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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

QUEM FOI (12) - a primeira mensagem



Para mim, meu caro filho, as últimas impressões da existência terrena e os primeiros dias transcorridos depois da morte foram muito amargos e dolorosos. Quero crer que a angústia, que naquele momento avassalou a minha alma, originou-se da profunda mágoa que me ocasionava a separação do lar e dos afetos familiares, pois, apesar de crer na imortalidade, sempre enchiam-me de pavor os aparatos da morte; e dentro do catolicismo, que eu professava fervorosamente, atemorizava-me a perspectiva de uma eterna ausência. Lutei, enquanto me permitiam as forças físicas, contra a influência aniquiladora do meu corpo(...). Unicamente esse amor obrigava-me ao apego à vida, porque os sofrimentos, que já havia experimentado, desprendiam-me de todo o prazer que ainda pudesse me advir das coisas terrestres”. Assim começa a série de mensagens compiladas e transformadas no livro CARTAS DE UMA MORTA (lake), pelo Espírito Maria João de Deus, que, entre nove encarnações, foi responsável pela de Chico Xavier. Desencarnada com 34 anos, filha de humilde lavadeira, não conheceu o pai, ganhando por sobrenome o da maternidade em que nasceu, João de Deus. Contava Chico que, vendo-a partir aos cinco anos para, segundo ela lhe dissera, “ um hospital”, passou a avistá-la  como Espírito no fundo do quintal da casa em que foi  viver sob os cuidados de uma madrinha de nome Ritinha que, muito perturbada, lhe impunha duros castigos e rudes tarefas e trabalhos, muito além da capacidade de uma criança de sua idade. A leitura dos textos publicados, podem levar-nos a pensar como uma pessoa de recursos intelectuais limitados nesta existência pode ter escrito com tanta beleza e coerência sobre suas experiências além desta vida. A resposta está na edição ampliada da obra MENSAGENS DE INÊS DE CASTRO (geem), onde seu organizador, o Dr. Caio Ramacciotti, reproduz emocionante  depoimento de Chico, relatando seu encontro com ela, dois anos antes dele reencarnar em 2 de abril de 1910. Chico fala de sua impressão de “parecer rever em roupagem diferente uma irmã querida de quem se afastara sem precisar por quanto tempo (...), caindo em pranto em que a dor se misturava com a alegria, pois reencontrava uma criatura afetuosa e amiga”. Quando os Benfeitores que o haviam trazido a apresentaram, revelaram que ela “em várias existências, brilhara na cultura do mundo e, por várias vezes, se consagrou à religião em casas de fé”, e, “em fins do século dezenove, pediu a maternidade por tarefa primordial, rogando ambiente de extrema carência material, para burilar-se na própria alma”. Tal ligação foi desvendada por Arnaldo Rocha, nas memórias reunidas no livro CHICO, DIÁLOGOS E RECORDAÇÕES (uem), organizado por Carlos Alberto Braga Costa. Arnaldo foi marido de Meimei (Irma de Castro), e, logo após ter enviuvado em 1946, através de  esbarrão “casual” numa avenida de Belo Horizonte, tornou-se amigo intimo e frequentador habitual da casa de Chico em Pedro Leopoldo, até 1958, quando o médium se transferiu para Uberaba (MG). No capítulo onze do referido trabalho, Arnaldo é instado pelo seu entrevistador a identificar na atualidade alguns personagens do romance HÁ DOIS MIL ANOS (feb), dizendo que “Ana, a serva de Lívia, foi Maria João de Deus – mãe de Chico Xavier, em sua última encarnação”. Finalizando, lembraremos relato contido na obra MOMENTOS COM CHICO XAVIER (leep), onde Adelino Silveira recorda diálogo havido em certa terça-feira de 1977, na qual o  amigo revelou ter recebido naquela dia a visita do Espírito da querida mãe, que lhe informava que, “após tantos anos no  Mundo Espiritual, estava se formando Assistente Social e que não iria mais aparecer a ele, pois, seu pai( João Cândido) precisava renascer e dissera que só reencarnaria se ela viesse como esposa dele. Em conversa com Cidália, sua segunda mãe, soubera que ela também precisava voltar à Terra, e, lembrando como esta fora tão boa para seus filhos, não fazendo diferença entre os dela e os seus, fazendo tantos sacrifícios por eles, suportando tantas humilhações, desde sua decisão de também voltar ao corpo, refletira muito sobre tudo isso e, gostaria de saber se ela aceitaria renascer como sua primeira filha. Perguntou ainda se havia alguma coisa que poderia fazer, quando fosse sua mãe, ouvindo que ela, Cidália, ‘sempre tivera muita inclinação para música, para o piano, embora não podendo se aproximar de um instrumento’, pelas extremas carências materiais em que vivera.” Concluindo o diálogo, Maria disse à amiga e futura filha: “-Pois bem, vou imprimir em meu coração um desejo para que minha filha venha com inclinação para a música. Jesus há de nos proporcionar a alegria de possuir um piano”. Concluindo, banhado em lágrimas, Chico lembra as últimas palavras da querida entidade: “- Seu pai vai reencarnar em 1997. Vou ficar junto dele aproximadamente três anos e renascerei nos primeiros meses do ano 2000”, às quais ele contrapôs: “-Mas a senhora já sofreu tanto e vai renascer para ser esposa e mãe novamente?", ouvindo como resposta: “São os sacrifícios do amor...Até um dia, meu filho!"...  MORTES COLETIVAS? ENTENDA A POSIÇÃO DO ESPIRITISMO CLICANDO NO LINK DEBATES DOUTRINÁRIOS 3..

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