-“Alcança número muito maior de criaturas, na Terra, como no Além, do
que se possa imaginar... Contam-se aos milhões, no mundo, padecendo conflitos
desta natureza, que ainda não encontraram compreensão adequada, nem estudo
conveniente das Doutrinas que lhe investigam as causas, procurando soluções.
Por enquanto, travam-se lutas entre a coarctação e a liberação do comportamento
daqueles que estagiam nas áreas conflitantes do sexo. Os apologistas da
proibição aferram-se a códigos morais caducos e impiedosos, nos quais a pureza
é sinônimo de puritanismo, e os outros, que lideram o esforço em favor dos
direitos da funcionalidade aberta, primam pela agressão moral, pela alteração
de valores, pela imposição da sua conduta, nivelando todos os indivíduos em
suas carências afetivas e estruturais, proclamando a hora da promiscuidade e da
chalaça. Apresentam-se muitos indivíduos que se deixam conhecer, como motivo de
escárnio, ao invés de lutarem pela conquista igualitária de espaço; ou de
risota, ostentando deformidades que resultam dos comportamentos alienados,
pedindo generalização dos costumes nos quais a conduta enfermiça deveria
tornar-se padrão para todos. O respeito e a linha de equilíbrio devem viger no
homem, em qualquer compromisso de relacionamento estabelecido. Enquanto, porém,
o sexo se mantiver na condição de produto para venda e a criatura permanecer
como objeto de prazer, a situação prosseguirá nos seus efeitos crescentes, mais
amplos e dolorosos do que aqueles que se digladiam em nossa sociedade
consumidora e inquieta. É natural que ressalvemos as exceções valiosas e nobres
que há em todos os campos e áreas de ação da Humanidade (...). O sexo, em si
mesmo, é instrumento excretor, a serviço da vida. Programado pela Divindade
para servir de veículo à “perpetuação da espécie” nos seres pelos quais
se expressa, tem sido gerador de incontáveis males, através dos tempos, em face
do uso que o homem, em especial, lhe tem dado. Quando respeitado nos seus
objetivos pelas criaturas e atendido pelo instinto entre os animais, atinge as
finalidades a que se destina, sem outras consequências, qual ocorre também com
as plantas...No atual estágio evolutivo do Planeta terrestre, o ato sexual
faz-se acompanhar de sensações e emoções, de modo que propiciem prazer,
facultando o interesse entre os seres, e assim preenchendo a destinação a que
se encontra vinculado. Não obstante, o vício e o abuso sempre lhe seguem, como
decorrência da mente que se perverte e o explora, dando origem a capítulos
lamentáveis de dor e sombra, que passam a assinalar a conduta daqueles que o
perturbam. Simultaneamente, devemos considerar que, em sua realidade intrínseca, o
Espírito é assexuado e sem preferência ou psicologia especifica para uma ou
outra experiência na organização física. Por esta razão, a própria vida
elaborou formas que se completam em favor da função procriativa (...). A
própria forma humana vigente hoje na Terra, é transitória (...). Sendo superior
o psiquismo na atualidade, portanto, o Espírito, este imprime no corpo o que
lhe é mais necessário para a evolução a que se destina, assim elaborando órgão
e compleição mais compatíveis com as suas finalidades (...). De permeio, surge
no laboratório das transformações, a interferência das mentes, produzindo
constituições assinaladas pelos transtornos do comportamento anterior do Ser lúcido,
que geram os tipos do hermafroditismo e da bissexualidade, que passam a
constituir organismo de reeducação para os seus exploradores antigos, agora
submetidos a provas de correção entre fortes conflitos e áspera insegurança
interior (...). Correspondendo a tais circunstâncias, sempre do Espírito para o
corpo e não deste para aquele, as respostas orgânicas se fazem mediante os
genes e cromossomos que estabelecem as formas, sujeitas à ação do Ser
reencarnado, de acordo com as suas necessidades evolutivas (...) Seja, porém,
qual a forma sob a qual se expresse o sexo na vida, ele é departamento orgânico
importante, credor de respeito e consideração, não apenas máquina de satisfação
dos instintos egoístas, imediatistas... O seu uso deve ser regulamentado pela
consciência dignificada, facultando ao indivíduo o equilíbrio e a harmonia
decorrentes da permuta de hormônios e de afeto, sem que a vulgaridade e o
barateamento lhe constituam razão predominante. Além da responsabilidade
pessoal, diversas implicações se fazem assinalar pelos efeitos do
relacionamento que envolve outros parceiros, cuja conduta, muitas vezes, passa
a ser o resultado da consideração ou do desprezo a que são relegados por
aqueles que os seduzem, enganam ou exploram. À medida que o Espírito se eleva e
se enobrece, o uso do sexo passa por significativa alteração”. Nota:
a íntegra deste parecer poderá ser lido na obra LOUCURA E OBSESSÃO (feb, 86), do Espírito Manuel Philomeno de Miranda
pelo médium Divaldo Pereira Franco.
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