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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Medalhinhas, Fitinhas/pulseira, Amuletos: a posição do Espiritismo


A história demonstra que sempre houve aqueles que acreditam existir um poder sobrenatural em alguns objetos considerados como talismãs para resolver questões no campo do amor, da “sorte, entre outros. Meios de obter a influência de Espíritos que cuidariam de encaminhar soluções. Um rentável comércio sempre existiu tirando proveito dessa crença. Haverá, porém, nessas peças, o poder a elas atribuído? Na edição de setembro de 1858, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec escreveu interessante artigo após ter sido indagado a respeito disso por pessoa conhecida. Identificado apenas como senhor M., “havia comprado uma medalha que se lhe afigurou de notável originalidade(...). Tinha o aspecto da prata, pouco oxidada, estampando nas duas faces, uma porção de sinais, gravados em baixo relevo, entre os quais se notavam os planetas, círculos entrelaçados, um triângulo, palavras ininteligíveis e iniciais em caracteres vulgares; depois outras em caracteres bizarros, tendo algo de árabe, tudo disposto de modo cabalístico, à maneira dos livros de magia”. Tendo consultado médium conhecida, ouviu “ser ela composta de sete metais, ter pertencido ao escritor Jean Cazzote, um dos pais da literatura fantástica, à época morto, possuindo o poder especial de atrair Espíritos e facilitar as evocações”. Outro, autor de uma série de comunicações que dizia ter recebido da Virgem Maria, lhe disse “ser uma coisa maléfica, própria para atrair os demônios”. Outro, autor de um livro sobre escrita direta, que “a medalha tinha uma virtude magnética e poderia provocar o sonambulismo”. Insatisfeito com as respostas contraditórias, mostrou a Kardec a medalha, pedindo sua opinião, ao mesmo tempo que desejava interrogasse um Espírito Superior sobre o real valor do ponto de vista da influência que a mesma pudesse ter. Eis a resposta de Allan Kardec: “-Os Espíritos, são atraídos ou repelidos pelo pensamento, não por objetos materiais, que nenhum poder exercem sobre eles. Em todos os tempos os Espíritos Superiores condenaram o emprego de signos e de formas cabalísticas; e todo Espírito que lhe atribui uma virtude qualquer ou que pretende dar talismãs que denotam magia, por aí revela a própria inferioridade, quer quando age de boa fé e por ignorância, levado por antigos preconceitos terrenos, de que ainda se acha imbuído, quer quando, conscientemente, se diverte com a credulidade, como Espírito zombeteiro. Os sinais cabalísticos, quando não são mera fantasia, são símbolos que lembram crenças supersticiosas na virtude de certas coisas, como os números, os planetas e sua correspondência com os metais, crenças nascidas no tempo da ignorância e que repousam sobre erros manifestos, aos quais a Ciência fez justiça, mostrando o que há sobre os pretensos sete planetas, os sete metais, etc. A forma mística e ininteligível de tais emblemas tem o objetivo de os impor ao vulgo, sempre inclinado a considerar maravilhoso aquilo que não compreende. Quem quer que tenha estudado racionalmente a natureza dos Espíritos, não admitirá que sobre eles se exerça a influência de formas convencionais, sem de substâncias misturadas em certas proporções: seria renovar as práticas do caldeirão das feiticeiras, dos gatos pretos, das galinhas pretas e de outras secretas maquinações. Já o mesmo não se dá com um objeto magnetizado, pois, como se sabe(...), a virtude de tal objeto reside unicamente no fluido de que se acha momentaneamente impregnado e que assim se transmite, por via imediata, e não na forma, na cor, nem, principalmente nos signos, que que possa estar cheio”. Pondera, mais à frente, que “o sinal traçado é uma expressão do pensamento; é uma evocação trazida de modo material. Ora, seja qual for sua natureza, os Espíritos não necessitam de semelhantes meios de comunicação. Os Espíritos Superiores jamais os empregam; os inferiores podem fazê-lo visando fascinar a imaginação de pessoas crédulas, que querem sob sua dependência. Regra geral: para os Espíritos Superiores a forma não nada é; o pensamento é tudo; todo Espírito que liga mais importância à forma que ao fundo, é inferior, não merece nenhuma confiança, mesmo quando, vez por outra, diga algumas coisas boas; porque as boas coisas são, por vezes, um meio de sedução”.


domingo, 24 de fevereiro de 2013

Inesperada Solução


Desde a desencarnação de seu irmão José, em fevereiro de 1939, o médium Chico Xavier deixara de servir no trabalho de assistência aos Espíritos mais necessitados nos serviços convencionalmente denominados nos círculos espíritas, de desobsessão. Vivia-se já o ano de 1951 e “o volume crescente dos casos de obsessão que procuravam incessantemente as reuniões públicas do Centro Espírita Luiz Gonzaga, nas noites de segunda e sextas-feiras, recomendavam, todavia, alguma providência nesse sentido”. E, Chico, por várias vezes, falou ao amigo Arnaldo Rocha, “sobre o desejo expresso pelos Amigos Espirituais, no sentido de se criar um grupo de irmãos conscientes e responsáveis para a assistência especializada aos problemas difíceis”. Arnaldo Rocha - desencarnado em 29 de outubro de 2012-, para quem não sabe, foi marido durante alguns meses de Irma de Castro, a quem chamava carinhosamente Meimei (Amor puro), desencarnada jovem em consequência de um quadro de nefrite que a perseguia há alguns anos. Tornou-se amigo muito próximo de Chico por “casuais” acontecimentos que, na verdade estavam reaproximando velhos conhecidos de outras eras. Em meados de 1952, por fim, iniciaram-se os trabalhos. Arnaldo, descrevia o grupo como reduzido a vinte companheiros que perseveraram unidos até a mudança de Chico para Uberaba, em 1958. “Dez médiuns com faculdades psicofônicas apreciáveis seguindo um programa de normas rígidas traçado pelos Instrutores Espirituais, nas noites de quinta-feira, semanalmente. Atividades mediúnicas em atmosfera habitual de equipe, assiduidade, horário rigoroso”. As reuniões se “iniciavam às 20 horas e, após a prece inicial, a leitura de trechos doutrinários e a palavra rápida do Amigo Espiritual responsável pelos trabalhos, as vinte e quinze, aproximadamente, começava o socorro aos desencarnados, constando de esclarecimento e consolo, enfermagem moral e edificação evangélica, a benefício das entidades conturbadas e sofredoras durante os próximos noventa minutos, valendo-se da cooperação de todos os médiuns presentes”. Às 21:45 hs, o ambiente se modificava para a prece em favor dos enfermos distantes. E, nesses quinze minutos finais, pela psicofonia sonambúlica de Chico, ouvia-se a palavra direta de Instrutores e Benfeitores desencarnados. “Eram lições primorosas dos orientadores, palestras edificantes de amigos, relatos comoventes de irmãos recuperados e preleções de caráter científico, filosófico e religioso, proferidas por devotados e cultos mentores, de passagem pelo recinto”. Revelou Arnaldo que “para reter-lhes a palavra construtiva e consoladora, muita vez suspiraram pela colaboração de um taquígrafo, até que, nos primeiros dias de 1954, comentando o problema com o distinto confrade Professor Carlos Torres Pastorino ( autor do conhecido MINUTOS DE SABEDORIA), o amigo radicado no Rio de Janeiro, ‘ofereceu-lhes um gravador de sua propriedade, que permitiu, desde a noite de 11 de março de 1954, o registro daqueles inesquecíveis momentos”. Assim nasceram dois livros  extraordinários INSTRUÇÕES PSICOFÔNICAS e VOZES DO GRANDE ALÉM, ambos publicados pela FEB e, mais recentemente, recuperados em áudio pela VERSÁTIL que os lançou em Audio-Livro. Fatos muito interessantes  cercam cada manifestação, sempre explicadas no introito de cada uma delas. Um deles, porém, constitui-se numa história à parte. Deu-se ao término da “reunião da noite de 2 de junho de 1955. O companheiro encarregado do serviço de gravação, ausentara-se, e Arnaldo, pessoalmente, assumiu a tarefa. E, notando que Chico denotava expressiva alteração, intuitivamente assinalou que o Grupo estava sendo visitado por mensageiro espiritual de elevada hierarquia. Não se enganava. Colocando-se em pé, o Instrutor passou à palavra. Dicção educada. Voz clara e bela. Em sucinto estudo, exalta a figura excelsa de Jesus, à frente do Espiritismo. Na saudação final, identifica-se. Tratava-se de Bittencourt Sampaio. Despede-se e encerra-se a reunião. Ansiosos para estudar a mensagem, ouvindo-a de novo, a frustrante constatação: o gravador não funcionara. Perdera-se a palavra do grande Instrutor. Uma hora depois dos seis remanescentes  tentarem entender  a origem do sucedido, preparando-se para o retorno aos seus lares, Chico anunciou estar ouvindo o amigo espiritual José Xavier avisando que não se preocupassem, pois Meimei e ele haviam gravado a palavra do Benfeitor  no aparelho de uso da equipe espiritual e, que se reunissem  em silêncio para que o médium ouvindo-a, a fixasse no papel. Sentaram-se ao redor da mesa, com o material de escrita e, depois da prece, Chico esclareceu estar vendo um pequeno gravador junto deles, manejado pelos Amigos Espirituais, transcrevendo moderadamente, evidenciando a audição em curso”. No fim, depois de outros lances inusitados, podia ser lida a belíssima  página O CRISTO ESTÁ NO LEME, contida no primeiro dos livros citados.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Chico Xavier e as Provas da Identidade dos Espíritos


A identidade é muito mais fácil de constatar quando se trata de Espíritos contemporâneos, cujos hábitos e caráter são conhecidos. Porque são precisamente esses hábitos, de que ainda não tiveram tempo de se livrar, que nos permite reconhece-los. E digamos logo que são eles um dos sinais mais certos de identidade”. Esse um dos indicadores fornecidos por Allan Kardec no capítulo 24 d’ O LIVRO DOS MÉDIUNS. Acrescenta mais à frente, que “através da linguagem, pelo emprego de expressões que lhes eram familiares, pela referência a alguns fatos significativos e de particularidades de sua vida, às vezes desconhecidas dos assistentes cuja veracidade se pode verificar”, encontramos outras provas de identidade, incluindo nesse elenco “a semelhança de caligrafia e de assinatura”. “Não existe comunicação má que resista a uma crítica rigorosa”, pondera Kardec. No item 267 do mesmo capítulo, o Espírito São Luiz, lista vinte e seis critérios para se analisar uma mensagem espiritual, precedendo-os da recomendação de se “pesar e analisar, submetendo ao mais rigoroso controle, da razão todas as comunicações”, aduzindo a isto que “não há outro critério para se discernir o valor dos Espíritos senão o bom senso” e que “não devemos julgar os Espíritos pelo aspecto formal e a correção do seu estilo, mas, sondar-lhes o íntimo, analisar suas palavras, pesá-las friamente, maduramente, sem prevenção”. Como há fraudadores dos dois lados da vida, o propósito do médium deve se considerado. A “natureza não dá saltos”, também neste aspecto. Dificilmente, portanto, ocorrem mudanças na personalidade do comunicante que, enquanto encarnado, era o oposto do que mostra na mensagem transmitida. Não se vira “santo” da noite para o dia. Na mesma obra, Kardec apresenta vários exemplos de mensagens apócrifas escritas por farsantes do Plano Espiritual. Naturalmente, exceções podem ocorrer depois que a “ficha” da realidade da sobrevivência “cai” para o que desencarnou. Nada, porém, radical. O incansável pesquisador italiano Ernesto Bozzano, produziu uma obra muito interessante sobre o assunto, intitulada CINCO EXCEPCIONAIS CASOS DE IDENTIFICAÇÃO DE ESPÍRITOS (lachâtre), finalizando-os com o do poeta e dramaturgo irlandês Oscar Wilde, psicografado pela médium inglesa Travers-Smith. Inúmeros detalhes pessoais desconhecidos da sensitiva foram declinados pelo Espírito, para surpresa dos que leram as inúmeras cartas por ele escritas.  Um dos casos mais impressionantes pela quantidade e qualidade da produção mediúnica, sobretudo, nas últimas décadas de sua existência, é Chico Xavier.  As cartas escritas por seu intermédio em reuniões públicas, apresentavam um repertório incrível de dados relacionados aos seus autores, muitos até desconhecidos pelos próprios familiares, o que, por fim, confirmado, servia de elemento de autenticação  quanto à autoria. Várias delas foram decisivas em processos judiciais, inocentando suspeitos de homicídios acidentais. Não bastassem os incríveis detalhes comprobatórios da autenticidade das mensagens, no início dos anos 90, do século passado, outro método científico deu a dezenas de cartas recebidas por Chico a credibilidade no que se refere à sua origem espiritual, confirmando que seus remetentes não haviam morrido, apenas mudado de Dimensão Existencial. Tudo foi descrito no livro A PSICOGRAFIA Á LUZ DA GRAFOSCOPIA (fe), assinado pelo professor Carlos Augusto Perandréa, à época uma dos mais competentes e requisitados especialistas na técnica de exames de autenticidade e verificação de autoria conhecida como Grafoscopia. A metodologia, muito conhecida nos meios forenses e instituições financeiras, focava a partir daí, mensagens psicografadas para saber se assinatura ou a letra do que a escreveu coincidia com o dos que se presumia ter algo escrito por via mediúnica. Nas peças documentais, o resultado foi tão surpreendente que o próprio perito, católico até então, rendeu-se ao conteúdo revelador do Espiritismo. Mas, o que mais importa, é: através de Chico Xavier, mais uma evidência da sobrevivência após a morte do corpo físico juntava-se a outras tantas disponibilizadas pelo canal da mediunidade.   

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Comunicações Mediúnicas Entre Vivos



Discorrendo sobre os caracteres da revelação espírita, Allan Kardec considera que “como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma maneira que as ciências positivas, isto é, aplica o método experimental, acrescentando que “é rigorosamente exato, portanto, dizer que o Espiritismo é uma ciência da observação e não o produto da imaginação”. Sua atuação à frente da Sociedade Espírita de Paris documenta o quanto ele ousou, através de diferentes médiuns, aprofundar os temas relacionados com informações obtidas com os Espíritos por ele evocados ou que se manifestavam em várias partes do Planeta abrindo caminho para o conhecimento da realidade do Mundo Espiritual. Um dos assuntos que o senso perquiridor de Kardec submeteu a testes, foi a   possibilidade de comunicações mediúnicas de pessoas encarnadas ou, como se costuma dizer, vivas. Longa e minuciosa pesquisa foi por ele conduzida, evocando Espíritos encarnados, às vezes, a grandes distâncias, sob controle de entidades espirituais que dirigiam os trabalhos mediúnicos da Sociedade.  .As comunicações obtidas foram publicadas na íntegra, pois sempre eram psicografadas. Constituem-se nas primeiras pesquisas e demonstrações da independência do Espírito em relação ao corpo. Sócios efetivos ou correspondentes da Sociedade se inscreviam para experiências nesse sentido. Um desses documentos pode ser encontrado na REVISTA ESPÍRITA, janeiro de 1860. Compreende oitenta perguntas formuladas a um Conde, oficial da Marinha Imperial, retido em  casa por enfermidade, e, que se oferecia para estudo, propondo-se a deitar por volta das nove horas do dia 25 de novembro, calculando que por volta das nove e meia poderia ser evocado. Assim foi feito na data combinada, em que respondeu à metade das perguntas a ele dirigidas, retornando na semana seguinte, no dia 2 de dezembro, complementando a interessante entrevista.  Na primeira série de questões, revelou detalhes importantes como “ter a condição de deslocar-se instantaneamente, e, à vontade, do local em que se comunicava até sua casa e vice-versa; ter consciência do trajeto; observar os objetos existentes no caminho; estar num estado diferente ao de um sonâmbulo pelo fato de seu corpo estar dormindo; citou um remédio do qual nunca ouvira falar para tratar o mal que o acometia – a gota – o cólquico; ser capaz de auxiliar um amigo que soubesse em perigo através da inspiração; sentir-se num estado de grande felicidade como num sonho bom; sentir-se ligado ao corpo físico por um laço luminoso como uma luz fosforescente difícil de descrever; atuar sobre a mão do médium para dar-lhe uma direção que facilitava por uma ação sobre o cérebro; não experimentar fadiga física durante o fenômeno de que era o centro; ser capaz de responder a perguntas mentais”.  No dia seguinte, contou que tinha sonhado que se achava na Sociedade, entre o médium e Kardec, o que foi considerado por este uma lembrança da evocação, que também diz que “sendo o sonho uma lembrança da atividade do Espírito, não é, evidentemente, o corpo que sonha”. Na segunda evocação, respondendo à entrevista formulada por Kardec, expõem impressões elucidativas como “registrar de forma muito intensa percepções como a luz, sons e odores,  não através dos órgãos dos sentidos como no corpo físico; ver os Espíritos desencarnados presentes à reunião que se processava; vê-los por sua própria forma perispiritual; apresentando-se também através deste corpo que imita a forma do corpo material, embora tendo consciência de ali estar no corpo fluídico luminoso; de ser capaz de dar um soco em qualquer um dos presentes, e, embora não fosse sentido pelo agredido, poderia sê-lo se o quisesse, esclarecendo ainda que o nome do remédio – cólquico –, sabia por tê-lo usado em encarnação anterior, em que, por sinal, lhe fizera muito mal”. Além das incursões feitas por Allan Kardec nessa área, Ernesto Bozzano, anos depois compilou vários relatos na obra COMUNICAÇÕES MEDIÚNICAS ENTRE VIVOS (edicel, 1968), publicado em tradução de Francisco Klör Werneck

domingo, 17 de fevereiro de 2013

O Esclarecimento de Emmanuel


No ano de 1976, foi lançado no Brasil um surpreendente livro cujo sugestivo e instigante título representava um estímulo para se conhecer seu conteúdo: A VIDA SECRETA DAS PLANTAS. Nele, os autores Peter Tompkins e Christopher Bird relatavam pesquisas feitas nos últimos dez anos, desde que movido por despretensioso interesse, um americano chamado Cleve Backster, conectara sensores de um aparelho – o polígrafo, sobre cujo funcionamento era uma das maiores autoridades no mundo -, às folhas de uma dracena existente num vaso sobre sua mesa de trabalho. A Dracena é uma planta tropical que lembra vagamente uma palmeira, com folhas grandes e um denso cacho de flores miúdas e o equipamento citado é vulgarmente chamado “detector de mentiras”, muito usado outrora em processos objetivando constatar se pessoas, sob investigação criminal, mentem em seus depoimentos. No caso em questão, Backster  pretendia saber quanto tempo a água oferecida às raízes fincadas na terra, levava para chegar às suas folhas. O resultado foi tão inesperado quanto espantoso, pois, desencadearia inúmeras outras experiências por ele conduzidas com plantas de espécies variadas, que acabaram por envolver inúmeros outros pesquisadores de reconhecida credibilidade que se lançaram ao aprofundamento das mesmas. Os resultados reafirmaram o comprovado por Backster: as plantas percebem - ou sentem - e reagem, positiva ou negativamente, a estímulos resultantes de situações criadas no ambiente em que se encontram, fato constatado e registrado nos gráficos do polígrafo a que estavam ligadas.  A hipótese formulada por Backster após milhares de observações pessoais ou de outros que se envolveram na pesquisa era que “existe uma percepção primária ainda não definida na vida das plantas”. O livro contém inúmeras interessantes informações de experimentos conduzidos por cientistas importantes da época, formulando conclusões na mesma direção da Backster. Quando das prospecções feitas com os Espíritos que o auxiliaram a compor O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Allan Kardec no capítulo XI do Livro Segundo, dedicou-se ao tema OS TRÊS REINOS, confirmando o encadeamento lógico da Evolução do Princípio Espiritual do Mineral ao Hominal. Sobre a etapa vegetal, cinco perguntas foram formuladas. Sobre as plantas terem consciência de sua existência, disseram que “não, elas não pensam, não tem mais de que a vida orgânica”; a respeito da possibilidade delas terem sensações, sofrendo quando mutiladas, afirmaram que “as plantas recebem as impressões físicas da ação sobre a matéria, mas não tem percepções, por conseguinte, não tem a sensação da dor”; tomando como exemplo a sensitiva e a dionéia que demonstram movimentos de grande sensibilidade e, em alguns casos uma espécie de vontade, como a última, cujos lóbulos apanham a mosca que vem pousar sobre ela para sugar-lhe o suco, e à qual ela parece haver preparado uma armadilha para matar, esclareceram que “tudo é transição na natureza, pelo fato de que nada é semelhante, e, no entanto, tudo se liga. As plantas não pensam e, por conseguinte não tem vontade. A ostra que se abre e todos os zoófitos não tem pensamento; nada mais possuem que um instinto natural e cego”. Finalmente, sobre haver nas plantas, como nos animais, um instinto de conservação, responderam que “há, se o quiserdes, uma espécie de instinto, dependendo da extensão que se atribua a essa palavra, mas é puramente mecânico. Quando, nas reações químicas, vedes dois corpos se unirem, é que eles se afinam, quer dizer que há afinidades entre eles”. O jornalista Fernando Worm, baseando-se nas conclusões reveladas no livro citado no início de nossos comentários e as informações do livro base do Espiritismo, propôs ao médium Chico Xavier três indagações associadas ao tema que ampliam o conteúdo apresentado pela Espiritualidade. Inseridas no livro JANELA PARA A VIDA, as respostas oferecidas pelo Espírito Emmanuel, nos oferecem elementos para maiores reflexões. A primeira, sobre como explicar as sensações manifestadas pelas plantas semelhantes às das pessoas que as cuida e ama, mesmo que essa pessoa esteja a quilômetros de distância, disse que “o fenômeno de Empatia está presente em todos os seres e em todos os domínios do Universo”; se, telepaticamente, afetamos as plantas, afirmou que “todo Ser organizado é sensível ao campo magnético da criatura que se lhe faça mais próxima”, e, por fim, sobre “experimentos que demonstraram serem as comunicações biológicas extratemporais, isto é, acima, fora e além do tempo como o conhecemos”, ponderou: “A ciência humana continuará com êxito nas investigações em torno das comunicações biológicas, registrando a presença de forças que se interligam, de acordo com o tempo mensurável na Terra e de conformidade com recursos, a outras de tempo extraterrestre”. JÁ ESTÁ DISPONÍVEL MAIS UM DEBATE DOUTRINÁRIO - COMBATENDO O "STRESS". BASTA CLICAR NO LINK INDICADO NA BARRA ABAIXO 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

QUEM FOI (12) - a primeira mensagem



Para mim, meu caro filho, as últimas impressões da existência terrena e os primeiros dias transcorridos depois da morte foram muito amargos e dolorosos. Quero crer que a angústia, que naquele momento avassalou a minha alma, originou-se da profunda mágoa que me ocasionava a separação do lar e dos afetos familiares, pois, apesar de crer na imortalidade, sempre enchiam-me de pavor os aparatos da morte; e dentro do catolicismo, que eu professava fervorosamente, atemorizava-me a perspectiva de uma eterna ausência. Lutei, enquanto me permitiam as forças físicas, contra a influência aniquiladora do meu corpo(...). Unicamente esse amor obrigava-me ao apego à vida, porque os sofrimentos, que já havia experimentado, desprendiam-me de todo o prazer que ainda pudesse me advir das coisas terrestres”. Assim começa a série de mensagens compiladas e transformadas no livro CARTAS DE UMA MORTA (lake), pelo Espírito Maria João de Deus, que, entre nove encarnações, foi responsável pela de Chico Xavier. Desencarnada com 34 anos, filha de humilde lavadeira, não conheceu o pai, ganhando por sobrenome o da maternidade em que nasceu, João de Deus. Contava Chico que, vendo-a partir aos cinco anos para, segundo ela lhe dissera, “ um hospital”, passou a avistá-la  como Espírito no fundo do quintal da casa em que foi  viver sob os cuidados de uma madrinha de nome Ritinha que, muito perturbada, lhe impunha duros castigos e rudes tarefas e trabalhos, muito além da capacidade de uma criança de sua idade. A leitura dos textos publicados, podem levar-nos a pensar como uma pessoa de recursos intelectuais limitados nesta existência pode ter escrito com tanta beleza e coerência sobre suas experiências além desta vida. A resposta está na edição ampliada da obra MENSAGENS DE INÊS DE CASTRO (geem), onde seu organizador, o Dr. Caio Ramacciotti, reproduz emocionante  depoimento de Chico, relatando seu encontro com ela, dois anos antes dele reencarnar em 2 de abril de 1910. Chico fala de sua impressão de “parecer rever em roupagem diferente uma irmã querida de quem se afastara sem precisar por quanto tempo (...), caindo em pranto em que a dor se misturava com a alegria, pois reencontrava uma criatura afetuosa e amiga”. Quando os Benfeitores que o haviam trazido a apresentaram, revelaram que ela “em várias existências, brilhara na cultura do mundo e, por várias vezes, se consagrou à religião em casas de fé”, e, “em fins do século dezenove, pediu a maternidade por tarefa primordial, rogando ambiente de extrema carência material, para burilar-se na própria alma”. Tal ligação foi desvendada por Arnaldo Rocha, nas memórias reunidas no livro CHICO, DIÁLOGOS E RECORDAÇÕES (uem), organizado por Carlos Alberto Braga Costa. Arnaldo foi marido de Meimei (Irma de Castro), e, logo após ter enviuvado em 1946, através de  esbarrão “casual” numa avenida de Belo Horizonte, tornou-se amigo intimo e frequentador habitual da casa de Chico em Pedro Leopoldo, até 1958, quando o médium se transferiu para Uberaba (MG). No capítulo onze do referido trabalho, Arnaldo é instado pelo seu entrevistador a identificar na atualidade alguns personagens do romance HÁ DOIS MIL ANOS (feb), dizendo que “Ana, a serva de Lívia, foi Maria João de Deus – mãe de Chico Xavier, em sua última encarnação”. Finalizando, lembraremos relato contido na obra MOMENTOS COM CHICO XAVIER (leep), onde Adelino Silveira recorda diálogo havido em certa terça-feira de 1977, na qual o  amigo revelou ter recebido naquela dia a visita do Espírito da querida mãe, que lhe informava que, “após tantos anos no  Mundo Espiritual, estava se formando Assistente Social e que não iria mais aparecer a ele, pois, seu pai( João Cândido) precisava renascer e dissera que só reencarnaria se ela viesse como esposa dele. Em conversa com Cidália, sua segunda mãe, soubera que ela também precisava voltar à Terra, e, lembrando como esta fora tão boa para seus filhos, não fazendo diferença entre os dela e os seus, fazendo tantos sacrifícios por eles, suportando tantas humilhações, desde sua decisão de também voltar ao corpo, refletira muito sobre tudo isso e, gostaria de saber se ela aceitaria renascer como sua primeira filha. Perguntou ainda se havia alguma coisa que poderia fazer, quando fosse sua mãe, ouvindo que ela, Cidália, ‘sempre tivera muita inclinação para música, para o piano, embora não podendo se aproximar de um instrumento’, pelas extremas carências materiais em que vivera.” Concluindo o diálogo, Maria disse à amiga e futura filha: “-Pois bem, vou imprimir em meu coração um desejo para que minha filha venha com inclinação para a música. Jesus há de nos proporcionar a alegria de possuir um piano”. Concluindo, banhado em lágrimas, Chico lembra as últimas palavras da querida entidade: “- Seu pai vai reencarnar em 1997. Vou ficar junto dele aproximadamente três anos e renascerei nos primeiros meses do ano 2000”, às quais ele contrapôs: “-Mas a senhora já sofreu tanto e vai renascer para ser esposa e mãe novamente?", ouvindo como resposta: “São os sacrifícios do amor...Até um dia, meu filho!"...  MORTES COLETIVAS? ENTENDA A POSIÇÃO DO ESPIRITISMO CLICANDO NO LINK DEBATES DOUTRINÁRIOS 3..

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Ponto de Vista


Abrindo o número de julho de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, encontramos interessante matéria intitulada PONTO DE VISTA. Allan Kardec, como sempre, surpreende pela coerência de sua análise. Merece uma reflexão sobre o tema. Diz o Codificador: “- Não há quem não tenha notado quanto as coisas mudam de aspecto, conforme o ponto de vista sob o qual são consideradas. Não só se modifica o aspecto , mas, também, a importância da coisa. Coloquemo-nos no centro de qualquer coisa, mesma pequena, e parecerá grande; se nos colocarmos fora, será outra coisa.. Quem vê uma coisa do alto de um monte a vê insignificante, mas de baixo ela parece grande. É um efeito de ótica, mas também se aplica às coisas morais. Um dia inteiro de sofrimento parecerá uma eternidade; à medida que o dia se afasta de nós admiramo-nos de haver desesperado por tão pouco. Os pesares da infância também tem uma importância relativa e, para a criança, são tão amargos quanto para a idade adulta. Por que, então, nos parecem tão fúteis? Porque não mais os sentimos, ao passo que a criança os sente completamente e não vê além de seu círculo de atividade; ela os vê do interior, nós, do exterior. Suponhamos um ser colocado, em relação a nós, na posição em que estamos em relação à criança; ele julgará as nossas preocupações do mesmo ponto de vista, e as achareis pueris(...). O Espiritismo nos mostra uma aplicação deste princípio, mas de outra importância nas suas consequências. Ele nos mostra a vida feita no que ela é, colocando-nos no ponto de vista futuro; pelas provas materiais que nos oferece, pela intuição clara, precisa, lógica que nos dá, pelos exemplos postos aos nossos olhos, transporta-nos pelo pensamento: a gente a vê e a compreende; não essa noção vaga, incerta, problemática, que nos ensinavam do futuro, e que, involuntariamente, deixava dúvidas; para o espírita é uma certeza adquirida, uma realidade. Faz mais ainda: mostra-nos a vida da alma, o Ser essencial, porque é o Ser pensante, remontando no passado a uma época desconhecida, estendendo-se indefinidamente pelo futuro, de tal sorte que a vida terena, mesmo de um século, não passa de um ponto nesse longo percurso. Se vida terrena é pouca coisa comparada com a vida da alma, que serão os acidentes da vida? Entretanto o homem colocado no centro da vida, com esta se preocupa como se fosse durar para sempre. Para ele tudo assume proporções colossais: a menor pedra que o fere, afigura-se-lhe um rochedo; uma decepção o desespera; m revés o abate; uma palavra o enfurece. Com a visão limitada ao presente, àquilo que toca imediatamente, exagera a importância dos menores acidentes; um negócio de Estado; uma injustiça o põe fora de si. Triunfar é um de seus esforços, o objetivo de todas as suas combinações; mas, quanto à maioria delas, que é o triunfo? Será, se se não possuem os meios de vida, criar por meios honestos uma existência tranquila? Será a nobre emulação de adquirir talento e desenvolver a inteligência? Será o desejo de deixar, depois de si, um nome justamente honrado e realizar trabalhos úteis à Humanidade? Não. Triunfar é suplantar o vizinho, eclipsá-lo, afastá-lo, mesmo  derrubá-lo, para lhe tomar o lugar. E para tão belo “triunfo”, que talvez a morte não deixe aproveitar vinte e quatro horas, quantas preocupações e tribulações!. Quanto talento por vezes despendido e que poderia ser melhor empregado! Depois, quanta raiva, quanta insônia se se não triunfar! Que febre de inveja causa o sucesso de um rival! Assim, culpam a má estrela, a sorte, a chance fatal, ao passo que a má estrela as mais das vezes é a inabilidade e a incapacidade. Na verdade dir-se-ia que o homem assume a tarefa de tornar os mais penosos possíveis os poucos instantes que deve passa na Terra e dos quais não é senhor, pois jamais tem certeza do dia seguinte. Como tudo isso muda de aspecto quando, pelo pensamento, sai o homem do vale estreito da vida terrena e se eleva na radiosa, esplendida e incomensurável vida além-túmulo?(...) Tal ponto de vista tem para o homem outra enorme consequência imediata: é a de lhe tornar mais suportáveis as tribulações da vida". OUÇA OS PROGRAMAS JÁ APRESENTADOS DA SÉRIE DESCOBRINDO A REVISTA ESPÍRITA, QUADRO APRESENTADO SEMANALMENTE NO PROGRAMA MANHÃ BOA NOVA, DA RÁDIO BOA NOVA. BASTA CLICAR NO LINK INDICADO NA COLUNA À DIREITA DESTE TEXTO.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A Hipótese/Certeza de Hermínio


Lançado no ano de 1975, o livro VIDA DEPOIS DA VIDA (edibolso), apresenta o resultado de cinco anos de pesquisa conduzida pelo médico Raymond A. Moody Jr, a respeito do que se popularizou como EQM – Experiência de Quase Morte, ou seja, daquelas pessoas que por fatores diversos, foram trazidas de volta à vida por processos naturais ou induzidos. O trabalho prefaciado, antes de ser publicado, por outra médica especialista no assunto, Elizabeth Kubler-Ross, revela informações muito interessantes, como a do paciente moribundo continuar a ter informação consciente do seu ambiente depois de declarado clinicamente morto; um "flutuar" para fora de seus corpos físicos;  grande sensação de paz e totalidade; estarem cônscios do auxílio de outra pessoa em sua transição para outro plano de existência; a presença de pessoas amadas que tinham morrido antes, e, uma das mais instigantes, a chamada recapitulação extremamente rápida da própria vida, para alguns em ordem cronológica, para outros não. Segundo os relatos, instantânea, de uma vez, abrangendo todas as coisas só com um relance, vívida e real, cada imagem sendo percebida e reconhecida, apesar da rapidez. Surpreendentemente, Allan Kardec, nos depoimentos sobre percepções e sensações no instante da morte, selecionados para compor a segunda parte d’ O CÉU E O INFERNO, incluiu dois  contando que “toda a minha vida se desenrolou diante de minha lembrança” (J. Sanson,) e, “senti um abalo e lembrei-me, de repente, meu nascimento, juventude, minha idade madura, toda a minha vida se retratou nitidamente em minha lembrança” (M. Jobard). Já no início do século 20, o incansável pesquisador Ernesto Bozzano, apresenta na obra A CRISE DA MORTE (feb), casos como o do juiz Peckam, “no momento da morte, revi, como num panorama, os acontecimentos de toda minha existência, todas as cenas das ações que praticara, passaram ante meu olhar”; do Dr. Horace Abraham Ackley, “logo que voltei a mim, todos os acontecimentos de minha vida desfilaram sob as vistas, como num panorama, visões vivas, muito reais, em dimensões naturais, como se meu passado se houvera tornado presente”, ou,  Jim Nolam, “um pouco antes da crise fatal, minha mente se tornara muito ativa; lembrei-me subitamente de todos os acontecimentos da minha vida; vi e ouvi tudo que fizera, dissera, pensara, todas as coisas  a que estivera associado”. Em outro dos seus extraordinários trabalhos, A MORTE E SEUS MISTÉRIOS (eco), Bozzano reúne relatos de pessoas que passando por traumatizantes situações de perigo de vida, também vivenciaram experiências da visão panorâmica. Um grupo de alpinistas e turistas que sofreram quedas das montanhas, vendo a morte de perto, relataram que além de um sentimento de beatitude; ausência do tato e dor, com a visão e audição conservando acuidade normal; extrema rapidez do pensamento e imaginação; em inúmeros casos, reviram todo o curso de sua vida passada (“vislumbrei todos os fatos de minha vida terrena que se desenrolaram diante de meus olhos em imagens inumeráveis, com extraordinária rapidez e clareza”); Alphonse Bué, vitima de queda que o fez perder a consciência durante dois ou três segundos, conta que “desenrolaram-se, clara e lentamente, no seu Espírito, cenas, brinquedos infantis, vida escolar, curso na escola militar, a vida de soldado, etc.”. Bozzano agrupa ainda  casos de pessoas que passaram por asfixia por submersão (1- “vi, num vasto panorama, toda minha existência terrena, desde as recordações infantis até o momento em que nadei para o mar alto”; 2- “diante de minha visão, se sucedia, com a maior rapidez, todo o painel de minha vida, em projeção panorâmica”, 3- “no instante em que desapareci na água, se produziu em minha mente verdadeira revolução, graças à qual as menores particularidades de minha vida terrena se imprimiram em caracteres profundos em minha memória, de acordo com as épocas em que as vivi”). O riquíssimo documentário produzido pelo médium Chico Xavier, através das cartas de entes queridos,inclui inúmeras demonstrações dessa recapitulação no instante imediato à morte. O erudito e respeitado Hermínio Correia de Miranda, na obra AS DUAS FACES DA VIDA (lachâtre, 2005), no capítulo Psiquismo Biológico, recordando hipótese formulada no extraordinário A MEMÓRIA E O TEMPO (edicel,1981), de que “ao finalizar-se a existência na carne, ou mesmo ante ameaça mais vigorosa e eminente de que ela está para terminar, dispara um dispositivo de transcrição dos arquivos biológicos para os perispirituais, do que resulta aquele belo e curioso espetáculo de replay da vida, para o qual estamos propondo o nome de recapitulação. Uma vez transcrita a gravação dos tapes espirituais, o corpo físico é liberado para a desintegração celular inevitável”. Quatro décadas depois dessa suposição, conclui: “As pesquisas posteriores(...), me asseguram de que não há, ainda razões para rejeitar a hipótese, havendo, ao contrário, suportes confiáveis para ela, não apenas em textos doutrinários básicos, como em informes trazidos por André Luiz, bem como, no convincente depoimento de um confrade experimentado como Romeu do Amaral Camargo”, acrescentando: “- Assim, o Espírito pode proceder a uma reavaliação das suas vivências, ao mesmo tempo em que se prepara para novas tarefas no Mundo Espiritual e para a eventual retomada da experiência física, em outra etapa reencarnatória”..CONHEÇA A NOVA OPÇÃO DE REFLEXÃO DESTE BLOG, ACESSANDO OS LINKS DO DEBATES DOUTRINÁRIOS. E, EM BREVE, NOVOS VIDEOS DA SÉRIE INFORMAÇÃO ESPÍRITA

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Coincidências?


Faltavam alguns minutos para o meio-dia da quarta-feira, 30 de janeiro, a primeira depois da tragédia de Santa Maria, quando o telefone tocou. Do outro lado da linha, o senhor Newton, amigo a quem nos ligamos pela admiração mútua, músico aposentado que ajudou a escrever  belas páginas na história da música popular brasileira. Frequentador eventual do Grupo Espírita Casa do Caminho, um dos em que proferimos regularmente palestras, informou estar nos procurando para saber da possibilidade de um fenômeno ocorrido na madrugada da segunda-feira passada (28/1), em sua casa. O que o fez se encorajar a fazer a ligação foi uma notícia veiculada pelo caderno COTIDIANO do jornal FOLHA DE SÃO PAULO, daquele dia em que nos telefonava. Ante minha resposta negativa sobre não haver lido o matutino, disse que  a matéria incluía o parecer do pesquisador Anthony Wong, diretor médico do Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da USP, afirmando que junto com a fuligem e o monóxido de carbono resultantes da combustão dos materiais de baixa qualidade usados no revestimento acústico da Kiss, apareceu o cianeto, um gás inodoro e incolor, capaz de matar em prazo curtíssimo, de quatro a cinco minutos. Segundo o médico, o mesmo gás usado pelo nazistas nas câmaras de extermínio da Segunda Guerra. Nosso interlocutor ficara impressionado com a notícia porque, ainda na noite de domingo, juntamente com sua esposa fizeram uma prece em favor dos vitimados do acidente, bem como, dos seus familiares, perguntando-se, reencarnacionistas que são, onde a origem daquela triste ocorrência. Dormiram e, em meio ao repouso, ele sonhou que se encontrava numa reunião onde um expositor explicava que os atingidos pela provação, eram pessoas comprometidas com a utilização das câmaras de gás usadas para eliminar judeus, ciganos, negros, homossexuais, deficientes mentais no cruel processo de purificação criado e alimentado pela, segundo entendiam, raça superior. Ao acordar no dia seguinte, impressionado com o sonho, comentando com a esposa sua experiência, ela, surpresa e mais espantada ainda, disse que sonhara algo parecido, cuja essência era a mesma no que concerne à origem da tragédia atual. Pergunta o Sr. Newton: “-É possível?”. Respondemos que, embora raro, sim. O Espiritismo, das questões 400 a 412 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, informa que durante o sono, geralmente nosso Espírito vivencia experiências no Plano Invisível, e, em condições especiais conserva fragmentos ou a essência das mesmas. Foi o que se deu com eles, já que adormeceram mentalmente se perguntando sobre o “por quê?”. Lembramo-nos então do filme AMEM (2002), do diretor Costa Gravas, que denuncia a razão da omissão da religião à época predominante no continente europeu ante as atrocidades cometidas sob o comando de Hitler. Uma das cenas mais impressionantes recriava a visita de um oficial da SS, personagem principal da película, a um galpão onde eram executados pelo mórbido processo da inalação do cianeto, homens, mulheres, crianças, velhos e jovens, correndo desorientados, no ambiente fechado à procura de ar. Questão de poucos minutos, tal o poder letal da substância química. Muitas coincidências foram ainda relacionadas pelo senhor Newton. Mas uma das que mais impressionam, chegou-nos ao conhecimento na segunda-feira, quatro de fevereiro. Durante visita a um amigo, ele assistia pelo YouTube, pronunciamento do ex-Secretário Geral da ONU, Ban kin Moon,  falando sobre a data escolhida para lembrar o Dia Internacional do Holocausto, a qual coincide com aniversário da libertação dos prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. O dia? 27 de janeiro. O mesmo da ocorrência de Santa Maria.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

ALERTA!


Na edição de março de 1859 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec incluiu um artigo comentando a atitude daqueles que se beneficiam economicamente de sua condição de canal de comunicação entre diferentes Dimensões intitulado MÉDIUNS INTERESSEIROS. O Codificador, logo no início, considera esse “defeito como um dos que podem dar acesso aos Espíritos imperfeitos”. Analisando essas considerações, observamos sua atualidade, não só diante dos médiuns por trás daqueles panfletos que prometem “soluções” e “revelações” sobre problemas existenciais como relacionamento afetivo e trabalho, mas também dos que transformam livros mediúnicos em meios de vida. Vejamos a opinião de Kardec: “-Na primeira linha dos médiuns interesseiros devem colocar-se aqueles que poderiam fazer de sua faculdade uma profissão, dando o que se costuma chamar de sessões ou consultas remuneradas(..). Como, porém, tudo pode tornar-se objeto de exploração, não seria de admirar que um dia quisessem explorar os Espíritos. Resta saber como eles encarariam o fato, se acaso se tentasse introduzir uma tal especulação. Mesmo sem iniciação ao Espiritismo, compreende-se quanto isso representa de aviltante; mas quem quer que conheça um pouco o quanto é difícil aos bons Espíritos virem comunicar-se conosco e quão pouco é preciso para os afastar, bem como  sua repulsa por tudo quanto represente interesse egoístico, jamais poderá admitir que os Espíritos superiores sirvam ao capricho do primeiro que os evocasse a tanto por hora. O simples bom senso repele  tal suposição. Não será ainda uma profanação evocar pai, mãe, filhos e amigos por semelhante meio? Sem dúvida que dessa maneira se podem ter comunicações; mas só Deus sabe de que fonte! Os Espíritos levianos, mentirosos, travessos, zombeteiros e toda a caterva de Espíritos inferiores vem sempre: estão sempre prontos a tudo responder.  São Luiz nos dizia outro dia, na Sociedade: Evocai um rochedo, e ele vos responderá. Quem quiser comunicações sérias deve antes de tudo informar-se quanto às simpatias do médium com os seres do Plano Espiritual; aquelas que são dadas pela ambição do lucro só podem inspirar uma confiança falsa e precária. Médiuns interesseiros não são apenas os que poderiam exigir uma determinada importância: o interesse nem sempre se traduz na esperança de um lucro material, mas também nos pontos de vista ambiciosos de qualquer natureza, sobre os quais pode fundar-se a esperança pessoal. É ainda um tropeço que os Espíritos zombadores sabem utilizar muito bem, e de que se aproveitam com uma destreza e com uma desfaçatez verdadeiramente notáveis, acalentando enganadoras ilusões naqueles que assim se colocam sob sua dependência. Em resumo, a mediunidade é uma faculdade dada para o Bem e os bons Espíritos se afastam de quem quer que pretenda transformá-la em escada para alcançar seja o que for que não corresponda aos desígnios da Providência. O egoísmo é a chaga da sociedade; os Bons Espíritos o combatem e, portanto, não é possível supor que venham servi-lo. Isto é tão racional, que sobre tal ponto seria inútil insistir. Os médiuns de efeitos físicos não estão nas mesmas condições: seus efeitos sendo produzidos por Espíritos inferiores, pouco escrupulosos quanto aos sentimentos morais, um médium dessa natureza, que quisesse explorar sua faculdade, poderia encontrar os que o assistissem sem muita repugnância. Mas teríamos ainda outro inconveniente. Assim como o médium de comunicações inteligentes, o de efeitos físicos não recebeu sua faculdade para seu prazer; esta lhe foi dada com a condição de usá-la bem e, se abusar, ela lhe pode ser retirada ou revertida em seu prejuízo porque, afinal de contas, os Espíritos inferiores estão às ordens dos Espíritos Superiores. Os inferiores gostam de mistificar, mas não gostam de ser mistificados; se de boa vontade se prestam às brincadeiras e questões de curiosidade, como os demais, não gostam de ser explorados e, a cada momento, provam que tem vontade própria, que agem quando e como bem entendem, o que faz com que o médium de efeitos físicos esteja ainda menos seguro da regularidade das manifestações que os médiuns escreventes. Pretender as produzir em dias e horas predeterminados seria dar mostras de profunda ignorância. Que fazer então para ganhar o seu dinheiro? Simular os fenômenos. Eis o que pode acontecer, não só aos que disso fizessem uma profissão declarada, como também às criaturas aparentemente simples, que se limitam a receber uma retribuição qualquer dos visitantes. Se o Espírito nada produz, elas produzem: a imaginação é muito fecunda quando se trata de ganhar dinheiro”.