A adolescente Elizabeth Klübler-Ross, ciente das
atrocidades cometida pela Alemanha nazista e nos campos de concentração além das fronteiras da pacífica e neutra Suíça onde
nasceu, passava os fins de
semana, como voluntária num Hospital de Zurique, auxiliando milhares de
refugiados, entre os quais centenas de crianças. Restaurada a paz, a jovem
viajou de carona pela devastada Europa Ocidental, constatando o rastro de
destruição e cooperando no que podia com os conhecimentos médicos adquiridos.
Recordou em depoimento que conhecendo as instalações do campo de concentração
de Maidanek, na Polônia, “no meio da pobreza, do isolamento e dos
sofrimentos, que viveu mais do que todos os anos anteriores”, fundou com uma amiga judia sobrevivente, um acampamento para amparar outras vítimas.
Retornando ao seu país, ingressou na Escola de Medicina da Universidade de
Zurique, onde faria doutorado, complementado sua formação com uma residência em
Psiquiatria, nos Estados Unidos, ali casando com o Dr. Emmanuel
Robert Ross, um professor de Patologia e Neurologia. Paralelamente à
agitada vida de profissional, esposa e mãe, a Dra Elizabeth, pelas
experiências vivenciadas durante e após a Segunda Guerra, desenvolveu uma
empatia com o sofrimento de pacientes agonizantes,
incomum entre a maioria dos médicos, segundo ela, “treinados para prolongar a vida,
mas sem aprender como agir em situações em que a recuperação é impossível”.
De forma mais intensa a partir de meados da década de 60, passou a estudar
doentes em estado terminal objetivando desenvolver sua própria compreensão da
reação deles para poder ajudá-los na transição para a morte. Diante da
evidência do grande tabu mantido pela sociedade em relação ao estudo da dor e
da morte, inconscientemente evitado, inclusive na Universidade de Chicago, onde
era professora assistente da cadeira de Psiquiatria, procurou os próprios
pacientes e, depois de falar com milhares deles e suas famílias, começou a
partilhar as informações que reunira com médicos, enfermeira, assistentes
sociais entre outros. Das observações e conclusões resultaram dois livros: SOBRE A MORTE E O MORRER (1969) e PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A MORTE E O
MORRER (1974). Nos anos que se seguiram, a Dra Elizabeth intensificou
suas pesquisas, enriquecidas com inúmeros casos da pacientes que passaram pela Experiência
de Quase Morte (EQM), desenvolvendo a convicção não apenas de que a
vida continua após a morte como acerca das vidas pregressas, através da
reencarnação, a ponto de responder a uma senhora cuja filha havia morrido pouco
antes: (a sobrevivência) “não é uma questão de crença ou de opinião.
Sei disso sem qualquer dúvida”. Maiores dados compuseram a obra MORTE: O ÚLTIMO ESTÁGIO DE DESENVOLVIMENTO (1975).
Entre os pontos ressaltados pela Psiquiatra que confirmam as assertivas do
Espiritismo, destacam-se: 1- Toda pessoa sabe a hora de sua
própria morte. 2- Todos os que morrem são recebidos pro alguém que
lhes é caro e que os precedeu. 3- Há
sempre guias invisíveis, amorosos, perto de nós, e, assim, não temos nunca
porque sentir-nos sozinhos. 4- Na outra Dimensão, há diferentes
conceitos de tempo. 5- Na outra vida, ninguém nos julga, nós é que nos
julgamos a nós próprios. A Dra Kübler-Ross defendia a
tese de que aos estudantes de Medicina se deve ensinar a “ciência” da Medicina na
metade do tempo de aula ao passo que a outra metade deve ser consagrada ao
ensino da “arte” da Medicina, fazendo com que os médicos se familiarizem com a
situação dos doentes terminais, para não fugirem dela, para não a ignorarem e
para não a negarem”. De tudo que apurou, viu e viveu, a Psiquiatra sintetiza
seus aprendizados no seguinte pensamento: “a morte é o estágio final da evolução
nesta vida. Não há morte total. Só o corpo morre. O “EU” ou Espírito, ou seja
como for que deseje rotulá-lo, é imortal”
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