O sincronismo pensamento contínuo – memória –
inteligência – consciência – livre arbítrio – vontade constitui-se
na mola propulsora do nosso processo evolutivo. Atributos desenvolvidos a
partir dos estímulos exteriores que vão desafiando o Ser em meio às
experiências nos diferentes Planos existênciais em que estagia o Espírito, são
controlados pelos automatizados mecanismos da LEI DE CAUSA E EFEITO, cujo conceito e entendimento vai sendo
acessado progressiva e paulatinamente. Naturalmente impulsivo na maior parte
das situações enfrentadas no ambiente dominante neste Planeta de Expiações e Provas
vai aprendendo a se controlar sob o jugo do sofrimento e da dor. Interpretado
por muitos como “castigo”, na realidade representam oportunidade de superação
do passivo negativo com que vamos carregando nossa memória de perturbadores
registros resultados de atitudes (sentimentos, pensamentos, gestos)
contraditórios em relação aos nossos conhecimentos. Dentro do que chamou de CÓDIGO
PENAL DA VIDA FUTURA, no capítulo sete da obra O CÉU E O INFERNO, Alan Kardec alinha três fases no processo de
despertar do Espírito, seja nesta ou outras Dimensões: arrependimento, expiação e
reparação. A culpa vai se fixando como um
sentimento incorporado e automatizado na
individualidade em função do conhecimento adquirido. Não apenas no
relacionamento do indivíduo para com o meio, mas também consigo mesmo. Surge o
remorso, entendido por alguns, como uma viciação mental estagnante pelo remoer
constante das lembranças causadoras do sentimento, sem a admissão consciente do
erro cometido ou mesmo o desejo de reverter ou modificar a situação.
Opinando sobre o fenômeno, o Espírito André Luiz, pelo médium Chico Xavier,
explicou no livro EVOLUÇÃO EM DOIS
MUNDOS (feb), que “a recordação dessa ou daquela falta grave,
mormente daquelas que jazem recalcadas no Espírito, sem que o desabafo ou a
corrigenda funcionem como válvula de alívio às chagas ocultas do
arrependimento, cria na mente um estado anômalo que podemos classificar de
“zona de remorso”, em torno da qual a onda viva e contínua de pensamento passa
a enovelar-se em circuito fechado sobre si mesma, com reflexo permanente na
parte do veículo psicossomático ligada à lembrança da pessoa e circunstâncias
associadas ao erro de nossa autoria”. Não aguentando reincidentes
aflições, efetivos padecimentos, com gradações diversas de sofrimento, o
Espírito, ansiando por mudanças, experimenta o arrependimento, que por si só não o isenta das “dívidas” contraídas com
a Providência Divina. Oferecendo-nos reveladoras informações, a resposta à
questão 994 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS,
explica que “o homem perverso que não reconhece suas faltas durante a vida, sempre
as reconhece depois da morte e, então, mais sofre, porque sente em si todo o mal
que praticou, ou de que foi voluntariamente causa”. Acrescenta,
contudo, que “o arrependimento nem sempre é imediato. Há Espíritos que se
obstinam em permanecer no mau caminho, não obstante os sofrimentos por que
passam. Cedo ou tarde, porém, reconhecerão errada a senda que tomaram e o arrependimento
virá. Para esclarecê-los trabalham os Bons Espíritos e também vós podeis
trabalhar”. Embora envoltos
nessa atmosfera, todavia, necessário reparar os prejuízos causados, encerrando
o processo criado em algum momento de nossa caminhada. Somente eliminando esses
registros um dia arquivados em nossa memória, estabeleceremos a paz de consciência.
“Assim,
diz Kardec no item 17 do CÓDIGO citado no início destas
reflexões , progride o Espírito, aproveitando-se do próprio passado”.
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