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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Como duvidar?


O avião de pequeno porte alçara voo no dia 7 de novembro de 1981, do aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia na direção de Alto Paraíso, norte do Estado, com quatro passageiros, um dos quais o Ary Ribeiro Valadão, filho do então Governador de Goiás. Minutos após ter iniciado a rota traçada, um pane no aparelho fez com que seu experiente piloto tentasse um pouso de emergência, o que se mostrou impossível visto que sobrevoavam  área de mata fechada, levando a aeronave a se chocar contra uma árvore antes de cair ao solo. O piloto morreu na hora em consequência do impacto, enquanto os demais ocupantes do aparelho, apesar das lesões graves, continuavam vivos. Um deles, justamente Ary, atordoado, conseguiu sair das ferragens e, ao tentar socorrer os amigos sobreviventes, foi, com eles, vitima de forte explosão seguida de incêndio, resultante do vazamento de combustível existente no tanque situado nas asas do veículo. Com queimaduras profundas, foram resgatados e removidos para hospital, na tentativa de preservar-lhes a vida física, o que não foi possível, já que Mauro e o companheiro salvo morreriam horas depois, e Ary, seis dias após o sinistro, em 13 de novembro, impondo grande comoção no Estado que, com os familiares mais próximos vivera momentos de grande angústia e expectativa. A dor dos entes queridos ante tão inesperada mudança, levou exatamente quatro meses depois, sua mãe e irmãs, à cidade de Uberaba (MG), na esperança de, através de Chico Xavier, obter alguma informação sobre, não apenas o ocorrido, mas, também, sobre o inesquecível Aryzinho, como era carinhosamente conhecido. O resultado da esperançosa busca, foi a psicografia pelo médium de uma das mais longas cartas recebidas por ele nas décadas de serviços prestados a milhares de pessoas que o procuravam movidos pelo desespero derivado da sensação de perda imposta pela morte. Na mensagem, revela – como inúmeros outros comunicantes – manter-se ciente das lutas íntimas especialmente do pai com quem tinha profunda ligação e da mãe; estar sendo auxiliado na escrita naquele momento pelo tio Natalino, também desencarnado, visto “não ter experiência bastante para vestir a mão de uma pessoa qual se usasse uma luva”. Na dúvida, sugere: “procurem-me por trás das letras e encontrarão meus sentimentos palpitando”. Apesar da situação precária em que fisicamente se encontrava, manteve a lucidez durante os dias restantes em nossa Dimensão, adivinhando no olhar dos que o visitavam a gravidade da situação. Cita a importância das preces proferidas por sua mãe e irmãs, descrevendo os derradeiros instantes no corpo, que como já percebia, “não passava de uma vestimenta estragada”. Conta: “– Em preces, no silêncio, esperava até que senti que mãos suaves me acariciavam a cabeça e dormi. Um sono pesado, de cujas imagens de sonhos possíveis não me recordo. Apenas dormi. Acordei, porém, acabrunhado, como se estivesse sob a presença incômoda de muita gente, apesar do meu espírito de gratidão para quem estivesse ali a visitar-me. Unicamente, estranhei achar-me fora do quarto e, sim, em plena sala, achava-me na condição de uma pessoa semi-anestesiada sob a incapacidade de me controlar, quanto a movimentação e direção. Falar não conseguia. No entanto, emitia pedidos mentais de socorro. Um desconhecido de rosto amigo me estendeu os braços e me convidou à retirada afirmando-me que se achava incumbido de me conduzir a novo tratamento. Aceitei, sem hesitação, o apoio que ele me estendia, porquanto, não me admitia com a possibilidade de caminhar; ainda assim, embora aceitando o amparo dele, segurando-lhe um dos ombros, senti-me aliviado, mais leve...Acreditei que me achava à frente de melhoras positivas. Guiado pelo amigo, encontrei um avião misto de Bonanza e helicóptero, com a feição de uma grande borboleta, onde um senhor e uma senhora, que admiti fossem meus novos enfermeiros, me aguardavam”. Ary, segue com minucias altamente surpreendentes confirmando que a vida continua mesmo além da morte do corpo físico. ASSISTA OS PROGRAMAS DA SÉRIE INFORMAÇÃO ESPIRITA, CLICANDO OS LINKS ABAIXO


sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

QUEM FOI (10) - a primeira mensagem


“-Senhor Jesus! Pela bênção   /   De tua doutrina Santa   /   Que nos apoia e levanta   /   Para o teu Reino de Amor,   /   Pela paz que nos ofertas,   /   Pela esperança divina   /    Que nos conforta e ilumina,   /   Bendito seja, Senhor!     /     Pela carícia do lar,   /   - Doce templo de carinho -   /   Que nos concedes por ninho,   /   Céu na Terra, campo em flor.   /   Pelo aconchego suave   /   Da afeição que nos aquece,   /   Pelo consolo da prece,   /   Bendito sejas, Senhor!..     /     Pelo tesouro sublime   /   De graças da natureza,   /   Do mar, do jardim, da cor,    /   Pela fonte que entretece   /   Poemas de melodia,   /   Pelo pão de cada dia,   /    Bendito sejas Senhor!     /     Em tudo o que nos reserves   /   À luz de cada momento,   /   O nosso agradecimento,   /   Por tudo, seja o que for...   /   Vivemos, Jesus Querido,   /   Na alegria de encontrar-te,   /   Cantando por toda parte,   /   Bendito sejas, Senhor!...”. A belíssima PRECE DE GRATIDÃO foi psicografada por João de Deus, através de Francisco Cândido Xavier, na noite de 19 de janeiro de 1967, na cidade de Atafona, litoral fluminense, para onde se deslocara o médium acatando sugestão do grande amigo Clóvis Tavares, sensibilizado ante o abatimento em que o encontrara pelos inesperados acontecimentos registrados em sua vida pessoal. Numa reservada reunião de estudo do Evangelho, após o encerramento, Chico sugeriu alguns momentos de concentração aos presentes, pois alguns Amigos Espirituais desejavam manifestar-se. Logo a seguir, o lápis correu celeríssimo como sempre, sobre vinte e seis páginas de papel, sem uma emenda sequer, sem a mínima rasura, resultando em duas mensagens”: a primeira assinada pelo irmão do anfitrião; a outra, a sentida Prece com que abrimos esses comentários. Nos 65 cinco anos que viveu em nossa Dimensão, o português João de Deus de Nogueira Ramos acumulou uma série de experiências marcantes, deixando inscrito seu nome na história de Portugal não apenas como poeta, mas, também como autor de um método de alfabetização denominado CARTILHA MATERNAL, adotado ainda hoje. Quarto de uma família de quatorze irmãos, João de Deus, por compreensíveis dificuldades financeiras de seu pai, ingressou no Seminário de Coimbra para avançar nos estudos, mudando aos 19 anos, para o Direito, por não ter vocação eclesiástica. Não se identificando com essa atividade, preferindo as artes, dedica-se à poesia, vivendo quase na indigência por falta de recursos, até que aos 29 anos, muda-se para Lisboa, casa-se, assume a redação de um periódico, lançando-se na cruzada pela alfabetização, onde, usando a criatividade e aspectos do método de Pestalozzi, formula sua proposta através da CARTILHA MATERNAL, que, aos 37 anos foi aprovado e adotado pelo Governo português. Ingressa na política por insistência de amigos, vindo a desencarnar em 1896, aos 65 anos por complicações cardíacas, deixando nove obras publicadas com seus escritos. Quando em 1927, aos 17 anos o médium Chico Xavier descobre e direciona sua mediunidade no campo da psicografia, João de Deus inclui-se entre os inúmeros poetas que o auxiliaram a aprimorar sua percepção nessa área. Surgem inúmeros sonetos e poemas, parte dos quais inseridos, a princípio no PARNASO DE ALEM TÚMULO (feb,1932). Alguns, reformulando ideias que disseminara em seus poemas. Dentre as transmitidas por Chico, destacamos ETERNA MENSAGEM, onde ele diz: “- Ainda e sempre o Evangelho do Senhor   /   É a mensagem eterna da Verdade,   /   Senda de paz e de felicidade,   /   Na luz das luzes do Consolador.     /    Nos caminhos da lágrima e da dor,   /   Ante os desfiladeiros da impiedade,   /   Não sabe o coração da Humanidade   /   Beber dessa água límpida do Amor.    /     Mas os túmulos falam pela estrada,   /   Em toda a parte fulge uma alvorada   /   Que ao roteiro dos Céus nos reconduz;     /     O Evangelho, na luz do Espiritismo,   /   É a escada de Jacob vencendo o abismo,   /   Trazendo ao mundo o verbo de Jesus.     

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Atualíssimo


Abrindo a pauta da REVISTA ESPÍRITA de novembro de 1859, Allan Kardec apresenta interessante matéria intitulada “DEVEMOS PUBLICAR TUDO QUANTO OS ESPÍRITOS DIZEM?” que se mostra atualíssima, especialmente diante da profusão de títulos que disputam lugar nos expositores das livrarias ou catálogos de editoras e distribuidoras, demonstrando acirrada disputa por qual apresenta “revelações” ou “novidades” mais originais. Como livros espíritas se tornaram até meio de vida, revisões doutrinárias ou fundamentadas no bom senso, inexistem. O alvo é um público ávido por conteudos que chegam a ser estapafúrdios. As ponderações de Kardec sugerem reflexões. Diz ele: “- Esta pergunta nos foi dirigida por um dos nossos correspondentes. Respondemo-la da maneira seguinte: Seria bom publicar tudo quanto dizem e pensam os homens? Quem quer que possua uma noção do Espiritismo, por superficial que seja, sabe que o mundo invisível é composto de todos aqueles que deixaram na Terra o envoltório visível. Despojando-se, porém, do homem carnal, nem todos se revestiram, por isso mesmo, da túnica dos anjos. Há Espíritos de todos os graus de conhecimento e de ignorância, de moralidade e de imoralidade – eis o que não devemos perder de vista. Não esqueçamos que entre os Espíritos, assim como na Terra, há seres levianos, desatentos e brincalhões; falsos sábios, vãos e orgulhosos, de um saber incompleto; hipócritas, malévolos e, o que nos parecia inexplicável, se de algum modo não conhecêssemos a fisiologia desse mundo, há sensuais, vilões e crapulosos que se arrastam na lama. Ao lado disto, sempre como na Terra, temos seres bons, humanos, benevolentes, esclarecidos, de sublimes virtudes. Como, entretanto, nosso mundo não está na primeira nem na última posição, embora mais vizinho da última que da primeira, disso resulta que o mundo dos Espíritos abrange seres mais avançados intelectual e moralmente que nossos homens mais esclarecidos, e outros que ainda estão abaixo dos homens mais inferiores. Desde que esses seres têm um meio patente de comunicar-se com os homens, de exprimir seus pensamentos por sinais inteligíveis, suas comunicações devem ser um reflexo de seus sentimentos, de suas qualidades ou de seus vícios. Serão levianas, triviais, grosseiras, mesmo obscenas, sábias, científicas o sublimes, conforme seus caráter e sua elevação. Revelam-se por sua própria linguagem. Daí a necessidade de não aceitar cegamente tudo quanto vem do mundo oculto, e submetê-lo a controle severo. Com as comunicações de certos Espíritos, do mesmo modo que com os discursos de certos homens, poder-se-ia fazer uma coletânea muito pouco edificante(...). Ao lado dessas comunicações francamente más, e que chocam qualquer ouvido um pouco delicado, outras há que são simplesmente triviais ou ridículas (...). O mal é dar como sérias, coisas que chocam o bom senso, a razão e as conveniências. Nesse caso, o perigo é maior do que se pensa. Para começar, tais publicações tem o inconveniente de induzir em erro as pessoas que não estão em condições de examiná-las e discernir entre o verdadeiro e o falso, principalmente numa questão tão nova como o Espiritismo. Em segundo lugar, são armas fornecidas aos adversários que não perdem a oportunidade para tirar deste fato argumentos contra a alta moralidade do ensino espírita; porque, diga-se mais uma vez, o mal está em apresentar seriamente coisas que são notórios absurdos (...). As pessoas que estudaram a fundo a ciência espírita sabem qual a atitude que convêm a este respeito. Sabem que os Espíritos zombeteiros não tem o menor escrúpulo de enfeitar-se com nomes respeitáveis. Mas sabem também que esses Espíritos só abusam daqueles que gostam de se deixar abusar, que não sabem ou não querem esclarecidas suas astúcias pelos meios já conhecidos (...). Os Espíritos vão aonde acham simpatia e onde sabem que serão ouvidos (...).Publicar sem exame, ou sem correção, tudo quanto vem dessa fonte, seria, em nossa opinião, dar prova de pouco discernimento”. VOCÊ SABIA QUE ALLAN KARDEC ANALISOU UMA CONSULTA SOBRE REGRESSÃO DE MEMÓRIA? clique no link indicado abaixo
   

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Curiosidade Satisfeita


Todos gostariam de saber o que ocorre na outra dimensão durante a realização das reuniões públicas ou reservadas nos Centros Espíritas. André Luiz focou certos aspectos em alguns de seus livros; Irmão Jacob no clássico VOLTEI (feb), de forma genérica. Objetivamente, a segura mediunidade de Chico Xavier legou-nos precioso relato psicofônico do Dr. Efigênio S. Vitor, ativo trabalhador do movimento espírita de Belo Horizonte (MG), desencarnado em 1953 e que, meses depois, já no ano de 1954, contou em interessante manifestação, como satisfez a própria curiosidade sobre os ‘bastidores’ das atividades de um Centro Espírita, quanto à infra-estrutura e recursos humanos existentes do outro lado da vida.  Revela que “o Plano Superior mantém operosas e abnegadas equipes de assistência nos santuários de nossa fé orientados pelo devotamento ao Bem. Com a supervisão e cooperação de vasto corpo de colaboradores em que se integram médicos e religiosos, inclusive sacerdotes católicos, ministros evangélicos e médiuns espíritas já desencarnados, além de magnetizadores, enfermeiros, guardas e padioleiros, temos aqui diversificadas tarefas de natureza permanente. A segurança é mantida por três faixas magnéticas protetoras. A primeira, guarda a assembleia constituída e aqueles desencarnados que se lhes conjugam à tarefa da noite. A segunda faixa encerra um circulo maior, no qual se aglomeram algumas dezenas de companheiros daqui, ainda em posição de necessidade, à cata de socorro e esclarecimento. A terceira, mais vasta, circunda o edifício, com a vigilância de sentinelas eficientes, porque, além dela, temos uma turba compacta – a turba dos irmãos que ainda não podem partilhar, de maneira mais íntima, o nosso esforço no aprendizado evangélico. Essa multidão assemelha-se à que vemos, frequentemente, diante dos templos católicos, espíritas ou protestantes com incapacidade provisória de participação no culto da fé. Bem junto à direção de nossas atividades, está reunida grande parte da equipe de funcionários espirituais que nos preservam as linhas magnéticas defensivas. À frente da mesa orientadora, congregam-se os companheiros em luta a que nos referimos. E em contraposição com a porta de acesso ao recinto, dispomos em ação de dois gabinetes, com leitos de socorro, nos quais se alonga o serviço assistencial. Entre os dois, instala-se grande rede eletrônica de contenção, destinada ao amparo e controle dos desencarnados rebeldes ou recalcitrantes, rede essa que é um exemplar das muitas que, da vida espiritual, inspiraram a medicina moderna no tratamento pelo eletrochoque. E assim organiza-se nossa casa para desenvolver a obra fraterna em que empenha, a favor dos companheiros que não encontraram, depois da morte, senão as próprias perturbações”. Três meses depois, em nova manifestação e, outros interessantes detalhes. Conta: “-Em toda parte onde tenhamos uma agremiação de pessoas com fins determinados, existe na atmosfera ambiente um centro mental definido, para o qual convergem todos os pensamentos, não somente nossos, mas também daqueles que nos comungam as tarefas gerais. Esse centro abrange vasto reservatório de plasma sutilíssimo, de que se servem os trabalhadores, na extração dos recursos imprescindíveis à criação de formas-pensamento, constituindo entidades e paisagens, telas e coisas semi-inteligentes, com vistas à transformação dos companheiros dementados que intentamos socorrer”. Nos trabalhos de auxílio específico aos desencarnados doentes, explica que “para que se recuperem, é indispensável recebam o concurso de imagens vivas sobre as impressões vagas e descontínuas a que se recolhem. E para esse gênero de colaboração especializada são trazidos os arquitetos da Vida Espiritual, que operam com precedência em nosso programa de obrigações, consultando as reminiscências dos comunicantes que devam ser amparados, observando-lhes o pretérito e anotando-lhes os labirintos psicológicos(...). É assim que, aqui dentro, em nossos horários de ação, formam-se jardins, templos, fontes, hospitais, escolas, oficinas, lares e quadros outros em que os nossos companheiros desencarnados se sintam como que tornando à realidade pregressa(...). Espelhos ectoplásmicos e recursos diversos são também por eles improvisados, ajudando a mente dos amigos encarnados, que operam na fraseologia assistencial”. Efigênio prossegue minudenciando outros aspectos interessantes que nos permitem mentalmente perceber a intensidade das ações anteriormente apenas imaginadas.   


domingo, 16 de dezembro de 2012

Atmosfera Espiritual


Sabe aquela sensação de mal estar que experimentamos quando adentramos certos ambientes? Não são fruto de nossa imaginação como podemos pensar. Allan Kardec abrindo a edição de maio de 1867 de sua REVISTA ESPÍRITA, apresenta um interessante artigo com o título ATMOSFERA ESPIRITUAL que nos ajuda a entender o “porque” da referida impressão. Dentro daquela lógica que caracteriza todos seus escritos, diz ele: “Ensina o Espiritismo que os Espíritos constituem a população invisível do Globo, estão no espaço e entre nós, vendo-nos e nos acotovelando incessantemente, de tal sorte que, quando nos julgamos sós, constantemente temos testemunhas secretas de nossas ações e pensamentos. Isto pode parecer aborrecido para certas pessoas, mas desde que assim é, não se pode impedir que assim seja. Cabe a cada um fazer como o sábio que não teria medo que sua casa fosse de vidro(...). Além disso sabemos que, numa reunião, além dos assistentes corporais, há sempre auditores invisíveis; que sendo a permeabilidade uma das propriedades do organismo dos Espíritos, estes podem achar-se em número ilimitado num dado espaço. Muitas vezes nos foi dito que em certas sessões eram em quantidade inumerável. Na explicação dada(...), foi dito que o número dos Espíritos presentes era tão grande, que a atmosfera estava, por assim dizer, saturada de seus fluídos. Isso não é novo para os Espíritas, mas talvez não tenham sido deduzidas todas as consequências. Sabe-se que os fluidos que emanam dos Espíritos são mais ou menos salutares, conforme seu grau de depuração. Conhece-se seu poder curativo em certos casos e, também, seus efeitos mórbidos de indivíduo a indivíduo. Ora, desde que o ar pode ser saturado desses fluidos, não é evidente que, conforme a  natureza dos Espíritos que abundam em determinado lugar,  o ar ambiente se ache carregado de elementos salutares ou malsãos, que devem exercer influências sobre a vida física, assim como sobre a saúde moral? Quando se pensa na energia da ação que um Espírito pode exercer sobre um homem, é de admirar-se de que deve resultar de uma aglomeração de centenas ou de milhares  de Espíritos? Esta ação boa ou má conforme os Espíritos emanem num dado meio um fluido benéfico ou maléfico, agindo à maneira das emanações fortificantes ou dos miasmas deletérios, que se espalham no ar. Assim se pode explicar certos efeitos coletivos, produzidos sobre massas de indivíduos, o sentimento de bem ou de mal- estar, que se experimenta em certos meios, e que não tem nenhuma causa aparente conhecida, o entusiasmo ou desencorajamento por vezes a espécie de vertigem que se apodera de toda uma assembleia, de toda uma cidade, mesmo de todo um povo.  Em razão do seu grau de sensibilidade, cada indivíduo sofre a influência desta atmosfera viciada ou vivificante(...). Podemos, então, subtrair-nos a essas influências que emanam de uma fonte inacessível aos meios materiais? Sem nenhuma dúvida. Porque, assim como saneamos os meios insalubres, destruindo a fonte dos miasmas, podemos sanear a atmosfera moral que os cerca, subtraindo-nos às influências perniciosas dos fluidos espirituais malsãos, e isto mais facilmente do que podemos escapar às exalações pantanosas, pois depende unicamente de nossas vontade e aí não estará um dos menores benefícios do Espiritismo, quando for universalmente compreendido e, sobretudo, praticado. Um princípio perfeitamente constatado por todo espírita, é que as qualidades do fluido perispiritual estão na razão direta das qualidades do Espírito encarnado ou desencarnado; quanto mais elevados forem seus sentimentos, e desprendidos das influências da matéria, mais depurado será eu fluido. Conforme os pensamentos que o dominam, o encarnado irradia fluidos impregnados desses mesmos pensamentos, que os viciam ou os saneiam, fluidos realmente materiais, posto que impalpáveis, invisíveis aos olhos do corpo, mas perceptíveis pelos sentidos perispirituais e visíveis pelos olhos da alma, pois impressionam fisicamente e afetam aparências muito diferentes para os que são dotados de visão espiritual. Pelo simples fato da presença dos encarnados numa assembleia, os fluidos ambientes serão, pois, salubres ou insalubres, conforme os pensamentos dominantes forem bons ou maus. Quem quer que traga consigo pensamentos de ódio, inveja, ciúme, orgulho, egoísmo, animosidade, cupidez, falsidade, hipocrisia, murmuração, malevolência, numa palavra, pensamentos colhidos na fonte das más paixões, espalha em torno de si eflúvios fluídicos malsãos, que reagem sobre os que o cercam. Ao contrário, na mesma assembleia em que cada um só trouxesse sentimentos de bondade, de caridade, de humildade, de devotamento desinteressado, de benevolência e de amor ao próximo, o ar é impregnado de emanações positivas, em meio às quais se sente viver mais à vontade. Agora se se considerar que os pensamentos atraem pensamentos da mesma natureza, que os fluidos atraem fluidos similares, compreende-se que cada indivíduo traga consigo um cortejo de Espíritos simpáticos, bons ou maus, e que, assim, o ar seja saturado de fluidos relacionados aos pensamentos que predominam. Se os maus pensamentos forem em minoria, não impedirão que as boas influências se produzam, pois estas os neutralizam”. A análise de Kardec, prossegue acrescentando reveladores e surpreendentes revelações sobre a questão.        

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O Alicerce da Saúde Humana


O progresso do mentalismo abrirá, indubitavelmente, novos rumos à Medicina para engrandecimento do futuro humano”, prognosticou o Espírito Miguel Couto, em interessante e reveladora mensagem psicografada pelo médium Chico Xavier, no início dos anos 50, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais. Médico, cientista, professor da Faculdade Nacional de Medicina, membro da Academia Nacional de Medicina e da Academia Brasileira de Letras, o Doutor Miguel teve larga projeção no cenário científico do País em sua época, com repercussão no estrangeiro, deixando trabalhos de real valor científico, destacando-se como benfeitor estimado e respeitado pelo povo e pela classe médica, até seu desencarne em 1934, aos 69 anos. A década e meia de permanência no Plano Espiritual, ampliou seus vastos conhecimentos a respeito da saúde humana, levando-o a considerar que o “corpo físico é máquina viva, constituída pela congregação de miríades de corpúsculos ativos, sob o comando do Espírito que manobra com a rede biológica dentro das mesmas normas que seguimos ao utilizar a corrente elétrica”. De suas observações, concluiu que “avançando pesadamente, da animalidade para a humanidade, aumentamos o poder da consciência pela assimilação dos valores que a vida nos oferece, por intermédio do tempo e do trabalho; e, com esse poder armazenado na economia do próprio Ser, manejamos o equipamento celular, com antecipado conhecimento de suas ações e reações, qualidades superiores ou idiossincrasias genéticas, para que nos ajustemos ao laborioso esforço da encarnação, dela retirando os proventos necessários”. Do seu privilegiado ponto de observação, entende que “o homem, na estruturação fisiopsíquica, é uma grande bateria criando e acumulando cargas elétricas, com que influencia e é influenciado. Todo sentimento é energia estática. Todo pensamento é criação dinâmica. Toda ação é arremesso, com todos os seus efeitos”. Explicando melhor, diz que “cada individualidade, assim, conforme os sentimentos que nutre na estrutura espiritual e segundo os pensamentos que entretem na mente, atrai ou repele, constrói ou destrói, através das forças que emite nas obras, nas palavras, nas atitudes, com que se evidencia pela instrumentação mental que lhe é própria”.  Estabelecendo um paralelo com a saúde, pondera que “a saúde é questão de equilíbrio vibracional, de conformação de frequências. Naturalmente, enquanto na Terra, esse problema implica uma equação de vários parâmetros, quais sejam a respiração e a atividade, o banho e o alimento. Forçoso é, todavia, convir que as raízes morais são sempre os fatores de maior importância, não somente na vida  normal, senão também, e em particular, nas horas conturbadas”. Dessa forma, “cada alma vive carregada dos princípios eletromagnéticos gerados por ela mesma, projetando ondas que, na essência, são os fluidos positivos ou negativos com os quais jogamos no campo de atividades a que fomos chamados ou conduzidos”. “Nossa mente’, prossegue, vive cercada de forças complexas que procedem das constelações próximas e remotas, do Sol, da Lua, da própria Terra, dos nossos semelhantes e dos seres superiores e inferiores que partilham conosco a habitação coletiva. Achamo-nos, no Planeta, como que presos a poderoso imã: desenvolvemos nossas virtudes potenciais; apuramos tendências e recolhemos as vantagens da educação espiritual; emitimos as radiações que nos são peculiares e graças às quais somos aproveitados pelas Potências Superiores, no serviço da Humanidade; entesouramos nossa riqueza futura, ou por ela nos castigamos a nós mesmos: são os choques de retorno, em cuja manifestação somos sempre vítimas das descargas asfixiantes que arremessamos, no espaço e no tempo, ferindo pessoas e coisas, na tentativa de quebra da Harmonia Divina”. Sendo mais objetivo,  afirma que “nossos sentimentos e pensamentos criam linhas de força, e, destarte, conforme a nossa polaridade, ou se nos facilita a ascensão, que é luz, ou sofremos retardamento em níveis mais baixos, quais os apresenta o mundo terrestre, voluntário cárcere de sombra”. Previne que “confiarmo-nos a paixões bastardas será estabelecer linhas de forças repulsivas, que nos constrangem à demora na paisagem das sombras”. Salienta que “o homem é o distribuidor de cargas eletromagnéticas, geradas por ele mesmo, em toda parte. O equilíbrio, portanto, é questão de toda hora”. Afirma que “a missão de curar, deste modo, é muito mais a ciência de equilibrar os movimentos oscilatórios que a de socorrer o veiculo somático; e, somos obrigados a considerar que, ainda quando praticamos a clínica e a cirurgia, é imprescindível ponderar a modificação do tônus vibratório de imensas colônias de protozoários, através de cargas elétricas de produtos químicos ou de golpes renovadores do bisturi, se desejamos alcançar a almejada restauração”. Como “cada alma vive e respira na atmosfera mental que estabelece para si mesma, em qualquer distrito do Universo”, recomenda: “-Purifiquemos o pensamento, encaminhando-o às zonas superiores do nosso idealismo, buscando, simultaneamente, materializá-lo no terreno chão da luta diária, criando novos motivos de felicidade, confiança, de luz e alegria, na esfera de nossas horas vulgares, e a harmonia será a resposta divina aos nossos empreendimentos”. Por fim, prognostica: “-A ciência mental, com base nos princípios que presidem a prosperidade do Espírito, será, no grande futuro, o alicerce da saúde humana”.

sábado, 8 de dezembro de 2012

"Missionários"


Conhecido pela afirmação “mais vale rejeitar dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa”, contida em mensagem reproduzida por Allan Kardec no final do capítulo vinte d’ O LIVRO DOS MÉDIUNS, o Espírito Erasto é pseudônimo do médico, filósofo e teólogo alemão Thomaz Liber, que viveu no século dezesseis, entre 1524 e 1583. Professor de Medicina em Heildelberg e de moral em Basileia, combateu as teorias de Paracelso. Discípulo de São Paulo, em Teologia não admitia o poder temporal da Igreja, só lhe concedendo o papel de persuasão, tendo legado somas consideráveis aos estudantes pobres. Presença frequente nas reuniões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, teve várias de suas mensagens publicadas na REVISTA ESPÍRITA, a partir de 1861. Na edição de dezembro de 1863, por exemplo, uma cujo conteúdo precisaria ser objeto de reflexão por todos os espíritas, notadamente aqueles que ignoram o fato de que Chico Xavier, permaneceu durante quatro anos (1927/1931) treinando sua mediunidade - para sua surpresa -, até  Emmanuel  mandar jogar fora tudo o que havia produzido até então, para começar a tarefa do livro. Grande quantidade de pessoas com a sensibilidade mediúnica aflorada (“Nos últimos tempos, diz o Senhor,...vossos filhos e vossas filhas profetizarão”. - Atos; cap.II; vv 17 a 18), empolgadas, embora iniciantes, são responsáveis por uma profusão de livros mediúnicos veiculando informações e “revelações” incríveis sobre a realidade espiritual de que fazemos parte. Do texto de Erasto, destacamos alguns pontos para reflexão, exigindo estudo para análises mais seguras sobre tantas “novidades”. Atentemos a eles: 1 – “-De todos os lados surgem médiuns com supostas missões, chamados, ao que dizem, a tomar em mãos a bandeira do Espiritismo e plantá-la sobre as ruínas do Velho Mundo”; 2 – “-Não há individualidade, por medíocre que seja,(..) que não se julgue designada a um apostolado muito especial”. 3 – “-Quase todos os médiuns, em seu início, são submetidos a essa perigosa tentação. Alguns resistem; mas muitos sucumbem, ao menos por algum tempo, até que cheques sucessivos venham desiludí-los.(...) E que querem certos Espíritos da erraticidade fomentando entre as mediocridades da encarnação essa exaltação do amor-próprio e do orgulho, senão entravar o progresso?”. 4 – “-Daí resulta que, conforme as palavras pronunciadas na Sociedade de Paris, por seu dirigente espiritual São Luiz, uma verdadeira "Torre de Babel" está em vias de construção entre vós. Aliás, fora preciso ser cego para não reconhecer que à cruzada dirigida contra o Espiritismo pelos adversários-natos de toda doutrina progressista e emancipadora, se junta uma cruzada espiritual - “-Levantar-se-ão vários falsos profetas que seduzirão a muitas pessoas” e “se levantarão falsos Cristos e falsos profetas que farão prodígios e coisas de espantar, até seduzir, se possível, os próprios escolhidos”-, dirigida por todos os Espíritos pseudo-sábios, falsos grandes homens, falsos religiosos e falsos irmãos da erraticidade, fazendo causa comum, fazendo causa comum com os inimigos terrestres, em meio a essa multidão de médiuns por eles fanatizados, e aos quais ditam tantas elocubrações mentirosas”. 5 – “-É urgente que vos ponhais em guarda contra todas as publicações de origem suspeita, que parecem, ou vão parecer, contrárias a todas as que não tivessem uma atitude franca e clara, e tende como certo que muitas são elaboradas nos campos inimigos do mundo visível ou no invisível, visando a lançar entre vós os fachos da discórdia. Cabe-vos não vos deixar apanhar. Tendes todos os elementos necessários para as apreciar. Mas tende igualmente como certo que todo Espírito que a si mesmo se anuncia como um Ser superior e, sobretudo, como de uma infalibilidade a toda prova, ao contrário, é o oposto do que se anuncia pomposamente”. 6 – “O número dos médiuns é hoje incalculável e é desagradável ver que alguns se julgam os únicos chamados a distribuir a Verdade ao mundo e se extasiam ante banalidades que consideram monumentos. Pobres abusados, que se baixam passando pelos arcos do triunfo! Como se a Verdade tivesse esperado a sua vinda para ser anunciada”. O perspicaz e prudente Erasto, como vimos, fornece-nos os elementos apropriados para não nos deixarmos emaranhar nos fios das teias de fantasias que excitam mentes invigilantes e avessas ao estudo sério e continuado do Espiritismo a partir de sua base.





quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

ESPECIAIS


Na noite de 20 de dezembro de 1985, Chico Xavier era o convidado especial do último programa apresentado na TV Bandeirantes, por Hebe Camargo. Ao lado de Nair Bello, realizaram elucidativa entrevista com o querido médium que, expondo vários pontos de vista, ofertou-nos ensinamentos de muita profundidade. Entre estes, um que tratava da criança especial outrora rotulada de excepcional. Referindo-se às mães de portadores de qualquer deficiência, Chico disse que “os filhos excepcionais são confiados tão somente às grandes mulheres, aquelas que tem capacidade de amar até o Infinito”. Esclareceu ainda “que a criança com restrições, sente e ouve, registra e sabe de que modo está sendo tratada, sendo profundamente lúcida na intimidade de si mesma”. Afinal é apenas o corpo ou veículo físico que carrega as inibições ou limitações que as impede de desenvolver uma comunicação mais natural com o meio em que vivem. Tais deficiências geralmente radicam-se nos desatinos cometidos em existência passada, quase sempre através do suicídio que, como o Espiritismo revela, impõem lesões e traumas registrados também no corpo espiritual – o períspirito -, exigindo um período de rearmonização em encarnação posterior ao delito cometido perante as Leis de Deus. Demonstrando isso, oito anos antes, Chico psicografou em Uberaba, na reunião pública do Grupo Espírita da Prece de 23 de setembro de 1977, belíssima carta de uma jovem desencarnada dois anos antes na cidade de Santa Isabel, localidade situada na Grande São Paulo. A moça vivera vinte e quatro anos, sendo irmã gêmea de um irmão, Homero. Ele normal, ela, portadora de paralisia cerebral que a impossibilitava de se locomover, se expressar verbalmente ou fazer uso das mãos, pela completa ausência de tato. De família católica, sua morte impôs profunda dor aos entes queridos, sentimento agravado um ano depois pela morte de uma irmã remanescente, Maria Helena, vitimada por acidente de trânsito na auto-estrada Mogi-Dutra, quando retornava das aulas da faculdade que frequentava na cidade de Mogi das Cruzes. Esse fato, levou os pais, por fim, à Uberaba(MG), onde Chico Xavier psicografou numa mesma noite cartas das duas filhas. Na verdade, duas surpresas: a primeira de Maria Célia, cujas limitações foram superadas pela captação dos sentimentos e pensamentos de Maria Célia; e, a segunda a psicografia da carta de Maria Helena. Embora possa causar estranheza para alguns o fato de alguém que não aprendeu a escrever na última existência se expressar com a clareza com que o fez Maria Célia, o entendimento do mecanismo do processo mediúnico como explicado pelo Espiritismo, pode esclarecer naturais duvidas. O outro detalhe, já citado, é que o bloqueio é derivado dos limites do corpo, pois, o Espírito se mantém lúcido, ouvindo e sentindo tudo que ocorre ao seu redor. Reportando-se às origens do mal físico que a identificou, revelou: “-Em meados do século, peregrinava no Plano Espiritual, com cinco irmãos junto dos quais era eu a irmã doente que eles suportavam. Lutas enormes do passado recente me haviam retirado os movimentos. Chorava com a minha inutilidade. Pedia em preces a Deus me suprimisses a condição inferior. Um dos irmãos, o mais forte de todos, quase me carregava, sozinho, tão grande o amor com que me desejava o reequilíbrio espiritual. Percorremos longas extensões do Espaço, alimentando esperanças e sonhos. Queríamos um pouso. Precisava encontrar um refugio em que me tratasse e os companheiros me auxiliavam. Benfeitores e amigos generosos nos visitavam na jornada em que as pausas periódicas para descanso se faziam precisas. Prometiam-nos apoio e doavam-nos recursos sempre renovados para que avançássemos algo mais”... A grupo mais próximo, o médium Chico Xavier dando mais detalhes da origem da desventura de Maria Célia e Maria Helena, revelou que durante a Segunda Guerra Mundial, ela e os atuais irmãos faziam parte de um grupo de resistência de um dos países submetidos aos nazistas, sendo ela especialista na produção de artefatos explosivos. Um dia, uma falha ocasionou a detonação que causou a morte de todos ao mesmo tempo, sendo ela a mais atingida. Prosseguindo sua narrativa Maria Célia conta que “houve um dia, em que chegamos a um local de grande encantamento e encontramos um tronco de luminosa beleza. Flores despontavam dele prometendo maravilhoso futuro. Sábio amigo da Vida Superior veio a nós e disse que vagueávamos nas imensidões da Vida Maior à maneira de pássaros fatigados e infelizes. E aconselhou-nos uma parada. Seria aquele tronco robusto, a morada de Deus para nós. Faríamos um ninho para viver e renovar-nos. Ficamos todos contentes. Entretanto, precisávamos de alguém que viesse a fim de amparar-nos na construção. Esse mesmo sábio veio depois com uma jovem tão generosa e tão linda que, mesmo sem ver-nos de todo, encontrou-nos em sono e decidiu socorrer-nos. Foi assim que esse iluminado coração de menina e moça começou a trabalhar, amparando-nos a todos. Primeiramente, recebeu a mim e ao irmão que me oferecia ombros fortes na caminhada para que nos detivéssemos, de modo a valorizar o tempo e a vida. Os outros igualmente foram acomodados por ela em ninhos formados com imenso amor”. Mais a frente, ela acrescenta: “-Os sacrifícios dela foram heroicos. Dedicou-se inteiramente ao ninho em que me achava. Sabendo que não me movia, era ela meus braços e minhas mãos. Porque eu nada pudesse falar, pela enfermidade que trazia, ela própria me contava lindas histórias, que eu ouvia em silêncio, dando a ela o sinal de que compreendia quanto me comunicava em seu amor. Nunca mais essa jovem me abandonou, saiu das festas, esqueceu as alegrias da juventude, nunca a vi irritar-se ou desanimar”. Maria Célia, em sua longa carta, prossegue resumindo o que foram aqueles 24 anos de dedicação da mãe, pai, irmãos em favor de sua recuperação espiritual. Uma linda carta integralmente reproduzida no livro FELIZ REGRESSO (ideal), confirmando que apenas o corpo ostentava limitações. O Espírito a ele ligado, mantinha-se lúcido, percebendo, como já dissemos, tudo que ocorria a seu redor.  VOCÊ JÁ ASSISTIU  DEPENDÊNCIAS QUÍMICAS ALÉM DA VIDA? Clique no link abaixo  documentários de curta duração e descubra muito sobre a interação entre os dois planos no consumo do TÓXICO

domingo, 2 de dezembro de 2012

Quem Foi? (9) - a primeira mensagem


“-Natal! Grande bolo à mesa , /  A árvore linda em festa.   /    O brilho da noite empresta   /   Regozijo ao coração...   /    É como se a Natureza   /  Trouxesse Belém de novo    /    Para os júbilos do povo    /    Em doce fulguração.      /      Tudo é bênção que se enflora,   /   De envolta na melodia   /   Da luminosa alegria   /   Que te beija e segue além...     /      Mas se reparas, lá fora,   /   O quadro que tumultua,   /   Verás quem passa na rua   /    Sem ânimo e sem ninguém.    /    Contemplarás pequeninos   /   De faces agoniadas,   /   Pobres mães desesperadas,   / Doentes em chaga e dor...   /    E, ajudando aos peregrinos   /    Da esperança quase morta,   /   Talvez enxergues à porta   /   O Mestre pedindo amor.   /   É sim!... É Jesus que volta   /   Entre pedestres sem nome,   /   Dando pão a quem tem fome,   /   Luz às trevas, roupa aos nus!   /   Anjo dos Céus sem escolta,   /   Embora a expressão serena,   /   Tem nas mãos com que te acena   /   Os tristes sinais da cruz.     /     Natal!. Reparte o carinho   /   Que  envolve a noite santa.   /   Veste, alimenta e levanta   /   O companheiro a chorar.     /    E, na glória do caminho   /   Dos teus gestos redentores,   /   Recorda por onde fores   /   Que o Cristo nasceu sem lar”. Os inspirados versos pertencem a Irene Ferreira de Souza Pinto, intelectual que esteve por apenas 57 anos entre nós, em sua última existência, em nossa Dimensão. Nascida em Amparo, interior de São Paulo, começou seus estudos no Colégio Florence, em Jundiaí, os concluindo no Sion, na capital paulista. Tendo colaborado na REVISTA FEMININA, foi a criadora das crônicas sociais do jornal CORREIO PAULISTANO. Contista, escreveu na FEIRA LITERÁRIA e, em 1921, estreou como romancista, publicando ROSA MARIA, seguido por PRIMEIRO VÔO, O TUTOR DE CÉLIA e GORJEIOS, este de poesia. Reconhecida como poetisa de fino talento e bela inspiração, desencarnou no dia 21 de maio de 1944, na cidade do Rio de Janeiro, então capital do antigo Estado da Guanabara e da República. Tempos depois de sua morte física, começou a escrever sonetos, quadras e poemas através do médium Chico Xavier, enfeixados, posteriormente, na obra  ANTOLOGIA DOS IMORTAIS, ambos publicados pela editora da FEB (federação espírita brasileira). Dentre estes, destacamos um para reverenciar essa feliz união de sensibilidade através da mediunidade bendita do mineiro de Pedro Leopoldo. Seu título DEUS TE ABENÇOE. Nele, a sensível poetisa escreve: “- Deus te abençoe o gesto de carinho,   /   Alma da caridade, branda e pura,   /   Pela migalha de ventura   /   Aos tristes do caminho.     /     Deus te abençoe a refeição sem nome   /   Que trazes, cada dia,   /   Aos cansados viajores da agonia   /   Que esmorecem de fome.     /     Deus te abençoe a roupa restaurada   /   Com que vestes, contente,   /   A penosa nudez de tanta gente   /   Que vagueia na estrada!...   /   Deus te abençoe a bolsa de esperança   /   Que abres, a sós, sem que ninguém te espreite,   /   Para a gota de leite   /   Destinada à criança...     /     Deus te abençoe o pano do lençol   /   Com que envolves, em doce cobertura,   /   Os enfermos que choram de amargura,   /  À distância do Sol.     /     Deus te abençoe, por onde fores,   /   E te conserve as luzes   /   Em que extingues, removes ou reduzes   /   Os problemas, as lágrimas e as dores!     /     Deus te abençoe a fala humilde e santa,   /   Com que aplacas a ira   /   Da calúnia, do escárnio, da mentira,   /   Na frase que perdoa e que levanta.     /     Caridade, que o teu nome ressoe,   /   Pleno de amor profundo,   /   E por tudo o que fazes neste mundo,   /   Deus te guarde e abençoe!...”