Chico Xavier de forma
mais acentuada que outros médiuns, percebia a realidade fora de nossa Dimensão
com tanta naturalidade que, por vezes, confundia-se sobre ser ou não de outro
Plano, pessoas diante das quais se via. Essa a razão pela qual o filósofo,
jornalista e escritor J. Herculano Pires, ter-lhe atribuído o adjetivo de Interexistente. Ocorre que tanto via e vivia coisas boas como
perturbadoras. Reunimos alguns desses momentos que, quando relatados por ele,
espirituoso como era, tornaram-se engraçados. CASO 1 – Por volta de
1943, - Chico contava 33 anos -, quando
estava psicografando o livro NOSSO LAR
(feb), como era comum à época, foi fazer a barba no estabelecimento a isso
dedicado na então pequena Pedro Leopoldo (MG). O barbeiro era dos antigos.
Metódico, colocou-lhe a toalhinha sob o queixo, ensaboou-lhe o rosto,
interrompendo seu trabalho já na primeira raspada em seu rosto, comentando: - Chico,estou
sentindo muita tonteira. Parece que vou desmaiar. Relativamente
relaxado no conforto da cadeira, olhos fechados, Chico inquietou-se, abriu os
olhos e viu um Espírito trevoso que envolvia o barbeiro, dizendo-lhe aos
ouvidos: - Corte a garganta dele!. Corte!. Com o fio da navalha sobre o
pescoço do Chico, o pobre homem não via nem ouvia o Espírito, mas sofria-lhe as
influências. Daí, aquelas sensações estranhas, o afrouxamento dos controles.
Voltou a dizer-lhe: - Chico, não sei se vou dar conta de terminar
sua barba, ouvindo do cliente: - Não se preocupe, meu irmão. Barba é assim
mesmo. A gente faz quando dá certo. Se não der hoje, a gente faz amanhã.
–“Naquele
momento, depois de uma pausa na conversa, tudo que eu queria era que ele
tirasse a navalha do meu pescoço”, concluiu Chico dizendo que, “na
verdade eram as trevas querendo impedir que NOSSO LAR fosse concluído e viesse
ser publicado, espargindo luz”. CASO 2 – A atriz Cacilda Becker
desencarnou trabalhando, durante a apresentação de uma peça importante, na
capital paulista. Dois anos depois que saiu de cena, houve um encontro de seu
filho Luiz Carlos Becker Fleury Martins com o Chico. Tratando-o pelo apelido, o
médium dirigiu-lhe a palavra nestes termos: - Cuca, meu filho, gostei muito
do seu bilhete”. O moço
embatucou. Havia um engano ali, mas deixou a conversa fluir. Chico repetiria a
referência mais uma vez. Na terceira, Luiz Carlos não se segurou. Desculpou-se,
falou do possível engano: não escrevera bilhete agum endereçado a Chico. –“Não
foi para mim, meu filho. Fo para sua mãe: ‘Mamãe, vá em paz. Aqui, a gente se
vira”. Sacudido pela emoção, Cuca quis saber como Chico tivera
conhecimento do bilhete que colocara sob a cabeça de sua mãe minutos antes de o
corpo dela baixar à sepultura. Era coisa íntima sobre a qual não fora dita uma
palavra a ninguém. –“Foi a Cacilda que me contou” – respondeu singelamente Chico.
Impressionado pela revelação, Cuca contou-lhe que, na noite anterior, cedendo
ao desespero, fizera uma prece dramática, sobre um viaduto. Recordou-a palavra
por palavra: -“Jesus, se o Senhor existe mesmo, estenda-me suas mãos, mas não demore,
senão não vai dar tempo”. Agora, precisava saber mais. Queria detalhes.
Chico, com voz mansa e cadenciada, atendeu-lhe o pedido: -“Estou de passagem por São Paulo,
hospedado na casa do Galves e da Nena. Sua mãe, ontem à noite, entrou no quarto
e pediu, ansiosa: -“Chico, você precisa resgatar meu filho. Amanhã, às quinze
horas, ele estará nos DIÁRIOS ASSOCIADOS”. Cuca estremeceu. Entendeu
ali que Jesus lhe havia estendido as mãos!. Desde então, tornou-se espírita”. CASO
3 – Numa das fases de grandes dificuldades que lhe marcaram a vida,
após um dia inteiro de trabalho, quando ia se preparar para dormir suas duas ou
quatro horas de sono, lhe apareceu uma figura diabólica e perguntou: -“Você
me chamou?”. A voz era arrepiante e quando o Chico ia responder, ouviu
o Espirito Emmanuel lhe dizer: -“Não diga que não”. Ficou pensando
em que falar durante um minuto. E minutos em frente de uma criatura daquelas se
contam por séculos, ensina Chico. –“Você me chamou?, tornou a pergunta
a criatura. –“Chamei sim senhor, respondeu o Chico. –“E o que é que você quer?”. –“É
que a vida está tão difícil para mim atualmente que eu queria que o senhor me
abençoasse em nome de Deus ou em nome das forças que o senhor crê”. O
Espírito olhou-o de maneira enigmática e ajuntou: -“É...Chico Xavier...com você
está muito difícil”. E desapareceu. ( depoimentos extraídos nos livros CHICO DE FRANCISCO (ceu) e MOMENTOS COM CHICO XAVIER (leep)
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