Em famoso programa de televisão dos anos 70, Chico Xavier
confirmou a um de seus entrevistadores que, segundo o Orientador Espiritual
Emmanuel, “o Mundo Espiritual era dividido em muitos Planos e Sub-Planos.
A informação não apenas torna, de certo modo, mais concreta a resposta à
questão 35 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS – “o
vazio absoluto não existe, nada é vazio, estando ocupado por uma matéria que
nos escapa aos sentidos” , bem como, a 85 quando diz que “Mundo
Espiritual preexiste e sobrevive a tudo”, hoje, mais de século e meio
depois admitida por estudiosos da Física Quântica - a partir da Teoria das
Supercordas-, quando afirmam que, “mesmo que as dimensões do espaço sejam
imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”.
Anos depois da resposta do médium mineiro, ele mesmo haveria de induzir-nos a
mais amplas reflexões ao dizer que “as observações humanas, mesmo ampliada por
instrumentação de alta potência, apenas atingem a faixa de matéria em que nos
situamos no Plano Terrestre”. A lente humana é o olho humano ampliado.
Os que leram o livro OS MENSAGEIROS (feb,1944), devem se lembrar que o
Instrutor Espiritual Aniceto em certo diálogo mantido com André Luiz e Vicente,
ponderara: “-Há, porém André, outros mundos sutis, dentro dos mundos grosseiros,
maravilhosas esferas que se interpenetram. O olho humano sofre variadas
limitações e todas as lentes físicas reunidas não conseguiriam surpreender o
campo da alma, que exige o desenvolvimento das faculdades espirituais para
tornar-se perceptível(...). É da Lei, que não devemos ver senão o que possamos
observar com proveito”. Já nos anos 60, em entrevista publicada no ANUÁRIO ESPIRITA 1964(ide), o Espírito
André Luiz, ofereceria outros elementos merecedores de nossa atenção”. 1 - “-Será
lícito calcular a população de criaturas desencarnadas em idade racional, nos
círculos de trabalho, em torno da Terra, para mais de vinte bilhões,
observando-se que alta percentagem ainda se encontra nos estágios primários da
razão, sendo esse número passível de alterações constantes pelas correntes
migratórias de Espíritos em trânsito nas regiões do Planeta”. 2 - “-Qual
acontece na Crosta Planetária, as esferas de trabalho e evolução que rodeiam a
Terra estão muito longe de quaisquer perspectivas de saturação, em matéria de
povoamento”. 3 - “-Seja de modo coletivo ou individual, em
todos os tempos, Espíritos Superiores tem saído da Terra, no rumo de esferas
enobrecidas, compatíveis com a evolução que alcançaram. Quanto a companheiros
de evolução retardada, principalmente os que se fizeram necessitados de
corretivo doloroso por delitos conscientemente praticados, em muitos casos,
sofrem segregação em planos regenerativos”. 4 – “-Espíritos originários de outras
plagas costumam estagiar na Terra com frequência, de vez que muitos Espíritos
Superiores se reencarnam no planeta terrestre a fim de colaborarem na educação
da Humanidade e criaturas inferiores costumam nele sofrer curtos ou longos
períodos de exílio das elevadas comunidades a que pertencem, pela cultura e
pelo sentimento, porquanto, a queda moral de alguém tanto se verifica na Terra
quanto em outros domicílios do Universo”. 5 – “Os Espíritos, em seu
desenvolvimento evolutivo, ligam-se, necessariamente, a determinados orbes,
qual acontece com a pessoa que em determinada fase da experiência física se
vincula, transitoriamente, a certa raça ou família”. 6 – “-Na
imensidão dos espaços que separam dois ou mais corpos celestes vivem, também,
inteligências individuais, o que é perfeitamente compreensível; basta lembrar
os milhares de criaturas que atendem aos interesses de um país ou de outro nas
extensões do oceano”. 7 – “-Os processos de locomoção utilizados nas
migrações interplanetárias, no Plano Espiritual, são numerosos. A técnica não
se relaciona a moral. Os maiores criminosos do mundo podem viajar num jato sem
que isso ofenda os preceitos científicos”. 8 – “-O Umbral, expressando região
inferior da Espiritualidade, pelos vínculos que possui com a ignorância e com a
delinquência, começa em nós mesmos”. Questões importantes da realidade
espiritual de que fazemos parte, encontram-se implícitas nesses informes. Menos
a resposta sobre os Planos e Sub-Planos Espirituais. Hamilton Prado, cuja rica
experiência revelamos recentemente, com base em suas vivencias, escreveu na sua
obra NO LIMIAR DO MISTÉRIO DA
SOBREVIVÊNCIA: “- No Universo, para mim, os mundos se
escalonam em Planos Sucessivos, que se estratificam pela densidade, de tal
forma que os mais atrasados, mais impregnados de eflúvios materiais,
grosseiros, se acomodam mais baixo, enquanto os mais puros, mais delicados,
mais etéreos se superpõem aos primeiros sucessivamente. Quando dormem os corpos
ou estes se acham mortos ou inanimados por qualquer circunstância, os Espíritos
deslizam para o Plano que lhes é próprio, não só porque os atraem as afinidades
desse Plano, como também porque os repelem os Planos com que não se identificam
seus pensamentos, emoções e tendências. É como o gás que sobe até o limite da
sua densidade ou a substância mais densa que mergulha no líquido até o nível
que lhe compete, ainda de acordo com a mesma Lei. Assim, da superfície do
mundo, sobem para o espaço e se estratificam também para a Crosta adentro, os
Planos sucessivos pelos quais o Espírito passa quando desembaraçado do corpo,
até que, livre, em definitivo, pelo seu progresso, pela sua evolução moral, das
gangas materiais que o revestem e imantam a substância constitutiva do seu
corpo ao Plano que lhe é afim(...), possa, em definitivo, fugir das superfícies
dos mundos atrasados e alçar-se a regiões mais sutis, cheias de luz, onde se
inicia no estudo e compreensão metódicos da grande organização do Universo,
para que se sirva depois como guia seguro das multidões de almas que se prendem
ainda às regiões inferiores do Espaço”. Um eloquente exemplo –
acreditamos -, de como funciona esse mecanismo deduzido e explicitado neste
comentário, destacamos de farto documentário construído através de Chico
Xavier, a história resumida de um Espírito identificado apenas como Josefina,
constante do livro VOZES DO GRANDE ALÉM
(feb). Conta ela: “-Jovem ainda, abandonada grávida pelo homem que lhe traíra a confiança,
sem coragem de enfrentar a maternidade, entre o ódio e a desconfiança, soube
guardar seu segredo até o nascimento de criança, que asfixiou com as próprias
mãos, improvisando lhe o túmulo, vindo a desencarnar em seguida em consequência
da inestancável hemorragia de que se viu acometida. Sem noção de quanto tempo
se passara, desperta do torpor característico do processo de desencarne,
descobrindo-se dentro da urna funerária, percebendo-se disforme, notando o
sangue a fluir-lhe do baixo ventre. Reerguendo-se horrorizada, grita, aloucada,
pelo socorro de parentes, clama por auxílio, até que uma voz igualmente chorosa
lhe respondeu. Era outra mulher, que aos seus olhos trazia uma criança nos
braços ( imagem que, na verdade, era uma forma-pensamento plasmada pelo
remorso da também mãe delinquente que a transportava, desolada e infeliz),
visão que a fez começar a ouvir os gemidos do bebe assassinado. Gritando
estentoricamente, fugiram encontrando uma terceira mulher, não muito longe,
clamando por socorro. Mais alguns passos, uma quarta companheira e, pelas ruas
a fora, dentro da noite, na cidade dormente, outras mulheres em iguais
condições se juntaram a elas. Alucinadas, foram conduzidas por faunos desnudos
a uma casa de meretrício, onde permaneceram aprisionadas. Não sabe quanto tempo
depois, foi libertada do rebanho sinistro, sendo internada num manicômio, visto
que o inferno interior em que se manteve, a levou à alienação mental”.
A sintonia dessas entidades pela Lei da Afinidade reunidas pelo quadro mental
em que se mantinham aprisionadas pela culpa que carregavam, cremos, compunha um
Sub-Plano Espiritual, circunscrito num dos Planos maiores peculiares ao Planeta
em que vivemos.
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