“Certa vez, lanchávamos em companhia do Chico, em Uberaba, quando ele passou às minhas mãos uma xicara de café. Em pleno dia, houve então impressionante fenômeno de efeitos físicos. Vi altamente surpreendida, que seus dedos brilhavam e como se fossem de cera a derreter-se em contato com o calor, começou a jorrar perfume. O café ficou perfumado e o chão respingado de agradável perfume que invadiu a sala toda. Ele ocultou a mão, meio sem jeito, e eu perguntei: “- Chico, o que você sente quando isso acontece?”. Respondeu-me: “-Sinto vergonha, minha filha!”. O testemunho incluído no livro LUZ BENDITA (ideal,1977), pertence a Suzana Maia Mousinho, amiga pessoal de Chico Xavier, desde 1957, quando, pode-se dizer, se reencontraram em Pedro Leopoldo, MG, já que suas ligações espirituais vem de outras vidas. O médium mineiro além das múltiplas percepções no campo dos chamados fenômenos de efeitos intelectuais, as possuía também no campo dos efeitos físicos. Inúmeros os relatos sobre as garrafas de água que, abertas na câmara de passe onde, enquanto a saúde lhe permitiu, eram colocadas a fluir. Os aromas deliciosos, variados, como se cada recipiente possuísse uma fragrância própria, capaz de, ser dividida em vários outros vasilhames, conservassem ao longo de dias, suas características que impressionavam não só por esse fato, mas também pelo gosto geralmente modificado. Na obra CHICO XAVIER,MEDIUNIDADE E AÇÃO (ideal,1990), Carlos Antonio Baccelli conta que Luiz Carlos Becker( Cuca), filho da atriz Cacilda Becker, relatou-lhe que certa ocasião, conduzindo uma das reuniões do Centro que preside em São Paulo, em que Chico estava presente, considerando encerradas as tarefas da noite, perguntou-lhe se podia encerrar a reunião, ouviu: “- O Dr Bezerra está pedindo que esperemos um pouco mais, meu filho.”.. Daquele momento em diante, um forte cheiro de éter espalhou-se no recinto e luzes relampejaram no ambiente. Na penumbra, impressionados, os presentes viram o coração do médium se iluminar. De paletó, como era hábito seu, Chico colocava as mãos sobre o peito e virava-se contra a parede, encolhendo-se todo, na tentativa de ocultar a luz que se lhe irradiava do tórax, de forma intensa e suave, ao mesmo tempo. Inútil, porém. A luz saía pelas costas, varando a camisa e o paletó, iluminando o salão. Desconcertado, Chico, findos os trabalhos, ficou dizendo que aquela luz era dos Espírito e não dele. Maria Philomena Aluotto Berutto, conhecida como Dona Neném, hoje desencarnada, dirigente por vários anos a União Espírita Mineira, conta que no dia nove de novembro de 1974, o seguinte ao recebimento pelo médium do Título de Cidadão de Belo Horizonte, estando na sede da entidade orientadora do movimento espírita do estado mineiro, após sete horas de atendimento aos que o procuravam, ouviu-se ruidosa manifestação em grupo de pessoas que seguiam em sua direção. Empunhando uma arma, alguém bradava: “-Ninguém vai tocar em Chico Xavier. Eu o defenderei de qualquer um. Ele é um santo!”. Notava-se o desequilíbrio da pessoa, aumentando a apreensão de todos, especialmente pela realidade da arma de fogo, de grosso calibre... A movimentação aumentou no recinto, uns se apavorando, outros procurando correr, outros tentando controlar a pessoa. Chico, tranquilo, afasta-se um pouco do grupo e põe-se em silêncio, permanecendo, contudo, no recinto. Descemos ao térreo pensando em providências defensivas, e, para nosso alívio, um jipe com militares da Polícia Militar para junto ao meio-fio e seus ocupantes, comandados por um sargento, vem ao nosso encontro, sendo recebidos com as seguintes palavras: ‘- Graças a Deus vocês chegaram. Estamos com problemas lá em cima!”. Antes de qualquer explicação, para surpresa nossa, o líder da patrulha fala: “- Não tem nada não, vamos subir. O senhor Chico Xavier FOI NOS CHAMAR NA ESTAÇÃO RODOVIÁRIA, onde estávamos em ronda. Viemos logo atender ao chamado”. Fora, avalia Dona Nenem, um evidente fenômeno de bilocação. Apesar dos inúmeros testemunhos referindo-se a impressionantes fatos no campo dos efeitos físicos produzidos através do médium, sigamos alguns, alinhados por Roque Jacintho, no livro QUARENTA ANOS NO MUNDO DA MEDIUNIDADE (luz no lar), a partir de entrevista com Joaquim Alves, o Jô, próximo do médium desde fins dos anos 40. Lembra Jô que, certa vez, Chico aplicava passes quando ao seu lado, ocorreu um ruído, qual se algum objeto de pequeno porte tivesse sido arremessado, sem muita violência. ‘- Jô - disse o médium –Scheilla deu-lhe um presente”. Logo mais, procuramos ao derredor e vimos um caramujo grande e adoravelmente belo, estriado em delicadas cores. Apanhamo-lo, incontinente, e verificamos nele água marinha, salgada e gelada, com restos de areia fresca. Estávamos a centenas de quilômetros de uma nesga de mar, no Triângulo mineiro, em manhã de Sol abrasador que crestava a vegetação e, em nossas mãos, o caramujo que o Espírito nos ofertara, servindo-se da mediunidade de transporte de Chico. “Numa das peregrinações, recorda Jô, uma das senhoras visitadas rogou ao Chico entrasse em sua casa, para ver um dos parentes que se encontrava acamado e muito enfermo. O lar era modestíssimo. Entramos em pequeno grupo, que mais o dormitório não comportava. O enfermo, no leito, exalava odor nauseante, a ponto de fazer um dos visitantes sentir-se mal, retirando-se, levando os demais a empreender esforços visíveis para sustentar-se no posto de socorro. O médium rogou uma prece. Quando as primeiras palavras eram articuladas, uma onda de éter varreu todo o ambiente, seguida por brisa perfumada em magnólia, transformando a atmosfera num recanto de paz”. São bem conhecidos os depoimentos sobre a utilização de Chico na produção de fenômenos de materialização entre os anos 52/53, interrompidos a pedido de Emmanuel. Lembrando essa fase, Jô conta: “- Certa vez, vivemos outro raro instante. Estando agrupados numa das salas da casa de André, seu irmão, Chico havia se retirado para o dormitório do casal, onde permaneceria em transe mediúnico, quando, após o ambiente ter se inundado com uma onda de perfume, corporifica-se o Espírito Scheilla, loira e jovial, falando com seu sotaque alemão – língua exercida em sua derradeira encarnação. Um dos encarnados, Bissoli estabeleceu o diálogo. “- Eu me sinto mal”, disse. “- Você – respondeu Scheilla, graciosa e delicada – come muita manteiga, Bissoli. Vou tirar uma radiografia de seu estomago”. A pedido, o companheiro levantou a camisa. O Espírito corporificado aproxima-se e entrecorre, num sentido horizontal, seus dedos semiabertos sobre a região do estomago do amigo. E tal se lhe incrustassem uma tela de vidro no abdomem, podíamos ver as vísceras em funcionamento. “- Pronto!” – diz Scheilla, apagando o fenômeno. “- Agora levarei a radiografia ao Plano Espiritual para que a estudem e lhe deem um remédio”. Substituindo Scheilla, entrou na sala entidade de extrema humildade, vestida na mais comovedora pobreza, descalça. Era Auta de Souza. “- Joaquim - chamou-nos num murmúrio – como vai nossa campanha? .Quase nem pudemos respondê-la, tal a comoção. Saindo Auta de Souza, a voz que dirigia o trabalho, se fez ouvir por voz direta, da Espiritualidade: “- Agora, peço aos amigos que abram a porta, para ver o médium”. Atendemos. Descerrada a porta, encontramos o ambiente todo iluminado, Chico deitado, atravessado na cama, inanimado. De seu peito, no local do coração, um esfuziante foco de luz se lançava ao espaço e, em letras douradas, se escrevia a palavra: A M O R.
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