“Certas afecções, mesmo muito graves e passadas ao estado crônico, não
tem como causa primeira a alteração das moléculas orgânicas, mas a presença de
um mal fluido, que as desagrega, por assim dizer, e perturba a sua economia. Há
aqui como num relógio, cujas peças todas estão em bom estado, mas cujo
movimento é parado ou desregulado pela poeira; nenhuma peça deve ser
substituída e, contudo, ele não funciona; para restabelecer a regularidade do
movimento basta purgar o relógio do obstáculo que o impedia de funcionar. Tal é
o caso de grande número de doenças, cuja origem é devida aos fluidos
perniciosos, dos quais é penetrado o organismo. Para obter a cura, não são
moléculas deterioradas que devem ser substituídas, mas um corpo estranho que se
deve expulsar; desaparecida a causa do mal, o equilíbrio se restabelece e as
funções retomam o seu curso”. O comentário foi feito por Allan Kardec em artigo
escrito para o número de março de 1868 da REVISTA ESPÍRITA. Sua visão é original
diante de outra expressa em mensagem psicografada na reunião da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas,
de 25 de outubro de 1866 pelo Espírito Mobel Lavalée, na qual considera que “sendo
o homem um composto de três princípios essenciais – o Espírito, o períspirito e
o corpo – a saúde ou a doença são resultado da harmonia perfeita ou desacordo
parcial entre eles”. Pondera ser preciso que “a medicação combata
simultaneamente todas as causas da desordem por meios diversos para obter a
cura, visto existirem doenças originadas no corpo, outras no períspirito,
enquanto outras no Espírito”. Questiona: -“O que fazem os médicos? Cuidam
do corpo e o curam; mas curam a doença?”, para responder: -“Não.
Por quê? Porque sendo o períspirito um princípio superior à matéria
propriamente dita, poderá tornar-se a causa em relação a esta. E se for
entravado, os órgãos materiais, que se acham em relação com ele, serão igualmente
atingidos na sua vitalidade. Cuidando do corpo, destruireis o efeito; mas
residindo a causa no períspirito, a doença voltará novamente, quando cessarem
os cuidados, até que se perceba que é preciso levar alhures a atenção, cuidando
fluidicamente o princípio fluídico mórbido”. Voltemos ao artigo de
Kardec. Embora reconhecendo que “a maioria das moléstias, como todas as
misérias humanas, são expiação do presente ou do passado, ou provações para o
futuro; são "dívidas" contraídas, cujas consequências devem ser sofridas, até que
tenham sido resgatadas, não podendo ser curado aquele que deve suportar sua
provação até o fim, sendo este princípio um motivo de resignação para o doente”,
lembra que, do ponto de vista fisiológico, “certas doenças tem sua causa
original na alteração mesma dos tecidos orgânicos - a única admitida
pela ciência – remediada através de substâncias medicamentosas tangíveis. Entende que “ignora-se a ação de um fluído
impalpável, tendo a vontade como propulsor. Os curadores magnéticos, provam que isso não é uma ilusão. Revela que
na cura das moléstias originadas na alteração dos tecidos orgânicos, pelo
influxo fluídico, “há substituição das moléculas orgânicas mórbidas por
moléculas sadias. É a história de casa velha, cujas pedras carcomidas são substituídas
por boas pedras; tem-se sempre a mesma casa, mas restaurada e consolidada
(...). A substância fluídica produz um efeito análogo ao da substância
medicamentosa, com a diferença que, sendo maior a sua penetração, em razão da
tenuidade de seus princípios constitutivos, age mais diretamente sobre as
moléculas primeiras do organismo que o podem fazer as moléculas mais grosseiras
das substâncias materiais. Em segundo lugar, sua eficácia é mais geral, sem ser
universal, porque suas qualidades são modificáveis pelo pensamento, ao passo que as da matéria
são fixas e invariáveis e não se podem aplicar senão a casos determinados”. O revelador artigo
representa importante fonte de pesquisa para os que nesses tempos de
revolucionários avanços na compreensão das interações saúde/ doença, buscam entender seus mecanismos.
Compartilhamento de informações reveladoras disponibilizadas pelo Espiritismo ampliando nosso nivel cultural
faça sua pesquisa
quarta-feira, 31 de julho de 2013
domingo, 28 de julho de 2013
Esclarecendo Uma Dúvida Comum
Porque em certas ambientes como reuniões públicas
(palestras, cultos, missas, etc) motivadas por temática espiritual, muitas
vezes, somos acometidos por um sono irresistível? No oitavo dos livros – NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE - que
compõem a extraordinária série de livros conhecida como NOSSO LAR, o Espírito André
Luiz, através do médium Chico Xavier,
detém-se na análise dos trabalhos focados no despertar de consciência,
oferecidos pelas instituições que operam em nome do Espiritismo em nossa Dimensão.
No capítulo 16, relatando a movimentação observada nos bastidores a nós
invisíveis de uma das reuniões de visitadas em companhia do Instrutor Áulus, a certo trecho diz que “não
faltavam quadros impressionantes de Espíritos perseguidores, que procuravam hipnotizar as
próprias vítimas, precipitando-as no sono provocado, para que não tomassem conhecimento
das mensagens transformadoras, ali veiculadas pelo verbo construtivo”. Contudo
é no capítulo 4 da mesma obra que encontramos mais elucidativa resposta. Nela, André Luiz, depois de descrever a
chegada a uma reunião de dois retardatários - uma senhora jovem e um cavalheiro idoso -, identificados por orientador presente como
sendo doentes a serem beneficiados, conta que “um colaborador de nosso Plano franqueou
acesso a numerosas entidades sofredoras e perturbadas, que se postaram, diante
da assembleia, formando legião. Nenhuma delas vinha até nós, constrangidamente.
Dir-se-ia que se aglomeravam, em derredor dos amigos encarnados em prece, quais
mariposas inconscientes, rodeando grande luz. Vinham bulhentas, proferindo
frases desconexas ou exclamações menos edificantes, entretanto, logo que
atingidas pelas emanações espirituais do grupo, emudeciam de pronto, qual se
fossem contidas por forças que elas próprias não conseguiam perceber.
Atencioso, Áulus notificou: -‘São almas em turvação mental, que
acompanham parentes, amigos ou desafetos às reuniões públicas da Instituição, e
que se desligam deles quando os encarnados se deixam renovar pelas ideias
salvadoras, expressas na palavra dos que veiculam o ensinamento doutrinário.
Modificado o centro mental daqueles que habitualmente vampirizam, essas
entidades veem-se como que despejadas de casa, porquanto, alterada a elaboração
do pensamento naqueles a quem se afeiçoam, experimentam súbitas reviravoltas
nas posições em que falsamente se equilibram. Algumas delas, rebeladas, fogem
dos templos de oração como este, detestando-lhes temporariamente os serviços e
armando novas perseguições às suas vítimas, que procuram até o reencontro:
contudo, outras, de algum modo tocadas pelas lições ouvidas, demoram-se no local
das predicações, em ansiosa expectativa, famintas de maior esclarecimento’.
Questionado sobre o que ocorre quando os encarnados não prestam atenção aos ensinamentos
ouvidos, explicou que ‘passam pelos santuários da fé na condição de
urnas cerradas, continuando ‘inacessíveis à mudança necessária’ por
manterem-se ‘impermeáveis ao bom aviso’. Ao mesmo tempo em que confirma
a ocorrência de semelhante fenômeno nas igrejas de outras confissões
religiosas, explica que ‘a palavra desempenha significativo papel nas
construções do Espírito. Sermões e conferências de sacerdotes e doutrinadores,
em variados setores da fé, sempre que inspirados no Infinito Bem guardam o objetivo
da elevação moral’. Aprofundando suas ponderações, acrescenta que ‘entre
os homens (...), se não é fácil cultivar a vida digna, é muito difícil habilitar-se a
criatura a vida digna, é muito difícil habilitar-se a criatura à morte
libertadora. Comumente, desencarna-se a alma, sem que se lhe desagarrem os
pensamentos, enovelados em situações, pessoas e coisas da Terra. A mente, por
isso, continua encarcerada nos interesses quase sempre inferiores do mundo,
cristalizada e enfermiça em paisagens inquietantes, criadas por ela mesma. Daí
o valor do culto religioso respeitável, formando ambiente propício à ascensão
espiritual, com indiscutíveis vantagens, não só para os Espíritos encanados que
a ele assistem, com sinceridade e fervor, mas também para os desencarnados, que
aspiram à própria transformação. Todos os santuários, em seus atos públicos, estão repletos de almas
necessitadas que a eles comparecem, sem o veículo denso, sequiosas de
reconforto. Os expositores da boa palavra podem ser comparados a técnicos eletricistas,
desligando ‘tomadas
mentais’, através dos princípios libertadores que distribuem na esfera
do pensamento. Em razão disso, as entidades vampirizantes operam contra eles, muitas vezes envolvendo-lhes os ouvintes
em fluidos entorpecentes conduzindo esses últimos ao sono provocado,
para que se lhes adie a renovação”.
sexta-feira, 26 de julho de 2013
Não Era Um Sonho
-“Que sonho singular!... Sinto-me arrastado
por um turbilhão, cuja duração não compreendo.... Alguns amigos que julgava
mortos, convidaram-me para um passeio, e eis-nos arrastados. Para onde
vamos?... Olha! Brincadeira esquisita! A
um grupo espírita!.... Ah!. Que farsa
engraçada, ver essa boa gente conscienciosamente reunida!... Eu conhecia uma
dessas figuras... Onde a vi? Não sei (...). Eu vos ouvi, senhores e senhoras e
vos apresento meus profundos respeitos. Escreveis. Ao que me parece, e vossas
mãos ágeis sem dúvida vão transcrever o pensamento dos invisíveis!...
Espetáculo inocente!...Sonho insensato este meu.! Eis um que escreve o que digo
a mim mesmo... Mas absolutamente não sois divertidos, nem também meus amigos,
que tem rostos compassivos como os vossos – Espíritos dos que haviam morrido
antes dele, e que julga ver em sonho - (...). Ei-los em busca de um problema
insolúvel, condenado pela Ciência, pelos pensadores, pelos trabalhadores!...
Falta-lhes instrução... A ignorância é a lei de Loyola largamente aplicada.(...)
Ah!.. Se na verdade houvesse um grão de verdade em vossas elocubrações! Haveria
para o materialista matéria para o suicídio!... Olhai!. Eu vivi largamente;
desprezei a carne, revoltei-a; ri dos deveres da família, de amizade.
Apaixonado, usei e abusei de todas as volúpias, e isto com a convicção que
obedecia às atrações da matéria, única lei verdadeira em vossa Terra, e isto eu
renovarei ao meu despertar, com a mesma fúria, o mesmo ardor, a mesma
habilidade. Tomarei a um amigo, a um vizinho, sua mulher, sua filha ou sua
pupila, pouco importa, desde que, estando mergulhado nas delícias da matéria,
rendo homenagem a essa divindade, senhora de todas as ações humanas. Mas, se me
tivesse enganado?... Se tivesse deixado passar a verdade?... Se, realmente,
houvesse outras vidas anteriores e existências sucessivas após a morte? Se o
Espírito fosse uma personalidade vivaz, eterna, progressiva, rindo da morte,
retemperando-se no que chamamos provação?... Então haveria um Deus de justiça e
de bondade?(...). Oh! Então se estivésseis com a verdade, eu queimaria o
cérebro ao despertar, tão certo quanto me chamo...O relato pertence, na
verdade, a um Espírito identificado como Luiz, que se manifestou imaginando que
sonhava quando, na verdade havia desencarnado dois meses antes, em Paris,
conforme exposto por Allan Kardec em matéria inserida na REVISTA ESPÍRITA, edição de fevereiro de 1869. Descrito
por Kardec como um homem muito inteligente, escritor, assistira anos antes a
reunião da Sociedade Parisiense de
Estudos Espíritas, testemunhando diversos casos de mediunidade. Viu,
principalmente, “um sonâmbulo, que lhe deu evidentes provas de lucidez, em coisas que
lhe eram absolutamente pessoais, mas nem por isto se convenceu da existência de
um princípio espiritual”. Em reunião posterior, através de outro médium,
pela fala e não pela escrita, como da primeira vez, também espontaneamente, ou
seja, sem ter sido evocado, discorreu durante uma hora, reproduzindo na
manifestação sua atitude, gestos, a voz e a linguagem, a ponto de ser
facilmente reconhecido pelos que o conheceram. A todas as perguntas e objeções
que lhe foram feitas, pretendeu explicar tudo pelo estado de sonho,
embaraçando-se muito a uma pergunta a ele feita, da qual se esquivou várias
vezes: -“O corpo pelo qual nos falais não é o vosso, pois é magro e o vosso era
gordo. Onde está o vosso verdadeiro corpo? Não está aqui, pois não estais em
vossa casa. Quando se sonha, está-se em seu leito. Ide, pois, ver em vosso
leito se o vosso corpo lá está e dizei-nos como podeis aqui estar sem o vosso
corpo?”. Ponderando sobre o caso, Kardec em observação ao final da
matéria diz: -“Como se viu, era um tipo de materialista sensualista; jamais teria
aceitado o Espiritismo. Os homens dessa categoria buscam as consolações da vida
nos prazeres materiais; (...). Para eles o Espiritismo não é um benefício, mas
um estorvo; não há provas que possam triunfar de sua obstinação: repelem-nas,
menos por convicção do que por medo de que seja uma verdade”.
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Surpreendentes e Pioneiros Experimentos
Sobre ele - o médico Oswaldo José Leal - e o livro que
descreve suas experiências, poucos, das gerações atuais tem conhecimento. O
fato é que suas pesquisas sobre reencarnação utilizando a hipnose, começaram em 1958, tendo sido registradas na
obra VIDAS ANTERIORES (1987) até
1975, perfazendo 39 casos. Os estudiosos sabem que as primeiras incursões nessa
área foram acidentalmente observadas no início do século 20 (ver VIDAS SUCESSIVAS, Lachatrê) pelo
engenheiro Albert De Rochas, diretor da Escola Politécnica de Paris quando
buscava comprovar a exteriorização durante estados de transe, e, que, a segunda
instigante experiência, objetivamente desenvolvida pelo americano Morey
Bernstein, relatada no célebre livro O CASO BRIDEY MURPHY (pensamento). Depois, Hermínio Correia de Miranda,
Morris
Netherton, Helen Wanbach, Edith Fiore, entre outros. Esse, mais
recentes, décadas depois do início de desdobramento do trabalho do Dr. Oswaldo.
Objetivando apenas esclarecer a verdade sobre a reencarnação, deixando a
apreciação dos estudiosos prós e contras, para se manifestarem sobre o assunto,
o livro se limita a transcrever as gravações do resultado das incursões no passado, recente
ou remoto, das pessoas estudadas, sem pretensões literárias. Respaldando o
trabalho, os testemunhos do engenheiro Clóvis Nunes e análises do advogado Joseval Carneiro. Cada um dos casos
apresenta ao término da reprodução, um resumo do contado pelo “sujet”
nas imersões a que foi conduzido. Pessoas que, em transe reavivando detalhes de
vidas anteriores, falavam inclusive idiomas desconhecidos na vida atual. Para se ter uma
ideia dos resultados apurados, testemunhados
por várias pessoas, destacaremos alguns, atendo-nos a seus resumos. Caso 1- Delza –Disse ter sido em
outra vida um menino, filho de escravos, trazido à Bahia, fixando-se em
Cachoeira (BA), morando numa Igreja com um padre de nome Francisco, morto aos
58 anos, enquanto ele, aos 88. Referindo-se à sua vida na África, disse ter
morado numa fazenda onde existiam escravos. Falava nagô, conhecendo batuques correspondentes ao trabalho, guerra,
comida, acordar, etc. Noutra vida fora um garoto russo, louro, branco, vivendo
na Russia; noutra, uma bailarina francesa de nome Antonieta e noutra uma
aguadeira de nome Mariana, apanhando água em um local e tempo em que os homens
usavam vestes que hoje seriam chamadas roupões, tangas, etc. Caso 2- A.A.Figuiredo – Em transe
hipnótico, contou detalhes de sua vida ao tempo do Imperador Napoleão, onde
teria sido soldado, tendo sido ferido. acusando uma descendência nobre,.
Posteriormente, renasceria em São Paulo, por apenas três anos para renascer
vinte e um anos depois, para sua vida atual Caso 3 – J.S. – Descreveu de forma concatenada sua
existência como um estudante que suicidou devido à incompatibilidade com a
madrasta, dando todas as informações sobre sua morte e o que ocorreu depois,
inclusive, que encontrou-se com sua genitora na vida espiritual, sentindo-se
muito feliz. Fez revelações interessantes do que ocorreu durante sua
permanência no Astral. Comentando o resultado, Joseval Carneiro afirma
que os dados são muitos, permitindo uma pesquisa junto aos Cartórios de Registro
de Nascimento (Maranhão) e Óbitos (Rio), além do Colégio Pedro II. Caso 4 – Aurélio da S.R. - Acadêmico de Medicina nesta vida, afirmou ter
sido Antonio José dos Santos, tendo sido vaqueiro, falecido aos 28 anos, em
decorrência de ferimento causado por um espeto que lhe perfurou o olho, tratado
por um curandeiro, visto não haver médico no local. Informou ter um tio de nome
Geraldino José dos Santos, que vivia num lugarejo chamado Correias, que podia
dar informações sobre o assunto, citando também um certo Venceslau, residente à
praça da matriz, em Brumado(BA), como outra fonte de referência. Perguntado se
tivera outra vida antes da citada, respondeu afirmativamente, declarando ter
sido Deodete Vieira, apelidado Dedéo, morto aos 70 anos, tendo residido no
Morro do Fogo, Comarca de Peramirim, sido escravo da família Cayres. Submetido
a várias perguntas objetivando confundi-lo por um dos presentes na redação do Jornal da Bahia onde se realizava o
experimento, não caiu em contradição nenhuma vez. Como lembrado por Joseval Carneiro numa de suas
observações, o trabalho do Dr Oswaldo
poderia ser dedicado - como fêz Eugenio
Nux em seu livro COISAS DO OUTRO
MUNDO -, aos “venerandos enobrecidos, corados, condecorados e reputados que rejeitaram
as teorias da rotação da Terra, dos meteoros, do galvanismo, da circulação do
sangue, do pára-raio, do barco a vapor, da via férrea, do gás de iluminação, do
magnetismo, etc, etc, etc...”
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Obsessão - Determinando Patologias Outrora Inexplicáveis
A criação da Organização
Mundial de Saúde (OMS) em 1948 concentrou nela a Classificação Internacional de Doenças, mais conhecida com CID, objetivando padronizar ou unificar
a codificação de doenças. Em sua mais recente versão (2006), conhecida como CID 10, inclui no item F.44.3 , o estado
de transe ou possessão, definido como perda transitória de
identidade com manutenção de consciência do meio ambiente, fazendo
distinção entre normais, ou seja, os que acontecem por incorporação ou
atuação dos Espíritos e patológicos, provocados por
doenças. Tal avanço valoriza por demais a pioneira obra A LOUCURA SOB NOVO PRISMA do médico Adolfo Bezerra de Menezes - quando ainda encarnado -, além de, NOVOS RUMOS Á MEDICINA e A
PSIQUIATRIA EM FACE DA REENCARNAÇÃO, elaboradas na década de 40 pelo Dr Inácio Pereira - à época ainda
encarnado -, trabalhos que inspiraram o surgimento de algumas dezenas de
Hospitais Psiquiátricos, baseados no modelo desenvolvido no Sanatório Espírita de Uberaba, fundado
em 1933. Realça também a expressiva contribuição de serviços oferecidos por
milhares de médiuns e Centros Espíritas
na área da chamada desobsessão.
Outra fonte segura para estudos dos níveis mais agudos dos processos obsessivos
são os livros-depoimento da respeitada médium Yvonne Pereira, sobretudo DEVASSANDO
O INVISÍVEL e RECORDAÇÕES DA
MEDIUNIDADE (feb), de onde destacamos os três casos seguintes: CASO 1 – EFEITO – Jovem, 12 anos,
filho único, atacado por um espécie de paralisia infantil desde os 2 anos, que
lhe deformara as pernas, tornando-as tortas, unidas pelos joelhos, braços
arcados e retesados, fisionomia abobalhada, como que intumescida por um esforço
ignoto, sendo, além de tudo, mudo. Esgotados os recursos científicos dos
médicos consultados, levado ao Centro, três médiuns videntes presentes,
perceberam uma forma escura e compacta “cavalgando” o rapaz, como se ele
nada mais fosse que uma alimária de sela, visto que até as rédeas e o freio na
boca existiam estruturados na mesma sombra escura. O enfermo, com efeito,
mantinha o dorso curvado, como se submetendo ao jugo do seu cavaleiro, chorando
por dores musculares, lombares, de ouvido e garganta, e tudo indicava uma
espécie de reumatismo incurável, uma paralisia parcial que o infelicitaria para
sempre. CAUSA - Ação do Espírito de
antigo escravo africano subjugado e castigado por seu senhor, ora encarnado,
sob a alegação que chumbo “berganhado não dói”. Nas
manifestações havidas, o chamava de Nhonhô Teodoro Vieira, identificado pelo
pai como bisavô do rapaz, pequeno fazendeiro possuidor de alguns escravos e,
que, por dedução, era reencarnação ou bisneto de si mesmo. CASO 2 – EFEITO – Mulher que, 15 dias após o casamento, passou a sonhar
com um vulto masculino que a amarrava totalmente, enrolando-a fortemente em
cordas, dos ombros aos tornozelos. Impressionada pela repetência de tais sonhos,
passou a experimentar terríveis angústias e crises de medo e, embora medicada
por profissional especializado, o mal evoluiu, passando a viver retesada,
braços colados ao corpo endurecido, como se cordas invisíveis lhe tolhessem os
movimentos. Afirmava estar enrolada pelas ditas cordas; dificilmente se
sentando; arrastando os pés ao caminhar, como se tivesse os tornozelos atados;
necessitando que alguém lhe colocasse os alimentos à boca e três ou mais pessoas para higienizá-la. EFEITO -
Obsessão exercida pela
sugestão hipnótica por Espírito visto mediunicamente como jovem elegantemente trajado à moda
do século 19, vingando-se por ter sido vitima de
adultério praticado por ela, em existência anterior, a que não soubera perdoar,
interpretando o casamento atual como
nova traição, submetendo-a à sua obstinada e dominadora influência que a levou
a terminar seus dias em estabelecimento espírita dedicado à Saúde Mental. CASO 3 – EFEITO – Homem, 32 anos, sacerdote, professor de latim e português,
eloquente orador que, certa manhã, em meio à missa que celebrava, abandonou subitamente
o serviço, dirigindo-se agitadíssimo ao quintal de sua residência e, empunhando
uma enxada, pôs-se ,mesmo paramentado, a cavar a terra sofregamente alegando
ali existir um tesouro enterrado que precisava encontrar. Internado por catorze
anos em Hospital Psiquiátrico, onde desencarnaria sem apresentar melhora,
cavando com as próprias mãos os pisos, lajes e até azulejos do quarto em que
estava alojado, até que os dedos sangrassem e se deformassem, só se acalmando
quando lhe ofereciam montes de pedras, nas quais supunha ver tesouros de pedras
preciosas. CAUSA – Obsessão mantida
por Espírito descrito pelos videntes como um homem de cor parda,
usando pequeno bigode e chapéu de palha grande, comum nas áreas rurais, roupas
pobres, escuras, transparecendo prazer em mostrar aos médiuns as mãos
decepadas, por ordem do seu senhor – a vítima de agora -, do qual fora escravo
e que, ambicioso, o acusara de roubo de vultosa quantia do cofre da Fazenda de sua
propriedade, ordenando lhe fossem cortadas as mãos com um machado para que não
roubasse mais.
sábado, 20 de julho de 2013
Por Que Não Experimentar?
Na obra O LIVRO DOS
ESPÍRITOS E SUA TRADIÇÃO HISTÓRICA, o erudito autor Dr Silvino Canuto de Abreu diz que Allan Kardec a conheceu na noite de 18 de abril de 1857, em reunião
promovida para celebrar a chegada a Paris dos primeiros exemplares da primeira
edição da original obra resultante das conversas e entrevistas entretecidas com
o ESPÍRITO
DA VERDADE e sua equipe, desde dois anos antes. O fato - conforme
registros em OBRAS PÓSTUMAS - é que
a jovem Ermance Dufaux que já tivera
publicados dois livros por ela recebidos mediúnicamente, entre os quais, JOANA D’ARC POR ELA MESMA, intermediou
a conversa de Allan Kardec com a
Espiritualidade ouvindo-a na casa do Sr Dufaux,
em 15 de novembro de 1857, sobre o lançamento da REVISTA ESPÍRITA e, seis meses após a fundação da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas,
passou a contar com ela por um bom tempo, como médium principal nas reuniões da
instituição. O motivo deste preâmbulo, contudo, mereceu comentário no número de
novembro
de 1862 da REVISTA ESPÍRITA,
sob o título REMÉDIO DADO PELOS ESPÍRITOS, em que o editor escreve: -“O título vai provocar o sorriso dos
incrédulos. Que importa! Eles riram de muitas outras coisas, o que não impediu
fossem reconhecidas como verdades. Os bons Espíritos se interessam pelo
sofrimento da Humanidade. Não é, pois, de admirar que nos procurem aliviar e,
em muitas ocasiões, provaram que o podem, quando bastante elevados para terem
os necessários conhecimentos, pois o que não veem os olhos do corpo; preveem o
que o homem não pode prever. O remédio de quase trata foi dado nas circunstâncias
seguintes à senhorita Ermance Dufaux, a qual nos remeteu a formula autorizando
sua publicação, em favor dos que a necessitassem. Um de seus parentes, falecido
há muito tempo, tinha trazido da América a receita de um unguento ou pomada, de
maravilhosa eficácia para toda sorte de chagas e feridas. Com sua morte,
perdeu-se a receita, que não tinha sido dada a ninguém. A senhorita Dufaux
estava afetada de um mal na perna, muito grave e muito antigo, e que havia
existido a todo tratamento. Cansada do emprego inútil de tantos remédios, um
dia perguntou a seu Espírito protetor se para ela não haveria cura possível. “-Sim”,
respondeu ele, ‘serve-te da pomada de teu tio”. “-Mas, sabeis que a receita
se perdeu”, lembrou ela. “-Eu vou repeti-la”, ditando o seguinte: Açafrão...20
centigramas / Cuminho...4 gramas / Cera amarela...31 a 32 gramas
/ Oleo de amêndoas doces...uma colher. Derreter a cera e depois untar o óleo de
amêndoas; juntar o açafrão e o cuminho num saquinho de pano fino e ferver,
durante dez minutos, em fogo brando. Emprega-se espalhando a pomada num pedaço
de pano e cobrindo a parte doente, renovando diariamente o tratamento”.
Tendo seguido a prescrição, em pouco tempo a perna da senhorita Dufaux estava
cicatrizada, a pele restaurada e, desde então, não sobreveio qualquer acidente.
Também
sua lavadeira foi felizmente curada de mal idêntico. Um operário se havia
ferido com um fragmento de foice, que penetrou profundamente na feria,
produzindo inchação e supuração. Falavam em amputar-lhe a perna. Com o emprego
daquela pomada a inchação desapareceu, parou a supuração e o pedaço de ferro
saiu da ferida. Em oito dias aquele homem recuperou-se e pode voltar ao
trabalho. Aplicada sobre furúnculos, abcessos, panarícios, ela faz rebentar em
pouco tempo e cicatrizar. Atua tirando da chaga os princípios mórbidos,
semeando-a e, conforme o caso, provocando a saída de corpos estranhos, como esquírolas
de ossos, de madeira, etc. Parece que é também eficaz para os dartros e, em
geral, para as afecções da pele. Sua composição, como se vê, é muito simples,
fácil e, em todo caso inofensiva. Pode, pois, experimentar-se sem receio”.
quinta-feira, 18 de julho de 2013
Os Fascinantes Planos e Sub Planos
“Mesmo que as Dimensões do Espaço sejam
imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”,
comenta o físico e astrônomo brasileiro Marcelo
Gleiser em seu livro CRIAÇÃO IMPERFEITA (record,2010). A
observação deriva de conclusões dos “Copérnicos” modernos que, através
da Física Quântica, tiraram do átomo
o peso de alicerce de tudo que é matéria, formulando a Teoria das Cordas e suas
variações, propondo a existência dos Universos
Paralelos. Documentário produzido e veiculado pela respeitável BBC de
Londres sobre o tema começava afirmando que Elvis Presley não morreu nem a história da Batalha de Waterloo não terminou com a derrota de Napoleão.
Curiosamente quatro décadas antes, o Espírito Abel Gomes, servindo-se do médium
Chico Xavier em extensa mensagem inserida na obra FALANDO À TERRA (feb,1951), revelava: -“As inteligências aqui se agrupam
segundo os impositivos da afinidade, vale dizer, consoante a onda mental, ou
frequência vibratória, em que se encontram. Tenho visitado vastas colônias
representativas de civilizações há muito extintas para a observação terrestre.
Costumes, artes e fenômenos linguísticos podem ser estudados, com admiráveis
minudências, nas raízes que os produziram no tempo”. Três anos depois, Chico Xavier em trânsito com dois amigos para o litoral fluminense, após pernoitarem em Resende
(RJ), buscando, por sua iniciativa , na fria manhã seguinte,
conhecer uma cachoeira em mata nas cercanias do hotel em que se hospedaram, encontrando-se numa clareira no fim de picada improvisada para dar-lhe
acesso, o querido médium informou, em tom coloquial, estar captando por sua clarividência “a
presença no local de vários Espíritos – homens, mulheres e crianças – num
ritual”, acrescentando: -“Emmanuel esclarece que são Espíritos
simples, ingênuos. Pelo nosso calendário, poderíamos dizer que encontram-se
ainda no século XV, no mundo que lhes é próprio. Nós não existíamos. Eles não nos veem e encontram se em fase evolutiva
bem acanhada. São índios que habitavam estas glebas”. Décadas depois,
já residindo em Uberaba (MG), Chico psicografaria carta do empresário Hilário Sestini, desencarnado aos 55
anos, após ataque cardíaco fulminante, em São José do Rio Preto (SP), cidade em
que vivia. Na mensagem incluída no livro VIDA
NO ALÉM (geem), dirigida ao irmão presente na reunião pública em que foi
recebida, faz referência à Pharmacia Nossa Senhora do Carmo e
da Casa
de Saúde Santa Therezinha, em interessante fenômeno que sucedeu ao colapso
que lhe aniquilou a possibilidade de permanecer ligado ao corpo físico. Ante a
estranheza do destinatário quanto à citação dos dois estabelecimentos
desconhecidos por ele na cidade em que também vivia, questionou Chico sobre um
possível equivoco naquelas menções, possibilidade descartada prontamente. Não
convencido, retornando a Rio Preto, após persistente pesquisa, localizou em
jornais do começo do século, a confirmação sobre sua existência à época – há
anos, sucedidos por outras edificações. Indagando, oportunamente, ao médium
como aquilo era possível, ouviu dele: -“Os amigos Espirituais costumam se referir
a construções antigas que permanecem na retaguarda de construções atualizadas,
até que as entidades ligadas a esses conjuntos habitacionais, os abandonem por não mais necessitarem deles
nos vínculos mentais que, de certo modo, os retém a determinadas paisagens do
seu próprio pretérito”. A propósito,
o Espírito André Luiz, na
obra OS MENSAGEIROS (feb), segundo relatos revelando as interações entre as realidades visível
e invisível para nós, espantado com o que observa, ouve do Instrutor Aniceto
que acompanhava, entre outras coisas, que “todo este mundo que vemos é continuação de
nossa Terra. Os olhos humanos veem apenas algumas expressões do vale em que se
exercitam para a verdadeira visão espiritual (...). Há, porém, André, outros
mundos sutis, dentro dos mundos grosseiros, maravilhosas esferas que se
interpenetram. O olho humano sofre variadas limitações e todas as lentes
reunidas não conseguiriam surpreender o campo da alma, que exige o
desenvolvimento das faculdades espirituais para tornar-se perceptível”. E, Chico Xavier, na obra IMAGENS NO ALÉM (ide),
diz que, “se cortarmos uma cebola ao meio, teremos essa visão, de uma esfera
dentro da outra”.
terça-feira, 16 de julho de 2013
A Mediunidade Esclarecendo Um Crime Passional
Na edição de novembro de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec inclui
interessante matéria que começa contando que “nos subterrâneos da torre de São
Miguel, em Bordeaux, na França, há certo número de cadáveres mumificados que,
parece, não remontam a mais de dois ou três séculos e que, certamente, ficaram
naquele estado pela natureza do solo. Uma das curiosidades da cidade que os
estranhos não deixam de visitar. Todos os corpos tem a pele pergaminhada; na
maioria estão conservados de maneira a permitir distinguir os traços do rosto e
a expressão fisionômica; alguns tem as unhas de uma frescura notável; outros
conservam restos de roupas e, até, rendas finas. Entre essas múmias uma em
particular chama a atenção: é a de um homem cujas contrações do corpo, do rosto
e dos braços, levados à boca, não deixam dúvida quanto ao gênero de morte; é
evidente que foi enterrado vivo e morreu nas convulsões de terrível agonia”.
Kardec relata que uma série de evocações em agosto último na Sociedade Espírita de Saint-Jean d’Angély,
do Espírito que se servira daquele corpo e dois outros ligados ao caso,
resultaram num conjunto de informações extremamente interessantes. Foram 88 perguntas,
através de diferentes médiuns, pelo processo da tiptologia, respectivamente,
nas reuniões dos dias 9,10, 11, 12, 15 e 21 de agosto, dirigidas à
entidade, à ex esposa, seu amante e o Espírito responsável pela
condução dos trabalhos do grupo de estudos. Em síntese, as diferentes
manifestações revelam: 1- O enterrado vivo chamara-se
Guillaume Renome, morrera em 1612, fora enterrado vivo por engano – o que era
relativamente comum na época -; que, anos antes, após ter visto um homem sair de seu quarto,
havia asfixiado por ciúme, a esposa em seu leito com dois travesseiros, sem que tivesse sido descoberto; que o Espírito da esposa também infeliz, foi o primeiro
que lhe apareceu, para lhe censurar o
crime, vendo-a por muito tempo, embora fugindo um do outro,
livrando-se de sua presença somente quando foi decidida sua reencarnação; que morrera
enraivecido, batendo nas paredes do caixão e querendo viver a todo custo, tendo
ficado ligado ao corpo, embora não o animando, entre quinze e dezoito dias, cercado
por uma porção de Espíritos, como ele cheios de dor; que morrera daquela forma
por ter escolhido uma vida cheia de desgostos domésticos, que suscitariam o
crime cometido, que devia encher-lhe de remorsos se o realizasse; que reencarnaria
em breve, cercado por aqueles que lhe eram caros, sofrendo as mais variadas
doenças. 2) O Espírito da esposa estava reencarnado há
onze anos, em Havana, nas Antilhas; no sexo feminino; filha de rico
comerciante; devendo passar por provas como a perda da fortuna; um amor ilegítimo
e sem esperança, junto à miséria e a duros trabalhos; amando um homem
consagrado a Deus, só e sem esperança de correspondência. 3)
O amante, chamara-se Jacques Noulin; sempre gostara da boa mesa, das
mulheres agradáveis e do bom vinho; fora chefe de portaria do tribunal; que
pensara algumas vezes na esposa de Guillaume depois de sua morte, cuja
lembrança passava como um relâmpago, sem deixar traços; que, desencarnado, se
ligara a Espíritos gozadores como ele, divertindo-se em pregar peças aos
invigilantes que julgam tratar com bons Espíritos”. Comentando os
conteúdos que vão além do que aqui resumido, Allan Kardec, pondera: -“Indubitavelmente,
não há qualquer meio material de constatar a identidade dos Espíritos que se
manifestaram nas evocações citadas. Assim, não o afirmaremos de maneira
absoluta. Fazemos estas reservas para os que creem que aceitamos cegamente tudo
quanto vem dos Espíritos. Pecamos antes por um excesso de desconfiança. É que
nos devemos guardar de dar como verdade absoluta aquilo que não pode ser
controlado. Na ausência de provas positivas, devemos limitar-nos a constatar a
possibilidade e buscar as provas morais, em falta de provas físicas. Do fato em
questão, as respostas tem um caráter evidente de probabilidade e, sobretudo, de
alta moralidade: não há contradições, nenhuma dessas faltas de lógica que
chocam o bom senso e delatam o embuste; tudo se liga, tudo se encadeia
perfeitamente; tudo concorda com o que a experiência já demonstrou. Pode, pois,
dizer-se que a história é, ao menos, verossímel, o que já é muito. O que é
certo, é que, não se trata de um romance inventado pelos homens, mas de uma
obra mediúnica”. Entre vários outros argumentos, diz ainda que “a
veracidade do relato foi atestada de maneira mais explícita pelos melhores
médiuns da Sociedade Espírita de Paris”.
domingo, 14 de julho de 2013
Desagradável, mas Inevitável
O assunto causa desconforto e, geralmente, é evitado. Mais
ou menos como aquela prova da escola para a qual não nos preparamos ou deixamos
para rever a matéria na última hora, surpreendendo-nos pelo volume de assuntos
a serem entendidos. O tema é o inevitável retorno determinado pelo fenômeno da
morte para o Universo Paralelo ou Dimensão, Plano ou Sub Plano, de
onde saímos anos antes para reencarnarmos, tratando-nos dos transtornos
conscienciais resultantes dos dados arquivados no disco prodigioso
denominado memória. Um argumento
forte nesse sentido é comentário de Chico Xavier incluído no livro INESQUECÍVEL CHICO XAVIER (geem) em que
diz: -“ Oitenta por
cento das criaturas que desencarnam, voltam-se para a retaguarda sem
condições de ascenderem aos planos elevados. Apenas vinte por cento gravitam para os
planos mais altos. A maioria delas, portanto, fica vinculada aos familiares e
amigos”. Outro detalhe
ressaltado pelo médium é que “no Mundo Espiritual, muita gente vai se
surpreender. Lá, não seremos identificados pela importância, ou melhor, pela
nossa importância no mundo... Os Espíritos nem ligam para a gente: estão
ocupados, cuidando da sua própria evolução. Se pudermos acompanha-los... Caso
contrário, vamos nos sentir profundamente decepcionados. Gente há que
desencarna imaginando que as portas do Mundo Espiritual irão se lhes
escancarar. Ledo engano!. Ninguém quer
saber o que fomos, o que possuíamos, que cargo ocupávamos no mundo. O que conta
é a luz que cada um já tenha conseguido fazer brilhar em sim mesmo. Esse
negócio de ter sido fulano de tal, interessa à consciência de quem foi e, na
maioria das vezes, se complicou...Os Espíritos são indiferentes a essa coisas,
quase frios aos rótulos que supervalorizamos e ao convencionalismo – coisas que
nos fazem supor o que não somos”.
Vejamos alguns pontos reunidos para reflexões sobre o tema: 1- A
morte, em geral, ocorre sempre no instante determinado. Há, todavia, exceções e
essas se verificam segundo o livre-arbítrio do homem. A liberdade individual
está, pois, acima de todas as circunstâncias e, daí, se depreende a necessidade
da educação da vontade e da disciplina de emoções de cada um”(Emmanuel) 2- “Geralmente,
nas primeiras horas após a morte, ainda se sente o Espírito ligado ao elementos
cadavéricos. Laços fluídicos, imperceptíveis ao vosso poder visual, ainda se
conservam unindo a alma recém-liberta ao corpo exausto; esses elos impedem a
decomposição imediata da matéria. E, por esta razão, na maioria dos casos o
Espírito pode experimentar os sofrimentos oriundos da cremação, a qual, nunca
deverá ser levada a efeito antes do prazo de cinquenta horas após o desenlace”(Emmanuel)(nossa
Legislação determina que a cremação ocorra somente após 72 horas após a morte).3-
Duas
etapas por mecanismos naturais são
cumpridas durante o início do transe da desencarnação, ou seja, o desligamento
do corpo espiritual do corpo físico a ser liberado – ou não, pois
aqueles que vivenciam a chamada EQM – Experiência de Quase morte registraram a
mesma experiência: o primeiro, a “visão retrospectiva”, na feliz imagem deixada por Hermínio
Correia de Miranda, o rebobinar da fita ou transferência de dados da memória
biológica para a perispiritual em questão de segundos. O
segundo, o torpor,
uma espécie de desmaio de curta ou longa duração, definida esta pelo estado
emocional ou mental do que está passando pela morte. Tanto uma como
outra, fazem parte das revelações inseridas por Allan Kardec na obra O CÉU E O INFERNO ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo.
Bem, e o que vem depois? Bem, o próprio Chico, comentou certa vez: -“É
muito complexa a situação de quem vive, na Terra, fugindo de si mesmo. Após a
desencarnação, o Espírito não consegue evitar o encontro consigo mesmo. Alias,
o Espírito que, na condição de desencarnado, já consegue fitar-se no espelho da
própria consciência, mesmo que a imagem de si não lhe agrade, o que na maioria
das vezes acontece, é inegável seu progresso. Pior é aquele que faz questão de
alimentar ilusões a seu próprio respeito”. Alertando o que frequentam
escolas espíritas ou acessam os conhecimentos do Espiritismo, deixou um alerta:
-“Dos
companheiros espíritas desencarnados que tenho visto, nenhum está satisfeito
consigo mesmo – todos eles tem se queixado da sua falta de empenho no melhor
aproveitamento do tempo”.
sexta-feira, 12 de julho de 2013
Irrefutável Prova da Reencarnação
Personalidade importante na literatura francesa do final do
século 18, ao lado de outro intelectual, Chateaubriand, foi responsável pela
chamada idade moderna das letras, precursora do romantismo literário francês.
Filha de um ministro de Luiz XVI, foi menina prodígio que, aos onze anos,
compôs os ECLOGAS, aos quinze comentava o Espírito das Leis, a seguir
escrevendo novelas e um drama em versos. Conhecida como Madame Staël, chamava-se Ana-Louise-Germaine Necker, possuindo o
título de Baroneza de Stäel-Holtein. Nascida e desencarnada em Paris entre 1766
e 1817, manifestou-se em Espírito por várias vezes na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, na reunião de 28 de setembro de 1858, espontaneamente, visto que
o método preferido e tido como mais seguro por Allan Kardec era o das evocações
O resultado, foi integralmente inserido
na edição de novembro de 1858 da REVISTA
ESPÍRITA. Relata a matéria que após
um texto falando sobre sua visão atual da vida, de ter intercedido e dirigido
algumas palavras a uma mulher presente à reunião que se
ressentia pela perda recente da irmã, foi entrevistada por Kardec, fornecendo
algumas informações interessantes. Indagada sobre o que pensava agora de seus
escritos, respondeu: -“Uma só palavra esclarecer-vos-á: se eu
voltasse e pudesse recomeçar, modificaria dois terços e conservaria apenas um”.
Solicitada a dizer sobre o que discordava, disse: -“Não sou muito exigente, pois,
aquilo que não for justo, outros escritores mudarão. Eu fui muito masculina
para uma mulher”. Questionada sobre a causa primeira do caráter viril
citado, o qual demonstrara na encarnação recém-terminada, limitou-se a dizer
que “isso
depende da fase de nossa existência”. Na sessão seguinte, a 12 de
outubro, através de outro médium, foram-lhe dirigidas mais algumas perguntas. A
primeira sobre qual o motivo que a levou a manifestar-se espontaneamente na
reunião anterior, ao que ela esclareceu: -“A simpatia que sinto por todos vós. É ao
mesmo tempo o cumprimento de um dever que me é imposto em minha atual
existência, ou antes, em minha existência passageira, pois que sou chamada a
reviver: este é, aliás, o destino de todos os Espíritos”. Sobre qual
forma lhe era mais agradável se fazer presente, evocada ou espontaneamente,
afirmou preferir “ser evocada, pois é uma prova de que pensam em mim; mas também sabeis
que é agradável a um Espírito liberto poder vir conversar com o Espírito do
homem encarnado. Por isso não vos deveis admirar de que tivesse vindo de
repente ao vosso meio”. Solicitada a opinar se haveria vantagem em
evocar os Espíritos, em vez de esperar que venham por sua iniciativa, ponderou
que “evocando,
tem-se um objetivo; deixando que venham, corre-se o risco de ter comunicações
imperfeitas sob muitos aspectos, porque tanto vem os maus, quanto os bons”.
Sobre se já se comunicara em outros Centros, disse que “sim; mas tem-me feito aparecer
mais do que eu queria. Por outras palavras, muitas vezes tomaram o meu nome”.
Por fim, se viria algumas vezes ditar alguns dos seus belos pensamentos para a
instrução geral, afirmou que “de boa vontade. Sinto prazer em estar entre
os que trabalham seriamente a sua instrução. Minha vinda no outro dia é uma
prova”. Madame de Stäel, como se pode constatar na obra AMOR E SABEDORIA DE EMMANUEL (ide), de
Clovis Tavares, no capítulo UM “FLASH-BACK” DE WALLACE LEAL RODRIGUES,
reencarnaria no Brasil dos anos 20, no Estado do Espírito Santo, tendo vivido
grande parte dessa existência em Araraquara (SP), na personalidade identificada
como Wallace Leal Rodrigues, atuante trabalhador no campo da divulgação do Espiritismo, notadamente
como editor e redator da Casa Editora O
CLARIM, de Matão (SP). Acometido surtos de memória extra-cerebral, Wallace constitui-se, com suas imersões naturais e espontâneas no passado, numa
indiscutível prova da reencarnação.
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Sobre o Aborto
Admirado e respeitado por aqueles que lhe conheceram
a forma de pensar, construída em décadas de estudo e experiência; o pesquisador
Henrique Rodrigues, sobretudo no
final do século 20, tornou-se personagem conhecido pelas concorridas palestra e
seminários na região Centro/ Sudeste do Brasil. A propósito da polêmica questão
do aborto, escreveu no seu livro HISTÓRIAS
QUE A VIDA CONTA (eme), que “muita gente não sabe é que um aborto, mesmo
feito com os “critérios científicos, não garante à mulher nenhuma segurança. A
gravidez é um processo que, bruscamente interrompido, acarreta prejuízos
psíquicos e somáticos”. Um dos precursores das experiências de regressão
de memória no Brasil, Henrique no capítulo citado relata três casos por ele
estudados cujas anomalias físicas ou comportamentais tinham sua origem em
abortos cometidos nessa existência. As tais causas atuais das aflições
comentadas por Allan Kardec no capítulo cinco obra O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. Narra o professor Henrique: “De
nossa “clinica-escola”, ao longo de mais de trinta anos de experiência,
coletamos inúmeros casos, muitas vezes de consequências irreparáveis, oriundos
de processos abortivos. E, por incrível que possa parecer, as consequências do
aborto não caem exclusivamente sobre o profissional que o provoca e sobre a
mulher que a ele se submete. Cai também sobre o homem, dadas as
responsabilidades que ele tem. Se induziu, se exigiu, se facilitou ou o tornou
imperioso, não raro, arca ele com o peso maior das consequências. Relatarei,
agora, alguns casos. Evidentemente, por causa da delicadeza da questão, certos
detalhes que poderiam levar a uma identificação de pessoas, serão “baralhados”.
Mas os fatos são autênticos em toda a casuística. Henrique minudencia
os três casos que, por uma questão de espaço, encaixaremos no critério
EFEITO/CAUSA, adotado em outras abordagens. CASO 1 – EFEITO – Rapaz, acometido de dores nas articulações
sacro-lombares, vitimado por um processo artrítico que o conduziu e mantem,
numa cadeira de rodas, com perda total de suas funções genitais e urinárias.
Solicitado para ver se “dava um jeito” no processo degenerativo do rapaz,
Henrique, cogitando ser o problema oriundo de um atavismo manifestado pela
reencarnação, ouviu de um médium vidente que o auxiliava, resultar, na verdade,
da ligação do rapaz com entidade
rancorosa, de um atraso psíquico muito grande, inacessível a qualquer
doutrinação. CAUSA – Omissão do paciente ante decisão de seus
pais – família tradicional e da alta sociedade -, de imporem o aborto a jovem
doméstica semialfabetizada vinda do interior para trabalhar em sua casa e que,
pela bonita estrutura física atraiu a atenção do filho para quem não foi
difícil a consumação dos seus desejos, resultando na gravidez indesejada.
CASO 2 – EFEITO – Garota de certa cultura, vivendo momentos de
grandes tensões, com estados graves de angustia e depressão. Experimentando
melhoras através de relaxamentos e condicionamentos, de orientação de vida,
voltou à vida normal, retornando algum tempo depois, queixando-se de fortes
dores na base da coluna, além de distúrbios menstruais, dolorosos e arrítmicos.
CAUSA – Iniciado o tratamento, numa das sessões, Henrique sentiu estranha
necessidade de dar-lhe um passe e, embora não tendo nenhuma vidência conta que
após ter feito uma prece, ao aproximar suas mãos da região ventral, viu
nitidamente, sobre todo seu ventre, com veios que penetravam para o interior do
organismo, uma massa gelatinosa de um grená quase preto, que pulsava com
regularidade. Num mecanismo difícil de traduzir, percebeu que era um Ser do
sexo masculino, aderido ao organismo da moça, por magnetismo poderosíssimo.
Perguntada se teria feito um aborto, disse que sim, antes de procurá-lo a
primeira vez, pela negativa do rapaz que a engravidou não querer assumir a
paternidade, o que levou, por não querer enfrentar a sociedade, a decidir pela
eliminação da criança, o que foi quase um parto, dado o número de meses
transcorrido. CASO 3 – EFEITO – Jovem, 17 anos, personalidade simples,
tímida. Socialmente muito querido, vivia, contudo, com avó materna pela aversão
e forte hostilidade aos pais cuja presença o tornava, inexplicável e
extremamente, agressivo, a ponto de dizer que, se pudesse, os mataria. CAUSA – Decisão de seus atuais pais pela realização de aborto logo após a
confirmação da gravidez indesejada, visto que, solteiros; ela, secretária, ele,
médico, vida sexualmente ativa, visavam apenas a alegria, a festa e o prazer.
Quarenta e cinco dias depois de gerado, a caminho da clínica clandestina,
violento abalroamento causado no carro em que estavam por um caminhão
interrompeu os planos sinistros, levando-os a consumar o casamento apressadamente.
As tensas conversas que resultaram na infeliz decisão, estavam, no entanto, sendo testemunhadas
pelo Espírito preso ao ventre materno, desde que a inconveniente gestação
começara, o que se revelou pelo desespero manifestado durante o estado alterado
de consciência da regressão, ao atingir os 15 dias da fecundação.
segunda-feira, 8 de julho de 2013
PODE-SE ACREDITAR EM TUDO QUE DIZEM OS ESPÍRITOS?
A conscientização da mediunidade como percepção natural e, portanto, comum a todas as criaturas humanas, somada às incertezas e inseguranças da vida atual, revela pessoas que se dizem influenciadas por Espíritos capazes de aconselhar, orientar ou mesmo prever acontecimentos futuros relacionados àqueles a quem se dirigem. Deve-se, contudo, crer nessas informações? Abrindo o numero de julho de 1859 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec reproduz discurso preparado para o encerramento do ano social da Sociedade Espírita de Paris, no período 1858/1859. Em certo trecho, oferece elementos para reflexões, aplicáveis inclusive a análise sobre a profusão de “revelações espirituais” veiculadas pela grande quantidade de obras publicadas na atualidade. Escreve ele: -“Assim como entre nós há pessoas ignorantes e de vistas curtas, que fazem uma ideia incompleta do nosso mundo material e do meio que lhes é próprio, também os Espíritos, cujo horizonte moral é limitado, não podem apreender o conjunto e ainda se acham sob o império dos preconceitos e dos sistemas. Não podem, portanto, instruir-nos sobre tudo quanto se relaciona com o mundo espirita, do mesmo modo que um camponês não o poderia fazer em relação à alta sociedade parisiense ou ao mundo da ciência. Seria, pois, fazer um triste juízo do nosso raciocínio pensar que ouvimos a todos os Espíritos como se fossem oráculos. Os Espíritos são o que são e nós não podemos alterar a ordem das coisas. Como nem todos são perfeitos, não aceitamos suas palavras senão com reservas e jamais com a credulidade de crianças. Julgamos, comparamos, tiramos consequências de nossas observações e mesmos seus erros constituem para nós ensinamentos, de vez que não renunciamos ao nosso discernimento. Estas observações aplicam-se igualmente a todas as teorias científicas que podem dar os Espíritos. Seria muito cômodo se bastasse interroga-los a fim de encontrar a ciência acabada e possuir todos os segredos da indústria. Não conquistamos a ciência senão a custo de trabalho e de pesquisas. A missão dos Espíritos não é livrar-nos dessa obrigação. Alias sabemos que não só eles não sabem tudo, como sabemos que há entre eles pseudo-sábios, assim como entre nós, os quais pensam saber aquilo que não sabem e falam daquilo que ignoram com o mais imperturbável aprumo. Um Espírito poderá, pois, dizer que é o Sol que gira em redor da Terra e não esta; sua teoria não seria mais exata pelo fato de provir de um Espírito. Saibam, pois, aqueles que nos atribuem uma credulidade tão pueril, que tomamos toda opinião emitida por um Espírito como uma opinião pessoal; que não a aceitemos senão depois de havê-la submetido ao controle da lógica e dos meios de investigação fornecidos pela própria ciência espírita. Mais adiante, acrescenta: -“O concurso dos Bons Espíritos – tal é, com efeito, a condição sem a qual não se pode esperar a Verdade. Ora, depende de nós obter esse concurso. A primeira condição para merecermos sua simpatia é o recolhimento e a pureza das intenções. Os Bons Espíritos vão aonde são chamados seriamente, com fé, fervor e confiança. Eles nem gostam de servir de experiência, nem dar espetáculo. Ao contrário, gostam de instruir àqueles que os interrogam sem ideias preconcebidas. Os Espíritos levianos, que se divertem de todos os modos, vão a toda parte e, de preferência, aos lugares onde encontram uma ocasião para mistificar. Os maus são atraídos pelos maus pensamentos e por maus pensamentos devemos compreender todos aqueles que se não conformam com os princípios da caridade evangélica. Assim, pois, quem quer que traga a uma reunião sentimentos contrários a esses princípios, traz consigo Espíritos desejosos de semear a perturbação, a discórdia e a desafeição. A comunhão de pensamentos e de sentimentos para o Bem é, assim, uma coisa de primeira necessidade e não é possível encontra-la num meio heterogêneo, onde encontrassem acesso as paixões inferiores como o orgulho, a inveja e o ciúme, os quais sempre se revelam pela malevolência e pela acrimônea de linguagem, por mais espesso que seja o véu com que se procure cobri-los. Eis o abc da ciência espírita. Se quisermos fechar a porta deste recinto aos maus Espíritos, comecemos por lhes fechar a porta de nossos corações e evitemos tudo quanto lhes possa conferir poder sobre nós(...). É conhecido o provérbio: -“Dize-me com quem andas, dir-te-ei quem és”. Podemos parafraseá-lo em relação aos nossos Espíritos simpáticos, dizendo: -“Dize-me o que pensas, dir-te-ei com quem andas”.
sábado, 6 de julho de 2013
Construindo Um Desajustado
Numa das linhas do Metro da capital paulista, uma cena, no
mínimo, deplorável. Encostada numa das portas do vagão uma menininha na faixa
dos cinco anos, bonitinha, muito arrumadinha, olhando atentamente para a mãe,
enquanto esta tentava, de forma dissimulada, convencer a filha a não passar os
dias de férias programadas com o pai, de quem se podia deduzir estava separada,
pois, em meio aos argumentos utilizados com a filha, insistindo nas vantagens
que a menina teria se ficasse com ela e o “tio” – outrora chamado padrasto-,
com quem viajariam, passeariam, trabalhando para afastá-la do pai, que, pelo
que a conversa sugeria, estava saindo de férias do trabalho para desfrutar
durante alguns dias da companhia da garotinha. Imaginando aquela pequena, dez
anos depois, transformada pela sequencia natural da vida física numa
adolescente crítica, qual avaliação faria da mãe egoísta da sua infância? Teria
aquele pai sido isolado do seu convívio? Quem sabe? Nos dias que correm, casos
como este devem ser em grande numero. A Espiritualidade que auxiliou Allan
Kardec a materializar O LIVRO DOS
ESPÍRITOS, incluiu na esclarecedora obra, questões sobre a função e
finalidade da maternidade e paternidade, lamentavelmente, do conhecimento de
poucos. Mais de um século e meio,
inúmeras gerações se sucederam e o alerta que poderia ter prevenido o quadro
caótico vivido pela Humanidade. Vejamos e analisemos alguns destes pontos: 1- “Não se pode negar
a influência do meio e do exemplo sobre o desenvolvimento dos bons e dos maus
instintos, porque o contágio moral é tão manifesto quanto o contato
físico”. 2- “Contudo, essa influência não é exclusiva,
pois se veem seres perversos nas mais honradas famílias, ao passo que outros
saem puros do charco. Há, pois, incontestavelmente, disposições inatas (...). É
na pré-existência da alma que se encontra a única solução possível e racional
de todas as anomalias aparentes das faculdades humanas”. 3- Em certa idade é
difícil uma transformação do caráter. É, pois, à educação, e, sobretudo, à primeira educação,
que incumbem os cuidados dessa natureza. Quando a educação, desde o berço, for
dirigida nesse sentido; quando se aplicar em abafar, em seus germes, as
imperfeições morais, como faz com as imperfeições físicas, não mais se
encontrará no temperamento um obstáculo, contra o qual a ciência muitas vezes é
impotente”. 4- “Uma
sociedade decadente tem certamente necessidade de leis mais severas;
infelizmente essa Leis se destinam antes a punir o mal praticado do que a
cortar a raiz do mal. Somente a educação pode reformar os homens, que assim não
terão mais necessidade de leis tão rigorosas”. 5- “O Espírito dos pais, tem a missão de
desenvolver o dos filhos pela educação: isto é para ele uma tarefa. Se
nela falhar, será culpado”. 6- “Quanto mais as disposições da criança são más, mais a tarefa
é pesada e maior será o mérito se conseguirem desviá-la do mau caminho”.7 -(A paternidade) é,
sem contradita, uma missão. E ao mesmo tempo um dever muito grande, que
implica, mais do que o homem pensa, sua responsabilidade para o futuro. Deus
põe a criança sob a tutela dos pais para que estes a dirijam no caminho do Bem.
E lhes facilitou a tarefa dando à criança uma organização débil e delicada, que
a torna acessível a todas as impressões. Mas há os que mais se ocupam de endireitar
as árvores do pomar e de fazê-las carregar de bons frutos do que em endireitar
o caráter do filho. Se este sucumbir por sua culpa terão de sofrer a pena, e os
sofrimentos da criança na vida futura recairão sobre eles, porque não fizeram o
que lhes cometia para o seu adiantamento nas vias do Bem. 8- “Se uma criança se transviar, apesar
dos cuidados dos pais, estes não são responsáveis; mas quanto mais as
disposições da criança são más, mais a tarefa é pesada e maior será o mérito se
conseguirem desviá-la do mau caminho”.9- “A mudança que se opera no caráter do
indivíduo a uma certa idade, particularmente ao sair da adolescência,
corresponde ao retorno do Espírito a sua natureza, se mostrando tal qual era”. 10- “Quando as
crianças não mais necessitam dessa proteção, dessa assistência que lhe foi
dispensada durante quinze a vinte anos, seu caráter real e individual reaparece
em toda a sua nudez; permanecem boas, se eram fundamentalmente boas, mas se
irizam sempre de matizes que estavam ocultos na primeira infância”.
quinta-feira, 4 de julho de 2013
Acredite se Quiser
“-O médium fez pelo mundo invisível o mesmo que o microscópio pelo mundo dos infinitamente pequenos”, escreveu Allan Kardec num dos artigos elaborados para sua REVISTA ESPÍRITA. Cremos que os analistas mais criteriosos concordam que nesse sentido, o médium Chico Xavier foi um dos mais precisos instrumentos para enxergamos com clareza aspectos do Plano Espiritual, inacessível para nossos sensores naturais, os olhos físicos. Sequiosos por informes que nos dilatem o entendimento, reunimos dois fragmentos do que acontece, por exemplo, nas reuniões de fundo espiritual em quaisquer templos dedicados ao socorro de encarnados e, certamente, por desencarnados. O primeiro, destaca-se do depoimento do empresário Frederico Figner, oculto sob pseudônimo Irmão Jacob, no livro VOLTEI (feb,1947). Em visita ao agrupamento onde atuava Chico, em Pedro Leopoldo (MG), onde estivera dez anos antes, quando ainda estava encarnado. Observando o recinto, agora com os olhos de Espírito, descreve o seguinte: -“A casa humilde estava repleta de gente desencarnada. Os companheiros, ao redor da mesa, eram poucos. Não excedia de vinte, o número de pessoas no recinto. As paredes como que se desmaterializavam, dando lugar a vasto ajuntamento de almas necessitadas, que o orientador da casa, com a colaboração de muitos trabalhadores, procurava socorrer com a palavra evangélica (...). Estávamos perante equilibrado diretor espiritual. Todas as experiências e realizações da noite permaneciam programadas. Incontáveis fios de substância escura partiam, como riscos móveis, das entidades perturbadas e sofredoras, tentando atingir os componentes da pequena assembleia de encarnados, mas, sob a supervisão do mentor do grupo, fez-se belo traço de luz, em torno do quadrado a que os presentes se acolhiam, traço esse que atraía as emanações de plúmbea cor, extinguindo-as. Explicou-me um amigo que as pessoas angustiadas, sem o corpo físico, projetam escuros apelos, filhos da tristeza e da revolta, nas casas de fraternidade cristã em que se improvisam tarefas de auxílio. Enquanto todos oravam e atendiam a solicitações entre os dois mundos, observei que trabalhadores espirituais extraiam de alguns elementos da reunião grande quantidade de energias fluídicas, aproveitando-as na materialização de benefícios para os desencarnados em condições dolorosas. Não pude analisar toda a extensão do serviço que aí se processava, mas esclareceu-me dedicado companheiro que em todas as sessões de fé religiosa, consagradas ao Bem do próximo, os cooperadores dispostos a auxiliar com alegria são aproveitados pelos mensageiros dos Planos Superiores, que retiram deles recursos magnéticos (...), convertendo-os em utilidades preciosas para as entidades dementes e suplicantes”. Noutro livro, NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE (feb,1954), o autor André Luiz, a certo trecho, reproduz comentário do Assistente Áulus que seguia com fins de aprendizado, que, por sinal, esclarece dúvida frequente entre os que se aproximam de reuniões públicas: -“Todos os santuários, em seus atos públicos, estão repletos de almas necessitadas que a eles comparecem, sem o veículo denso, sequiosas de reconforto. Os expositores da boa palavra podem ser comparados a técnicos eletricistas, desligando “tomadas mentais”, através dos princípios libertadores que distribuem na esfera do pensamento. Em razão disso, as entidades vampirizantes operam contra eles, muitas vezes envolvendo os ouvintes em fluidos entorpecentes, conduzindo esses últimos ao sono provocado, para que se lhes adie a renovação”. Enfatizando a importância de tais reuniões e o “porquê” dos fenômenos observados numa e noutra situação, ele esclarece: -“É muito difícil habilitar-se a criatura à morte libertadora. Comumente, desencarna-se a alma, sem que se lhe desgarrem os pensamentos, enovelados em situações, pessoas e coisas da Terra. A mente, por isso, continua encarcerada nos interesses quase sempre inferiores do mundo, cristalizada e enfermiça em paisagens inquietantes, criadas por ela mesma. Daí o valor do culto religiosos respeitáveis, formando ambiente propício à ascensão espiritual, com indiscutíveis vantagens, não só para os Espíritos encarnados que a ela assistem, com sinceridade e fervor, mas também para os desencarnados”.
segunda-feira, 1 de julho de 2013
Recordação de Uma Vida Anterior
A REVISTA ESPÍRITA
de julho de 1860, incluiu em sua pauta uma matéria resultante de uma evocação
havida na reunião da Sociedade Espírita de Paris, motivada por uma carta
enviada à publicação por um dos assinantes que, por sua vez, questionava Allan
Kardec sobre as informações de um amigo que lhe escrevera expressando sua
opinião sobre sua convicção sobre “a presença ou não, junto à nós, das almas
dos que amamos”. Para justificá-la, expõem: -“Por mais ridículo que pareça,
direi que minha convicção sincera é a de ter sido assassinado durante os
massacres de São Bartolomeu. Eu era muito criança quando tal lembrança veio
ferir-me a imaginação. Mais tarde, quando li essa triste página de nossa
História, pareceu que muitos detalhes me eram conhecidos, e ainda creio que se
a velha Paris fosse reconstruída eu reconheceria essa velha aleia sombria onde,
fugindo, senti o frio
de três punhaladas dadas pelas costas. Há detalhes desta cena sangrenta
em minha memória e jamais desapareceram. Porque tinha eu essa convicção antes
de saber o que tinha sido o São Bartolomeu? Porque, lendo o relato desse
massacre eu me perguntei: é sonho, esse sonho desagradável que tive em criança,
cuja lembrança me ficou tão viva? Por que, quando quis consultar a memória,
forçar o pensamento, fiquei como um pobre louco ao qual surge e que parece
lutar para lhe descobrir a razão? Porque? Nada sei. Certo me achareis ridículo,
mas nem por isso guardarei menos lembrança, a convicção. Se dissesse que tinha
sete anos quando tive um sonho assim: Eu tinha vinte anos, era um rapaz bem
posto, parece que rico. Vim bater-me em duelo e fui morto (...). Às vezes me
parece que um clarão atravessa essa névoa e tenho a convicção de que a
lembrança do passado se restabelece em minh’alma”. O missivista “reafirma
sua certeza da ligação entre pessoas simpáticas, a despeito da distância e
relata uma experiência ocorrida com ele nas imediações de Lima, no Peru, em que
em determinada hora e dia, foi acometido de forte dor no peito, a mesma hora que um seu irmão, na França, teve um ataque de apoplexia que lhe comprometeu
gravemente a vida”. Oficial da Marinha, constantemente viajando, o
autor das experiências, teve seu anjo da guarda evocado na reunião daquele dia,
oferecendo entre as respostas por ele dadas, ponderações interessantes: Primeiro, que o motivo de sua evocação “não se tratava de satisfazer uma vã
curiosidade, mas de constatar, se possível, um fato interessante para a ciência
espírita, o da recordação de sua vida anterior ; segundo que a lembrança de sua morte em vida anterior, não
era uma ilusão mas uma intuição real; terceiro
que embora essas lembranças sejam muito raras, se devem um pouco ao gênero
de morte que de tal modo o impressionou que está, por assim dizer, gravado em
sua alma; quarto que depois dessa
morte no São Bartolomeu não teve outras existências; quinto que tinha 30 anos quando de sua morte; sexto, que era ligado à casa de Coligny; sétimo, ter ocorrido seu homicídio no cruzamento de Bucy; oitavo, que a casa onde morreu não
existe mais; nono, que não era
personagem conhecido na história por ter sido um simples soldado de nome Gaston
Vincent e, finalmente, décimo, que o
comunicante foi àquela época seu anjo da guarda e continuava a sê-lo”. Em
observação sobre o caso, Kardec acrescenta:-“ Céticos, mais trocistas que
sérios, poderiam dizer que o anjo da guarda o guardou mal e perguntar por que
não desviou a mão que o feriu. Embora tal pergunta mereça apenas uma resposta,
talvez algumas palavras sejam úteis. Para começar diremos que, se o morrer
pertence à natureza humana, nenhum anjo da guarda tem o poder de opor-se ao
curso das Leis da Natureza. Do contrário, razão não haveria para que não
impedissem a morte natural, tanto quanto a acidental. Em segundo lugar, estando
o momento e o gênero de morte no destino de cada um, é preciso que se cumpra.
Diremos, por fim, que os Espíritos não encaram a morte como nós: a verdadeira
vida é a do Espírito, da qual as várias existências corpóreas não passam de
episódios. O corpo é um invólucro que o Espírito reveste momentaneamente e
deixa como uma roupa usada ou rasgada. Pouco importa pois, que se morra um
pouco mais cedo ou mais tarde, de uma ou de outra maneira, pois que, em
definitivo, sempre é preciso chegar à morte, que longe de prejudicar o Espírito,
pode ser-lhe útil, conforme a maneira porque se realiza. É o prisioneiro que
deixa a prisão temporária pela liberdade eterna. Pode ser que o fim trágico de
Gaston Vincent lhe tenha sido uma coisa útil como Espírito, o que o seu anjo da
guarda compreende melhor que ele, porque um só vê o presente, ao passo que o
outro vê o futuro”.
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