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segunda-feira, 20 de maio de 2013

A Ultima Palavra


“O LIVRO DOS ESPÍRITOS não é um tratado completo de Espiritismo; apenas apresenta as bases e os pontos fundamentais, que se devem desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação”.escreveu Allan Kardec em artigo incluso na REVISTA ESPIRITA de outubro de 1866. Transcorridos 156 anos após a publicação da versão original da obra fundamental da Doutrina Espírita, muitos pontos e dúvidas vieram a ser acrescentados às informações originalmente compiladas pelo Codificador. Uma delas tem sua origem em mensagem psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, na reunião pública de 17 de maio de 1979. Escreveu-a a senhora Maria das Graças Ayres Gregh, desencarnada por volta das 22:30 horas de 16 de dezembro de 1975, quando o carro em que se encontrava com seu marido, duas filhas, um casal de amigos e o recém-nascido filho destes foi literalmente , foi esmagado por um caminhão que transportava refrigerantes, na estrada que liga as cidades de Jardinópolis a Ribeirão Preto, ambas no Estado de São Paulo. Todos morreram no local. Trinta e nove meses depois, a mãe de Dona Maria das Graças, recebeu das mãos do médium um pequeno bilhete em que a filha, informava estar ainda hospitalizada num tratamento rigoroso, com os demais familiares, prometendo voltar posteriormente, o que acabaria acontecendo na data já referida. Sua carta se soma à de centenas de Espíritos que voltaram através de Chico para testemunhar e documentar sua sobrevivência, não fosse por um detalhe inusitado. Rememorando os fatos derradeiros de sua recente encarnação, Dona Maria que estava a poucos dias de dar à luz ao terceiro filho, conta: -“Descrever, Mamãe, o que foi o choque dos veículos, quando nos aproximávamos daquele Natal que se desfez em lágrimas, é muito difícil para a sua filha. Creia que o Waldir tudo fez para que pudéssemos fugir ao caminhão enorme que se abeirava de nós. Acredito que a senhora terá sabido que até mesmo nos retiramos da estrada para o chão que a marginalizava, ignorando a que perigo nos expúnhamos, entretanto, a grande máquina parecia visar-nos”. A perícia policial sobre o acidente mostrou que o marido de Dona Maria, tentou fugir do inevitável choque desviando, sem sucesso, para o acostamento. Mais à frente, ela recorda: -“Todos os movimentos de fuga manobrados por Waldir pareciam seguidos pela máquina enorme, até que fomos esmagados. De momento, não tive muita certeza do que acontecia. Pensava nas crianças. Acredito que cheguei a gritar e a chamar por Deus, mas tudo foi questão de um pedacinho de minuto. Ana Paula, Alessandra e o resto, desapareceu de meus olhos. Não mais vi o esposo, porque uma energia esquisita me selou as pálpebras para um sono que não poderia evitar. Foi um sono indescritível, porque me vi, como num pesadelo, arrastada para fora de um turbilhão de destroços e acomodada em grande maca, na ideia de que continuava em meu corpo físico, a caminho de um hospital. Por mais estranho que possa parecer, o meu pesadelo-realidade era feito de impressões e dores condicionadas de um parto prematuro. Achava-me dopada por medicamentos ou forças que até hoje não sei explicar, e senti perfeitamente que uma cesariana se processava. Sentia-me fora do desastre, entre o reconforto de ser mãe novamente e a dor da dúvida sobre o Waldir e sobre as crianças que ficavam na retaguarda. Depois disso, veio o sono de verdade, do qual acordei perplexa, perguntando pelos meus. A criança repousava junto de mim. O aspecto do quarto que me abrigava era idêntico ao de uma enfermaria espaçosa e arejada, que se reservasse apenas para o meu problema. Chorei e implorei pela vinda do Waldir e da senhora, até que alguém se aproximou de mim e falou-me com carinho de toda a extensão da ocorrência, esclarecendo-me que em meu caso a criança em Espírito já se achava perfeitamente formada e que não poderíamos exigir uma eliminação sumária do companheirinho a nascer. O espanto me tomou de todo o coração”.  O espanto de Dona Maria, obviamente, não é apenas dela. Para os que admitem ser o corpo físico uma réplica do corpo perispiritual, o modelo organizador biológico, fica mais fácil de admitir e aceitar. A propósito Chico Xavier,  em comentário feito a Heigorina Cunha, reproduzido no livro IMAGENS NO ALÉM (ide, 1994) afirmou que “quer seja a senhora ou a mãe solteira, se não tiver no ventre materno o sêmem espiritual, não há fecundação pelo espematozóide. Há a concepção espiritual e a material”. A observação, seguida de outros detalhes, requer, naturalmente, maiores reflexões para formar-se uma ideia mais clara sobre o assunto.

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