas, até a reparação do mal praticado. O mesmo sucede quando se trata de crimes cometidos solidariamente por um certo número de pessoas. As expiações também são solidárias, o que não suprime a expiação simultânea das faltas individuais”. Comentando a resposta, Kardec diz a certo trecho de suas ponderações: “- Quem matou com a espada perecerá pela espada”, são palavras do Cristo, palavras que se podem traduzir assim: aquele que fez correr sangue verá o seu também derramado; aquele que levou o facho do incêndio ao que era de outrem, verá o incêndio ateado no que lhe pertence; aquele que despojou será despojado; aquele que escraviza e maltrata o fraco será a seu turno escravizado e maltratado, quer se trate de um indivíduo, quer de uma nação, ou de uma raça, por que os membros de uma individualidade coletiva são solidários assim no bem como no mal que em comum praticaram”. Como isso se processa, Emmanuel explica através de Chico Xavier na obra O CONSOLADOR, questão 250: “- Na provação coletiva verifica-se a convocação dos Espíritos encarnados, participantes do mesmo débito, com referência ao passado delituoso e obscuro. O mecanismo da justiça, na lei das compensações, funciona então espontaneamente, através dos prepostos do Cristo, que convocam os comparsas na dívida do pretérito para os resgates em comum, razão por que, muitas vezes, intitulais ‘doloroso acaso’, às circunstâncias que reúnem as criaturas mais díspares no mesmo acidente, que lhes ocasiona a morte do corpo físico ou as mais variadas mutilações, no quadro dos seus compromissos individuais”. Mas, não podem haver erros, estando a pessoas no lugar errado, na hora certa do acontecimento? A palavra final, pertence ao Espírito da Verdade nas questões 738 (a/b) d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS: “- Durante a vida o homem relaciona tudo a seu corpo, mas após a morte pensa de outra maneira. Como já dissemos, a vida do corpo é um quase nada; um século de vosso mundo é um relâmpago na Eternidade. Os sofrimentos que duram alguns dos vossos meses ou dias, nada são. Apenas um ensinamento que vos servirá no futuro. Os Espíritos que preexistem e sobrevivem a tudo, eis o mundo real. (...) Os corpos não são mais que disfarces sob os quais aparecem no mundo. (...) Se considerássemos a vida no que ela é, quão insignificante em relação ao infinito, menos importância lhe daríamos. “Essas vítimas terão noutra existência uma larga compensação para os seus sofrimentos, se souberem suportá-los sem lamentar”.
Luiz Armando, seu blog está muito bom!
ResponderExcluirObrigada!
Amarílis