“Acordei num barco engalanado de flores, seguido de outras embarcações, nas quais muitos irmãos entoavam hinos que me eram estranhos. Hinos em que o amor por Iemanjá era a tônica de todas as palavras. Os amigos que me seguiam falavam de libertação e vitória. Muito a pouco e pouco, me conscientizei e passei da euforia ao pranto de saudade, porque a memória despertava para a vida na retaguarda (...). Os barcos se abeiravam de certa praia encantadoramente enfeitada de verde nas plantas bravas que a guarneciam. Quando o barco que me conduzia ancorou suavemente, uma entidade de grande porte se dirigiu a mim com paternal bondade e me convidou a pisar na terra firme. Ali estavam o meu pai, Manoel, e nossa mãezinha, Amélia. Os abraços que nos assinalavam as lágrimas de alegria pareciam sem fim. Era muita saudade acumulada no coração. Ali, passei ao convívio de meus pais, e os meus guardiões retornaram ao mar alto”. O depoimento foi feito pelo Espírito da conhecida artista Clara Nunes, em carta escrita à irmã Maria, através de Chico Xavier, em 15 de setembro de 1984, quase dezoito meses da sua desencarnação, depois de 28 dias em coma resultante de reação à componente de anestésico recebido em pequena cirurgia a que se submetia. Clara, segundo biógrafos, aderiu à Umbanda após turnê realizada à África, cantando música brasileira e pesquisando culturas regionais daquele continente. Outras psicografias do médium mineiro fornecem elementos correlatos. Numa delas - a segunda carta enviada aos familiares, oito meses após sua morte física -, Roberto Muszkat, desencarnado com pouco mais de 19 anos, acometido por reação alérgica súbita e extremamente grave ao aplicar um tópico nasal antes de se deitar, na noite de 19 de março de 1979, a certo trecho da mesma, diz: “- Vim a saber então que me achava em Erets Israel, ou Terra do Renascimento, cuja beleza é indescritível. Ali, naquela província do Espaço Terrestre, se erguia uma outra cidade luminosa dos Profetas. Os que choraram no mundo, os que sofreram torturas, os que foram martirizados e queimados, perseguidos e abatidos por amor à Vitória do Eterno e Único Criador da Vida operavam repousando ou descansavam trabalhando pela edificação da Humanidade Nova. Com estes apontamentos não quero dizer que estava, tanto quanto prossigo, numa cidade privilegiada, porque outras nações as possuem nas esferas que cercam o Planeta”. Primogênito de família seguidora do Judaísmo, cujas tradições faziam o jovem vibrar, serviu-se de Chico para testemunhar diversas vezes aos entes queridos sua sobrevivência em outra Dimensão, como contado no livro QUANDO SE PRETENDE FALAR DA VIDA (geem). Em outro caso, o Espírito Bezerra de Menezes, por duas vezes, informou a família seguidora do Budismo, que seu filho Tiaminho desencarnado aos 5 anos de idade, por atropelamento em 25 de janeiro de 1980, na Rodovia Guarujá-Bertioga, “fora entregue em seu reajuste de forças espirituais, a representantes do missionário Sinnet, Benfeitor e Instrutor da imensa família Budista”, detalhe reafirmado no segundo bilhete, no qual diz aos pais, que “o filhinho de ambos, está sob a proteção do Reverendo Sinnet, grande missionário do Bem, na revelação Budista”. Na quarta carta escrita aos pais, pouco mais de dois anos após o acidente, confirma que foi “amparado por irmãos budistas que o auxiliaram a retomar a memória da vida passada mais recente”, o que explica o surpreendente teor da quinta mensagem, em que, investido na personalidade da referida encarnação, relata as raízes do infortúnio experimentado por todos na atual. Solicitado a explicar o fato pelo organizador do livro RESGATE E AMOR (geem), onde se encontra a íntegra desta história, Chico Xavier respondeu: “- Não podemos nos esquecer que Tiaminho foi inicialmente recolhido por Mentores Budistas, altamente especializados em auxiliar aos seus tutelados na possível regressão da memória, decerto para efeito de segurança e eficiência no trabalho que seria chamado a desenvolver”. Os depoimentos coincidem com revelações do CARTAS DE UMA MORTA (Lake,1935), em que o Espírito Maria João de Deus, mãe de Chico na recente existência, conta: “-Os saxões, os latinos, os árabes, os orientais, os africanos, formam aqui grandes falanges, à parte, e em locais diferentes uns dos outros. Nos núcleos de suas atividades, conservam os costumes que os caracterizavam e é profundamente interessante observarmos de perto como essas Colônias Espirituais diferem umas das outras. (...) É desse modo que tenho visto aqui muitas extravagâncias de costumes. Por exemplo, na Primeira Esfera, mais apegada a Terra e às suas ilusões, muitas organizações existem à maneira do Planeta. São inúmeras as congregações de Espíritos que se dedicam à salvaguarda de seus ideais religiosos sobre o Orbe terráqueo. A Igreja Romana, por exemplo, tem aí organizações, conventos, irmandades, que defendem seus erros e, assim, de facção em facção, podereis compreender a imensidade de nossa luta. Nas Colônias de antigos remanescentes da África, vim conhecer costumes esquisitos, como bailados estranhos, ao som de músicas bizarras que me deram a impressão de fandangos, tão da preferência dos escravos no Brasil. (...) A nossa existência é a continuidade da vida material com todas as suas características”. No livro intitulado FALANDO A TERRA (feb,1951), há um texto de Abel Gomes comentando que “a cerimônia dos funerais e o convencionalismo do velório dificultam, sobremaneira, a nossa cruzada de libertação mental. (...) Imprimem tamanhas características de terror na alma recém desencarnada, que somente alguns poucos espíritos treinados no conhecimento superior conseguem evitar as deprimentes crises de medo que, em muitos casos, perduram por longo tempo”. Chico Xavier, por sua vez, conta: - “Certa vez, visitando o cemitério de Uberaba, notei a presença de um Espírito que, rente ao seu próprio túmulo, chorava, arrependido. Fora rico comerciante na cidade e cometera suicídio. Fazia muito tempo que estava ali, preso aos despojos, se lamentando, não mostrando a menor disposição íntima de abandonar o local; aquilo era uma autopunição”. Noutra ocasião, testemunhou a recusa de outro Espírito, repelindo auxílio, pois, como dizia, estava aguardando o “Dia do Juízo Final”. Comentando na obra INESQUECÍVEL CHICO XAVIER (geem), a posição dos desencarnados que não foram más pessoas, nem se interessaram pelo conhecimento das coisas espirituais, explicou: “- Oitenta por cento, voltam-se para a retaguarda sem condições de ascenderem aos Planos Elevados. Apenas vinte por cento gravitam para os Planos mais altos. A maioria fica vinculada aos familiares e amigos. Egressas do Plano Físico, sentem-se numa viagem sem mapa, direção ou bússula”. Sobre as religiões, acrescentou que “é preciso que as criaturas tenham a semente, o germe da crença por dentro. Porque aquelas que em nada creem e praticam o mal, ao desencarnar, tornam-se verdadeiros robôs. Perdem a memória no Além, (...) podendo ser dominadas por entidades malfazejas, ficando à mercê delas”.
Luiz Armando,
ResponderExcluirParabens pelo blog e pelos posts muito interessantes e informativos.
Aprendo muito e fico cada vez mais interessado em aprender sobra a doutrina.
Eduardo
Luiz Armando,
ResponderExcluirParabens por mais esta iniciativa!
Posts muito bons e com várias informações importantes.
Siga com Deus!
Abs
ECR