“Hoje, ouvimos falar de muitos crimes cometidos
por meninos de 10, 14 anos. Deveríamos tratar de códigos que dessem a
maioridade aos 14 anos. A criança é chamada a memorizar as suas vidas passadas
muito depressa, motivada pela televisão, etc.. Precisávamos da criação de leis
que ajudem a criança a não se fazer delinquente nem viciada”,
afirmou Chico Xavier em comentário cujo fragmento foi inserido na obra O EVANGELHO DE CHICO XAVIER pelo autor,
Carlos Antonio Baccelli. Considerando que a desencarnação do médium se deu em
julho de 2002, percebe-se como é atual e, como, torna-se urgente uma definição
por parte dos nossos legisladores. Os próprios autores d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS haviam respondido a Allan Kardec na Questão 796 – “- Uma
sociedade decadente tem certamente necessidade de leis mais severas;
infelizmente essas Leis se destinam antes a punir o mal praticado do que a
cortar a raiz do mal. Somente a educação pode reformar os homens, que assim não
terão mais necessidade de leis tão rigorosas”. O Codificador
propusera uma reflexão na mesma obra a partir da pergunta: “- Quando se pensa na massa de indivíduos diariamente lançados
na corrente da população, sem princípios, sem freios, entregues aos próprios
instintos, deve-se admirar das consequências desastrosas desse fato?”. E, ele mesmo vaticinaria que “quando
a educação moral for conhecida, compreendida e
praticada, o homem seguirá no mundo os hábitos de ordem e previdência para si
mesmo e para os seus, de respeito pelo que é respeitável, hábitos que lhe
permitirão atravessar de maneira menos penosa os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que somente uma educação bem compreendida pode
curar. Nisso, está o ponto de partida, o elemento real do bem estar, a garantia
da segurança de todos”. Atravessamos o século 20, com mudanças
substanciais na família, a estrutura básica da sociedade. Crises, conflitos,
necessidades econômicas, distanciamento da fé, expansão nos países emergentes
de propostas religiosas sem espiritualidade real, aquela capaz de despertar o
Ser para a responsabilidade de viver. Contradições no comportamento de líderes,
muito mais comprometidos com seus próprios interesses que com os da
coletividade, aumentaram a insatisfação, insuflando a violência cujo fim é
imprevisível e consequências devastadoras. A grande discussão continua sendo o
combate aos efeitos, sem atacar-se as causas, especialmente porque os
resultados somente seriam perceptíveis após várias gerações. Uma avaliação dos
problemas político-sociais de áreas como a América Latina, Central, África,
Oriente Médio, Ásia revela o quanto as massas estão comprometidas com o
temporal, alheias ao espiritual. O que fazer? Acreditar que o trabalho em favor
do esclarecimento e despertamento haverá de resultar em mudanças progressivas,
especialmente com a introdução em nossa Dimensão de Espíritos mais amadurecidos
e o afastamento dos refratários à ideia de progresso, como explicado pelo
Espírito São Luiz, na ultima das respostas da obra inicial da Revelação
Espírita. Assim começaram as grandes navegações, assim materializaram-se as
grandes ideias, aquelas que mudaram o panorama do Planeta nos últimos 300 anos.
O desanimador quadro que se apresenta aos nossos olhos e raciocínios, é, na
verdade, um teste, um desafio para que testemunhemos nossa fé no amanhã
renovado. Como diz o Benfeitor Batuíra na mensagem FIDELIDADE, “não nos pede o Senhor votos reluzentes na boca, nem
promessas brilhantes. Jesus não necessita nem mesmo das nossas afirmações
labiais de fé, nem tampouco de manifestações adorativas. Conta, sim, com a
nossa fidelidade, sejam quais forem as circunstâncias. Se o dia resplende a céu
azul, tenhamos a coragem de romper com todas as sugestões de conforto próprio,
avançando à frente... Se a tempestade relampeia no teto do mundo, cultivemos
bastante abnegação para sofrer o granizo e o vento, demandando o horizonte que
nos cabe dirigir. De todos os lados, invariavelmente, chegarão apelos que nos
convidam à deserção. Elogios e injúrias, pedrada e incenso aparecerão, decerto,
como procurando entorpecer-nos a consciência, no entanto, a cavaleiro de uns e
outros, é imperioso recordar o Divino Mestre, na pessoa do próximo, e busca-lo
sem pausa, através do Bem incessante.
Somos poucos, no entanto, com Ele no coração, teremos o suficiente para
executar as obrigações com que fomos honrados. Saibamos conservar a fidelidade,
como quem alça ininterruptamente a luz nas trevas, pois que, em muitos lances
da vida, precisamos muito mais de lealdade no espírito que de pão para o corpo.
Para que semelhante vitória nos coroe o caminho, tanta vez solitário e espinhoso,
o segredo é suportar, e o lema é servir”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário