Imagine a situação:
alguém inesperadamente chega a você lhe informando que está sendo obrigado a
mudar imediatamente para outra cidade, não lhe sendo permitido informar ou se
comunicar com ninguém conhecido, muito menos pegar qualquer um dos seus
pertences, roupas, documentos, etc. “Surreal e improvável”, diria você.
Agora focalize a cena: a 40 dias de seu casamento, próximo do fim de uma viagem
rápida na qual o carro ocupado por você, sua noiva, a mãe e irmã dela e o
namorado desta, em meio a uma chuva torrencial, foi violentamente atingido por um trem, durante a
ultrapassagem de cruzamento com linha férrea, acidente que determinou sua
morte, da noiva e do namorado da irmã, além de gravíssimos ferimentos nas
outras duas ocupantes do veículo. Ou experimente
esta: você, sua noiva, uma prima dela e outro seu, retornavam de uma “balada”,
numa madrugada de domingo, quando no cruzamento de rua relativamente tranquila,
um motorista ultrapassa em alta velocidade, o sinal vermelho, provocando
gravíssima colisão, de cujo impacto resulta a morte dos quatro ocupantes do
carro conduzido por você. Nota alguma correlação entre a primeira hipótese e os
outros dois fatos? Será fácil aceitar-se tal modificação nos planos e emoções
vividas por você em qualquer das ocorrências? Como diz um Amigo Espiritual,
morrer é fácil, desencarnar, contudo, é muito difícil. Renunciar aos projetos,
sonhos, rotinas, de modo abrupto não é nada fácil. A demonstração disto foi
documentada através de duas cartas escritas psicográficamente através do
extraordinário médium Chico Xavier. A primeira, assinada
pela jovem Marcia Regina Eccard Vollú. Aos 25 anos, recém-formada em
Medicina, em meio aos preparativos para o esperado casamento, foi uma das
vítimas fatais do trágico sinistro ocorrido por volta das 19:40 hs, do dia 10
de dezembro de 1978, na travessia da linha férrea na Estrada Magé-Manilha, no
Estado do Rio de Janeiro, retornando de Santo Antonio de Pádua para Niterói, após ter, juntamente com os
demais ocupantes do veículo em que faziam o deslocamento, que mudar seus
planos. Seis anos depois, ainda convalescendo das inúmeras cirurgias a que se
submeteu, sua mãe estava em Uberaba (MG), consumando o desejo de avistar-se com
Chico
Xavier, a única esperança de encontrar esclarecimento e conforto sobre
os “por quês” nunca imaginados. Na extensa carta de Marcia Regina, inúmeros
detalhes e informações para restituir àquele coração de mãe a vontade de viver.
Entre os esclarecimentos da filha, um chama a atenção. Refere-se a Horácio,
seu noivo, e Antonio José, namorado da irmã. Ambos, se “encontravam internados em casa de
absoluto descanso mental, já que se recusavam a aceitar a realidade da própria
desencarnação, à maneira de
alienados”. O outro caso, foi
revelado por Liane Helena Anéas de Paula, a jovem de 19 anos desencarnada no
colisão havida no dia 3 de maio de 1982, já citada. Após ter transmitido algumas cartas aos pais através do
médium mineiro, anos depois, numa, escrita no final da década de 80, narrando
experiência vivida após homenagens recebidas dos pais quando da passagem do
três de maio que lembrava seu retorno ao Plano Espiritual, referindo-se ao
noivo Marcos Ferreira dos Santos, ela conta: -“Regressava de seu ambiente amável
com minhas forças renovadas, e pedi aos amigos me auxiliassem a incentivar a
renovação do Marcos, que gradativamente se retoma. Não obstante melhorando
sempre, ele ainda assinala recordações que lhe
reconstituem o delírio dos primeiros dias em nosso novo mundo de trabalho e de esperança. A lógica dos depoimentos, leva-nos a concluir
que a continuidade da vida mostra-se mesmo surpreendente e diferenciada para cada individualidade, desencadeando reações correspondentes à condição evolutiva e comprometimentos pessoais em relação às Leis de Deus. (A íntegra das mensagens citadas, podem ser lidas juntamente de outras nas obras ANTE O FUTURO e CONTINUIDADE publicadas pelo ideal)
Compartilhamento de informações reveladoras disponibilizadas pelo Espiritismo ampliando nosso nivel cultural
faça sua pesquisa
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
O Que Swedenborg Viu
Enquanto
em 1744, no Brasil, Goiás se separava politica e fisicamente da capitania de
São Paulo e, desta, Portugal separa a capitania de Mato Grosso; a Espanha
ameaçava entrar em guerra com a gente lusitana por causa da invasão de suas
terras, gerando o Tratado de Madri; na Suécia morria o inventor da Escala
Celsius e, na França nascia Jean Baptiste Lamarck; em Londres,
mais precisamente no mês de abril, um sueco para lá imigrado começou a ver em
estado de vigília uma realidade pertencente a um dos muitos
universos paralelos que circundam a nossa Dimensão. Seu nome: Emmanuel
Swedenborg. Parte de numerosa família de oito irmãos, formou-se no
equivalente ao que hoje seria um engenheiro de Minas, possuindo contudo uma
cultura universalista pela inteligência avançada que revelara desde a infância.
Grande autoridade em Física e Astronomia, era Zoologista e Anatomista,
financista e político, tendo-se antecipado às conclusões de Adam
Smith, sendo ainda autor de importantes trabalhos sobre as marés e a
determinação das latitudes. Documentos biográficos sobre ele, registram fatos
surpreendentes de vidência à distância, notadamente uma delas, ocorrida a
trezentas milhas de distância, na cidade de Estocolmo, na Suécia, onde ele descreveu com perfeita precisão, em meio a um jantar com dezesseis convidados, um incêndio de
grandes proporções que ocorria na capital sueca. Em sua HISTÓRIA DO ESPIRITISMO, Arthur
Conan Doyle, o reconhecido autor das histórias vividas por Sherlock
Holmes, anota que, quando da primeira visão das que aos 56 anos,
levaram Swedenborg a escrever CÉU
E INFERNO, NOVA JERUSALEM e ARCANIA
CELESTE, ele percebeu que “uma
espécie de vapor se exalava dos poros de seu corpo. Era um vapor aquoso muito
visível e caia no chão, sobre o tapete”. Doyle observa ser esta “uma
perfeita descrição daqueles ectoplasmas que consideramos a base dos efeitos
físicos”. Em sua obra Conan Doyle dentre os pontos
visualizados por Swedenborg, destaca os seguintes:1- O outro mundo, para onde vamos
após a morte, consiste de várias Esferas, representando outros tantos graus de
luminosidade e de felicidade, cada um de nós indo para aquela condizente com a
nossa condição espiritual. 2- Somos julgados automaticamente,
por uma lei espiritual de similitudes, sendo o resultado determinado pelo
resultado global de nossa vida, de modo que a absolvição ou o arrependimento no
leito de morte tem pouco proveito. 3- Nessas Esferas verificou que o
cenário e as condições de nosso mundo eram reproduzidas fielmente, do mesmo
modo que a estrutura da sociedade. 4- Viu casas onde viviam famílias,
templos onde se praticavam cultos, auditórios para reuniões sociais, etc.
5- Os recém-chegados eram recebidos por
habitantes de lá, passando por um período de absoluto repouso, reconquistando a
consciência no período de alguns dias, segundo nossa contagem de tempo.
6- A criatura não muda com a morte, levando consigo seus hábitos mentais,
preocupações, preconceitos. 7- Não há penas eternas, podendo os
que se acham nas regiões inferiores trabalhar para sua saída e os que estiverem
em condições melhores, trabalham por posição mais elevada. 8- Os
que saem de nosso mundo decrépitos, doentes ou deformados, recuperam a
mocidade, gradativamente, atingindo o completo vigor. Acrescenta Doyle que “na
enorme massa de informações abstraída das visões do gênio sueco, não havia
detalhes insignificantes para sua observação do Mundo Espiritual, falando ele
de arquitetura, artesanato, flores, frutos, bordados, arte, música, literatura,
ciência, escolas, museus, academias, bibliotecas, esportes”. Quanto às
reações provocadas por seus relatos, um trecho de seu diário bem as explica: -“Todas
as afirmações em matéria de teologia são, como sempre foram, arraigadas no
cérebro e dificilmente podem ser removidas; e enquanto aí estiverem, a verdade
genuína não encontrará lugar”.
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
O Espiritismo Nas Prisões
Na pauta de fevereiro
de 1864 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec inclui um artigo motivado por
uma carta por ele recebida de um condenado detido numa penitenciária francesa,
exaltando as mudanças nele provocadas depois do conhecimento do Espiritismo. Em
numero anterior ele já havia incluído a de outro segregado de outra instituição
penal revelando reação semelhante. Alertando tê-la corrigido apenas quanto aos
erros ortográficos, reproduziu-a integralmente. Diz a missiva: -“Senhor,
há poucos dias, quando me falaram pela primeira vez de Espiritismo e de revelação
de Além-Túmulo, ri, e disse que isto não era possível. Falava como ignorante,
que sou. Alguns dias depois tiveram a bondade de me confiar, em minha horrível
posição em que me acho agora, vosso bom e excelente LIVRO DOS ESPÍRITOS. A
princípio li algumas páginas com incredulidade, não querendo, ou melhor, não
crendo nessa ciência. Enfim, pouco a pouco e sem me aperceber, por ele tomei
gosto; depois levei a coisa a sério; depois reli pela segunda vez o vosso livro
mas, então com um outro espírito, isto é, com calma e com toda a pouca
inteligência que Deus me deu. Senti então despertar essa velha fé que minha mãe
me tinha posto no coração e que dormitava há longo tempo. Senti o desejo de me
esclarecer sobre o Espiritismo. A partir deste momento tive um pensamento muito
decidido, o de me dar conta, aprender,
ver e depois julgar. Pus-me à obra com toda crença que se pode ter e que é
preciso ter em Deus e seu poder; desejava ver a verdade; orei com fervor e
comecei as experiências. As primeiras foram nulas, sem resultado algum. Não me
desencorajei, perseverei em minhas experiências e, palavra, redobrei minhas
preces, que talvez não fossem bastante fervorosas e me remeti ao trabalho com
toda a convicção de uma alma crente e que espera. Ao cabo de algumas noites, pois só posso fazer as experiências à noite,
senti, por cerca de dez minutos, frêmitos nas pontas dos dedos e uma leve
sensação no braço, como se tivesse sentido correr um riachinho de água morna,
que parava no punho. Eu estava então bem recolhido, todo atenção e cheio de fé.
Meu lápis traçou algumas linhas perfeitamente legíveis, mas não bastante
corretas para não crer que estivesse sob o peso de uma alucinação. Esperei
então com paciência a noite seguinte para recomeçar as experiências e, desta
vez agradeci a Deus, de todo o coração, pois tinha obtido mais do que ousava
esperar. Desde então, de duas ou duas noites entretenho-me com os Espíritos,
que são bastante bons para responder ao meu apelo e, em menos de dez minutos,
respondem sempre com caridade. Escrevo meias-páginas e páginas inteiras, que
minha inteligência não poderia fazer sozinha, porque, às vezes, são tratados
filosófico-religiosos em que jamais pensei nem pus em prática. Porque, dizia-me
aos primeiros resultados: Não será joguete de uma alucinação ou da tua
vontade? E a reflexão e o exame me
provavam que eu estava bem longe dessa inteligência que havia traçado aquelas
linhas. Baixei a cabeça, cria e não podia ir contra a evidência, a menos que
estivesse inteiramente louco. Remeti duas ou três mensagens à pessoa que tinha
feito a caridade de me confiar o vosso bom livro, para que ela sancione se
estou certo. Venho perdir-vos, senhor, vós que sois a alma do Espiritismo, de
ter a bondade de me permitir vos envie o que obtiver de sério em minhas palestras
de além-túmulo, se, todavia, achardes bom”. Adicionando alguns
apontamentos ao teor da carta, comenta Kardec: -“As consequências morais deste
fato se deduzem por si mesmas. Eis um homem que tinha abjurado toda crença e
que ferido pela Lei, se acha confundido com o rebotalho da sociedade; e este
homem, no meio do pântano moral, voltou à fé; vê o abismo em que caiu,
arrepende-se, ora e, digamo-lo, ora com mais fervor que muita gente que exibe
devoção. Para isto bastou a leitura de um livro onde encontrou elementos de fé
que a sua razão pode admitir, que reanimaram as suas esperanças e lhe fizeram
compreender o futuro. Além disso, o que é para notar, é que a princípio leu com
prevenção e sua incredulidade foi vencida pelo ascendente da lógica. Se tais resultados
são produzidos por uma simples leitura, feita, por assim dizer, às ocultas, o
que seria se a ela se pudesse juntar a influência das exortações verbais! (...)
Uma outra consequência a tirar do fato referido é que os Espíritos não são
detidos pelos ferrolhos e que vão até o fundo das prisões levar suas
consolações. Assim, não está no poder de ninguém impedir que eles se manifestem
de uma ou de outra maneira. Se não for pela escrita, será pela audição; eles
enfrentam todas as proibições, riem-se de todas as interdições, transpõem todos
os cordões. Que barreira podem, então, lhes opor os inimigos do Espiritismo?
sábado, 23 de novembro de 2013
Genialidade
Exemplos como do menino Tsung
Tsung, 5 anos (http://www.youtube.com/watch?v=e3oNVmSaMsE), capaz de deixar estarrecido quem o vê ou ouve executar ao
piano belíssima peça musical de memória ou da holandesa Amira Willinghagen, 9 anos (http://www.youtube.com/watch?v=VBMfgLvRZJs&feature=youtu.be), da americana Jackie
Evancho, 10 anos ( http://www.youtube.com/watch?v=TVGrcy8wQHk) que interpretam como grandes divas da música peças de
óperas conhecidas, entre outros
recentemente divulgados pela mídia não são fatos incomuns. A história coleciona
vários outros, envolvendo personagens que mudaram campos do conhecimento, como Mozart que aos 4 anos executou uma
sonata; Paganini que aos 9 participou de um Concerto em Gênova, na Itália; Franz
Liszt que aos 14 compôs uma ópera em
um ato; Michelangelo que aos 8 já
conhecia a técnica de pintura; Vitor
Hugo que aos 13 era reconhecido pela sua capacidade de versificação. Na
edição de maio de 1867 da REVISTA
ESPÍRITA, Allan Kardec
reproduziu interessante resposta sobre o tema, obtida em 13 de março daquele
ano, em reunião havida na cidade de Douay, onde se indagou da Espiritualidade:-“O
gênio é conferido a cada Espírito conforme sua conquista, ou conforme uma Lei ,
em relação com as necessidades de um povo ou da Humanidade?. Conforme a entidade
que assina apenas UM ESPÍRITO, “o gênio é
a repercussão das conquistas anteriores. Essa radiação é o estado do Espírito
no desprendimento ou nas encarnações superiores: há, pois, duas distinções a fazer. O gênio mais comum entre vós é simplesmente o estado de um Espírito, do qual uma
ou duas faculdades ficaram descobertas e em estado de agir livremente; recebeu
um corpo que permite sua expansão na plenitude adquirida. A outra espécie de gênio é o Espírito que vem dos
mundos felizes e adiantados, onde a aquisição é universal sobre todos os
pontos; onde todas as faculdades da alma chegaram a um grau eminente,
desconhecido na Terra. Estas espécies de gênio se distinguem dos primeiros por
uma excepcional aptidão para todos os talentos, para todos os estudos. Concebem
todas as coisas por uma intuição segura e que confunde a ciência estudada pelos
mais sábios. Sobressaem em bondade, em grandeza de alma, em verdadeira nobreza,
em obras excelentes. São faróis, iniciadores, exemplos. São homens de outras
Terras, vindos para fazer resplandecer a luz do alto num mundo obscuro, assim
como se enviam entre os bárbaros, para os instruir, alguns sábios de uma
capital civilizada. Tais foram entre vós os homens que, em diversas épocas,
fizeram avançar a Humanidade, os sábios que ampliaram os limites dos
conhecimentos e dissiparam as trevas da ignorância. Viram e pressentiram o
destino terrestre, por mais longe que estivessem da realização deste destino.
Todos lançaram os fundamentos de alguma ciência, ou foram o seu ponto
culminante. O gênio não é, pois, gratuito e não está subordinado a uma Lei: sai
do próprio homem e de seus antecedentes. Refleti que os antecedentes são todos
o homem. O criminoso o é por seus antecedentes; o homem de mérito, o homem de
gênio são superiores pela mesma causa. Nem tudo é revelado na encarnação a
ponto de não transpassar nada de nosso Ser interior. A inteligência e a bondade
são luzes muito vivas, focos muito ardentes para que a vida terrena os reduza à
obscuridade. As provas a sofrer bem podem velar, atenuar algumas de nossas
faculdades, adormecê-las, mas se tiverem chegado a um alto grau, o Espírito
não pode perder inteiramente a sua posse e exercício. Tem em si a segurança de
que os mantem sempre à sua disposição; muitas vezes mesmo, não pode consentir
em delas se privar. Eis o que causa as vidas tão dolorosas de certos homens
adiantados, que preferiram sofrer por suas altas faculdades do que deixar que
estas se apagassem por algum tempo.(...) Sim, todos nós seremos Platões,
Aristóteles, Erasmos; nosso Espírito não verá mais empalidecer suas aquisições
sob o peso da vida do corpo, ou extinguir-se sob o peso da velhice e das
enfermidades”. Pesquisadores da reencarnação ao longo do Século 20,
consideram que essa genialidade precoce se explicaria pelo curto intervalo
entre as diferentes existências, chamado por eles de intermissão. Segundo eles,
habilidades muito desenvolvidas ou mesmo trabalhos interrompidas com o advento
da morte que lhes interrompeu projetos intensamente vividos, ressurgem
espontaneamente na encarnação atual, seja para a continuidade dos trabalhos não
concluídos ou levar a pensar os céticos.
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
Vivências com Um Médium Incomum
As décadas de serviços prestados em nome da mediunidade
possibilitaram a inúmeras pessoas testemunhar junto a Chico Xavier, fatos muito pouco comuns em torno das interações
entre os diferentes campos existenciais. Na sequência apresentaremos alguns
deles para termos uma ideia de como o médium mineiro constituía-se num caso
raríssimo entre aqueles que se colocam como intermediários entre o Plano
Espiritual e o chamado Material. A primeira vivência vem do início dos anos 50,
em Pedro Leopoldo (MG), registrada pelo médico Oswaldo Lacerda. O Centro
Espírita Luiz Gonzaga, naquela noite estava cheio, muitos doentes e
necessitados de toda parte. Entre eles, anônimos, um médico e a esposa, que
haviam perdido um filho em consequência do desabamento de um cinema em que se
encontrava na cidade de Campinas, onde estudava. O pai, desesperado, não
acreditava no Espiritismo, somente fora a Pedro Leopoldo por ter sido atendida
a condição de ninguém dentre conhecido, saber para onde tinham ido. Ao final da
reunião pública, Chico, retomando a consciência após o transe em que estivera,
perguntou: -“Quem aí é Oswaldo Lacerda?”. Ainda atordoado com a indagação,
disse: -“Sou eu”... O médium acrescentou: -“Meu irmão, está presente um
Espírito que se diz chamar Francisco Fajardo e declarou-se seu amigo”.
A reação do Dr Oswaldo foi de “enorme
pena” de Chico. Ele, nunca tivera na vida – pensava -, nenhum amigo
chamado Francisco Fajardo. Rebuscou
em suas lembranças, pensou, procurou recordar-se, mas não havia ninguém, nenhum
amigo seu com aquele nome! Por fim, esperando que perante os inúmeros
sofredores que lá estavam a revelação tivesse o efeito de uma bomba, resolveu dizer
a Chico: -“O senhor vai me desculpar, mas eu não conheço nem tenho nenhum amigo
com o nome de Francisco Fajardo”... Contudo, o médium, com sua voz
suave e amiga, apenas respondeu: -“Acompanham-no também dois Espíritos que
acabam de chegar: um moço que se apresenta ferido num desastre de aviação, chamado
Ronaldo, sobrinho do senhor, amparado pelo Espírito de seu Tio-avô, que se
chamou Simeão”...Após esses esclarecimentos e ter feito uma descrição
completa dos dois parentes do Dr. Oswaldo,
acrescentou: -“Diz o Espírito de Francisco Fajardo que foi seu professor na Escola de
Medicina do Rio de Janeiro e que é seu amigo”. O choque não poderia ter
sido maior para alguém que se entrincheirara no materialismo. Após esse aparte,
em meio à interrupção de uma psicografia,
Chico voltou ao transe mediúnico seguindo com a recepção de receitas e
orientações do Plano Espiritual. A outra vivência foi do Oftalmologista da
capital paulista Dr. Nadir Sáfadi
durante exame que procedia nos olhos do médium. Subitamente, indagou: -“Chico,
me diga uma coisa, você vê mesmo os Espíritos?, obtendo como resposta:
-“Vejo
sim, senhor Dr Nadir. É verdade que trago comigo a faculdade de vidência”.
O médico curioso, retrucou-lhe: -“Mas
como é que enxerga os Espíritos com estes dois olhos, assim, tão debilitados?
Você os vê com estes olhos mesmo?”, ao que Chico esclareceu: -“Ah,
não senhor. A mediunidade vidente independe dos olhos do corpo físico. O
assunto exige muito estudo”. Atento, o médico continuou: -“Então,
me diga se está vendo algum Espírito aqui em meu consultório, Chico”. O médium respondeu: -“Eu confirmo que estou vendo um
Espírito aqui conosco, Dr. Nadir”.
–“Mas, então, me diga, quem é que está aqui? Qual o nome dele?”.
Meio desconcertado, Chico se deteve por
um momento e ante a insistência, respondeu, afinal: -“Ele está me dizendo chamar-se
Senobelino Serra. Diz ter sido natural de São José do Rio Preto. Dr Senobelino
Serra”. Espantado, o Dr Nadir
afirmou: -“Oh, Chico, não me diga que ele está aqui conosco!. Dr. Senobelino Serra
foi meu professor, foi muito amigo meu!”. Mais aliviado com a
confirmação da identidade espiritual, Chico completou: -“Pois, então, é ele mesmo, Dr
Nadir. Ele está me dizendo que foi designado pela Espiritualidade Maior para
ajudar o senhor na profissão de médico oftalmologista, juntamente com outros
amigos, porque o senhor ajuda muita gente aqui no consultório, Dr. Nadir!”.
Visivelmente emocionado, o Dr Nadir nada mais perguntou.(A íntegra desses
relatos poderá ser lida nas obras FORÇAS
LIBERTADORAS, de R.A. Ranieri (1967,eco) e
CHICO XAVIER:MANDATO DE AMOR
(1992,UEM)
terça-feira, 19 de novembro de 2013
Armadilhas do Inconsciente (Ou, Ninguém Foge de Si Mesmo)
Estudando
a Lei de Causa e Efeito ou do Carma, a partir dos conhecimentos
veiculados pelo Espiritismo, encontramos recorrentemente a informação de que o
mecanismo indutor das correções necessárias para avançar-se na escala evolutiva
espiritual, funciona na intimidade do próprio Ser, da própria individualidade.
“Como?” - é a primeira pergunta que nos ocorre.
Sem maiores aprofundamentos, embora Allan Kardec tenha escrito
interessante artigo incluído no desconhecido OBRAS PÓSTUMAS em que desenvolve alguns raciocínios em torno da Fotografia
e Telegrafia do Pensamento, vamos nos servir de alguns apontamentos
extraídos de livros elaborados pelo Espírito André Luiz, psicografadas pelo
médium Chico Xavier. No LIBERTAÇÃO
(1949, feb), o Instrutor Gubio em certa conversa diz que “a memória é um disco vivo e
milagroso. Fotografa as imagens de nossas ações e recolhe o som de quanto
falamos e ouvimos. Por intermédio dela, somos condenados ou absolvidos, dentro
de nós mesmos”. No livro seguinte – ENTRE A TERRA E O CÉU (1953, feb) -, Clarencio considera que “a memória pode ser comparada a placa
sensível que, ao influxo da luz, guarda sempre as imagens recolhidas pelo
Espírito, no curso de seus inumeráveis aprendizados, dentro da vida. Cada
existência de nossa alma, em determinada expressão da forma, é uma adição de
experiência, conservada em prodigioso arquivo de imagens que, em se superpondo
umas às outras, jamais se confundem”. Analisando a questão do pós-morte,
em OBREIROS DA VIDA ETERNA (1945, feb),
ouvimos Hipólito dizer que “trazemos na própria consciência o arquivo
indelével dos nossos erros”. Em caso comentado pelo médium Chico
Xavier, podemos ter uma ideia de como o erro de ontem se reflete em situações e
casos dificilmente entendidos sem considerarmos a realidade da reencarnação. A
situação envolvia “jovem senhora, aparentando ter boa saúde, trazendo, porém, no corpo,
especialmente nos braços, vestígios de recentes operações, que resultaram em
infinidade de cicatrizes. O motivo era o surgimento de forma mais recorrente
nas quartas feiras, em seus tendões nervosos, uma espécie de verme parecido com
pequeno camarão, provocando grande desconforto e dores, até ser extraído em
pequenas cirurgias aos sábados. A origem foi ação em vida passada em que ela,
fazendeira muito rica e ciumenta, em virtude do marido – o mesmo de hoje -,
simpatizar-se com uma escrava moça, portadora de beleza invulgar, roída de
ciúme, a enclausurou num dos quartos da Fazenda, em lugar ermo, deixando-a
morrer de sede e de fome. Percebido o desaparecimento inopinado da serva, houve
alarme e procura, fato esclarecido com a localização do quarto que, após
aberto, revelou o corpo da bela escrava todo coberto de vermes, imagem que se
fixou na memória da mandante”. O fato seguinte abrangeu grande
contingente de Espíritos. Compreende o renascimento em massa, a
maioria no País em que comprometeram-se coletivamente com a Lei de Ação e
Reação e muitos outros, em vários pontos do Planeta, ostentanto má-formação
congênita, notadamente nas mesmas áreas do corpo físico em que impuseram, em
meio a atrocidades, mutilações a vítimas aprisionadas por questões raciais,
espoliadas de pertences como jóias e outros adornos, de forma violenta e cruel.
No retorno ao Plano Espiritual, confinados em Vale Escuro do Plano Espiritual,
exibiam a ausência de braços, mãos, pés, orelhas, supliciando-se no remorso,
carregando a mente vincada aos atos praticados, plasmando em si, nos órgãos e
membros profundamente sensíveis do corpo espiritual, as deformidades que
infligiram às indefesas vítimas. Finalizando, dois episódios
registrados no interior do Estado de São Paulo, na segunda metade do século 20.
No primeiro, LMJ, residente em
Lorena (SP), mulher simples, cuidadosa e séria, analfabeta, casada com um
operário, mãe, moradora de casa pobre, sem assoalho, tijolada. Em seu
corpo, a certa altura de sua existência começaram a irromper inexplicavelmente, de
dentro para fora, agulhas de costura, com as pontas para o lado externo,
sem provocar inflamações, sendo retiradas com alicate. Fenômeno semelhante se
manifestava com a menina MJGF, de Jaboticabal (SP), em que além, das agulhas, irrompiam
pregos de até 10 cm, pedras e ovos caiam no interior da casa em que morava e
roupas estendidas no varal no quintal, mesmo molhadas, se incendiavam sem causa
visível e aparente. Por revelações espirituais, a razão disso foram
ações levadas a efeito em existência pregressa em que se
dedicavam a práticas de magia negra, impondo às vítimas, na
movimentação de energias negativas e aliciamento de entidades devotadas ao mal,
prejuízos físicos, materiais, e, por vezes, acidentes fatais
domingo, 17 de novembro de 2013
Perturbadores Efeitos Físicos
No número de agosto de 1860 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec insere
estudo feito sobre um caso noticiado pelo jornal Le Droit sob o título Cenas
de Feitiçaria no século XIX. Na matéria, o relato de inusitados fatos
verificados no apartamento em que residia um alto funcionário do Palácio da
Justiça, em que “projéteis, vindos não se sabe de onde, quebravam vidraças, por vezes,
atingindo os que se encontravam em casa, ferindo-os. Geralmente fragmentos
consideráveis de tições meio carbonizados, pedaços de carvão de pedra muito
pesados e até dos chamados carvões de Paris. A criada da moradia, recebeu
diversos no peito, ficando com fortes contusões. A vitima de tais fenômenos
acabou pedindo a assistência da polícia que colocou agentes de vigia, tendo
sido os mesmos atingidos pela artilharia invisível, sendo-lhes impossível saber
a origem de tais golpes. Tendo-se tornado insuportável a permanência numa moradia
onde nunca se sabe o que acontecerá, o locatário solicitou a rescisão do
contrato junto ao proprietário. Concedida esta, quando o funcionário
ministerial redigia o documento, um pedaço enorme de carvão, lançado com
extrema força, entrou pela janela e foi bater na parede, fazendo-se pó”.
Na reunião da SOCIEDADE ESPÍRITA DE
PARIS de 29 de junho de 1860, Kardec procurou, primeiro ouvir o dirigente
espiritual das atividades mediúnicas ali realizadas, colhendo as seguintes
informações: 1- Os fatos havidos eram
verdadeiros, aumentados, porém, pela imaginação dos homens, por medo ou ironia,
sendo tais manifestações provocadas por um Espírito que se divertia um pouco, à
custa dos moradores do local; 2- As ocorrências eram causadas pela presença da pessoa atacada,
apegando-se o Espírito perturbador ao habitante do lugar onde se acha com a
intenção de perturbá-lo com suas maldades ou fazê-lo mudar-se; 3- Os
fenômenos somente eram possíveis pela presença no local de uma pessoa com certa
disposição física entre os encarnados, sem o que o fato não ocorreria; 4- Tendências demasiadamente materiais dos
moradores facilitavam as manifestações,
visto que quanto mais elevado se for moralmente, mais se atraem os bons
Espíritos, que necessariamente afastam os maus; 5- Os
projéteis de que se servia a entidade, na maioria das vezes eram colhidos nos
próprios lugares, movimentados por uma força que vem do Espírito que os lança
no espaço, caindo no lugar por ele designado, podendo, quando não existem
nesses lugares pedras, carvões, etc, podem muito facilmente ser por eles
fabricados. Por fim, indagado sobre se seria útil evocá-lo para obter
maiores explicações, o Diretor Espiritual respondeu, “se o quiserdes, mas que só se
obteriam respostas insignificantes, por ser um Espírito inferior”.
Kardec registra também que recebeu a visita do locatário que não só confirmou
os fatos noticiados, mas os completou e retificou em vários pontos.
Encaminhadas as providências para evocar o Espírito perturbador, este respondeu
a 17
perguntas, obtendo vários esclarecimentos dentre os quais destacamos: 1- Que
encontrara no ambiente um bom instrumento e nenhum Espírito douto, sábio e
importante para o impedir de produzir os efeitos físicos com os quais se
divertia; 2- Dito instrumento era uma criada que o servia
inconscientemente, sendo a mais apavorada diante das manifestações; 3- Sobre se haveria meios de provocar os fenômenos no
recinto da reunião de que participava,
afirmou que sim, através de um membro presente o qual apontou, não lhe sendo
porém permitido por haver um guarda que vela pelos participantes; 4- Que em suas ações não tinha objetivo hostil, procurando
apenas divertir-se, fornecendo aos estudiosos um fato que comprova a existência
dos Espíritos; 5- Que a origem dos objetos que atirava eram o
pátio e os jardins vizinhos ao prédio em que localizava o apartamento; 6- Sobre
como era possível produzir os fenômenos, disse ser difícil para ele explicar,
esclarecendo apenas que era ajudado pela natureza elétrica daquela moça, junto
à dele, menos material, permitindo o transporte dos diversos materiais 7- Revelou que seu nome era Jeannet, tendo
desencarnado há bem uns 50 anos, tendo
sido uma pessoa comum, que sobrevivia de catar molambos pelo bairro em que
vivera.; 8- Que em suas respostas fora auxiliado
pelo Orientador daqueles trabalhos. Em observação ao final da entrevista, Allan Kardec considera que essa ajuda é
um fato comum, no caso em questão, evidenciando-se “pela mudança da letra observada
na comunicação, percebidos facilmente esses momentos, visto que a do
comunicante era angulosa, grossa, irregular, por vezes, pouco legível,
mostrando um caráter diverso, ao passo que quando auxiliado, ela se tornava
mais regular e corrente”.
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
Uma Pesquisa Confiável Sobre a Morte e o Morrer
A adolescente Elizabeth Klübler-Ross, ciente das
atrocidades cometida pela Alemanha nazista e nos campos de concentração além das fronteiras da pacífica e neutra Suíça onde
nasceu, passava os fins de
semana, como voluntária num Hospital de Zurique, auxiliando milhares de
refugiados, entre os quais centenas de crianças. Restaurada a paz, a jovem
viajou de carona pela devastada Europa Ocidental, constatando o rastro de
destruição e cooperando no que podia com os conhecimentos médicos adquiridos.
Recordou em depoimento que conhecendo as instalações do campo de concentração
de Maidanek, na Polônia, “no meio da pobreza, do isolamento e dos
sofrimentos, que viveu mais do que todos os anos anteriores”, fundou com uma amiga judia sobrevivente, um acampamento para amparar outras vítimas.
Retornando ao seu país, ingressou na Escola de Medicina da Universidade de
Zurique, onde faria doutorado, complementado sua formação com uma residência em
Psiquiatria, nos Estados Unidos, ali casando com o Dr. Emmanuel
Robert Ross, um professor de Patologia e Neurologia. Paralelamente à
agitada vida de profissional, esposa e mãe, a Dra Elizabeth, pelas
experiências vivenciadas durante e após a Segunda Guerra, desenvolveu uma
empatia com o sofrimento de pacientes agonizantes,
incomum entre a maioria dos médicos, segundo ela, “treinados para prolongar a vida,
mas sem aprender como agir em situações em que a recuperação é impossível”.
De forma mais intensa a partir de meados da década de 60, passou a estudar
doentes em estado terminal objetivando desenvolver sua própria compreensão da
reação deles para poder ajudá-los na transição para a morte. Diante da
evidência do grande tabu mantido pela sociedade em relação ao estudo da dor e
da morte, inconscientemente evitado, inclusive na Universidade de Chicago, onde
era professora assistente da cadeira de Psiquiatria, procurou os próprios
pacientes e, depois de falar com milhares deles e suas famílias, começou a
partilhar as informações que reunira com médicos, enfermeira, assistentes
sociais entre outros. Das observações e conclusões resultaram dois livros: SOBRE A MORTE E O MORRER (1969) e PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A MORTE E O
MORRER (1974). Nos anos que se seguiram, a Dra Elizabeth intensificou
suas pesquisas, enriquecidas com inúmeros casos da pacientes que passaram pela Experiência
de Quase Morte (EQM), desenvolvendo a convicção não apenas de que a
vida continua após a morte como acerca das vidas pregressas, através da
reencarnação, a ponto de responder a uma senhora cuja filha havia morrido pouco
antes: (a sobrevivência) “não é uma questão de crença ou de opinião.
Sei disso sem qualquer dúvida”. Maiores dados compuseram a obra MORTE: O ÚLTIMO ESTÁGIO DE DESENVOLVIMENTO (1975).
Entre os pontos ressaltados pela Psiquiatra que confirmam as assertivas do
Espiritismo, destacam-se: 1- Toda pessoa sabe a hora de sua
própria morte. 2- Todos os que morrem são recebidos pro alguém que
lhes é caro e que os precedeu. 3- Há
sempre guias invisíveis, amorosos, perto de nós, e, assim, não temos nunca
porque sentir-nos sozinhos. 4- Na outra Dimensão, há diferentes
conceitos de tempo. 5- Na outra vida, ninguém nos julga, nós é que nos
julgamos a nós próprios. A Dra Kübler-Ross defendia a
tese de que aos estudantes de Medicina se deve ensinar a “ciência” da Medicina na
metade do tempo de aula ao passo que a outra metade deve ser consagrada ao
ensino da “arte” da Medicina, fazendo com que os médicos se familiarizem com a
situação dos doentes terminais, para não fugirem dela, para não a ignorarem e
para não a negarem”. De tudo que apurou, viu e viveu, a Psiquiatra sintetiza
seus aprendizados no seguinte pensamento: “a morte é o estágio final da evolução
nesta vida. Não há morte total. Só o corpo morre. O “EU” ou Espírito, ou seja
como for que deseje rotulá-lo, é imortal”
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
Após Trinta Séculos
Após forte tremor, a mão da aluna Rosemary - na verdade Ivy
Beaumont - escrevia como que por conta própria repetidamente Muriel,
descobrir-se-ia depois o nome de uma mulher que vivera em Liverpool. Seu professor, o Dr. Frederico H. Wood, doutor
em música, já há alguns anos testemunhava fenômenos produzidos através de
vários médiuns, desde a morte acidental numa rua de Londres, de um irmão, fato
que o abalara profundamente. A tentativa de formular perguntas resultou em respostas
inteligentes através da mão dela. Decidiram que o doutor e ela se reuniriam
regulamente, uma vez por semana, para ver aonde se chegaria, descobrindo que Rosemary
“estava
sendo preparada para uma missão importante e, quando estivessem concluídos os
preparativos, Muriel seria substituída por alguém que poderia dar mensagens de
maior valor que as dela”. Vivia-se o fim do ano de 1927 e, em outubro
de 1928, Muriel escreveu: -“Está
aqui um Espírito que, de agora em diante, guiará a médium. O seu nome, entre os
Espíritos, é Lady Nona; viveu no Egito, em tempo muito remoto. É um Espírito
elevado e poderoso; parece de natureza estranha e fria como a água fresca de
uma fonte clara e perfeitamente pura”. O resultado desse encontro foi
publicado em três livros cujos títulos em português seriam: APÓS TRINTA SÉCULOS, O ANTIGO
EGITO FALA (tendo como coautor o egiptólogo A.J.Howard Hulme) e ESSE MILAGRE EGÍPCIO. Indagando certa
vez de Lady Nona sobre como é que ela escrevia e falava o inglês com
tanta perfeição, apesar de ter passado a ultima vida terrestre no Egito, o Dr
Wood obteve a resposta: -“Tenho estado em contato com o vosso País
por tempo suficiente para falar a sua língua. Ao mesmo tempo eu poderia, por meio dum forte
médium, escrever na língua dele, até mesmo se eu não compreendesse sua língua.;
mas neste caso eu imprimiria no seu cérebro uma imagem das minhas ideias, e o
médium a traduziria com suas próprias palavras. Às vezes acontece assim, porém
um médium descreve sempre o que vê, a seu próprio modo e com palavras que lhe
sugerem suas próprias experiências, Por isso é preferível que o Espírito que se
comunica, dê as palavras, e não apenas os símbolos, através do cérebro do médium.
Na escrita psicográfica vencemos a dificuldade, porque simplesmente tomamos a
mão do médium e fazemos com ela o que faríamos com a nossa própria”. Em
28 de julho de 1930, sem o conhecimento de Rosemary, o Dr Wood, esteve no
gabinete da médium clarividente Mrs Mason, até então desconhecida para ele, ouvindo dela:
-“Percebo
ao seu lado um Espírito. É uma senhora que foi princesa egípcia; ouço o nome
Ona, Mona ou Nona. Ela é de bela forma corporal, esguia; tem a face delgada, a
testa alta; traja um vestido folgado e sem mangas; um cinto de ouro. O vestido
e as sandálias são de cor azul; um capuz comprido lhe cai sobre os ombros”.
Dois meses após sua primeira comunicação, Nona relatou, através de Rosemary que fora
uma das esposas de um faraó, segundo se concluiu após cuidadosa pesquisa no
Museu Britânico, Amenhotep III, que reinou de 1406-1370 AC, tendo sido condenada à morte por afogamento por decisão do marido, em meio a uma
conspiração, entre as muitas, que se vivia no Egito daquela época. Seu nome era Telika, tinha origem babilônia, tendo sido oferecida como esposa ao
faraó egípcio pelo próprio pai, quando de acordos de paz e amizade firmados
entre os dois mandatários. Telika tinha uma filha adotiva de
nome Vola,
atualmente servindo de médium a Nona, ou seja, era Rosemary.
Explicando o trabalho que desenvolviam no século 20, contou que “depois de muitos sofrimentos após o desencarne dela e do marido no período remoto, entregando-se a atividades altruístas de serviço ao próximo, ouviram de Espíritos Superiores
que os acompanhavam que, para subirem à Quarta Esfera, deveriam cumprir uma importante
missão que consistiria em contribuir com os esforços das numerosas falanges de
Espíritos que disseminam as Luzes Divinas sobre a Terra, dando, às almas
encarnadas, claras provas da sobrevivência da individualidade, e pregando a Lei
do Progresso, da Justiça cármica e da Reencarnação”. Assim nasceram, no
Brasil, as obras A VOZ DO ANTIGO EGITO
(feb,1946) de Francisco Valdomiro Lorenz e ARQUIVOS PSÍQUICOS DO EGITO (lachatre,1994) de Hermínio Correia de Miranda,
ambas descortinando aspectos instigantes
da divisão social, costumes, administração publica, política, agricultura,
comércio, navegação, religião, ciências, artes, etc, deste tempo oculto pelas,
até então, enigmáticas barreiras do tempo.
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
A Importância de Mudar de Foco
Absorvida nas preocupações do dia a dia, a criatura humana
somente mergulha em reflexões mais transcendentes ante o impacto da dor física
ou moral. A morte de alguém muito próximo é uma das mais perturbadoras. Seja
para quem fica, seja para quem vai. O problema está presente em todas as épocas
e Civilizações. No número de julho de 1862, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec reproduz uma mensagem assinada pelo Espírito de Verdade, cujo conteúdo é
muito pertinente à essas considerações iniciais. Diz ele: -“Um homem passa pela rua. Uma telha lhe cai
aos pés. Ele diz: -“Que sorte ! Um passo mais e eu estaria morto”. Em geral é o
único agradecimento que envia a Deus. Entretanto, esse mesmo homem, pouco tempo
depois, adoece e morre na cama. Porque foi preservado da telha, para morrer
alguns dias após, como toda gente? Foi o acaso, dirá o incrédulo, como ele
próprio disse: Que sorte!. Para que, então lhe serviu escapar ao primeiro
acidente, se sucumbiu ao segundo? Em todo o caso, se a sorte o favoreceu, o
favor não durou muito. A essa pergunta o Espírita responde: A cada instante
escapamos de acidentes que, como se costuma dizer, nos deixam a dois dedos da
morte. Não vedes nisso um aviso do céu, para vos provar que a vida está por um
fio, que jamais temos certeza de viver amanhã e que, assim devemos estar sempre
preparados para partir? Mas, que fazeis quando ides empreender uma longa
viagem? Tomais disposições, arranjais os negócios, muni-vos de provisões e de
coisas necessárias para o caminho; desembaraçai-vos de tudo quanto pudesse
atrapalhar e retardar a marcha. Se conheceis a terra para onde ides, se lá
tendes amigos e conhecidos, partis sem receio, certos de serdes bem recebidos.
Caso contrário, estudais o mapa da região, e arranjais cartas de recomendação.
Suponde que sejais obrigados a empreender essa viagem no dia seguinte, que não
tendes tempo de fazer preparativos, ao passo que se estivésseis prevenidos com
bastante antecedência, teríeis disposto todas as coisas para vossa utilidade e
vossa conveniência. Então! Todos os dias, estais expostos a empreender a maior,
a mais importante das viagens, a que deveis fazer inevitavelmente; e, contudo,
não pensais nisto mais do que se tivésseis de viver perpetuamente na Terra!. Em
sua bondade, Deus cuida de vós, advertindo-vos por numerosos acidentes, aos
quais escapais, e só lhe tendes esta expressão: Que sorte! Espíritas, sabeis
quais os preparativos a fazer para essa grande viagem, que tem para vós
consequências muito mais importantes que todas as que empreendeis aqui na
Terra, porque da maneira por que ela se realizar depende a vossa felicidade
futura. O mapa que vos dará a conhecer o País onde ides entrar é a iniciação
nos mistérios da Vida Futura. Por ela o País não será desconhecido para vós;
vossas provisões são as boas ações que tiverdes realizado e que vos servirão de
passaporte e de cartas de recomendação. Quanto aos amigos que lá encontrareis,
vós os conheceis. É dos maus sentimentos que vos devereis desembaraçar, pois
infeliz é aquele a quem a morte surpreende com ódio no coração como alguém que
caísse na água com uma pedra atada ao pescoço, e que o arrastaria para o fundo.
Os negócios que deveis por em ordem é o perdão àqueles que vos ofenderam; são
os erros cometidos para com o próximo e que urge reparar, a fim de
conquistardes o perdão, pois os erros são dívidas, de que o perdão é a
quitação. Apressai-vos, pois, que a hora da partida pode soar de um momento
para outro e não vos dar tempo para reflexão. Em verdade, vos digo: a telha que
cai aos vossos pés, é o sinal a vos advertir, para estardes sempre prontos a
partir ao primeiro sinal, a fim de não serdes tomados de surpresa”.
sábado, 9 de novembro de 2013
Dois Casos de Reencarnação Confirmados Na Mesma Família
“Vou
morrer, mas prepare-se para me receber como sua filha daqui a dez meses”. Solicitada a prestar maiores
esclarecimentos, afirmou: -“Durante várias semanas, estive falando
com certos Espíritos que me rodeavam. Prometeram-me que renasceria como sua
filha, pois é meu destino progredir espiritualmente na sua família. Quando
estiver na idade de falar, contarei muitas passagens da vida atual que você
reconhecerá como verdadeiras”. Essas informações foram dadas pela
senhorita Maria Januária de Oliveira,
conhecida como Sinhá, dois dias
antes de morrer, em outubro de 1917, aos 22 anos vitima de tuberculose na
laringe à esposa do Professor Francisco Valdomiro Lorenz, a doze milhas da cidade de Dom Feliciano (RS), onde todos
residiam. Efetivamente, dez meses depois, a 10 de agosto de 1918, nascia Marta, filha do casal Lorenz. Ainda não completara um ano,
quando seu antigo pai e um primo, vieram visita-los. A criança deleitou-se em
acariciar o velho, mas não se importava com o primo, que procurava atrair-lhe a
atenção. Certo dia, quando tinha dois anos e meio de idade, ao voltar com Lola, sua irmã mais velha, de um
riacho, onde foram banhar-se, pediu: -“Lola, carregue-me”. Ao ser recusado seu
pedido, respondeu: -“Quando eu era grande e você pequena, carreguei-a muitas
vezes!. Naquele tempo, eu morava muito longe, onde havia muitas vacas, bois,
laranjas, e também animais que se pareciam com cabras”(carneiros). No
mesmo dia, contou a seu pai: -“Antigamente, eu tinha outros pais”.
Disse que possuíam um poço, mas que não havia riacho. Narrou um incidente, em
que usou o nome Sinhá e, ao lhe perguntarem quem era Sinhá, informou: -“Era
eu mesma; também me chamavam de Maria e outro nome de que não me recordo”.
Posteriormente, descreveu seu antigo pai, dizendo que costumava falar em voz
alta, conseguindo imitá-lo com algum sucesso. Durante três anos e meio,
continuou narrando episódios, iniciados geralmente assim: -“Quando eu era Sinhá”. Certa
vez, ao receber a visita do Sr. F.,
afirmou sem excitação: “Este foi meu namorado, quando eu era Sinhá”.
O Sr. F. confirmou o fato. Marta recordava-se de ter sofrido muito
antes de morrer, e descreveu com precisão o incidente que lhe causara a doença.
Um de seus atuais irmãos fora o seu afilhado e lembrou-se de ter-lhe presentado
com duas vacas. Declarou corretamente que a sela usada por sua mãe era idêntica
à que fora usada por Sinhá, e que
tivera um cavalo branco chamado Barroso.
Mostrou como costumava receber seus atuais pais (então seus padrinhos), quando
a visitavam. Um detalhe muito interessante é a caligrafia idêntica. Além disso,
a tosse persistente de Marta, aos 10
anos deidade, aparenta ser mais que simples coincidência. Durante algum empo,
Marta respondia afirmativamente quando lhe perguntavam se recordava isso ou
aquilo. Porém aos 8 anos de idade, os detalhes foram gradualmente
desaparecendo, restando apenas a lembrança de ter sido outra pessoa na
encarnação anterior. O caso é bastante documentado e constitui um dos melhores
de que se tem conhecimento no mundo Ocidental. Quando em 1962, chega ao Brasil,
com o objetivo de investigar casos sugestivos de reencarnação, o Professor
Doutor Ian Stevenson, diretor do
Departamento de Psiquiatria e Neurologia da Escola de Medicina da Universidade
de Virgínia, nos Estado Unidos da América do Norte, investigou em nosso País,
sete casos, mas apenas dois deles mereceram ser incluídos em seu livro VINTE CASOS SUGESTIVOS DE REENCARNAÇÃO.
Esses dois casos ocorreram na família de Francisco Valdomiro Lorenz: o de Marta e
de Paulo, ambos seus filhos.
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Uma Médium, Dois Depoimentos
Quando Allan Kardec
escreveu que a mediunidade é orgânica, e que, todos são médiuns, capazes de
registrar em maior ou menor intensidade influências espirituais, o
Mundo Ocidental ainda não conhecia o papel da glândula epífise ou pineal no processo de transmissão e
recepção de ondas mentais. Hoje, isso não apenas não é novidade para quem
estuda o tema, como se sabe que na Antiguidade, várias Civilizações já dispunham
de tal informação. A percepção desempenha importante papel entre as realidades
multidimensionais, integrando todas, confirmando que a mediunidade em si é
neutra, independendo do credo em meio ao qual ela se manifesta de forma mais ostensiva.
A confirmação disso, encontramos nos fatos reunidos a seguir. Envolvem uma
médium apresentada apenas como Dona Célia (Célia Do Carmo Ferreira), que, num subúrbio do Rio
de Janeiro, auxiliou e impressionou por décadas, milhares de pessoas desorientadas que, como
ela dizia, encontravam em seu trabalho “uma verdadeira bóia, à qual se agarravam
para não afundar de vez na tristeza e na depressão”. Descrita por Waldemar
Falcão, seguidor por anos seguidos, como “uma senhora baixinha, de cabelo
bem curto, com dois pares de óculos na ponta do nariz, míope até não mais poder”,
revelava suas percepções numa combinação de psicografia e mensagens orais
em que “dizia nomes de outros parentes ou amigos presentes ao local da recepção
das cartas dos familiares desencarnados sobre os quais procurava-se notícias,
provocando reações de emoção, felicidade, tristeza, risos e lágrimas, após
receberem informações detalhadas sobre seus entes queridos, com uma ênfase na
continuidade da vida após o que chamamos morte”. Entre os casos
registrados por ele no livro MÉDIUNS
NOTÁVEIS (2003, Nova Era), destacamos um que chama a atenção. Uma senhora
que recebia a mensagem oral após a psicografia, ia informando o grau de
parentesco às referências de Dona Célia,
detendo-se ante uma citação, dizendo não conhecer um nome mencionado. Após
breve interrupção em que a médium parecia estar captando algo, ouviu: -“Não
tem problema, filha, já sei o que houve. Você não mora na Rua X, numero Y,
apartamento Z, Bloco B?. Ante a perplexa confirmação, escutou que a entidade
que deu a informação sabe que você mora no mesmo condomínio que a mãe dela, só
que no Bloco A, apartamento W, e que lhe pede “a gentileza de, quando voltar
para casa, ir até este apartamento e dizer que o desencarnado Fulano de Tal está bem, mais
vivo que nunca e manda lembranças". Outro depoimento significativo
pertence ao artista Augusto Cezar Vannucci
que, dois meses após a inesperada morte acidental de seu filho Gabriel, foi levado pela ex-esposa Ingrid, a mãe do rapaz, a conhecer Dona
Célia. Conta ele na autobiografia DE
AVE CEZAR A AVE CRISTO ( ):-“Mil e
quinhentas pessoas se acotovelando num salão imenso. Encontravam-se ali, ávidos
por receberem mensagens de parentes desencarnados. Foi, então, que assisti a
mais uma prova concreta, incontestável, de que os que partiram estão mais vivos
do que nunca. Aquela mulher pequenina, no meio da multidão, recebeu em pouco
mais de uma hora cerca de 40 comunicações espirituais endereçadas a pessoas
presentes. Era um computador perfeito, com os terminais ligando mundos
paralelos. –“Quem é Maria Antônia da Silva? – perguntou D. Célia – que mora no
bairro do Caxambi, que tem a carteira de identidade do Félix Pacheco, número
00394421? Uma senhora se levanta chorando e balbuciando: - Sou eu, sou eu, Dona
Célia!. – Pois seu marido, Antonio Silva, que morreu no hospital Getúlio
Vargas, está aqui mandando um abraço e falando para que você não desanime, pois
a papelada do INPS já está toda pronta e você não foi buscar. Para você
procurar lá Dona Arlete, e já que você perdeu o protocolo, ele lembra que o
número é 2330. E tem mais, minha amiga: sua avó Rita, o seu irmão Adolfo, sua
madrinha Abigail, todos eles estão junto do seu marido, mandando um abraço”. A
emoção toma conta de D. Antonia. Todas as pessoas em volta começam a chorar.
Ela quer agradecer, mas Dona Célia não permite. E segue em frente numa
velocidade de computador. –Está aqui do meu lado José Luís, dizendo que morreu
em desastre de moto; disse que a sua mãe está aqui presente nesta sala e se
chama Marisa. E está junto de seu irmão Ricardo. Um grito de emoção vem do meio
da multidão. É Dona Marisa, carregando no colo o filho Ricardo. Dona Célia vai
direto ao assunto: -Ele está falando aqui para a senhora não ficar tão
desesperada, que a vida continua, que a morte não existe. Que ele está ao lado
do vovô Olavo e da vovó Sinhá, que também manda um abraço”. E os contatos vão
se processando de maneira de maneira rápida. A extraordinária médium vai
levando alento e esperança às pessoas”.
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Necessário Que Haja o "Escândalo"
A intervalos cada vez menores de tempo, acontecimentos
impactam a opinião publica, provocando polêmicas e discussões que, no mínimo geram
produtivas reflexões. Um deles, recentemente, expos o problema da utilização de
animais em pesquisas científicas. O fato levou a outra questão: as dietas
humanas incluindo alimentação de carne animal. Na REVISTA ESPÍRITA, de abril de 1865, Allan Kardec
desdobrou alguns raciocínios interessantes, que, parcialmente apresentamos na
sequência: “- A destruição recíproca dos seres vivos é uma lei da natureza que,
à primeira vista, parece conciliar-se menos com a bondade de Deus. Pergunta-se
porque lhes teria feito uma necessidade se auto-destruirem para se alimentarem
uns à custa dos outros. Para aquele que apenas vê a matéria, que limita sua
visão à vida presente, isto parece com efeito, uma imperfeição na Obra Divina.;
daí a conclusão que tiram os incrédulos que, não sendo Deus perfeito, não há
Deus. É que julgam a perfeição de Deus de seu ponto de vista; seu julgamento é
a medida de sua sabedoria; e pensam que Deus não poderia fazer melhor o que
eles próprios fariam. Não lhes permitindo sua curta visão julgar o conjunto,
não compreendem que um bem real possa derivar de um mal aparente. Só o
conhecimento do princípio espiritual, considerado em sua verdadeira essência,
essa grande Lei de Unidade, que constitui a harmonia precisamente onde ele não
via senão uma anomalia e uma contradição. Dá-se com esta verdade o mesmo que
com uma porção de outras; o homem não é apto para sondar certas profundezas
senão quando seu Espírito chega a um suficiente grau de maturidade. A
verdadeira vida, tanto do animal, quanto do homem, não está mais no envoltório
corporal do que numa vestimenta; está no principio inteligente que preexiste e
sobrevive ao corpo. Este princípio
necessita do corpo para se desenvolver pelo trabalho que deve realizar
sobre a matéria bruta; o corpo se gasta nesse trabalho, mas o Espírito, não. Ao
contrário, dele sai cada vez mais forte, mais lúcido e mais capaz. Que importa
que o Espírito mude mais ou menos vezes de envoltório; nem por isso é menos
Espírito; é absolutamente como se o homem renovasse cem vezes a sua roupa em um
ano; nem por isso deixaria de ser o mesmo homem. Pelo espetáculo incessante da
destruição, Deus ensina aos homens o pouco caso que devem fazer do envoltório
material e neles suscita a ideia da Vida Espiritual, fazendo-os deseja-la como
uma compensação. Perguntarão se Deus não podia chegar ao mesmo resultado por
outros meios, e sem submeter os seres vivos a se entredestruirem? Bem esperto
aquele que pretendesse penetrar os desígnios de Deus! Se tudo é sabedoria em
sua obra, devemos supor que essa sabedoria também não esteja ausente de outras;
se não o compreendemos, devemos culpar o nosso pouco adiantamento. Contudo,
podemos tentar encontrar a razão disto, tomando por bússula este princípio:
Deus deve ser infinitamente justo e sábio. Busquemos, pois, em tudo, sua
justiça e sua sabedoria (...). A luta é necessária ao desenvolvimento do
Espírito; é na luta que exercita suas faculdades. Aquele que ataca para ter o
seu alimento e o que se defende para conservar a vida fazem assaltos de astúcia
e de inteligência e, por isso mesmo, aumentam suas forças intelectuais. Um dos
dois sucumbe. Mas o que foi que, na realidade, o mais forte ou mais apto tirou
do mais fraco? Sua vestimenta de carne e nada mais; o Espírito, que não morreu,
mais tarde retoma outro. Nos seres inferiores da Criação, naqueles em que o
senso moral não existe, nos quais a inteligência ainda está no estado de
instinto, a luta não poderia ter por móvel senão a satisfação de uma
necessidade material. Ora, uma das mais imperiosas necessidades materiais é a
da alimentação. Assim, lutam unicamente para viver, isto é, para apanhar ou
defender uma presa, desde que não poderiam ser estimulados por um motivo mais
elevado. É neste primeiro período que a alma se elabora e se ensaia para a vida.
Quando atingiu o grau de maturidade necessário à sua transformação, recebe de
Deus novas faculdades: o livre arbítrio e o senso moral, numa palavra a
centelha Divina, que dão um novo curso às suas ideias, a dotam de novas
percepções. Mas as novas faculdades morais de que é dotada só se desenvolvem
gradativamente, pois nada é brusco na natureza; há um período de transição, no
qual o homem apenas se distingue do bruto; nas primeiras idades domina o
instinto animal e a luta ainda tem por móvel a satisfação das necessidades
materiais; mais tarde, o instinto animal e o sentimento moral se
contrabalançam; então o homem luta, não mais para se alimentar, mas para
satisfazer sua ambição, seu orgulho, a necessidade de dominar. Para isto ainda
lhe é necessário destruir. Mas, à medida que o sendo moral ganha desenvolve-se
a sensibilidade, diminui a necessidade de destruição, acabando mesmo por se
tornar odiosa e apagar-se: o homem cria horror ao sangue. Contudo, a luta é
sempre necessária ao desenvolvimento do Espírito porque, mesmo chegado a este
ponto, que nos aprece culminante, está longe de ser perfeito; só ao preço de
sua atividade é que adquire conhecimentos, experiência, e se despoja dos
últimos vestígios da animalidade. Mas então a luta, de sangrenta e brutal, que
era, torna-se puramente intelectual: o homem luta contra as dificuldades e não
mais contra seus semelhantes”.
sábado, 2 de novembro de 2013
Psicometria de Ambiente
Nos estudos sobre FLUIDOS, preservados em obras
fundamentadas no Espiritismo, anotamos que “cada um de nós carrega
consigo uma atmosfera FLUÍDICA, como o caracol a sua concha, FLUIDO que deixa
vestígios à sua passagem”; que “a matéria inanimada, absorve
potencialmente FLUIDOS humanos, retendo toda espécie de vibrações e emanações
físicas, psíquicas e vitais que se convertem em agentes evocadores das
impressões psicométricas, ao que podemos acrescentar que
“da mesma forma que a influência deixada num objeto por pessoa viva tem a
virtude de por o sensitivo em relação com a subconsciência dessa pessoa, assim
também a mesma influência, deixada nos objetos por uma pessoa desencarnada tem
o poder de por o sensitivo em relação com esses registros ou com o Espírito que
as deixou gravadas”. Como contra fatos não há argumentos, na sequencia
apresentamos alguns exemplos de como isso funciona em relação aos ambientes,
conforme percepções de alguns médiuns: CASO 1 – Katerine Bates – Viajando constantemente
por força de compromissos profissionais, passou a sofrer influências da
atmosfera mental ou moral gravada no ambiente de quartos onde pernoitava, em
hotéis, o que a obrigou, muitas vezes, a trocar alguns, belos e confortáveis,
por outros pequenos e escuros. A princípio imaginava ter sido deixada pelos
últimos hóspedes, contudo uma vivência quando hospedada na casa de uma amiga,
ocupando um quarto espaçoso e belo, lhe mostrou estar enganada. Desde a
primeira noite, percebeu estar o cômodo saturado da influência de um homem,
dedução resultante da influência percebida de alta sensualidade, além de outros
traços característicos que revelavam ser não uma pessoa má, mas fraca. Como o
quarto era ocupado por dois filhos da anfitriã, um servindo o Exército, por ela
conhecido que não tinha nada em comum com as impressões captadas e outro, mas
velho, que jamais vira, encontrando-se na época na Índia, obteve da amiga uma
foto, sob pretexto qualquer, certificando-se não ser o responsável pelas
sensações. Ao comentar com a amiga seus registros, esta retirou-se, retornando
com um retrato de um cavalheiro estranho, ouvindo dela: -“Você acabou de
descrever exatamente este meu cunhado, que, de fato, muitas vezes, ocupou este
quarto, se bem que meus filhos o fizessem depois dele”. CASO
2
– George Gissing, escritor inglês – Estando de passagem pela cidade de
Crotona, Itália, experimentando um período de febre altíssima por conta de
doença manifestada, revelou no seu livro VIAGENS NA ITÁLIA, ter
registrado durante uma hora, acontecimentos ocorridos vinte e dois
séculos antes. Afirmando estar perfeitamente acordado e calmo,
sucederam-se ante seus olhos, com um colorido maravilhoso, cenas da existência
da vida social dos antepassados, ruas cheias de gente, cortejos triunfais,
procissões religiosas, salões festivos e campos de batalha, coisas que não
podia conhecer e jamais poderia imaginar ou criar. Entre as que mais lhe
gravaram na mente, uma histórica, envolvendo o conquistador Aníbal, que após a
segunda guerra púnica, se instalou com seu exercito no sul da Itália, fazendo
de Crotona seu quartel general, de onde embarcaria com seus comandados, mais
tarde, obedecendo ordens de Cartago. Ante a recusa de mercenários italianos a
seu serviço, em seguir com ele, temendo se alistassem nas fileiras inimigas, os
concentrou na praia, massacrando-os, carnificina que se desenrolou diante de
seus olhos nas suas mínimas particularidades. CASO 3 – Yvonne do
Amaral Pereira, médium brasileira – Hospedando-se em visita a uma amiga,
por seis dias em casarão de aparência senhorial, datada do Segundo
Império, localizada em chácara degradada em subúrbio do Rio de
Janeiro, teve alterada sua saúde pela dificuldade de conciliar o sono, a não
ser ligeiramente, durante o período em que ali estivera. É que em estado de
vigília, mesmo recolhida para dormir, percebia registros de fatos ali gravados
em passado recente. Via as senzalas, os milharais, o canavial, a movimentação
cotidiana, acompanhada do cântico, dolente
e magoado, dos escravos, que iam e vinham, em suas lides obrigatórias,
sobraçando pesados cestos, ou carregando à cabeça sacos ou feixes de lenha e
ferramentas, ou batendo enxadas. Viu, externamente, ao lado das janelas e
portas do aposento que ocupava, uma escrava mexendo o conteúdo de grande tacho
de cobre onde preparava “sabão de cinza”, comum na época; outra
surrando com uma palmatória, um moleque entre oito e dez anos, provavelmente
seu filho; um velho escravo atado ao pelourinho pelos pulsos, para o suplício
do chicote, chorando e gemendo angustiadamente, em meio aos repetidos estalidos
do instrumento de tortura acionado pelo capataz. Comentando com a amiga suas
visões, foi por ela informada ter sido a chácara em que se encontravam uma
fazenda de escravos, ao tempo do Império, existindo ainda nos fundos do
quintal, as ruinas de um pelourinho, identificado por ela ao ser-lhe mostrado,
como o mesmo percebido nas imagens de que se acha impregnado o ambiente da
propriedade. (Casos extraídos dos
livros ENIMAS DA PSICOMETRIA (feb), de Ernesto Bozzano e DEVASSANDO O
INVISÍVEL (feb), de Yvonne do Amaral Pereira)
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