O início da manhã de 16 de junho de 1966, marca o fim da
atual passagem por nossa Dimensão, de mais um dos extraordinários médiuns de
efeitos físicos brasileiros: Francisco
Peixoto Lins. Reencarnado 61 anos antes na cidade de Pacatuba, no Estado do
Ceará, Peixotinho como era mais
conhecido, teve uma infância marcada por dificuldades em face da desencarnação
de sua mãe, fato que o levou a ser criado por tios. Encaminhado cedo para um
seminário católico, viu-se meio que desorientado ante questionamentos que não podiam ser respondidos
pela proposta religiosa diante de si. Aos quatorze anos, muda-se para o
Amazonas, sonhando alto, em face das perspectivas oferecidas pela extração da
borracha. Seis meses de trabalho duro, em meio aos perigos naturais, solidão e
falta de recursos, o fizeram dar meia volta, acometido de implacável obsessão,
que lhe paralisava as pernas sem causa aparente, além de persistente letargia.
Seis meses passaram, com o problema atingindo tal ponto que viveu a chamada
morte aparente por um dia inteiro, cegando a ser preparado para ser sepultado,
o que somente não aconteceu por que seu pai se recusava a crer que ele estava
realmente morto. Peixotinho estava
com quinze para dezesseis anos quando um seguidor do Espiritismo, o major do
Exercito Brasileiro Vianna de Carvalho,
o livrou das obsessões e das doenças sem causa aparente, observando, porém, ser
o jovem dotado de grande sensibilidade mediúnica. Imigra em 1924, para o Rio de Janeiro,
prestando o serviço militar no Tiro de Guerra na Fortaleza de Santa Cruz, ao
qual servia seu primo-irmão Raimundo
Peixoto, o Peixotão. Contrariando o que seria lógico por ser franzino e
portador de insidiosa asma crônica, engaja-se em definitivo no Exercito,
transferindo-se em 1928, para Macaé, passando a servir no Forte Marechal
Hermes. Casa-se em 1933, nascendo no mesmo ano o primeiro de seus nove filhos,
uma das quais, Aracy, desencarnou
com pouco menos de dois anos. O acontecimento repercutiu muito nele, o levando
a buscar a disciplina necessária para o exercício da mediunidade de efeitos físicos
que já despontara, embora não levada muito a sério. Somava ele 33 anos de vida,
era o ano de 1938, os fenômenos de ectoplasmia eclodiram, fazendo que amigos
se unissem em torno dele, fundando o Grupo
Espírita Pedro. Tempos depois, durante uma reunião, numa das paredes da
sala, formou-se uma nuvem de cor avermelhada, que foi ganhando forma de um
medalhão, surgindo nele o rosto de uma entidade feminina muito bonita sorrindo.
Era o Espírito Aracy, a filhinha
perdida, que se apresentava em sua forma adulta, pois, como se sabe, os que
desencarnam em tenra idade, dependendo de sua evolução, podem reassumir a
morfologia adulta que tinham antes de passar pelo processo da reencarnação.
Vencidas as dificuldades impostas pelo preconceito da época, em 1945, já
transferido para o Rio, participa no ano seguinte, da fundação do Grupo Espírita André Luiz, onde
serviria por vários anos. Em dezembro de 1952, acompanha a comitiva que seguiu
a Pedro Leopoldo (MG), para se avistar com Chico
Xavier. Aconteceu uma reunião especial no Centro Espírita Luiz Gonzaga, ocorrendo fenômenos de materialização
incríveis, fotografados, a partir da autorização do Espírito Scheilla, naquele momento,
também materializado. Numa das fotos, no meio da massa branca de ectoplasma,
expelido pelas narinas, boca e ouvidos do médium, estava bem nítido o rosto de Gugu, o filho de uma das integrantes do
grupo visitante, Dona Inaiá,
desencarnado tempos antes. A semelhança possível de ser observada pela nitidez
da formação, com as fotos do jovem enquanto encarnado, não deixam dúvidas
quanto a ser ele mesmo. Diversos fenômenos promovidos pela Espiritualidade
através de Peixotinho puderam ser
fotografados, muitos dos quais preservados por Rafael Ranieri, na excelente e rara obra MATERIALIZAÇÕES LUMINOSAS.
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