Na pauta da REVISTA ESPÍRITA de
julho de 1865, Allan Kardec incluiu interessante matéria intitulada TEORIA DOS SONHOS. O tema, como sabemos,
ocupara a atenção dele quando das abordagens com os Espíritos que o auxiliaram
a compor O LIVRO
DOS ESPÍRITOS. Nas respostas às questões 400 à 412, aprendemos que o
Espírito jamais
está inativo, vivenciando experiências em outra Dimensão, enquanto o
corpo repousa, se refazendo dos desgastes impostos pela atividade no estado de
vigília. Do simples
cochilo ao sono profundo, pouco importa. Algo semelhante, dizem eles, ao estado em que estará
de maneira permanente após a morte. Os sonhos, portanto, representam
a lembrança parcial do que se viu durante o sono físico. A memória biológica
não retém minúcias destas experiências pelo fato de apenas o Espírito tê-las
vivido e nosso cérebro físico estar preparado apenas para armazenar as
vivências desta Dimensão. Exceções ficam por conta de alguns sonhos
premonitórios; reencontros com pessoas ou familiares queridos; etc. Quanto à
significação atribuída a muitos sonhos, previnem “ser absurdo admitir que sonhar com uma coisa
anuncia outra”. No artigo citado há pouco, Kardec diz que “o Espiritismo dando a chave da lei que rege as relações do
mundo corporal e do mundo espiritual, auxiliado pelas observações sobre que se
apoia, dá dos sonhos a mais lógica explicação jamais fornecida, demonstrando que
o sonho, o sonambulismo, o êxtase, a dupla vista, o pressentimento, a intuição
do futuro, as penetração do pensamento não passam de variantes e graus de um
mesmo princípio: a emancipação da alma, mais ou menos desprendida da matéria”.
Reconhece que “a respeito dos sonhos, dá ele conta precisa de
todas as variedades que apresentam, embora possuindo o princípio, o que já é
muito, faltando alguns conhecimentos, que adquiriremos mais tarde”.
Pondera não haver “uma única ciência que, de saída, tenha
desenvolvido todas as suas consequências e aplicações; elas não se podem
completar senão por sucessivas observações. Ora, nascido ontem, o Espiritismo
está como a química nas mãos dos Lavoisiers e dos Berthoffet, seus primeiros
criadores; estes descobriram as leis fundamentais; as primeiras balizas
fincadas conduziram ao caminho de novas descobertas”. Reporta-se
a interessante experiência onde um dos melhores médiuns da Sociedade Espírita de Paris, em estado de sonambulismo, muito
lúcido, foi solicitado pela mãe de uma jovem a lhe dar notícias de sua filha,
que estava em Lyon. Viu-a deitada e adormecida,
descrevendo com precisão o apartamento em que se achava. Essa
jovem, de dezessete anos, é médium escrevente e, indagado se ela tinha aptidão
para se tornar médium vidente, ouviu que esperasse um pouco, por ser necessário
seguir o traço de seu Espírito, que naquele momento não estava no corpo. Disse
que ela se encontrava ali, na Vila Ségur, na sala onde estavam, atraída pelo
pensamento da mãe. Ela os via e escutava. Para ela, era um sonho, do qual não
se recordaria ao despertar”. Seguindo com suas explicações, o
médium disse que “pode-se dividir os sonhos em três categorias
caracterizadas pelo grau de lembrança que fica no estado de desprendimento no
qual se acha o Espírito. O primeiro, engloba os sonhos provocados pela ação da
matéria e dos sentidos sobre o Espírito, isto é aqueles em que o organismo
representa papel preponderante pela mais íntima união entre o corpo e o Espírito;
o segundo, o sonho chamado misto, em que participam, ao mesmo tempo, da matéria
e do Espírito, possibilitando um desprendimento mais completo, do que resulta a recordação num primeiro
momento, para o esquecer quase que instantaneamente, a menos que uma
particularidade venha despertar a lembrança; e, o terceiro, os sonhos
espirituais, produto do despendimento do Espírito da matéria, resultando uma
vaga lembrança do que se sonhou”. Anos depois, Gabriel Dellane
proporia interessante classificação para os tipos de
sonho: fisiológico, psicológico, anímico e espiritual. Tudo bem
antes de Freud publicar o livro INTERPRETAÇÃO
DOS SONHOS, considerando os sonhos como resultado de perturbações
neuróticas, indivíduos não enquadrados nos padrões normais de comportamento,
resultantes de desejos de natureza sexual reprimidos. Criticado, inclusive por
seu discípulo Carl G. Jung, não propôs, na verdade, algo mais lógico que as
explicações oferecidas pelo Espiritismo.
nossa, achei o texto mt legal. eu sou muito sonâmbula, chego a responder quem esta acordado com coerencia, apesar de nao lembrar depois. Mas quando apenas sonho, sao muito vividos, e eu frequentemente lembro com clareza até. Se puder, indique fontes q falem mais do assunto.
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