A história demonstra que sempre houve aqueles que acreditam existir um poder sobrenatural em alguns objetos considerados como talismãs para
resolver questões no campo do amor, da “sorte”, entre outros. Meios
de obter a influência de Espíritos que cuidariam de encaminhar soluções.
Um rentável comércio sempre existiu tirando proveito dessa crença. Haverá,
porém, nessas peças, o poder a elas atribuído? Na edição de setembro de 1858,
da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec
escreveu interessante artigo após ter sido indagado a respeito disso por pessoa
conhecida. Identificado apenas como senhor M., “havia comprado uma medalha que se
lhe afigurou de notável originalidade(...). Tinha o aspecto da prata, pouco
oxidada, estampando nas duas faces, uma porção de sinais, gravados em baixo
relevo, entre os quais se notavam os planetas, círculos entrelaçados, um
triângulo, palavras ininteligíveis e iniciais em caracteres vulgares; depois
outras em caracteres bizarros, tendo algo de árabe, tudo disposto de modo
cabalístico, à maneira dos livros de magia”. Tendo consultado médium
conhecida, ouviu “ser ela composta de sete metais, ter pertencido ao
escritor Jean Cazzote, um dos pais da literatura fantástica, à época morto,
possuindo o poder especial de atrair Espíritos e facilitar as evocações”.
Outro, autor de uma série de comunicações que dizia ter recebido da Virgem
Maria, lhe disse “ser uma coisa maléfica, própria para atrair os
demônios”. Outro, autor de um livro sobre escrita direta, que “a
medalha tinha uma virtude magnética e poderia provocar o sonambulismo”.
Insatisfeito com as respostas contraditórias, mostrou a Kardec a medalha,
pedindo sua opinião, ao mesmo tempo que desejava interrogasse um Espírito Superior
sobre o real valor do ponto de vista da influência que a mesma pudesse ter. Eis
a resposta de Allan Kardec: “-Os Espíritos, são atraídos ou repelidos
pelo pensamento, não por objetos materiais, que nenhum poder exercem sobre
eles. Em todos os tempos os Espíritos Superiores condenaram o emprego de signos
e de formas cabalísticas; e todo Espírito que lhe atribui uma virtude qualquer
ou que pretende dar talismãs que denotam magia, por aí revela a própria
inferioridade, quer quando age de boa fé e por ignorância, levado por antigos
preconceitos terrenos, de que ainda se acha imbuído, quer quando,
conscientemente, se diverte com a credulidade, como Espírito zombeteiro.
Os
sinais cabalísticos, quando não são mera fantasia, são símbolos que lembram
crenças supersticiosas na virtude de certas coisas, como os números, os
planetas e sua correspondência com os metais, crenças nascidas no tempo da
ignorância e que repousam sobre erros manifestos, aos quais a Ciência fez
justiça, mostrando o que há sobre os pretensos sete planetas, os sete metais,
etc. A forma mística e ininteligível de tais emblemas tem o objetivo de os
impor ao vulgo, sempre inclinado a considerar maravilhoso aquilo que não
compreende. Quem quer que tenha estudado racionalmente a natureza dos Espíritos,
não admitirá que sobre eles se exerça a influência de formas convencionais, sem
de substâncias misturadas em certas proporções: seria renovar as práticas do
caldeirão das feiticeiras, dos gatos pretos, das galinhas pretas e de outras
secretas maquinações. Já o mesmo não se dá com um objeto
magnetizado, pois, como se sabe(...), a virtude de tal objeto reside unicamente
no fluido de que se acha momentaneamente impregnado e que assim se transmite,
por via imediata, e não na forma, na cor, nem, principalmente nos signos, que
que possa estar cheio”. Pondera, mais à frente, que “o
sinal traçado é uma expressão do pensamento; é uma evocação trazida de modo
material. Ora, seja qual for sua natureza, os Espíritos não necessitam de
semelhantes meios de comunicação. Os Espíritos Superiores jamais os empregam;
os inferiores podem fazê-lo visando fascinar a imaginação de pessoas crédulas,
que querem sob sua dependência. Regra geral: para os Espíritos Superiores a
forma não nada é; o pensamento é tudo; todo Espírito que liga mais
importância à forma que ao fundo, é inferior, não merece nenhuma confiança,
mesmo quando, vez por outra, diga algumas coisas boas; porque as boas coisas
são, por vezes, um meio de sedução”.
Compartilhamento de informações reveladoras disponibilizadas pelo Espiritismo ampliando nosso nivel cultural
faça sua pesquisa
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
domingo, 24 de fevereiro de 2013
Inesperada Solução
Desde a desencarnação de seu irmão José, em fevereiro de
1939, o médium Chico Xavier deixara de servir no trabalho de assistência aos
Espíritos mais necessitados nos serviços convencionalmente denominados nos
círculos espíritas, de desobsessão.
Vivia-se já o ano de 1951 e “o volume crescente dos casos de obsessão
que procuravam incessantemente as reuniões públicas do Centro Espírita Luiz
Gonzaga, nas noites de segunda e sextas-feiras, recomendavam, todavia,
alguma providência nesse sentido”. E, Chico, por várias vezes, falou ao
amigo Arnaldo Rocha, “sobre o desejo expresso pelos Amigos
Espirituais, no sentido de se criar um grupo de irmãos conscientes e
responsáveis para a assistência especializada aos problemas difíceis”.
Arnaldo Rocha - desencarnado em 29 de outubro de 2012-, para quem não sabe, foi
marido durante alguns meses de Irma de Castro, a quem chamava carinhosamente Meimei
(Amor puro), desencarnada jovem em consequência de um quadro de nefrite que a
perseguia há alguns anos. Tornou-se amigo muito próximo de Chico por “casuais”
acontecimentos que, na verdade estavam reaproximando velhos conhecidos de
outras eras. Em meados de 1952, por fim, iniciaram-se os trabalhos. Arnaldo,
descrevia o grupo como reduzido a vinte companheiros que perseveraram unidos
até a mudança de Chico para Uberaba, em 1958. “Dez médiuns com faculdades
psicofônicas apreciáveis seguindo um programa de normas rígidas traçado pelos
Instrutores Espirituais, nas noites de quinta-feira, semanalmente. Atividades
mediúnicas em atmosfera habitual de equipe, assiduidade, horário rigoroso”.
As reuniões se “iniciavam às 20 horas e, após a prece inicial, a leitura de trechos
doutrinários e a palavra rápida do Amigo Espiritual responsável pelos
trabalhos, as vinte e quinze, aproximadamente, começava o socorro aos
desencarnados, constando de esclarecimento e consolo, enfermagem moral e
edificação evangélica, a benefício das entidades conturbadas e sofredoras
durante os próximos noventa minutos, valendo-se da cooperação de todos os
médiuns presentes”. Às 21:45 hs, o ambiente se modificava para a prece
em favor dos enfermos distantes. E, nesses quinze minutos finais, pela psicofonia
sonambúlica de Chico, ouvia-se a palavra direta de Instrutores e
Benfeitores desencarnados. “Eram lições primorosas dos orientadores,
palestras edificantes de amigos, relatos comoventes de irmãos recuperados e
preleções de caráter científico, filosófico e religioso, proferidas por
devotados e cultos mentores, de passagem pelo recinto”. Revelou Arnaldo
que “para
reter-lhes a palavra construtiva e consoladora, muita vez suspiraram pela
colaboração de um taquígrafo, até que, nos primeiros dias de 1954, comentando o
problema com o distinto confrade Professor Carlos Torres Pastorino (
autor do conhecido MINUTOS DE SABEDORIA),
o amigo radicado no Rio de Janeiro, ‘ofereceu-lhes um gravador de sua
propriedade, que permitiu, desde a noite de 11 de março de 1954, o registro
daqueles inesquecíveis momentos”. Assim nasceram dois livros extraordinários INSTRUÇÕES PSICOFÔNICAS e VOZES DO GRANDE ALÉM, ambos publicados
pela FEB e, mais recentemente, recuperados em áudio pela VERSÁTIL que os lançou
em Audio-Livro. Fatos muito interessantes
cercam cada manifestação, sempre explicadas no introito de cada uma
delas. Um deles, porém, constitui-se numa história à parte. Deu-se ao término
da “reunião
da noite de 2 de junho de 1955. O companheiro encarregado do serviço de
gravação, ausentara-se, e Arnaldo, pessoalmente, assumiu a tarefa. E, notando
que Chico denotava expressiva alteração, intuitivamente assinalou que o Grupo
estava sendo visitado por mensageiro espiritual de elevada hierarquia. Não se
enganava. Colocando-se em pé, o Instrutor passou à palavra. Dicção educada. Voz
clara e bela. Em sucinto estudo, exalta a figura excelsa de Jesus, à frente do
Espiritismo. Na saudação final, identifica-se. Tratava-se de Bittencourt
Sampaio. Despede-se e encerra-se a reunião. Ansiosos para estudar a mensagem,
ouvindo-a de novo, a frustrante constatação: o gravador não funcionara. Perdera-se
a palavra do grande Instrutor. Uma hora depois dos seis remanescentes tentarem entender a origem do sucedido, preparando-se para o
retorno aos seus lares, Chico anunciou estar ouvindo o amigo espiritual José Xavier
avisando que não se preocupassem, pois Meimei e ele haviam gravado a palavra do
Benfeitor no aparelho de uso da equipe
espiritual e, que se reunissem em
silêncio para que o médium ouvindo-a, a fixasse no papel. Sentaram-se ao redor
da mesa, com o material de escrita e, depois da prece, Chico esclareceu estar
vendo um pequeno gravador junto deles, manejado pelos Amigos Espirituais,
transcrevendo moderadamente, evidenciando a audição em curso”. No fim,
depois de outros lances inusitados, podia ser lida a belíssima página O CRISTO ESTÁ NO LEME,
contida no primeiro dos livros citados.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Chico Xavier e as Provas da Identidade dos Espíritos
“A identidade é muito mais fácil de constatar quando se trata de
Espíritos contemporâneos, cujos hábitos e caráter são conhecidos. Porque são
precisamente esses hábitos, de que ainda não tiveram tempo de se livrar, que
nos permite reconhece-los. E digamos logo que são eles um dos sinais mais
certos de identidade”. Esse um dos indicadores fornecidos por Allan
Kardec no capítulo 24 d’ O LIVRO DOS MÉDIUNS. Acrescenta mais à frente, que “através
da linguagem, pelo emprego de expressões que lhes eram familiares, pela
referência a alguns fatos significativos e de particularidades de sua vida, às
vezes desconhecidas dos assistentes cuja veracidade se pode verificar”,
encontramos outras provas de identidade, incluindo nesse elenco “a
semelhança de caligrafia e de assinatura”. “Não existe comunicação má que
resista a uma crítica rigorosa”, pondera Kardec. No item 267 do mesmo
capítulo, o Espírito São Luiz, lista vinte e seis critérios para se analisar
uma mensagem espiritual, precedendo-os da recomendação de se “pesar
e analisar, submetendo ao mais rigoroso controle, da razão todas as comunicações”,
aduzindo a isto que “não há outro critério para se discernir o
valor dos Espíritos senão o bom senso” e que “não devemos julgar os Espíritos
pelo aspecto formal e a correção do seu estilo, mas, sondar-lhes o íntimo,
analisar suas palavras, pesá-las friamente, maduramente, sem prevenção”.
Como há fraudadores dos dois lados da vida, o propósito do médium deve se
considerado. A “natureza não dá saltos”, também neste aspecto. Dificilmente,
portanto, ocorrem mudanças na personalidade do comunicante que, enquanto
encarnado, era o oposto do que mostra na mensagem transmitida. Não se vira “santo”
da noite para o dia. Na mesma obra, Kardec apresenta vários exemplos de
mensagens apócrifas escritas por farsantes do Plano Espiritual. Naturalmente,
exceções podem ocorrer depois que a “ficha”
da realidade da sobrevivência “cai”
para o que desencarnou. Nada, porém, radical. O incansável pesquisador italiano
Ernesto Bozzano, produziu uma obra muito interessante sobre o assunto,
intitulada CINCO EXCEPCIONAIS CASOS DE IDENTIFICAÇÃO DE ESPÍRITOS (lachâtre),
finalizando-os com o do poeta e dramaturgo irlandês Oscar Wilde, psicografado pela
médium inglesa Travers-Smith. Inúmeros detalhes pessoais desconhecidos da
sensitiva foram declinados pelo Espírito, para surpresa dos que leram as
inúmeras cartas por ele escritas. Um dos
casos mais impressionantes pela quantidade e qualidade da produção mediúnica,
sobretudo, nas últimas décadas de sua existência, é Chico Xavier. As cartas escritas por seu intermédio em
reuniões públicas, apresentavam um repertório incrível de dados relacionados
aos seus autores, muitos até desconhecidos pelos próprios familiares, o que,
por fim, confirmado, servia de elemento de autenticação quanto à autoria. Várias delas foram
decisivas em processos judiciais, inocentando suspeitos de homicídios
acidentais. Não bastassem os incríveis detalhes comprobatórios da autenticidade
das mensagens, no início dos anos 90, do século passado, outro método
científico deu a dezenas de cartas recebidas por Chico a credibilidade no que
se refere à sua origem espiritual, confirmando que seus remetentes não haviam
morrido, apenas mudado de Dimensão Existencial. Tudo foi descrito no livro A
PSICOGRAFIA Á LUZ DA GRAFOSCOPIA (fe), assinado pelo professor Carlos Augusto
Perandréa, à época uma dos mais competentes e requisitados especialistas na
técnica de exames de autenticidade e verificação de autoria conhecida como
Grafoscopia. A metodologia, muito conhecida nos meios forenses e instituições
financeiras, focava a partir daí, mensagens psicografadas para saber se
assinatura ou a letra do que a escreveu coincidia com o dos que se presumia ter algo escrito por via mediúnica. Nas peças documentais, o resultado foi tão
surpreendente que o próprio perito, católico até então, rendeu-se ao
conteúdo revelador do Espiritismo. Mas, o que mais importa, é: através de Chico
Xavier, mais uma evidência da sobrevivência após a morte do corpo físico
juntava-se a outras tantas disponibilizadas pelo canal da mediunidade.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Comunicações Mediúnicas Entre Vivos
Discorrendo sobre os caracteres da revelação espírita,
Allan Kardec considera que “como meio de elaboração, o Espiritismo
procede exatamente da mesma maneira que as ciências positivas, isto é, aplica o
método experimental”, acrescentando que “é rigorosamente exato, portanto,
dizer que o Espiritismo é uma ciência da observação e não o produto da
imaginação”. Sua atuação à frente da Sociedade Espírita de Paris documenta o quanto ele ousou,
através de diferentes médiuns, aprofundar os temas relacionados com informações
obtidas com os Espíritos por ele evocados ou que se manifestavam em várias
partes do Planeta abrindo caminho para o conhecimento da realidade do Mundo
Espiritual. Um dos assuntos que o senso perquiridor de Kardec submeteu a
testes, foi a possibilidade de
comunicações mediúnicas de pessoas encarnadas ou, como se costuma dizer, vivas.
Longa e minuciosa pesquisa foi por ele conduzida, evocando Espíritos
encarnados, às vezes, a grandes distâncias, sob controle de entidades
espirituais que dirigiam os trabalhos mediúnicos da Sociedade. .As comunicações
obtidas foram publicadas na íntegra, pois sempre eram psicografadas.
Constituem-se nas primeiras pesquisas e demonstrações da independência do
Espírito em relação ao corpo. Sócios efetivos ou correspondentes da Sociedade
se inscreviam para experiências nesse sentido. Um desses documentos pode
ser encontrado na REVISTA ESPÍRITA, janeiro
de 1860. Compreende oitenta perguntas formuladas a um Conde, oficial
da Marinha Imperial, retido em casa por enfermidade, e, que se oferecia
para estudo, propondo-se a deitar por volta das nove horas do dia 25 de
novembro, calculando que por volta das nove e meia poderia ser evocado. Assim
foi feito na data combinada, em que respondeu à metade das perguntas a ele
dirigidas, retornando na semana seguinte, no dia 2 de dezembro, complementando
a interessante entrevista. Na primeira
série de questões, revelou detalhes importantes como “ter a condição de deslocar-se instantaneamente,
e, à vontade, do local em que se comunicava até sua casa e vice-versa; ter
consciência do trajeto; observar os objetos existentes no caminho; estar num
estado diferente ao de um sonâmbulo pelo fato de seu corpo estar dormindo;
citou um remédio do qual nunca ouvira falar para tratar o mal que o acometia –
a gota – o cólquico; ser capaz de auxiliar um amigo que soubesse em perigo
através da inspiração; sentir-se num estado de grande felicidade como num sonho
bom; sentir-se ligado ao corpo físico por um laço luminoso como uma luz
fosforescente difícil de descrever; atuar sobre a mão do médium para dar-lhe
uma direção que facilitava por uma ação sobre o cérebro; não experimentar
fadiga física durante o fenômeno de que era o centro; ser capaz de responder a perguntas mentais”. No dia
seguinte, contou que tinha sonhado que se achava na Sociedade, entre o médium e
Kardec, o que foi considerado por este uma lembrança da evocação, que também
diz que “sendo o sonho uma lembrança da atividade do Espírito, não é,
evidentemente, o corpo que sonha”. Na segunda evocação, respondendo à entrevista formulada por Kardec, expõem impressões elucidativas como “registrar
de forma muito intensa percepções como a luz, sons e odores, não através dos órgãos dos sentidos como no
corpo físico; ver os Espíritos desencarnados presentes à reunião que se
processava; vê-los por sua própria forma perispiritual; apresentando-se também
através deste corpo que imita a forma do corpo material, embora tendo
consciência de ali estar no corpo fluídico luminoso; de ser capaz de dar um
soco em qualquer um dos presentes, e, embora não fosse sentido pelo agredido,
poderia sê-lo se o quisesse, esclarecendo ainda que o nome do remédio –
cólquico –, sabia por tê-lo usado em encarnação anterior, em que, por sinal, lhe
fizera muito mal”. Além das incursões feitas por Allan Kardec nessa
área, Ernesto Bozzano, anos depois compilou vários relatos na obra COMUNICAÇÕES MEDIÚNICAS ENTRE VIVOS
(edicel, 1968), publicado em tradução de Francisco Klör Werneck
domingo, 17 de fevereiro de 2013
O Esclarecimento de Emmanuel
No ano de 1976, foi lançado no Brasil um surpreendente livro
cujo sugestivo e instigante título representava um estímulo para se conhecer
seu conteúdo: A VIDA SECRETA DAS PLANTAS. Nele, os autores Peter Tompkins e
Christopher Bird relatavam pesquisas feitas nos últimos dez anos, desde que
movido por despretensioso interesse, um americano chamado Cleve Backster,
conectara sensores de um aparelho – o polígrafo, sobre cujo funcionamento era
uma das maiores autoridades no mundo -, às folhas de uma dracena existente num
vaso sobre sua mesa de trabalho. A Dracena é uma planta tropical que lembra
vagamente uma palmeira, com folhas grandes e um denso cacho de flores miúdas e
o equipamento citado é vulgarmente chamado “detector de mentiras”, muito usado
outrora em processos objetivando constatar se pessoas, sob investigação
criminal, mentem em seus depoimentos. No caso em questão, Backster pretendia saber quanto tempo a água oferecida
às raízes fincadas na terra, levava para chegar às suas folhas. O resultado foi
tão inesperado quanto espantoso, pois, desencadearia inúmeras outras
experiências por ele conduzidas com plantas de espécies variadas, que acabaram
por envolver inúmeros outros pesquisadores de reconhecida credibilidade que se
lançaram ao aprofundamento das mesmas. Os resultados reafirmaram o comprovado
por Backster: as plantas percebem - ou sentem - e reagem, positiva ou negativamente, a
estímulos resultantes de situações criadas no ambiente em que se encontram,
fato constatado e registrado nos gráficos do polígrafo a que estavam ligadas.
A hipótese formulada por Backster após
milhares de observações pessoais ou de outros que se envolveram na pesquisa era
que “existe
uma percepção primária ainda não definida na vida das plantas”. O livro
contém inúmeras interessantes informações de experimentos conduzidos por
cientistas importantes da época, formulando conclusões na mesma direção da
Backster. Quando das prospecções feitas com os Espíritos que o auxiliaram a
compor O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Allan Kardec no capítulo XI do Livro Segundo,
dedicou-se ao tema OS TRÊS REINOS, confirmando o encadeamento
lógico da Evolução do Princípio Espiritual do Mineral ao Hominal. Sobre a etapa
vegetal, cinco perguntas foram formuladas. Sobre as plantas terem consciência
de sua existência, disseram que “não, elas não pensam, não tem mais de que a
vida orgânica”; a respeito da possibilidade delas terem sensações,
sofrendo quando mutiladas, afirmaram que “as plantas recebem as impressões físicas da
ação sobre a matéria, mas não tem percepções, por conseguinte, não tem a
sensação da dor”; tomando como exemplo a sensitiva e a dionéia que
demonstram movimentos de grande sensibilidade e, em alguns casos uma espécie de
vontade, como a última, cujos lóbulos apanham a mosca que vem pousar sobre ela
para sugar-lhe o suco, e à qual ela parece haver preparado uma armadilha para
matar, esclareceram que “tudo é transição na natureza, pelo fato de
que nada é semelhante, e, no entanto, tudo se liga. As plantas não pensam e, por
conseguinte não tem vontade. A ostra que se abre e todos os zoófitos não tem
pensamento; nada mais possuem que um instinto natural e cego”.
Finalmente, sobre haver nas plantas, como nos animais, um instinto de conservação,
responderam que “há, se o quiserdes, uma espécie de instinto, dependendo da extensão
que se atribua a essa palavra, mas é puramente mecânico. Quando, nas reações
químicas, vedes dois corpos se unirem, é que eles se afinam, quer dizer que há
afinidades entre eles”. O jornalista Fernando Worm, baseando-se nas
conclusões reveladas no livro citado no início de nossos comentários e as
informações do livro base do Espiritismo, propôs ao médium Chico Xavier três
indagações associadas ao tema que ampliam o conteúdo apresentado pela
Espiritualidade. Inseridas no livro JANELA PARA A VIDA, as respostas oferecidas
pelo Espírito Emmanuel, nos oferecem elementos para maiores reflexões. A
primeira, sobre como explicar as sensações manifestadas pelas plantas
semelhantes às das pessoas que as cuida e ama, mesmo que essa pessoa esteja a
quilômetros de distância, disse que “o fenômeno de Empatia está presente em todos
os seres e em todos os domínios do Universo”; se, telepaticamente,
afetamos as plantas, afirmou que “todo Ser organizado é sensível ao campo magnético
da criatura que se lhe faça mais próxima”, e, por fim, sobre “experimentos
que demonstraram serem as comunicações biológicas extratemporais, isto é,
acima, fora e além do tempo como o conhecemos”, ponderou: “A
ciência humana continuará com êxito nas investigações em torno das comunicações
biológicas, registrando a presença de forças que se interligam, de acordo com o
tempo mensurável na Terra e de conformidade com recursos, a outras de tempo
extraterrestre”. JÁ ESTÁ DISPONÍVEL MAIS UM DEBATE DOUTRINÁRIO - COMBATENDO O "STRESS". BASTA CLICAR NO LINK INDICADO NA BARRA ABAIXO
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
QUEM FOI (12) - a primeira mensagem
“Para mim, meu caro filho, as últimas impressões da existência terrena e
os primeiros dias transcorridos depois da morte foram muito amargos e
dolorosos. Quero crer que a angústia, que naquele momento avassalou a minha
alma, originou-se da profunda mágoa que me ocasionava a separação do lar e dos
afetos familiares, pois, apesar de crer na imortalidade, sempre enchiam-me de
pavor os aparatos da morte; e dentro do catolicismo, que eu professava
fervorosamente, atemorizava-me a perspectiva de uma eterna ausência. Lutei,
enquanto me permitiam as forças físicas, contra a influência aniquiladora do
meu corpo(...). Unicamente esse amor obrigava-me ao apego à vida, porque os
sofrimentos, que já havia experimentado, desprendiam-me de todo o prazer que
ainda pudesse me advir das coisas terrestres”. Assim começa a série de
mensagens compiladas e transformadas no livro CARTAS DE UMA MORTA (lake), pelo Espírito Maria João de Deus, que,
entre nove encarnações, foi responsável pela de Chico Xavier. Desencarnada com
34 anos, filha de humilde lavadeira, não conheceu o pai, ganhando por
sobrenome o da maternidade em que nasceu,
João de Deus. Contava Chico que, vendo-a partir aos cinco anos para, segundo
ela lhe dissera, “ um hospital”,
passou a avistá-la como Espírito no fundo
do quintal da casa em que foi viver sob
os cuidados de uma madrinha de nome Ritinha que, muito perturbada, lhe impunha
duros castigos e rudes tarefas e trabalhos, muito além da capacidade de uma
criança de sua idade. A leitura dos textos publicados, podem levar-nos a pensar
como uma pessoa de recursos intelectuais limitados nesta existência pode ter
escrito com tanta beleza e coerência sobre suas experiências além desta vida. A
resposta está na edição ampliada da obra MENSAGENS
DE INÊS DE CASTRO (geem), onde seu organizador, o Dr. Caio Ramacciotti,
reproduz emocionante depoimento de
Chico, relatando seu encontro com ela, dois anos antes dele reencarnar em 2 de
abril de 1910. Chico fala de sua impressão de “parecer rever em roupagem
diferente uma irmã querida de quem se afastara sem precisar por quanto tempo (...),
caindo em pranto em que a dor se misturava com a alegria, pois reencontrava uma
criatura afetuosa e amiga”. Quando os Benfeitores que o haviam trazido a
apresentaram, revelaram que ela “em várias existências, brilhara na cultura
do mundo e, por várias vezes, se consagrou à religião em casas de fé”,
e,
“em fins do século dezenove, pediu a maternidade por tarefa primordial, rogando
ambiente de extrema carência material, para burilar-se na própria alma”.
Tal ligação foi desvendada por Arnaldo Rocha, nas memórias reunidas no livro CHICO, DIÁLOGOS E RECORDAÇÕES (uem),
organizado por Carlos Alberto Braga Costa. Arnaldo foi marido de Meimei (Irma
de Castro), e, logo após ter enviuvado em 1946, através de esbarrão “casual” numa avenida de Belo
Horizonte, tornou-se amigo intimo e frequentador habitual da casa de Chico em
Pedro Leopoldo, até 1958, quando o médium se transferiu para Uberaba (MG). No
capítulo onze do referido trabalho, Arnaldo é instado pelo seu entrevistador a
identificar na atualidade alguns personagens do romance HÁ DOIS MIL ANOS (feb), dizendo que “Ana, a serva de Lívia, foi Maria
João de Deus – mãe de Chico Xavier, em sua última encarnação”.
Finalizando, lembraremos relato contido na obra MOMENTOS COM CHICO XAVIER (leep), onde Adelino Silveira recorda
diálogo havido em certa terça-feira de 1977, na qual o amigo revelou
ter recebido naquela dia a visita do Espírito da querida mãe, que lhe informava
que, “após tantos anos no Mundo
Espiritual, estava se formando Assistente Social e que não iria mais aparecer a
ele, pois, seu pai( João Cândido) precisava renascer e dissera que só
reencarnaria se ela viesse como esposa dele. Em conversa com Cidália, sua
segunda mãe, soubera que ela também precisava voltar à Terra, e, lembrando como
esta fora tão boa para seus filhos, não fazendo diferença entre os dela e os
seus, fazendo tantos sacrifícios por eles, suportando tantas humilhações, desde
sua decisão de também voltar ao corpo, refletira muito sobre tudo isso e,
gostaria de saber se ela aceitaria renascer como sua primeira filha. Perguntou
ainda se havia alguma coisa que poderia fazer, quando fosse sua mãe, ouvindo
que ela, Cidália, ‘sempre tivera muita inclinação para música, para o piano,
embora não podendo se aproximar de um instrumento’, pelas extremas carências
materiais em que vivera.” Concluindo o diálogo, Maria disse à amiga e
futura filha: “-Pois bem, vou imprimir em meu coração um desejo para que minha filha
venha com inclinação para a música. Jesus há de nos proporcionar a alegria de
possuir um piano”. Concluindo, banhado em lágrimas, Chico lembra as
últimas palavras da querida entidade: “- Seu pai vai reencarnar em 1997. Vou ficar
junto dele aproximadamente três anos e renascerei nos primeiros meses do ano
2000”, às quais ele contrapôs: “-Mas a senhora já sofreu tanto e vai
renascer para ser esposa e mãe novamente?", ouvindo como resposta: “São
os sacrifícios do amor...Até um dia, meu filho!"... MORTES COLETIVAS? ENTENDA A POSIÇÃO DO ESPIRITISMO CLICANDO NO LINK DEBATES DOUTRINÁRIOS 3..
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
Ponto de Vista
Abrindo o número de julho de 1862 da REVISTA ESPÍRITA,
encontramos interessante matéria intitulada PONTO DE VISTA. Allan Kardec, como
sempre, surpreende pela coerência de sua análise. Merece uma reflexão sobre o
tema. Diz o Codificador: “- Não há quem não tenha notado quanto as coisas mudam
de aspecto, conforme o ponto de vista sob o qual são consideradas. Não só se
modifica o aspecto , mas, também, a importância da coisa. Coloquemo-nos no
centro de qualquer coisa, mesma pequena, e parecerá grande; se nos colocarmos
fora, será outra coisa.. Quem vê uma coisa do alto de um monte a vê
insignificante, mas de baixo ela parece grande. É um efeito de ótica, mas
também se aplica às coisas morais. Um dia inteiro de sofrimento parecerá uma
eternidade; à medida que o dia se afasta de nós admiramo-nos de haver
desesperado por tão pouco. Os pesares da infância também tem uma importância
relativa e, para a criança, são tão amargos quanto para a idade adulta. Por
que, então, nos parecem tão fúteis? Porque não mais os sentimos, ao passo que a
criança os sente completamente e não vê além de seu círculo de atividade; ela
os vê do interior, nós, do exterior. Suponhamos um ser colocado, em relação a
nós, na posição em que estamos em relação à criança; ele julgará as nossas preocupações
do mesmo ponto de vista, e as achareis pueris(...). O Espiritismo nos mostra
uma aplicação deste princípio, mas de outra importância nas suas consequências.
Ele nos mostra a vida feita no que ela é, colocando-nos no ponto de vista
futuro; pelas provas materiais que nos oferece, pela intuição clara, precisa,
lógica que nos dá, pelos exemplos postos aos nossos olhos, transporta-nos pelo
pensamento: a gente a vê e a compreende; não essa noção vaga, incerta,
problemática, que nos ensinavam do futuro, e que, involuntariamente, deixava
dúvidas; para o espírita é uma certeza adquirida, uma realidade. Faz mais
ainda: mostra-nos a vida da alma, o Ser essencial, porque é o Ser pensante,
remontando no passado a uma época desconhecida, estendendo-se indefinidamente
pelo futuro, de tal sorte que a vida terena, mesmo de um século, não passa de
um ponto nesse longo percurso. Se vida terrena é pouca coisa comparada com a
vida da alma, que serão os acidentes da vida? Entretanto o homem colocado no
centro da vida, com esta se preocupa como se fosse durar para sempre. Para ele
tudo assume proporções colossais: a menor pedra que o fere, afigura-se-lhe um
rochedo; uma decepção o desespera; m revés o abate; uma palavra o enfurece. Com
a visão limitada ao presente, àquilo que toca imediatamente, exagera a
importância dos menores acidentes; um negócio de Estado; uma injustiça o põe
fora de si. Triunfar é um de seus esforços, o objetivo de todas as suas
combinações; mas, quanto à maioria delas, que é o triunfo? Será, se se não
possuem os meios de vida, criar por meios honestos uma existência tranquila?
Será a nobre emulação de adquirir talento e desenvolver a inteligência? Será o desejo
de deixar, depois de si, um nome justamente honrado e realizar trabalhos úteis
à Humanidade? Não. Triunfar é suplantar o vizinho, eclipsá-lo, afastá-lo,
mesmo derrubá-lo, para lhe tomar o lugar.
E para tão belo “triunfo”, que talvez a morte não deixe aproveitar vinte e
quatro horas, quantas preocupações e tribulações!. Quanto talento por vezes
despendido e que poderia ser melhor empregado! Depois, quanta raiva, quanta insônia
se se não triunfar! Que febre de inveja causa o sucesso de um rival! Assim,
culpam a má estrela, a sorte, a chance fatal, ao passo que a má estrela as mais
das vezes é a inabilidade e a incapacidade. Na verdade dir-se-ia que o homem assume
a tarefa de tornar os mais penosos possíveis os poucos instantes que deve passa
na Terra e dos quais não é senhor, pois jamais tem certeza do dia seguinte.
Como tudo isso muda de aspecto quando, pelo pensamento, sai o homem do vale
estreito da vida terrena e se eleva na radiosa, esplendida e incomensurável vida
além-túmulo?(...) Tal ponto de vista tem para o homem outra enorme consequência
imediata: é a de lhe tornar mais suportáveis as tribulações da vida". OUÇA OS PROGRAMAS JÁ APRESENTADOS DA SÉRIE DESCOBRINDO A REVISTA ESPÍRITA, QUADRO APRESENTADO SEMANALMENTE NO PROGRAMA MANHÃ BOA NOVA, DA RÁDIO BOA NOVA. BASTA CLICAR NO LINK INDICADO NA COLUNA À DIREITA DESTE TEXTO.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
A Hipótese/Certeza de Hermínio
Lançado no ano de 1975, o livro VIDA DEPOIS DA VIDA (edibolso), apresenta o resultado de cinco anos
de pesquisa conduzida pelo médico Raymond A. Moody Jr, a respeito do que se
popularizou como EQM – Experiência de Quase Morte, ou seja, daquelas
pessoas que por fatores diversos, foram trazidas de volta à vida por processos
naturais ou induzidos. O trabalho prefaciado, antes de ser publicado, por outra
médica especialista no assunto, Elizabeth Kubler-Ross, revela informações muito
interessantes, como a do paciente moribundo continuar a ter
informação consciente do seu ambiente depois de declarado clinicamente
morto; um "flutuar" para fora de seus corpos físicos; grande sensação de paz e totalidade; estarem
cônscios do auxílio de outra pessoa em sua transição para outro plano de
existência; a presença de pessoas amadas que tinham morrido antes, e,
uma das mais instigantes, a chamada recapitulação extremamente rápida da
própria vida, para alguns em ordem cronológica, para outros não.
Segundo os relatos, instantânea, de uma vez, abrangendo todas as coisas só com
um relance, vívida e real, cada imagem sendo percebida e reconhecida, apesar da
rapidez. Surpreendentemente, Allan Kardec, nos depoimentos sobre percepções e
sensações no instante da morte, selecionados para compor a segunda parte d’ O CÉU E O INFERNO, incluiu dois contando que “toda a minha vida se desenrolou diante de minha lembrança” (J.
Sanson,) e, “senti um abalo e lembrei-me, de repente, meu nascimento, juventude,
minha idade madura, toda a minha vida se retratou nitidamente em minha
lembrança” (M. Jobard). Já no início do século 20, o incansável
pesquisador Ernesto Bozzano, apresenta na obra A CRISE DA MORTE (feb), casos como o do juiz Peckam, “no
momento da morte, revi, como num panorama, os acontecimentos de toda minha
existência, todas as cenas das ações que praticara, passaram ante meu olhar”;
do Dr. Horace Abraham Ackley, “logo que voltei a mim, todos os
acontecimentos de minha vida desfilaram sob as vistas, como num panorama,
visões vivas, muito reais, em dimensões naturais, como se meu passado se
houvera tornado presente”, ou,
Jim Nolam, “um pouco antes da crise fatal, minha mente se tornara muito ativa;
lembrei-me subitamente de todos os acontecimentos da minha vida; vi e ouvi tudo
que fizera, dissera, pensara, todas as coisas a que estivera associado”.
Em outro dos seus extraordinários trabalhos, A MORTE E SEUS MISTÉRIOS (eco), Bozzano reúne relatos de pessoas
que passando por traumatizantes situações de perigo de vida, também
vivenciaram experiências da visão panorâmica. Um grupo de alpinistas e turistas
que sofreram quedas das montanhas, vendo a morte de perto, relataram que além
de um sentimento de beatitude; ausência do tato e dor, com a visão e
audição conservando acuidade normal; extrema rapidez do pensamento e imaginação;
em inúmeros casos, reviram todo o curso de sua vida passada (“vislumbrei todos os fatos de
minha vida terrena que se desenrolaram diante de meus olhos em imagens inumeráveis,
com extraordinária rapidez e clareza”); Alphonse Bué, vitima de queda
que o fez perder a consciência durante dois ou três segundos,
conta que “desenrolaram-se, clara e lentamente, no seu Espírito, cenas, brinquedos
infantis, vida escolar, curso na escola militar, a vida de soldado, etc.”. Bozzano agrupa ainda casos de pessoas que passaram por asfixia
por submersão (1- “vi, num vasto panorama, toda minha
existência terrena, desde as recordações infantis até o momento em que nadei
para o mar alto”; 2- “diante de minha visão, se sucedia, com a maior
rapidez, todo o painel de minha vida, em projeção panorâmica”, 3- “no
instante em que desapareci na água, se produziu em minha mente verdadeira
revolução, graças à qual as menores particularidades de minha vida terrena se
imprimiram em caracteres profundos em minha memória, de acordo com as épocas em
que as vivi”). O riquíssimo documentário
produzido pelo médium Chico Xavier, através das cartas de entes queridos,inclui inúmeras
demonstrações dessa recapitulação no instante imediato à morte. O erudito e
respeitado Hermínio Correia de Miranda, na obra AS DUAS FACES DA VIDA (lachâtre, 2005), no capítulo Psiquismo Biológico, recordando hipótese formulada no
extraordinário A MEMÓRIA E O TEMPO
(edicel,1981), de que “ao finalizar-se a
existência na carne, ou mesmo ante ameaça mais vigorosa e eminente de que ela
está para terminar, dispara um dispositivo de transcrição dos arquivos
biológicos para os perispirituais, do que resulta aquele belo e curioso
espetáculo de replay da vida, para o qual estamos propondo o nome de
recapitulação. Uma vez transcrita a gravação dos tapes espirituais, o corpo
físico é liberado para a desintegração celular inevitável”. Quatro décadas
depois dessa suposição, conclui: “As pesquisas posteriores(...), me asseguram
de que não há, ainda razões para rejeitar a hipótese, havendo, ao contrário,
suportes confiáveis para ela, não apenas em textos doutrinários básicos, como
em informes trazidos por André Luiz, bem como, no convincente depoimento de um
confrade experimentado como Romeu do Amaral Camargo”, acrescentando: “-
Assim,
o Espírito pode proceder a uma reavaliação das suas vivências, ao mesmo tempo
em que se prepara para novas tarefas no Mundo Espiritual e para a eventual
retomada da experiência física, em outra etapa reencarnatória”..CONHEÇA A NOVA OPÇÃO DE REFLEXÃO DESTE BLOG, ACESSANDO OS LINKS DO DEBATES DOUTRINÁRIOS. E, EM BREVE, NOVOS VIDEOS DA SÉRIE INFORMAÇÃO ESPÍRITA
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Coincidências?
Faltavam alguns minutos para o meio-dia da quarta-feira, 30
de janeiro, a primeira depois da tragédia de Santa Maria, quando o telefone
tocou. Do outro lado da linha, o senhor Newton, amigo a quem nos ligamos pela
admiração mútua, músico aposentado que ajudou a escrever belas páginas na história da música popular
brasileira. Frequentador eventual do Grupo Espírita Casa do Caminho, um dos em que proferimos regularmente
palestras, informou estar nos procurando para saber da possibilidade de um
fenômeno ocorrido na madrugada da segunda-feira passada (28/1), em sua casa. O
que o fez se encorajar a fazer a ligação foi uma notícia veiculada pelo caderno
COTIDIANO
do jornal FOLHA DE SÃO PAULO,
daquele dia em que nos telefonava. Ante minha resposta negativa sobre não haver lido o
matutino, disse que a matéria incluía o parecer do pesquisador Anthony Wong,
diretor médico do Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das
Clinicas da Faculdade de Medicina da USP, afirmando que junto com a fuligem e o
monóxido de carbono resultantes da combustão dos materiais de baixa qualidade usados no
revestimento acústico da Kiss, apareceu o cianeto,
um gás inodoro e incolor, capaz de matar em prazo curtíssimo, de quatro
a cinco minutos. Segundo o médico, o mesmo gás usado pelo
nazistas nas câmaras de extermínio da Segunda Guerra. Nosso interlocutor
ficara impressionado com a notícia porque, ainda na noite de domingo,
juntamente com sua esposa fizeram uma prece em favor dos vitimados do acidente,
bem como, dos seus familiares, perguntando-se, reencarnacionistas que são, onde
a origem daquela triste ocorrência. Dormiram e, em meio ao repouso, ele sonhou
que se encontrava numa reunião onde um expositor explicava que os atingidos
pela provação, eram pessoas comprometidas com a utilização das câmaras de gás
usadas para eliminar judeus, ciganos, negros, homossexuais, deficientes mentais
no cruel processo de purificação criado e alimentado pela, segundo entendiam,
raça superior. Ao acordar no dia seguinte, impressionado com o sonho,
comentando com a esposa sua experiência, ela, surpresa e mais espantada ainda, disse que
sonhara algo parecido, cuja essência era a mesma no que concerne à origem da
tragédia atual. Pergunta o Sr. Newton: “-É possível?”. Respondemos que,
embora raro, sim. O Espiritismo, das questões 400 a 412 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, informa que durante o sono, geralmente nosso
Espírito vivencia experiências no Plano Invisível, e, em condições especiais
conserva fragmentos ou a essência das mesmas. Foi o que se deu com eles, já que
adormeceram mentalmente se perguntando sobre o “por quê?”.
Lembramo-nos então do filme AMEM (2002), do diretor Costa
Gravas, que denuncia a razão da omissão da religião à época predominante no continente
europeu ante as atrocidades cometidas sob o comando de Hitler. Uma das cenas
mais impressionantes recriava a visita de um oficial da SS, personagem principal
da película, a um galpão onde eram executados pelo mórbido processo da inalação
do cianeto,
homens, mulheres, crianças, velhos e jovens, correndo desorientados, no
ambiente fechado à procura de ar. Questão de poucos minutos, tal o poder letal
da substância química. Muitas coincidências foram ainda relacionadas pelo senhor
Newton. Mas uma das que mais impressionam, chegou-nos ao conhecimento na
segunda-feira, quatro de fevereiro. Durante visita a um amigo, ele assistia
pelo YouTube, pronunciamento do
ex-Secretário Geral da ONU, Ban kin Moon,
falando sobre a data escolhida para lembrar o Dia Internacional do
Holocausto, a qual coincide com aniversário da libertação dos
prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. O dia? 27 de janeiro. O mesmo da
ocorrência de Santa Maria.
sábado, 2 de fevereiro de 2013
ALERTA!
Na edição de março de 1859 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec
incluiu um artigo comentando a atitude daqueles que se beneficiam economicamente de sua
condição de canal de comunicação entre diferentes Dimensões intitulado MÉDIUNS
INTERESSEIROS. O Codificador, logo no início, considera esse “defeito como um dos que podem dar acesso
aos Espíritos imperfeitos”. Analisando essas considerações, observamos sua
atualidade, não só diante dos médiuns por trás daqueles panfletos que prometem “soluções”
e “revelações”
sobre problemas existenciais como relacionamento afetivo e trabalho, mas também
dos que transformam livros mediúnicos em meios de vida. Vejamos a opinião de
Kardec: “-Na primeira linha dos médiuns interesseiros devem colocar-se aqueles
que poderiam fazer de sua faculdade uma profissão, dando o que se costuma
chamar de sessões ou consultas remuneradas(..). Como, porém, tudo pode
tornar-se objeto de exploração, não seria de admirar que um dia quisessem
explorar os Espíritos. Resta saber como eles encarariam o fato, se acaso se
tentasse introduzir uma tal especulação. Mesmo sem iniciação ao Espiritismo,
compreende-se quanto isso representa de aviltante; mas quem quer que conheça um
pouco o quanto é difícil aos bons Espíritos virem comunicar-se conosco e quão
pouco é preciso para os afastar, bem como sua repulsa por tudo quanto represente
interesse egoístico, jamais poderá admitir que os Espíritos superiores sirvam
ao capricho do primeiro que os evocasse a tanto por hora. O simples bom senso
repele tal suposição. Não será ainda uma
profanação evocar pai, mãe, filhos e amigos por semelhante meio? Sem dúvida que
dessa maneira se podem ter comunicações; mas só Deus sabe de que fonte! Os
Espíritos levianos, mentirosos, travessos, zombeteiros e toda a caterva de Espíritos
inferiores vem sempre: estão sempre prontos a tudo responder. São Luiz nos dizia outro dia, na Sociedade: Evocai
um rochedo, e ele vos responderá. Quem quiser comunicações sérias deve
antes de tudo informar-se quanto às simpatias do médium com os seres do Plano
Espiritual; aquelas que são dadas pela ambição do lucro só podem inspirar uma
confiança falsa e precária. Médiuns interesseiros não são apenas os que
poderiam exigir uma determinada importância: o interesse nem sempre se traduz
na esperança de um lucro material, mas também nos pontos de vista ambiciosos de
qualquer natureza, sobre os quais pode fundar-se a esperança pessoal. É ainda
um tropeço que os Espíritos zombadores sabem utilizar muito bem, e de que se
aproveitam com uma destreza e com uma desfaçatez verdadeiramente notáveis,
acalentando enganadoras ilusões naqueles que assim se colocam sob sua
dependência. Em resumo, a mediunidade é uma faculdade dada para o Bem e os bons
Espíritos se afastam de quem quer que pretenda transformá-la em escada para
alcançar seja o que for que não corresponda aos desígnios da Providência. O egoísmo é a chaga da
sociedade; os Bons Espíritos o combatem e, portanto,
não é possível supor que venham servi-lo. Isto é tão racional, que sobre tal
ponto seria inútil insistir. Os médiuns de efeitos físicos não estão nas mesmas
condições: seus efeitos sendo produzidos por Espíritos inferiores, pouco
escrupulosos quanto aos sentimentos morais, um médium dessa natureza, que
quisesse explorar sua faculdade, poderia encontrar os que o assistissem sem
muita repugnância. Mas teríamos ainda outro inconveniente. Assim como o médium
de comunicações inteligentes, o de efeitos físicos não recebeu sua faculdade
para seu prazer; esta lhe foi dada com a condição de usá-la bem e, se abusar,
ela lhe pode ser retirada ou revertida em seu prejuízo porque, afinal de
contas, os Espíritos inferiores estão às ordens dos Espíritos Superiores. Os
inferiores gostam de mistificar, mas não gostam de ser mistificados; se de boa
vontade se prestam às brincadeiras e questões de curiosidade, como os demais,
não gostam de ser explorados e, a cada momento, provam que tem vontade própria,
que agem quando e como bem entendem, o que faz com que o médium de efeitos
físicos esteja ainda menos seguro da regularidade das manifestações que os
médiuns escreventes. Pretender as produzir em dias e horas predeterminados seria dar mostras
de profunda ignorância. Que fazer então para ganhar o seu
dinheiro? Simular os fenômenos. Eis o que pode acontecer, não só aos que disso
fizessem uma profissão declarada, como também às criaturas aparentemente
simples, que se limitam a receber uma retribuição qualquer dos visitantes. Se o Espírito nada produz, elas
produzem: a imaginação é muito fecunda quando se trata de ganhar dinheiro”.
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