Porque em certas ambientes como reuniões públicas
(palestras, cultos, missas, etc) motivadas por temática espiritual, muitas
vezes, somos acometidos por um sono irresistível? No oitavo dos livros – NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE - que
compõem a extraordinária série de livros conhecida como NOSSO LAR, o Espírito André
Luiz, através do médium Chico Xavier,
detém-se na análise dos trabalhos focados no despertar de consciência,
oferecidos pelas instituições que operam em nome do Espiritismo em nossa Dimensão.
No capítulo 16, relatando a movimentação observada nos bastidores a nós
invisíveis de uma das reuniões de visitadas em companhia do Instrutor Áulus, a certo trecho diz que “não
faltavam quadros impressionantes de Espíritos perseguidores, que procuravam hipnotizar as
próprias vítimas, precipitando-as no sono provocado, para que não tomassem conhecimento
das mensagens transformadoras, ali veiculadas pelo verbo construtivo”. Contudo
é no capítulo 4 da mesma obra que encontramos mais elucidativa resposta. Nela, André Luiz, depois de descrever a
chegada a uma reunião de dois retardatários - uma senhora jovem e um cavalheiro idoso -, identificados por orientador presente como
sendo doentes a serem beneficiados, conta que “um colaborador de nosso Plano franqueou
acesso a numerosas entidades sofredoras e perturbadas, que se postaram, diante
da assembleia, formando legião. Nenhuma delas vinha até nós, constrangidamente.
Dir-se-ia que se aglomeravam, em derredor dos amigos encarnados em prece, quais
mariposas inconscientes, rodeando grande luz. Vinham bulhentas, proferindo
frases desconexas ou exclamações menos edificantes, entretanto, logo que
atingidas pelas emanações espirituais do grupo, emudeciam de pronto, qual se
fossem contidas por forças que elas próprias não conseguiam perceber.
Atencioso, Áulus notificou: -‘São almas em turvação mental, que
acompanham parentes, amigos ou desafetos às reuniões públicas da Instituição, e
que se desligam deles quando os encarnados se deixam renovar pelas ideias
salvadoras, expressas na palavra dos que veiculam o ensinamento doutrinário.
Modificado o centro mental daqueles que habitualmente vampirizam, essas
entidades veem-se como que despejadas de casa, porquanto, alterada a elaboração
do pensamento naqueles a quem se afeiçoam, experimentam súbitas reviravoltas
nas posições em que falsamente se equilibram. Algumas delas, rebeladas, fogem
dos templos de oração como este, detestando-lhes temporariamente os serviços e
armando novas perseguições às suas vítimas, que procuram até o reencontro:
contudo, outras, de algum modo tocadas pelas lições ouvidas, demoram-se no local
das predicações, em ansiosa expectativa, famintas de maior esclarecimento’.
Questionado sobre o que ocorre quando os encarnados não prestam atenção aos ensinamentos
ouvidos, explicou que ‘passam pelos santuários da fé na condição de
urnas cerradas, continuando ‘inacessíveis à mudança necessária’ por
manterem-se ‘impermeáveis ao bom aviso’. Ao mesmo tempo em que confirma
a ocorrência de semelhante fenômeno nas igrejas de outras confissões
religiosas, explica que ‘a palavra desempenha significativo papel nas
construções do Espírito. Sermões e conferências de sacerdotes e doutrinadores,
em variados setores da fé, sempre que inspirados no Infinito Bem guardam o objetivo
da elevação moral’. Aprofundando suas ponderações, acrescenta que ‘entre
os homens (...), se não é fácil cultivar a vida digna, é muito difícil habilitar-se a
criatura a vida digna, é muito difícil habilitar-se a criatura à morte
libertadora. Comumente, desencarna-se a alma, sem que se lhe desagarrem os
pensamentos, enovelados em situações, pessoas e coisas da Terra. A mente, por
isso, continua encarcerada nos interesses quase sempre inferiores do mundo,
cristalizada e enfermiça em paisagens inquietantes, criadas por ela mesma. Daí
o valor do culto religioso respeitável, formando ambiente propício à ascensão
espiritual, com indiscutíveis vantagens, não só para os Espíritos encanados que
a ele assistem, com sinceridade e fervor, mas também para os desencarnados, que
aspiram à própria transformação. Todos os santuários, em seus atos públicos, estão repletos de almas
necessitadas que a eles comparecem, sem o veículo denso, sequiosas de
reconforto. Os expositores da boa palavra podem ser comparados a técnicos eletricistas,
desligando ‘tomadas
mentais’, através dos princípios libertadores que distribuem na esfera
do pensamento. Em razão disso, as entidades vampirizantes operam contra eles, muitas vezes envolvendo-lhes os ouvintes
em fluidos entorpecentes conduzindo esses últimos ao sono provocado,
para que se lhes adie a renovação”.
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