A pergunta foi direta: -“A invasão microbiana está vinculada a
causas espirituais? A resposta também: -“As depressões criadas em nós por
nós mesmos, nos domínios do abuso de nossas forças, seja adulterando as trocas
vitais do cosmo orgânico pela rendição ao desequilíbrio, seja estabelecendo
perturbações em prejuízo dos outros, plasmam, nos tecidos fisiopsicossomáticos
que nos constituem o veículo de expressão, determinados campos de ruptura na
harmonia celular. Verificada a disfunção, toda a zona atingida pelo
desajustamento se torna passível de invasão microbiana, qual praça desguarnecida,
porque as sentinelas naturais não dispõem de bases necessárias à ação
regeneradora que lhes compete, permanecendo, muitas vezes, em derredor do ponto
lesado, buscando delimitar-lhe a presença ou jugular-lhe a expansão.
Desarticulado, pois, o trabalho sinérgico das células nesse ou naquele tecido,
aí se interpõem as unidades mórbidas, quais as do câncer, que, nesta doença,
imprimem acelerado ritmo de crescimento a certos agrupamentos celulares, entre
as células sãs do órgão em que se instalem, causando tumorações invasoras e metastáticas,
compreendendo-se, porém, que a mutação, no início, obedeceu a determinada
distonia, originária da mente, cujas vibrações sobre as células desorganizadas
tiveram o efeito das projeções de raios X ou de irradiações ultravioleta, em
aplicações impróprias. Emerge, então, a moléstia por estado secundário em
largos processos de desgaste ou devastação, pela desarmonia a que compele a
usina orgânica, a esgotar-se, debalde, na tarefa ingente da própria
reabilitação no plano carnal, quando o enfermo, sem atitude de renovação moral,
sem humildade e paciência, espírito de serviço e devotamento ao Bem, não
consegue assimilar as correntes benéficas do Amor Divino que circulam,
incessantes, em torno de todas as criaturas, por intermédio de agentes
distintos e inumeráveis, a todos estimulando, para o máximo aproveitamento da
existência na Terra”. O parecer
pertence ao Espírito André Luiz, através do médium Chico Xavier, estando
inserida na obra EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS
(feb, 1958). E ele vai mais longe afirmando que “sob o mesmo princípio de
relatividade, a funcionar, inequívoco, entre doença e doente, temos a incursão
da turberculose e da lepra, da brucelose e da amebíase, da endocardite
bacteriana e da cardiopatia chagásica, e de muitas outras enfermidades, sem nos
determos na discriminação de todos os processos morbosos, cuja relação nos
levaria a longo estudo técnico”. Explica que o traço de união “é
que, geralmente, quase todos eles surgem como fenômenos secundários sobre as
zonas de predisposição enfermiça que formamos em nosso próprio corpo, pelo
desequilíbrio de nossas forças mentais a gerarem ruturas ou soluções de
continuidade nos pontos de interação entre o corpo espiritual e o veículo
físico, pelas quais se insinua o assalto microbiano a que sejamos mais
particularmente inclinados pela natureza de nossas contas cármicas. Consolidado
o ataque, pela brecha de nossa vulnerabilidade, aparecem as moléstias
sintomáticas ou assintomáticas, estabilizando-se ou irradiando-se, conforme as
disposições da própria mente, que trabalha ou não para refazer a defensiva
orgânica em supremo esforço de reajuste, ou que, por automatismo, admite ou
recusa, segundo a posição em que se encontra no princípio de causa e efeito, a
intromissão desse ou daquele fator patogênico, destinado a expungir dela, em
forma de sofrimento, os resíduos do mal, correspondentes ao sofrimento por ela
implantado na vida ou no corpo dos semelhantes”. Haverá formas de reverter o quadro? Segundo o
Benfeitor, “quando o doente adota comportamento favorável a si mesmo, pela simpatia que instila no próximo,
as forças físicas encontram sólido apoio nas radiações de solidariedade e
reconhecimento que absorve de quantos lhe recolhem o auxílio direto ou
indireto, conseguindo circunscrever a disfunção aos neoplasmas benignos, que
ainda respondem à influência organizadora dos tecidos adjacentes”.
Lembra que “o Bem constante gera o Bem constante e, que, mantida a nossa
movimentação infatigável no Bem, todo o mal por nós amontoado se atenua,
gradativamente, desaparecendo ao impacto das vibrações de auxílio, nascidas, a
nosso favor, em todos aqueles aos quais dirijamos a mensagem de entendimento e
amor puro, sem necessidade expressa de recorrermos ao concurso da enfermidade
para eliminar os resquícios da treva que, eventualmente, se nos incorporem,
ainda, ao fundo mental”. Finaliza dizendo que “amparo aos outros cria amparo a
nós próprios, motivo porque os princípios de Jesus, desterrando de nós
animalidade e orgulho, vaidade e cobiça, crueldade e avareza, e exortando-nos à
simplicidade e à humildade, à fraternidade sem limites e ao perdão
incondicional, estabelecem, quando observados, a imunologia perfeita em nossa
vida interior, fortalecendo-nos o poder da mente na auto-defensiva contra todos
os elementos destruidores e degradantes que nos cercam e articulando-nos as
possibilidades imprescindíveis à evolução para Deus".
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