Na fase de Pedro Leopoldo (MG), Chico Xavier, nos anos 40
e 50,esteve cercado por reconhecidos intelectuais espíritas que puderam
absorver revelações impressionantes, muitas das quais guardadas para si, a pedido do
próprio médium. Entre eles, estava o Newton Boechat que ao longo de várias
existências recentes esteve ligado aos assuntos religiosos. Há registros de seu
envolvimento com as lutas da reforma em países europeus do século 18. Na
encarnação atual, contavam os que o conheceram, “sabia de cor capítulos
inteiros das Sagradas Escrituras”. Segundo o jornalista Luciano dos Anjos, “um
computador bíblico, programado no passado, e capaz de dar-nos, imediatamente, o
versículo exato da passagem evangélica, o versículo exato da passagem
evangélica que ao acaso se lhe suscitasse”. Algumas das suas memórias,
preservou em livros como IDE E PREGAI
e O ESPINHO DA INSATISFAÇÃO, ambos
publicados pela FEB. Do primeiro, destacamos um dos impressionantes casos
registrados na convivência com o amigo de Pedro Leopoldo. Conta ele: “Março de 1954. Centro Espírita Luiz Gonzaga. Segunda-feira, dezenove e trinta minutos. Chico
Xavier, recém-chegado, recebia pequeno grupo de confrades de fora e uma porção
de abraços. Pouco antes da sessão começar, naquela noite, ela entrou. Corpo
magro, sorriso sarcástico, afetação nos gestos, olhos revirados nas órbitas,
andar agitado, trajes berrantes, excesso de pintura. Dava-nos a ideia nítida de
estar fortemente obsidiada. De um dos braços pendia a bolsa vermelha, já gasta,
semiaberta, abarrotada de papelório, melhor, de receitas assinadas por respeitáveis
esculápios da Capital mineira. Olga, como a chamaremos, de quando em vez,
falando desconexamente, dava tapas violentos em seus próprios ombros magros e,
tudo isto, mesclado com citações incongruentes, ditas para piedade geral. Chico
Xavier aproximou-se da pobre moça. Consolou-a. Citou-lhe frases curtas de
estímulo espiritual, mas, ela, longe de perceber e muito menos, sentir, falava
continuamente e, agora, apanhava uma daquelas receitas que eram comentadas,
acompanhadas sempre e sempre de fortes palmadas nos ombros. “–Você pensa que eu falo com ela?” – perguntou-me
o médium. “-??”. “-Não, não. Estou
conversando diretamente com a entidade espiritual que a influência... Foi sua
avó, desprendida do corpo físico, há sete anos. Não preparada para a vida no “outro
lado”, presa, ainda, de acentuados desequilíbrios que alimentou, apoderou-se da
neta, por afinidade. A rigor, “COME-LHE O CALOR”.
Olga, escrava de seus caprichos, é lhe perfeita médium, devido à trajetória
idêntica que vem imprimindo à vida”. E concluiu: “-Vejo-a bem(referindo-se ao Ser desencarnado). Chama-se Mara J.B.. Vamos doutrina-la e, creio, com o processamento
da reunião desta noite, a neta cairá, ainda por momentos, em seu habitual
estado. É um caso categórico de obsessão, como os citados sobejamente na
literatura mediúnica. O certo é que ao principiar a reunião evangélico-doutrinária,
Olga aquietou-se, ouviu placidamente o comentário, desdobrado por inúmeros
oradores da noite. Acerquei-me dela, lá no saguão do Luiz Gonzaga. Conversamos
naturalmente. Disse ali estar, vez primeira, na esperança de conseguir um
bálsamo para o seu sofrimento. Não conhecia Chico, anteriormente. Sentia coisas
estranhas e era avassalada por “força desconhecida” que a LEVAVA A FAZER O QUE NÃO PODIA...E NÃO QUERIA. Desviava-a
para situações menos dignas, lidibinosas. Após, cessado o “assalto”, a “força” se
saciava, retirando-se, deixando-a aniquilada. E
desencantada sentia-se, depois de passar essa crise, ela mesma, com sua
lucidez. Mas, os momentos em que assim se sentia eram tão efêmeros. De ‘sopetão’, roendo-me a curiosidade, fiz
a pergunta: “-Como se chamava a sua avó?”.
“-Chamava-se....Já morreu. Era Mara J.B.(pronunciou pausadamente o nome por
inteiro da entidade de além-túmulo anteriormente registrada pela mediunidade do
Chico). Fenômeno curioso!. O
vampirismo além da vida! Tal avó, tal neta!. Uma, sustentáculo da outra,
carregando o mesmo fardo, a mesma viciação mental!.. Julho de 1955..Um dia de
Sol.Galeria...,casa de lanches finos, Av Afonso Pena, Belo Horizonte. Parado à
porta, eu observava interessante movimentação de automóveis ao longe, vendo até
que ponto chegava a perícia de um motorista, quando... “-Vem!Vem!”. Era a Olga!. Transtornada, com as mesmas manias e,
com ela, pelos sintomas, em torturada influenciação, a avó desencarnada!. Nem
me reconhecera a moça, nem se lembrava de mim. O Ser invisível obumbrava-lhe,
uma vez mais, a consciência... Queria perpetuar o seu domínio!. E lá se foi,
outra vez, passos largos, bolsinha a tiracolo, agitada, afetada, chamando a
atenção dos homens”. ACESSE QUALQUER UM DOS LINKS DESTE BLOG E MERGULHE UM POUCO MAIS NO UNIVERSO DA INFORMAÇÃO ESPÍRITA. BASTA UM CLIQUE!
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