A mente crítica e perquiridora do século 21 não se satisfaz
com qualquer informação. Quer saber como, porque, com base em que. Uma das dúvidas
que já ocorreu a muitos é como pessoas tão simples quanto as que se atribui a
autoria dos Evangelhos conseguiram reter detalhes sobre os feitos de Jesus nos
poucos anos de sua atuação na região da Terra em que inscreveu sua história e
mensagem há quase 20 séculos. Sabe-se que, a compilação e seleção desses
conteúdos, se deu após a oficialização do Cristianismo como religião reconhecida
pelo poder romano. Mais de quatro séculos haviam passado desde a crucificação.
Pesquisadores ligados a grandes centros universitários afirmam, por sinal, que
o primeiro dos Evangelhos – segundo eles de Mateus – foi elaborado 7 anos após
a morte de Jesus. Outro que possui uma estrutura bastante didática é o atribuído
a João. Sobre ele, o erudito Dr. Silvino Canuto de Abreu (1892-1980 – médico,
advogado cultura histórica e linguística, profundo conhecedor do aramaico,
grego, siríaco e hebreu), numa nota de rodapé do seu excelente livro O EVANGELHO POR FORA (Lfu) sugere
uma explicação lógica para o prodígio de memória e beleza de redação dos
conhecidos autores das obras que influenciou grande parte da Humanidade.
Escreveu ele:-“A fonte do nosso trabalho, se não puríssima, é por isso potável.
Nele vamos resumir, conjuntamente, a parte oriental e ocidental. Prevendo, por
mediunidade inspirada, o fim da Judéia, ocorrido historicamente no ano 70, o
Apóstolo João, pediu instruções ao Espírito Santo e recebeu ordem de ir
discretamente a Roma. Partiu levando, em sua companhia, o Diácono Próchoros (Ato
dos Apóstolos, VI,5) Lá chegando, não tardou a principiar a
Guerra Judaica (ano 67). A Comunidade Cristã, fundada em Roma, não se
sabe por quem, tinha um chefe romano. Mas estava em perigo de completo
aniquilamento diante da perseguição desencadeada contra os judeus. É certo que
já se principiava, por espírito de defesa, a distinguir os crentes pela
alcunha, então depreciativa, de ‘Christianus’, apelido grego
(Atos dos Apóstolos,XI,26) que os romanos interpretavam ao pé da letra,
no sentido primitivo de ‘untados’ com óleo. Mas a polícia confundia Cristão e
Judeu na mesma classe de inimigos. Predicando numa lapa das catacumbas
subterrâneas perante um grupo de convertidos, João foi certo dia preso com
estes e, reconhecido como judeu, condenado sumariamente à morte. Aproveitando-se
da alcunha depreciativa, o Pretor mandou cozinhar o Apóstolo em óleo de rícino,
o mais barato do mercado. Aquecido até a ebulição, o óleo teria reduzido o
corpo de João à massa gelatinosa se não fora o Espírito Santo. Dado por morto,
um romano, amigo do Pretor, teve permissão para levar o corpo do mártir à
sepultura. Ao receber o banho funerário, preparado com essências aromáticas,
João voltou a si. Seu corpo foi a pouco e pouco perdendo o aspecto horrível de
carne cozida, tornando-se em curo tempo, aos olhos lacrimosos e espantados dos
fiéis companheiros, isento de qualquer mácula da morte. O extraordinário
acontecimento, apesar do sigilo impenetrável das testemunhas, chegou, por
espionagem, aos ouvidos do Pretor. Apavorado, temendo sublevação da colônia
israelita, concentrada quase toda num quarteirão suburbano denominado ‘Getto
di Vaticani’, temendo ainda mais alguma consequência mágica dos evocadores
do Christo, que lidavam com Espíritos, o Pretor resolvei expulsar o taumaturgo
do território romano, obtendo do Imperador, que também
temia feiticeiros, o exílio de João para a distante Ilha de Patmos”.
Depois de minudenciar detalhes sobre os acontecimentos que se seguiram, o Dr.
Canuto, revela que o APOCALIPSE foi
transmitido pelo Espírito Santo que,
tempos depois, anunciou que através dele escreveria Novo Evangelho, contendo o verdadeiro
sentido da Mensagem que JAHVEH confiou ao CHRISTO. Forçoso, entretanto, esperar
desaparecesse o último e décimo segundo dos ‘Cézares’”. “Uma noite, durante a oração, o
Espírito Santo pediu aos servos de Patmos que entrassem em jejum, pois ia soar,
ao terceiro dia, a hora de principiar o Novo Evangelho, mais próprio para a Era
que começava. E de fato, na madrugada do terceiro dia, que era um domingo,
João, EM TRANSE
MEDIÚNICO, chamou Próchoros ao pé de si. O Diácono trouxe um ‘scriptorum’
e as penas apuradas, assim como algumas folhas de papiros. O
Discípulo viu, em êxtase, o Mensageiro de Luz, enviado por THÉOS, desselar o
Livro Santo de letras astrais e douradas e mostrar-lhe as primeiras linhas
brilhantes. E a VOZ disse: -Lê, dita a Próchoros em hebraico para que ele
traduza em grego”. E lavrou-se, por essa forma, o ‘Prólogo’ do Quatro Evangelho”.
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