Enquanto
em 1744, no Brasil, Goiás se separava politica e fisicamente da capitania de
São Paulo e, desta, Portugal separa a capitania de Mato Grosso; a Espanha
ameaçava entrar em guerra com a gente lusitana por causa da invasão de suas
terras, gerando o Tratado de Madri; na Suécia morria o inventor da Escala
Celsius e, na França nascia Jean Baptiste Lamarck; em Londres,
mais precisamente no mês de abril, um sueco para lá imigrado começou a ver em
estado de vigília uma realidade pertencente a um dos muitos
universos paralelos que circundam a nossa Dimensão. Seu nome: Emmanuel
Swedenborg. Parte de numerosa família de oito irmãos, formou-se no
equivalente ao que hoje seria um engenheiro de Minas, possuindo contudo uma
cultura universalista pela inteligência avançada que revelara desde a infância.
Grande autoridade em Física e Astronomia, era Zoologista e Anatomista,
financista e político, tendo-se antecipado às conclusões de Adam
Smith, sendo ainda autor de importantes trabalhos sobre as marés e a
determinação das latitudes. Documentos biográficos sobre ele, registram fatos
surpreendentes de vidência à distância, notadamente uma delas, ocorrida a
trezentas milhas de distância, na cidade de Estocolmo, na Suécia, onde ele descreveu com perfeita precisão, em meio a um jantar com dezesseis convidados, um incêndio de
grandes proporções que ocorria na capital sueca. Em sua HISTÓRIA DO ESPIRITISMO, Arthur
Conan Doyle, o reconhecido autor das histórias vividas por Sherlock
Holmes, anota que, quando da primeira visão das que aos 56 anos,
levaram Swedenborg a escrever CÉU
E INFERNO, NOVA JERUSALEM e ARCANIA
CELESTE, ele percebeu que “uma
espécie de vapor se exalava dos poros de seu corpo. Era um vapor aquoso muito
visível e caia no chão, sobre o tapete”. Doyle observa ser esta “uma
perfeita descrição daqueles ectoplasmas que consideramos a base dos efeitos
físicos”. Em sua obra Conan Doyle dentre os pontos
visualizados por Swedenborg, destaca os seguintes:1- O outro mundo, para onde vamos
após a morte, consiste de várias Esferas, representando outros tantos graus de
luminosidade e de felicidade, cada um de nós indo para aquela condizente com a
nossa condição espiritual. 2- Somos julgados automaticamente,
por uma lei espiritual de similitudes, sendo o resultado determinado pelo
resultado global de nossa vida, de modo que a absolvição ou o arrependimento no
leito de morte tem pouco proveito. 3- Nessas Esferas verificou que o
cenário e as condições de nosso mundo eram reproduzidas fielmente, do mesmo
modo que a estrutura da sociedade. 4- Viu casas onde viviam famílias,
templos onde se praticavam cultos, auditórios para reuniões sociais, etc.
5- Os recém-chegados eram recebidos por
habitantes de lá, passando por um período de absoluto repouso, reconquistando a
consciência no período de alguns dias, segundo nossa contagem de tempo.
6- A criatura não muda com a morte, levando consigo seus hábitos mentais,
preocupações, preconceitos. 7- Não há penas eternas, podendo os
que se acham nas regiões inferiores trabalhar para sua saída e os que estiverem
em condições melhores, trabalham por posição mais elevada. 8- Os
que saem de nosso mundo decrépitos, doentes ou deformados, recuperam a
mocidade, gradativamente, atingindo o completo vigor. Acrescenta Doyle que “na
enorme massa de informações abstraída das visões do gênio sueco, não havia
detalhes insignificantes para sua observação do Mundo Espiritual, falando ele
de arquitetura, artesanato, flores, frutos, bordados, arte, música, literatura,
ciência, escolas, museus, academias, bibliotecas, esportes”. Quanto às
reações provocadas por seus relatos, um trecho de seu diário bem as explica: -“Todas
as afirmações em matéria de teologia são, como sempre foram, arraigadas no
cérebro e dificilmente podem ser removidas; e enquanto aí estiverem, a verdade
genuína não encontrará lugar”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário