“-Senhor Jesus! Pela bênção
/ De tua doutrina Santa /
Que nos apoia e levanta / Para o teu Reino de Amor,
/ Pela paz que nos ofertas, / Pela
esperança divina /
Que nos conforta e ilumina, / Bendito seja, Senhor! / Pela carícia do lar, /
- Doce templo de carinho - /
Que nos concedes por ninho,
/ Céu na Terra, campo em
flor.
/ Pelo aconchego suave / Da
afeição que nos aquece, /
Pelo consolo da prece, / Bendito sejas, Senhor!..
/ Pelo tesouro sublime / De
graças da natureza, / Do
mar, do jardim, da cor, / Pela fonte que entretece / Poemas de melodia, / Pelo
pão de cada dia, /
Bendito sejas Senhor! / Em tudo o que nos reserves / À luz de cada momento, / O
nosso agradecimento, /
Por tudo, seja o que for...
/ Vivemos, Jesus Querido,
/ Na alegria de
encontrar-te, / Cantando por toda parte,
/ Bendito sejas, Senhor!...”.
A belíssima PRECE DE GRATIDÃO foi
psicografada por João de Deus,
através de Francisco Cândido Xavier, na noite de 19 de janeiro de 1967, na
cidade de Atafona, litoral fluminense, para onde se deslocara o médium acatando
sugestão do grande amigo Clóvis Tavares, sensibilizado ante o abatimento em que
o encontrara pelos inesperados acontecimentos registrados em sua vida pessoal.
Numa reservada reunião de estudo do Evangelho, “após o encerramento, Chico
sugeriu alguns momentos de concentração aos presentes, pois alguns Amigos
Espirituais desejavam manifestar-se. Logo a seguir, o lápis correu celeríssimo
como sempre, sobre vinte e seis páginas de papel, sem uma emenda sequer, sem a
mínima rasura, resultando em duas mensagens”: a primeira assinada pelo irmão do
anfitrião; a outra, a sentida Prece com que abrimos esses comentários.
Nos 65 cinco anos que viveu em nossa Dimensão, o português João de Deus de
Nogueira Ramos acumulou uma série de experiências marcantes, deixando inscrito
seu nome na história de Portugal não apenas como poeta, mas, também como autor
de um método de alfabetização denominado CARTILHA
MATERNAL, adotado ainda hoje. Quarto de uma família de quatorze irmãos,
João de Deus, por compreensíveis dificuldades financeiras de seu pai, ingressou
no Seminário de Coimbra para avançar nos estudos, mudando aos 19 anos, para o
Direito, por não ter vocação eclesiástica. Não se identificando com essa
atividade, preferindo as artes, dedica-se à poesia, vivendo quase na indigência
por falta de recursos, até que aos 29 anos, muda-se para Lisboa, casa-se,
assume a redação de um periódico, lançando-se na cruzada pela alfabetização,
onde, usando a criatividade e aspectos do método de Pestalozzi, formula sua
proposta através da CARTILHA MATERNAL,
que, aos 37 anos foi aprovado e adotado pelo Governo português. Ingressa na
política por insistência de amigos, vindo a desencarnar em 1896, aos 65 anos
por complicações cardíacas, deixando nove obras publicadas com seus escritos.
Quando em 1927, aos 17 anos o médium Chico Xavier descobre e direciona sua
mediunidade no campo da psicografia, João
de Deus inclui-se entre os inúmeros poetas que o auxiliaram a aprimorar sua
percepção nessa área. Surgem inúmeros sonetos e poemas, parte dos quais
inseridos, a princípio no PARNASO DE
ALEM TÚMULO (feb,1932). Alguns, reformulando ideias que disseminara em seus
poemas. Dentre as transmitidas por Chico, destacamos ETERNA MENSAGEM, onde ele diz: “- Ainda e sempre o Evangelho do Senhor / É a mensagem eterna da Verdade, / Senda
de paz e de felicidade, / Na luz
das luzes do Consolador. / Nos caminhos da lágrima e da dor, / Ante os desfiladeiros da impiedade, / Não
sabe o coração da Humanidade / Beber dessa água límpida do Amor. /
Mas os túmulos falam pela estrada, / Em toda a parte fulge uma alvorada / Que
ao roteiro dos Céus nos reconduz;
/ O Evangelho, na luz do Espiritismo, / É a
escada de Jacob vencendo o abismo,
/ Trazendo ao mundo o verbo de
Jesus.
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