faça sua pesquisa

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Ponto de Vista


Abrindo o número de julho de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, encontramos interessante matéria intitulada PONTO DE VISTA. Allan Kardec, como sempre, surpreende pela coerência de sua análise. Merece uma reflexão sobre o tema. Diz o Codificador: “- Não há quem não tenha notado quanto as coisas mudam de aspecto, conforme o ponto de vista sob o qual são consideradas. Não só se modifica o aspecto , mas, também, a importância da coisa. Coloquemo-nos no centro de qualquer coisa, mesma pequena, e parecerá grande; se nos colocarmos fora, será outra coisa.. Quem vê uma coisa do alto de um monte a vê insignificante, mas de baixo ela parece grande. É um efeito de ótica, mas também se aplica às coisas morais. Um dia inteiro de sofrimento parecerá uma eternidade; à medida que o dia se afasta de nós admiramo-nos de haver desesperado por tão pouco. Os pesares da infância também tem uma importância relativa e, para a criança, são tão amargos quanto para a idade adulta. Por que, então, nos parecem tão fúteis? Porque não mais os sentimos, ao passo que a criança os sente completamente e não vê além de seu círculo de atividade; ela os vê do interior, nós, do exterior. Suponhamos um ser colocado, em relação a nós, na posição em que estamos em relação à criança; ele julgará as nossas preocupações do mesmo ponto de vista, e as achareis pueris(...). O Espiritismo nos mostra uma aplicação deste princípio, mas de outra importância nas suas consequências. Ele nos mostra a vida feita no que ela é, colocando-nos no ponto de vista futuro; pelas provas materiais que nos oferece, pela intuição clara, precisa, lógica que nos dá, pelos exemplos postos aos nossos olhos, transporta-nos pelo pensamento: a gente a vê e a compreende; não essa noção vaga, incerta, problemática, que nos ensinavam do futuro, e que, involuntariamente, deixava dúvidas; para o espírita é uma certeza adquirida, uma realidade. Faz mais ainda: mostra-nos a vida da alma, o Ser essencial, porque é o Ser pensante, remontando no passado a uma época desconhecida, estendendo-se indefinidamente pelo futuro, de tal sorte que a vida terena, mesmo de um século, não passa de um ponto nesse longo percurso. Se vida terrena é pouca coisa comparada com a vida da alma, que serão os acidentes da vida? Entretanto o homem colocado no centro da vida, com esta se preocupa como se fosse durar para sempre. Para ele tudo assume proporções colossais: a menor pedra que o fere, afigura-se-lhe um rochedo; uma decepção o desespera; m revés o abate; uma palavra o enfurece. Com a visão limitada ao presente, àquilo que toca imediatamente, exagera a importância dos menores acidentes; um negócio de Estado; uma injustiça o põe fora de si. Triunfar é um de seus esforços, o objetivo de todas as suas combinações; mas, quanto à maioria delas, que é o triunfo? Será, se se não possuem os meios de vida, criar por meios honestos uma existência tranquila? Será a nobre emulação de adquirir talento e desenvolver a inteligência? Será o desejo de deixar, depois de si, um nome justamente honrado e realizar trabalhos úteis à Humanidade? Não. Triunfar é suplantar o vizinho, eclipsá-lo, afastá-lo, mesmo  derrubá-lo, para lhe tomar o lugar. E para tão belo “triunfo”, que talvez a morte não deixe aproveitar vinte e quatro horas, quantas preocupações e tribulações!. Quanto talento por vezes despendido e que poderia ser melhor empregado! Depois, quanta raiva, quanta insônia se se não triunfar! Que febre de inveja causa o sucesso de um rival! Assim, culpam a má estrela, a sorte, a chance fatal, ao passo que a má estrela as mais das vezes é a inabilidade e a incapacidade. Na verdade dir-se-ia que o homem assume a tarefa de tornar os mais penosos possíveis os poucos instantes que deve passa na Terra e dos quais não é senhor, pois jamais tem certeza do dia seguinte. Como tudo isso muda de aspecto quando, pelo pensamento, sai o homem do vale estreito da vida terrena e se eleva na radiosa, esplendida e incomensurável vida além-túmulo?(...) Tal ponto de vista tem para o homem outra enorme consequência imediata: é a de lhe tornar mais suportáveis as tribulações da vida". OUÇA OS PROGRAMAS JÁ APRESENTADOS DA SÉRIE DESCOBRINDO A REVISTA ESPÍRITA, QUADRO APRESENTADO SEMANALMENTE NO PROGRAMA MANHÃ BOA NOVA, DA RÁDIO BOA NOVA. BASTA CLICAR NO LINK INDICADO NA COLUNA À DIREITA DESTE TEXTO.

Nenhum comentário:

Postar um comentário