Quando morrem, por vezes, deixam um vazio na família a que se ligavam como se fosse um de seus membros. Quando fogem ou se perdem, provocam sérios desequilíbrios emocionais, sobretudo nas crianças. Quando maltratados, especialmente os cães, recebem seus agressores como se nada tivesse acontecido. Assim são os animais domésticos nos grupos sociais aos quais se vinculam. Tornam-se tão queridos e importantes que um Ministro de Estado do Governo brasileiro indagado sobre o uso de veículo público para levar ser cão ao veterinário, justificou-se dizendo que “cachorro também é gente”. O Espiritismo, de Allan Kardec aos nossos dias, tem interessantes informações sobre essas criaturas. Essencialmente evolucionista, muito além do que Charles Darwin conseguiu enxergar, a Doutrina Espírita considera o animal irracional uma forma que precede a do animal racional, ou seja, o homem. Afirmando que o que nos diferencia dos seres inferiores é nossa capacidade do pensamento contínuo, informa-nos o Espírito André Luiz, através de Chico Xavier, na obra EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (feb), que “há ideias-fragmento de determinado sentido mais avançadas em certos animais que em outros. Ainda assim, o cão e o macaco, o gato e o elefante, o muar e o cavalo são elementos de nossa experiência usual mais amplamente dotados de riqueza mental, como introdução ao pensamento contínuo”. Na mesma obra, revela que “aperfeiçoando as engrenagens do cérebro, o princípio inteligente sentiu a necessidade de comunicação com o semelhante e, para isso, a linguagem surgiu entre os animais (...). De início, o fonema e a mímica foram os processos indispensáveis ao intercâmbio de impressões ou para o serviço de defesa, como, por exemplo, o silvo de vários répteis, o coaxar dos batráquios, as manifestações sonoras das aves (...). Contudo, à medida que se lhe acentuava a evolução, a consciência fragmentária investia-se na posse de mais amplos recursos. O lobo grita pelos companheiros na sombra noturna, o gato encolerizado mostra fúria característica, miando raivosamente, o cavalo relincha de maneira particular, expressando alegria ou contrariedade, a galinha emite interjeições adequadas para anunciar a postura, acomodar a prole, alimentar os pintainhos ou rogar socorro quando assustada, e o cão é quase humano, em seus gestos de contentamento e em seus ganidos de dor”. Indagando a Espiritualidade Superior se os animais tem linguagem, Kardec obteve como resposta na questão 594 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS: “- Se pensais numa linguagem formada de palavras e de sílabas, não; mas num meio de se comunicarem entre si, então, sim. Eles se dizem muito mais coisas do que supondes, mas a sua linguagem é limitada, como as próprias ideias, às suas necessidade”. Sobre os que não possuem voz, parecerem destituídos de linguagem, revelaram que “compreendem-se por outros meios. Vós, homens, não tendes mais do que a palavra para vos comunicardes? E dos mudos, que dizeis? Os animais, sendo dotados de vida de relação, têm meios de se prevenir e de exprimir as sensações que experimentam. Pensas que os peixes não se entendem? O homem não tem o privilégio da linguagem, mas a dos animais é instintiva e limitada pelo circulo exclusivo das suas necessidades e das suas ideias, enquanto a do homem é perfectível e se presta a todas as concepções da sua inteligência”. A reencarnação nas diferentes espécies animais é mecanismo indutor à evolução como explicou o Instrutor Espiritual Aniceto no livro ENTRE A TERRA E O CÉU (feb): - “Cada Ser que retoma o envoltório físico revive, automaticamente, na reconstrução da forma em que se exprimirá na Terra, todo o passado biológico que lhe diz respeito, estacionando na mais alta configuração típica que já conquistou, para o trabalho que lhe compete, de acordo com o degrau evolutivo em que se encontra”. Talvez por isso, o Embriologista, contemplando o feto humano em seus primeiros dias, não possa afirmar com certeza, se tem sob os seus olhos o germe dum homem ou dum cavalo. “Renascidos, esses seres inferiores e necessitados do Planeta – ressalta o Instrutor Espiritual Alexandre em MISSIONÁRIOS DA LUZ (feb) -, não nos encaram como superiores generosos e inteligentes, mas como verdugos cruéis. Confiam na tempestade furiosa que perturba as forças da natureza, mas fogem, desesperados, à aproximação do homem de qualquer condição, excetuando-se os animais domésticos que, por confiar em nossas ´palavras e atitudes, aceitam o cutelo no matadouro, quase sempre com lágrimas de aflição, incapazes de discernir com o raciocínio embrionário onde começa a nossa perversidade e onde termina a nossa compreensão”. E, observa: “- Em nada nos dói o quadro comovente das vacas-mãe, em direção ao matadouro, para que nossas panelas transpirem agradavelmente”. Questionado sobre o porquê das deformidades congênitas no seio dos animais, nascidos cegos ou deformados, se eles não tem livre-arbítrio, o Espírito Emmanuel, através de Chico Xavier disse o seguinte: “- Se determinado cão é treinado para o ataque e a morte, com requintes de crueldade, se ele é programado para o mal (...), aí teremos um desajuste induzido pela irresponsabilidade humana. Ora, este mesmo cão aspira crescer espiritualmente para a inteligência e o livre-arbítrio. Mas, para isso, precisará experimentar o sofrimento que lhe reajuste o campo emotivo, aprendendo a pouco e pouco a Lei de Ação e Reação. Assim, ele provavelmente renascerá com sérias inibições congênitas. A responsabilidade de tudo isto, no entanto, dever-se-a à maldade humana”. Ainda sobre o sofrimento entre os animais, Chico acrescenta que “os Espíritos explicam que eles passam por esses traumas para que possam adquirir memória e sensibilidade”. Embora na questão 600, esteja gravado, que “o Espírito do animal é classificado após a morte pelos Espíritos incumbidos de sua evolução, sendo utilizados quase imediatamente, não dispondo de tempo para se por em relação com outras criaturas”, a generalização não se aplica às questões da Evolução, mesmo porque Allan Kardec ressaltou que O LIVRO DOS ESPIRITOS não é uma obra acabada e os fatos acrescentaram outras informações sobre a vida dos animais no Plano Espiritual. Gabriel Delanne, na obra REENCARNAÇÃO (feb), colige vários depoimentos relacionados a espíritos de animais já desencarnados que se mantinham ao lado dos donos e Ernesto Bozzano, em meio às compilações que se tornaram sua marca registrada, revelou nos Anais das Ciências Psíquicas de 1905, deter 69 casos sobre o tema. Delanne baseado em todas essas informações concluiu: 1- Que existem comunicações telepáticas entre o homem e os animais domésticos; 2- Que os animais apresentam, por vezes, fenômenos de clarividência, isto é, que percebem seres invisíveis; 3- Que são capazes de experimentar pressentimentos; 4- Que possuem uma forma fluídica que lhes permite desdobrar-se; 5- Que esse períspirito animal (corpo espiritual),persiste depois da morte, sob uma forma invisível, que pode ser descrita pelos videntes; 6- Que a materialização desse princípio, que individualiza a alma animal, foi por vezes observada nas sessões espíritas”.
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