As cartas psicografadas publicamente pelo médium Chico
Xavier de forma mais intensiva a partir de 1971, são fonte de pesquisa
surpreendente sobre as realidades encontradas por todos aqueles que concluíram
o programa expiatório em nossa Dimensão. Nelas, a confirmação de muitos
aspectos revelados pelo Espiritismo. Um deles mostra que - com objetivos
terapêuticos -, muitos dos surpreendidos pela inevitável morte, puderam ser
submetidos às experiências de regressão de memória para entenderem as razões da
interrupção de sua jornada física. Casos como o dos irmãos Fortunato mortos por afogamento em Mogi das
Cruzes (SP), quando brincavam ao redor de piscina em fazenda de um amigo de
seus pais; do Professor Oswaldo Martins, após capotamento de
seu carro nas imediações de Macaé (RJ) quando iniciava viagem de férias com a
família; Fausto João Stuqui após queda de avião de pequeno porte que
pilotava na região de Votuporanga (SP), são exemplos eloquentes sobre os
mecanismos da LEI DE CAUSA E EFEITO. O processo que começou ganhar
metodologia definida após a década de 70 em nosso Plano Existencial, é visto
com cautela por vários Orientadores Espirituais, ante o risco de estabelecer
ligações mento-emocionais com Espíritos vinculados ao passado do paciente cuja
localização, para eles, mostrava-se difícil por fatores como o novo corpo
físico e a região do renascimento. Esse reavivamento das lembranças
arquivadas no inconsciente citado pelo Espírito André Luiz desde em obras
como NOSSO LAR ( feb,1943), NO MUNDO MAIOR (feb,1947), ENTRE A TERRA E O CÉU (feb,1952), AÇÃO E REAÇÃO (feb,1957), ao que tudo
indica é possível através de diferentes técnicas. É o que conta Luiz
Ricardo Maffei, jovem engenheiro desencarnado aos 26 anos, em Sorocaba
(SP), em consequência de Lúpus Agudo. Um dentre os centenas
de Espíritos que se manifestaram por Chico Xavier, oferece-nos em algumas
das 13 mensagens escritas, dados curiosos. Dois deles na sexta carta, datada de
21 de fevereiro de 1987. Escreveu ele: -“Serei tão sucinto quanto possível na
exposição do caso. O senhor sabe que, em
toda parte, é possível fazer amigos e eu entrei um deles na pessoa do Joaquim
Pereira da Silva, um cavalheiro de alta severidade com a família que deixou no
Rio de Janeiro, cujas ideias abertas e francas me faziam meditar. Joaquim se
queixava de obsessores no lar, conturbando a esposa e as filhas, chegando a
estabelecer um clima de antagonismos sistemáticos entre elas. A companheira
viúva e três filhas viviam em querelas por pequeninas razões claramente
evitáveis. E Joaquim, desencarnado, lhes agravava as relações alegando que ele,
desencarnado, estava muito longe de ser um anjo, e discutia com as entidades
infelizes que lhe povoavam a casa. Muitas vezes, lembrando os nossos estudos de
hoje, solicitava-lhe calma, ponderação. O companheiro não me atendia e
fustigava os obsessores de sua casa, com palavras e pragas das mais escabrosas,
e sem a mínima condição de sequer serem, de leve, mesmo, mencionadas. Contudo,
há pouco tempo, um diretor de serviço, notando-lhe as boas qualidades que se
misturavam às más, aconselhou-lhe um tratamento com análise de fotografias
correspondentes ao seu passado próximo. Joaquim aceitou e submete-se a tal
tratamento em um determinado aparelho. Tratava-se de um aparelho complexo, que
ainda, em determinado tempo, deverá chegar à Terra para o conhecimento dos
homens, e à consequente comprovação mecânica da reencarnação. Alguns amigos
daqui, da Vida Espiritual, designam tal aparelho com o nome de preterografia.
Tal aparelho tem o cunho de prestar observações do pretérito das pessoas pelas
imagens correspondentemente colhidas. Durante dois dias Joaquim foi ao gabinete
de preterografia, e, no exame final das chapas colhidas, ficou ciente de
que fora um chefe desumano do tempo de D. João VI, no Brasil. Exorbitava das
funções de mordomo de uma das casas imperiais e mandava açoitar fosse quem
fosse, além de privar diversos subalternos de conforto e alimentação
conveniente. Estuprava jovens servidoras da Casa Real sem compaixão e para com
as que engravidassem, à conta dele, as atirava em lugares ocultos do Rio
Paraiba... Quando o amigo viu a extensão de suas faltas, chorou de remorso, e
reconheceu que os obsessores que lhe fustigavam a casa eram vingadores contra
ele, Espíritos infelizes ainda fixados ao mal. Ele, Joaquim, vem fazendo o
possível para retificar a própria situação; no entanto, admito que ele gastará
tempo para modificar o ânimo dos inimigos que ele próprio criou”. (A
maior parte das cartas de Luiz Ricardo Maffei, faz parte da coletânea contida
no livro DÁDIVAS ESPIRITUAIS,
publicado pelo Ide)
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