Foi em comentário do Espírito Emmanuel psicografado por
Chico Xavier que li pela primeira vez sobre lesão afetiva. Fator determinante de
muitos desajustes comportamentais, a lesão afetiva constitui-se num distúrbio da
emoção. Emoção, do ponto de vista espiritual representa didática e cartesianamente uma das partes em que se bifurca o instinto – uma inteligência rudimentar -,quando o princípio inteligente alcança a capacidade do pensamento
contínuo, iniciando a longa caminhada na direção da sua humanização, em busca da própria espiritualização. O Instrutor Espiritual, em várias ocasiões nos oferece
material para reflexões. O primeiro,
talvez, insira-se na resposta 173 da obra O
CONSOLADOR (feb), em que opinando sobre simpatia e antipatia – base da
afeição – diz: “-A simpatia ou a antipatia tem as suas raízes profundas no espírito, na
sutilíssima entrosagem dos fluidos peculiares a cada um”. Essa
explicação ajuda-nos a entender a resposta à questão 386 d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, onde questionados por Allan Kardec se dois
seres que se conheceram e amaram podem encontrar-se noutra existência corpórea
e se reconhecerem dizem que “reconhecerem-se, não, mas serem atraídos
um pelo outro, sim; e frequentemente as ligações íntimas, fundadas
numa afeição sincera, não provém de outra causa”. Tal atração pode-se
supor seja fluídica já que cada Espírito emite uma vibração peculiar ao seu
estado evolutivo, sintonizando com aqueles com que se afiniza. Em interessante
comentário de Chico ao jornalista Fernando Worm no livro A PONTE, considera que “é
atendendo aos vínculos do afeto que duas pessoas, atraídas pela
complementação magnética, normalmente se unem na comunhão sexual”.
Alerta contudo que “os Espíritos Orientadores esclarecem que devemos evitar a promiscuidade”(...).
“Não se deve usar um corpo usado por outrem, assim como não se mora em duas
casas concomitantemente. Conscientizemo-nos também que o problema da sedução
irresponsável, egoística, é muito grave, de vez que contraímos séria dívida com
a pessoa seduzida”. Esta conduta vai se refinando a medida em que se
avança na senda da evolução, explicando André Luiz em EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (feb), que “quanto mais aperfeiçoado o grau
de aprimoramento da alma, mais reclamará espontaneamente de si própria a
necessária disciplina das energias do mundo afetivo”. Na obra NOSSO LAR (feb), aprendemos que o
casamento também é uma convenção existente no Mundo Espiritual segundo
explicações de Tobias a André Luiz, ocorrendo “pela combinação vibratória, pela
afinidade máxima ou completa”. Do ponto de vista dos reajustes
interpessoais impostos pelo egoísmo peculiar à maior parte dos Espíritos em
evolução na Terra, no E A VIDA CONTINUA (feb), o Instrutor Ribas,
diz que “somos mecanicamente impelidos
para pessoas e circunstâncias que se afinem conosco ou com os nossos problemas”.
Em mensagem constante do livro MOMENTOS
DE OURO (geem), justamente analisando o problema das lesões afetivas,
Emmanuel lembra que “todos nós, os Espíritos vinculados à
evolução da Terra, estamos altamente compromissados em matéria de amor e sexo,
e, em matéria de amor e sexo irresponsáveis, não podemos estranhar os estudos
respeitáveis nesse sentido, porque, um dia, todos seremos chamados a examinar semelhantes
realidades, especialmente as que se relacionem conosco, que podem efetivamente
ser muito amargas, mas que devem ser ditas”. Nesses tempos de tanta
falta de referências, recomenda: “-Se habitas um corpo masculino, conforme as
tarefas que te foram assinaladas, e encontraste essa ou aquela irmã que se te
afinou com o modo de ser, não lhe desarticules os sentimentos, a pretexto de
amá-la, se não está em condição de cumprir a palavra, no que tange a promessas
de amor. E se moras presentemente num corpo feminino, para o desempenho de
atividades determinadas, se surpreendeste esse ou aquele irmão que se
harmonizou com as tuas preferências, não lhe perturbes a sensibilidade sob a
desculpa de desejar-lhe a proteção, caso não estejas na posição de quem
desfruta a possibilidade de honorificar os próprios compromissos. Não comeces
um romance de carinho a dois, quando não possas e nem queiras manter-lhe a
continuidade”. Pondera que “ninguém no mundo pode medir a resistência de
um coração quando abandonado por outro e nem sabe a qualidade das reações que
virão daqueles que enlouquecem, na dor da afeição incompreendida, quando isso
acontece por nossa causa”. Assevera que “as Leis do Universo
esperar-nos-ão pelos milênios afora, mas terminarão por se inscreverem, a caracteres
de luz, em nossas próprias consciências. E essas Leis determinam amemos os
outros qual nos amamos”. Lembra no livro VIDA E SEXO (feb) que “em matéria de afetividade, no curso dos
séculos, vezes inúmeras disparamos na direção do narcisismo e, estirados na
volúpia do prazer estéril, espezinhamos sentimentos alheios, impelindo
criaturas estimáveis e nobres a processos de angústia e criminalidade, depois
de prendê-las a nós mesmos com o vínculo de promessas brilhantes, das quais nos
descartamos em movimentação imponderada”. Explica que “toda
vez que determinada pessoas convide outra à comunhão sexual ou aceita de alguém
um apelo neste sentido, em bases de afinidade e confiança, estabelece-se entre
ambas um circuito de forças, pelo qual a dupla se alimenta psiquicamente
de energias espirituais, em regime de reciprocidade. Quando um dos parceiros
foge ao compromisso assumido, sem razão justa, lesa o outro na sustentação do
equilíbrio emotivo, seja qual for o campo de circunstâncias em que esse
compromisso venha a ser efetuado. Criada a ruptura no sistema de permuta das
cargas magnéticas de manutenção, de alma para alma, o parceiro
prejudicado, se não dispõe de conhecimentos superiores na auto-defensiva, entra
em pânico, sem que se lhe possa prever o descontrole que, muitas vezes, raia na
delinquência. Tais resultados da imprudência e da invigilância repercutem no
agressor, que partilhará das consequências desencadeadas por ele próprio,
debitando-se-lhe ao caminho a sementeira partilhada de conflitos e frustrações
que carreará para o futuro”. Para finalizar, André Luiz no excelente SINAL VERDE (cec), diz que “toda
pessoa que lesa outra, nos compromissos do coração, está fatalmente lesando a
si própria”, visto que segundo a Lei que nos rege o destino,
receberemos, de retorno, tudo o que dermos aos outros”.
Excelente! Obrigada!
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