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sábado, 31 de agosto de 2013

O Mundo de Regeneração Depende da Evolução Individual?

Em reunião de junho de 1865, foi lida em reunião da Sociedade Espírita de Paris, notícia sobre a existência desde o início do século 19, de uma comunidade próximo à Villingen, na Floresta Negra, Alemanha, caracterizada por um estilo de vida que se aproximava da sociedade ideal.  Segundo a nota, “composta por cerca de 400 habitantes, no meio século de existência, jamais aconteceu que um só habitante tivesse tido que ver com a polícia; jamais houve casos de delitos ou de crimes; jamais foi aberto um processo nessa comuna. Também ali não se encontram mendigos”. No número seguinte da REVISTA ESPÍRITA, após reproduzir breve manifestação espontânea do Espírito Lamennais, Allan Kardec comenta: -“Qual a causa da maior parte dos males da Terra, senão o contato incessante dos homens maus e perversos? O egoísmo mata a benevolência, a condescendência, a indulgência, o devotamento, a afeição desinteressada, e todas as qualidades que fazem o encanto e a segurança das relações sociais. Numa sociedade de egoístas não há segurança para ninguém, porque cada um, só buscando o próprio interesse, sacrifica sem escrúpulo o do vizinho. Muitas pessoas se creem perfeitamente honestas porque são incapazes de assassinar e assaltar pelas estradas. Mas será que aquele que, por cupidez e dureza, causa a ruína de um indivíduo e o leva ao suicídio, que reduz toda uma família à miséria., ao desespero, não é pior que um assassino e um ladrão? Assassina em fogo lento, e porque a lei não o condena, porque os seus semelhantes aplaudem a sua maneira de agir e a sua habilidade, ele se julga isento de censuras e marcha de fronte erguida! Assim os homens estão sempre em desconfiança uns contra os outros; sua vida é uma ansiedade perpétua; se não temem o ferro, nem  veneno, estão às voltas com as chicanas, a inveja, o ciúme, a calúnia, numa palavra, com o assassinato moral. Que seria preciso para fazer cessar esse estado de coisas? Praticar a caridade(...). A comunidade em foco, nos oferece em miniatura o que será o mundo quando for regenerado. O que é possível em pequena escala se-lo-á em grande? Duvidar seria negar o progresso. Dia virá em que os homens, vencidos pelos males gerados pelo egoísmo, compreenderão que seguem rota errada, e Deus quer que eles o aprendam à sua custa, porque lhes deu o livre arbítrio. O excesso do mal lhes fará sentir a necessidade do Bem, e eles se voltarão para este lado, como para a tábua de salvação. Quem os levará a isto? A fé séria no futuro e não a crença no nada após a morte; a confiança num Deus bom e misericordioso, e não o medo dos suplícios eternos. Tudo está submetido à Lei do Progresso; os mundos também progridem física e moralmente; mas se a transformação da Humanidade deve esperar o resultado da melhora individual, se nenhuma causa vier apressar essa transformação, quantos séculos, quantos milhares de anos não serão ainda possíveis? Tendo a Terra chegado a uma dessas fases progressivas, basta que não seja mais permitido aos Espíritos atrasados de aqui encarnar e que, à medida das extinções, Espíritos mais adiantados venham tomar o lugar dos que partem, para que em uma ou duas gerações o caráter geral da Humanidade seja mudado.  Suponhamos, pois, que em vez de Espíritos egoístas, a Humanidade seja, num dado tempo, formada de Espíritos imbuídos de sentimentos de caridade, em vez de procurarem prejudicar-se, eles se entreajudarão mutuamente; viverão felizes e em paz. Não mais ambição de povo a povo e, portanto, não mais guerras; não mais soberanos governando ao seu talante, a justiça em vez do arbítrio, portanto, não mais revoluções; não mais os fortes, esmagando e explorando o fraco; equidade voluntária em todas as transações, portanto não mais querelas nem chicanas. Tal será o estado do mundo depois de sua transformação. De um mundo de expiação e provas, de um lugar de exílio para os Espíritos imperfeitos, tornar-se-á um mundo feliz, um lugar de repouso para os bons Espíritos; de um mundo de punição será um mundo de recompensa (...). Suponhamos que alguns Espíritos embrulhões, egoístas e malévolos aí venham a encarnar-se. Em breve semearão a perturbação e a confusão; ver-se-ão reviverem, como alhures, as querelas, os processos, os delitos e os crimes. Assim seria a Terra, após sua transformação, se Deus a abrisse ao acesso dos maus Espíritos. Progredindo a Terra, aí estariam deslocados e por isso expiarão seu endurecimento e refazendo sua educação moral em mundos menos adiantados”.                                                                              


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