Desde
que o Cristianismo foi considerado não subversivo pelo poderoso e decadente
Império Romano, a mensagem e história de Jesus foram objeto de desvirtuamentos
que somente a imperfeição espiritual humana pode justificar. A chamada Reforma
não foi capaz de restabelecer a verdade e chegamos ao século 21 ainda presos a
ideias que não conseguem sensibilizar milhares de seguidores para o caminho da
espiritualidade, mantendo-os presos ao formal convencionalismo ou à letra, sem
penetrar no sentido profundo desta. Da primeira parte do Antigo
Testamento, Allan Kardec ressalta os chamados Dez Mandamentos,
considerando-o invariável, enquanto a outra parte é apropriada aos costumes e
ao caráter do povo que liderava, se modificando, portanto, com o tempo. Explica
que o Decálogo “é de todos os tempos e de todos
os países, e tem, por isso mesmo, um caráter divino. Todas as demais leis foram
estabelecidas por Moises, obrigado a manter pelo temor um povo naturalmente
turbulento e indisciplinado, no qual tinha de combater alguns abusos arraigados
e preconceitos adquiridos durante a servidão do Egito (estimada em mais de 300
anos). Para dar autoridade às suas leis, ele teve de lhes atribuir uma origem
divina, como o fizeram todos os legisladores dos povos primitivos. A autoridade
do homem devia apoiar-se sobre a autoridade de Deus. Mas só a ideia de um Deus
terrível podia impressionar homens ignorantes, em que só o senso moral e o
sentimento de uma estranha justiça estavam ainda pouco desenvolvidos. É
evidente que aquele que havia estabelecido em seus mandamentos “não
matarás” e “não farás mal a teu
próximo”, não poderia contradizer-se, ao fazer do extermínio um dever. As leis
mosaicas, propriamente ditas, tinham, portanto, um caráter essencialmente
transitório”. Os séculos se sucederam porém e, o poderoso marketing
religioso, sustentou a ideia de que o conteúdo da obra representava a palavra
de Deus, quando, na verdade, somente fale sobre ela. Inúmeros são os exemplos de
que fatos por ela relatados são apenas repetição de outros semelhantes,
presentes em culturas e Civilizações anteriores, algumas remotas. A história do
Dilúvio, por exemplo, escrita por Moises no século 5 A.C., fora
contada pelo Sumeriano Gilgamés no século 25 A.C, em doze
lâminas de barro, através de inscrições cuneiformes descobertas em biblioteca
existente nas ruinas do Palácio de Ninive,
na Babilônia. Nelas o Noé
hebreu chamava-se Atrachasis observando-se as mesmas expressões de arrependimento
de Deus
encontráveis de forma mais sintética na narrativa do GÊNESIS. Os escritos de Gilgamés, contudo, reproduzem
narrativa do MAHABARATA das
tradições bramânicas da Índia, que contam a história de Vaiswasvata – o Noé
hindu. Apoiado naquele senso que caracteriza todas suas análises, Kardec
considera que “o dilúvio bíblico, também designado o grande diluvio, é uma fato de
existência incontestável. Deve ter sido ocasionado pelo levantamento de uma
parte das montanhas desse continente, como o do México. O que vem em apoio dessa
opinião é a existência de um mar interior que se estendia outrora do Mar Negro
ao Oceano Boreal, atestado pelas observações geológicas. O mar de Azoff, o mar
Cáspio, cujas águas são salgadas, apesar de não comunicarem com outro mar, o
lago Aral e muitos lagos espalhados nas imensas planícies da Tartária, e as
estepes da Rússia, parecem ser o resto desse antigo mar. Para os homens de
então, que só conheciam uma extensão limitadíssima da superfície do Globo, e
não concebiam ideia alguma de sua configuração, desde o momento em que a inundação
invadisse as regiões conhecidas, isso lhes devia parecer toda a Terra. Juntando-se
a essa crença, a forma imaginada e hiperbólica peculiar ao estilo oriental,
ninguém deve surpreender-se pelo exagero das narrativas bíblicas”.
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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
sábado, 28 de dezembro de 2013
Serra Pelada - Surpreendente Visão
Tema central de um filme lançado neste 2013 que termina,
Serra Pelada constituiu-se no maior garimpo a céu aberto do século 20.
Descoberto em 1980, transformou-se em pouco tempo num imenso “formigueiro”
humano, que, a exemplo destes insetos movimentavam-se em filas,
entrelaçando-se, subindo e descendo em morros que desapareciam rapidamente,
numa rotina que dava a ideia de uma confusão sem nome. Tudo, porém, obedecia a
uma harmonia absoluta. Divididos em pequeninos lotes, de alguns metros
quadrados, o proprietário tinha o direito de explorar seu lote, na verdade, um
barranco, vendendo o que achava ao Governo. Conhecido como barranqueiro, o
proprietário contrata auxiliares que, em grupo, cavoucam os barrancos,
removendo dele o barro, cascalho, dali retirados pelos chamados “formigas”,
que carregam esses resíduos nas costas, em sacos, para o lavadouro, onde os bateadores
o lavam, e das bateias o ouro apurado vai para os cadinhos; daí, em barras,
para as mãos do barranqueiro, que o leva para o representante do Governo, sendo
tudo rigorosamente anotado, de modo a não haver prejuízo para ninguém. Impressionado
com essa dinâmica, um importante líder do Movimento Espírita em São Paulo, no
século 20, Eliseu Rigonatti,
vivenciou interessante experiência relatada em seu livro VIDAS DE OUTRORA (pensamento, 1986). Conta que o fato se deu logo após assistir a uma reportagem veiculada por
um canal de televisão, talvez sugestionado pelo seu impressionante conteúdo. Relata ele: -“Com o
cérebro povoado daquelas visões, adormeci. Pela madrugada, deixando meu corpo
repousando, desdobrei-me e dirigi-me à Serra Pelada. –Santo Deus!, exclamei.
Eles trabalham também de noite! De fato, a azáfama era a mesma: os formigas
carregavam lama, os batedores lavavam cascalho, os cavouqueiros cavavam, os
barranqueiros de olhos acesos tudo vigiavam. Apoiava-me a uma pedra no flanco
da montanha, pasmado de tudo aquilo, pois era noite, as estrelas brilhavam no
firmamento, a foice da lua subia no horizonte, quando percebi alguém acima de
mim. Voltei-me e deparei com um Espírito de feições veneráveis, cabelos curtos
encaracolados, barba alvíssima muito bem cuidada; trajava clâmide opalina,
presa ao ombro direito por uma fivela cintilante; calçava sandálias. Alçou a
mão e fez sinal para que me aproximasse. Acerquei-me dele com o respeito que se
deve a um Espírito superior e, não resistindo à doçura de seu olhar,
ajoelhei-me. Sorriu para mim com grande afabilidade, o que dissipou meu receio,
e ergue-me dando-me a mão. –Meu filho, porque estás tão admirado com o que vês?
Não leste que onde o homem tem o seu tesouro, aí terá preso o seu coração? –Mas,
senhor, de dia, alam e corpo, e de noite a alma neste duro labor? Como sofre
este povo? Não me respondeu; porém, puxou-me ternamente para sua frente,
friccionou-me de leve os olhos com os polegares e, voltando-me a cabeça para a
mina, perguntou-me: -O que vês agora? ´-Santíssimo Divino! – exclamei assombrado. Vejo que estão vestidos de
duques, barões, reis, sacerdotes, traficantes de escravos, usurários, ladrões,
avarentos, juízes e governantes corruptos, compradores de ouro, inquisidores,
cortesãos, piratas , e não sei mais o que. –São Espíritos que no passado elegeram o ouro como o seu deus; não
recuaram ante nenhum meio, por mais torpe que fosse, para consegui-lo. A outros
o Altíssimo concedeu fortunas, facilidades, mas como o caramujo na sua casca,
encerraram-se egoisticamente em sua riqueza, esquecidos de promoverem o
progresso e o bem estar social dos povos, cristalizaram suas mentes na posse do
ouro. Mas vamo-nos daqui; dentro de instantes raiará o dia, e retomarão seus
corpos para a faina diária. Acordei!. Os bem-te-vis cantavam no
arvoredo do jardim”.
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
O Caso Francisco
A morte pôs fim aos doze anos de vida fisica do menino Francisco,
nove dos quais marcados por sofrimento atroz. Primeiro dos dois filhos de uma
família boa e honesta, desde os três de idade, apesar dos cuidados afetuosos de
que era cercado e dos socorros da ciência, nada foi capaz de suavizar o
contínuo sofrimento, que o atingiu. Acometido de paralisia e de hidropsia;
seu corpo mantinha-se coberto de chagas, invadidas pela gangrena, fazendo que
suas carnes caíssem em tiras. Muitas vezes, no paroxismo da dor, ele exclamava:
-“Que
fiz eu, meu Deus, para merecer tanto sofrer? Desde que estou no mundo,
entretanto, não fiz mal a ninguém!”. Instintivamente, intuía que o
sofrimento devia ser uma expiação; mas, na ignorância da lei do encadeamento
das vidas sucessivas, não remontando seu pensamento além da vida presente, ele
não se dava conta da causa que poderia justificar nele tão cruel castigo. Uma
particularidade digna de nota foi o nascimento de uma irmã, justamente quando
ele tinha cerca de três anos. Foi nesta época que se manifestaram os primeiros
sintomas da terrível moléstia da qual deveria sucumbir. Desde aquele dia, ele
passou a nutrir pela recém-nascida repulsa tal, que não podia suportar sua
presença e à sua vista pareciam redobrar seus sofrimentos. Muitas vezes ele se
recriminava desse sentimento que nada justificava, porque a pequena não o
partilhava: ao contrário, ela era para ele suave e amável. Indagava, então, de
sua mãe: -“Porque a vista de minha irmãzinha me é tão penosa? Ela é boa para mim
apesar de não poder impedir-me de a detestar”. Apesar disso, não
suportava que lhe fizessem o menor mal, nem que a magoassem; longe de se
alegrar com suas penas, afligia-se quando a via chorar. Era evidente que dois
sentimentos nele se combatiam; compreendia a injustiça de sua antipatia, mas
seus esforços para superá-la eram impotentes. Esse o assunto incluído na REVISTA ESPÍRITA de maio
de 1867, por Allan Kardec, possibilitando várias reflexões sobre o
tema. A base, uma série de comunicações obtidas por uma amiga da família, pela
qual, por sinal, ele era muito afeiçoado. Entre as várias manifestações, duas
foram destacadas pelo teor, que fornecia elementos para entender-se não só o
motivo de suas vicissitudes, bem como o incompreensível conflito em relação à
irmã, detestando-a e, ao mesmo tempo, protegendo-a. Numa dessas mensagens
extravasou: -“Pequei, sim!. Sabeis o que é ter sido assassino, ter atentado contra
a vida de seu semelhante? Não o fiz pela maneira que os assassinos empregam,
matando rápido, com uma corda ou com uma faca ou qualquer outro instrumento.
Não, não foi dessa maneira. Matei, mas matei lentamente, fazendo sofrer um Ser
que eu detestava!. Sim, detestava esta criança que julgava não me pertencer!.
Pobre inocente!. Tinha merecido esta triste sorte? Não, meus pobres amigos, não
tinha merecido ou, pelo menos, não me cabia fazê-la sofrer esses tormentos.
Entretanto eu o fiz, e eis porque fui obrigado a sofrer como vistes”.
Noutra ocasião, perguntado sobre a antipatia pela irmãzinha, explicou que “não
o sabia no estado de vigília, sem o que seus tormentos teriam sido cem vezes
mais horríveis; tão horríveis quanto tinham sido na Vida Espiritual, em que a
via incessantemente. Mas credes que meu Espírito, nos momentos em que estava
desprendido, não o soubesse? Era a causa de minha repulsa.; e se me esforçava
por combate-la, é que instintivamente sentia que era injusta. Eu não era ainda
bastante forte para fazer bem àquela que eu não conseguia evitar de detestar,
mas não queria que lhe fizessem mal: era o começo de reparação”. Noutro
ponto, dirigiu-se aos pais: -“Meus bons pais, uma palavra de consolação.
Obrigado! Oh, Obrigado!, a vós que me ajudastes nesta expiação e que
carregastes uma parte. Suavizaste, tanto quanto de vós dependia, o que havia de
amargo em meu estado. Não vos magoeis: é coisa passada; estou feliz, eu vo-lo
disse, sobretudo comparando o estado passado com o presente. Amo-vos a todos;
agradeço-vos; beijo-vos; amai-me sempre. Encontrar-nos-emos e, todos juntos,
continuaremos esta vida eterna, procurando que a vida futura resgate
inteiramente a vida passada”. Francisco E.
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
Possibilidade a Se Considerar
Inexplicável sensação de mal estar ante o olhar de alguém... O choro
incontrolável do bebe após a visita de pessoa conhecida e próxima... O fruir
dificil daquela negociação depois que foi comentada com um amigo...
Situações com as quais muitos de nós já nos deparamos. Seriam essas situações
resultado da tendência a nos auto-sugestionarmos? Nas variadas abordagens sobre
o tema fluidos, Allan Kardec
oferece inúmeros elementos para nossas reflexões. Na obra A GÊNESE, por exemplo, explica que “sendo o períspirito de natureza
idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma
esponja se embebe de um líquido”, acrescentado que “o pensamento do encarnado atua
sobre os fluidos espirituais como o dos desencarnados, e se transmite de
Espírito a Espírito pelas mesmas vias, saneando ou viciando os fluidos ambientes,
conforme seja bom ou mau”. Ressalta que “os meios onde superabundam os
maus Espíritos, são impregnados de maus fluidos que o encarnado absorve pelos
poros perispiríticos, como absorve pelos poros do corpo doenças contagiosas
graves”. Num dos estudos preservados no pouco conhecido OBRAS PÓSTUMAS - publicado nove anos
após sua desencarnação - , Allan Kardec,
aprofunda alguns aspectos, dizendo que “cada indivíduo é o centro de uma onda
fluídica, cuja extensão se acha em relação com a força da vontade, constituindo-se
“numa atmosfera fluídica, como um caracol e a sua concha, deixando vestígios
fluídicos por onde se passa”. Pondera que “as diferentes atmosferas
individuais se entrecruzam e misturam sem jamais se confundirem, exatamente
como as ondas sonoras que se conservam distintas apesar da imensidade de sons
que simultaneamente abalam o ar”. Décadas depois, no Brasil, o médium Francisco Cândido Xavier, psicografava
as obras organizadas pelo Espírito André
Luiz, entre as quais MISSIONÁRIOS DA
LUZ (1945, feb), na qual, no capítulo 5, o Instrutor Alexandre frisa que “a prece, a meditação elevada, o pensamento
edificante, refundem a atmosfera, purificando-a”. Ressalta que “a
modificação, evidentemente, é inexprimível. Entre as vibrações harmoniosas da
paisagem interior, iluminada pela oração, e a via pública, repleta de emanações
inferiores, há diferenças singulares. O pensamento elevado santifica a
atmosfera em torno e possui propriedades elétricas que o homem comum está longe
de imaginar. A rua, no entanto, é aventalhado repositório de vibrações
antagônicas, em meio de sombrios materiais psíquicos e perigosas bactérias de
variada procedência, em vista de a maioria dos transeuntes lançar em circulação
incessantemente, não só as colônias imensas de micróbios diversos, mas também
os maus pensamentos de toda ordem”. No prefácio do livro NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE (1954,feb),
também do Espírito André Luiz, o
Orientador Emmanuel, escreveu
através de Chico Xavier que “cada criatura com os sentimentos que lhe
caracterizam a vida intima emite raios específicos e vive na onda espiritual
com que se identifica”. Prognostica que “semelhantes verdades não permanecerão
semiocultas em nossos santuários de fé. Irradiar-se-ão dos templos da Ciência
como equações matemáticas”. Destaca, porém, “a necessidade do Cristo no coração e na
consciência”, visto que “sem noção de responsabilidade, sem devoção
à prática do Bem, sem amor ao estudo e sem esforço perseverante em nosso
próprio burilamento moral, é impraticável a peregrinação libertadora para os
Cimos da Vida”. Lembra que “conforme os raios que arremessamos,
erguer-se-nos-á o domicílio espiritual na onda de pensamentos a que nossas
almas se afeiçoam”, o que, em boa síntese, equivale ainda a repetir com Jesus:-
A cada um segundo suas obras”. Nesses tempos de “cada um com seus problemas”,
lembramos da surpreendente orientação de Chico
Xavier a um casal que, entusiasmado comentava com o querido amigo o êxito
que estavam alcançando em seus negócios nos últimos tempos. Atento aos relatos,
interrompeu-os a certa altura, dizendo: -“Não contem nada para ninguém. Ninguém gosta
do sucesso dos outros. Não falem nada, incomoda a todos. A inveja e o ciúme são
dois corrosivos que atrapalham muito”.
sábado, 21 de dezembro de 2013
Nada Original
Estudos isentos dos limites impostos por preconceitos revelam
que as religiões sempre foram instrumentos de controle social. Divididas, de
forma mais explícita, nos aspectos esotéricos (acessível aos chamados Iniciados) e exotéricos (utilizados
para domínio das massas). Hoje, sabe-se que o conceito de um Deus
único, ou seja, do chamado Monoteísmo, entre outros, remonta à
mais remota Antiguidade. Não é uma ideia original contida na Lei Mosaica como
se acreditou – ou, nos fizeram acreditar -, por muito tempo. Pode-se dizer que,
em certo sentido, todas as religiões antigas eram monoteístas. Tribos africanas, tanto do litoral como das regiões
centrais, algumas de difícil contato entre si, adoram um Deus, Supremo, Criador,
Onisciente, Misericordioso e sumamente Bom. Os Vedas, os quatro
textos que representam a mais antiga literatura de qualquer língua
indo-europeia, escritos em sânscrito por volta de 1500 A.C., preserva a
seguinte citação: -“Deus é aquele que sempre foi; Ele criou tudo quanto existe; uma esfera
perfeita, sem começo nem fim e à sua fraca imagem. Deus anima e governa toda a
Criação pela Providência geral de seus princípios invariáveis e Eternos. Não
sonde a natureza da existência daquele que sempre foi; esta pesquisa é vã e criminosa.
Basta que, dia a dia, noite a noite, suas obras manifestem sua Sabedoria, seu
Poder e Sua Misericórdia”. Antigos livros chineses
assim se referem a Deus: -“Ele não teve começo e não terá fim. Ele
produziu todas as coisas desde o começo. Ele é quem governa como verdadeiro
Senhor; Ele é infinitamente bom e infinitamente justo; Ele ilumina, sustenta e
regula tudo com Suprema Autoridade e Soberana Justiça”. Os Celtas, através de seus sacerdotes chamados Druidas, diziam
que “Deus
é por demais incomensurável para ser representado por imagens fabricadas por
mãos humanas; não podendo ser cultuado entre as muralhas de um templo, mas,
sim, no santuário da Natureza, sob a ramagem
das árvores ou nas margens do vasto Oceano”. Entre os Egipcios, o LIVRO DOS MORTOS, diz: -“Eu
sou aquele que existia do nada; eu sou o que cria, eu sou aquele que se criara
por si próprio. Eu sou ontem e conheço amanhã, sempre e nunca”. Para os
Aztecas, o Ser Supremo era impessoal e
impersonificável, dele dependendo a existência humana, divindade de absoluta
perfeição e pureza. De rara beleza é um diálogo mantido nos livros de Hermes Trimesgistro, com Toth:
-“É
difícil ao pensamento conceber Deus e a língua exprimi-lo. Não se pode
descrever uma coisa imaterial por meios materiais; o que é Eterno não se alia,
senão dificilmente, ao que está sujeito ao tempo. Um passa, outro existe
sempre. Um é uma percepção do Espírito, e outro uma realidade. O que pode ser
concebido pelos olhos e pelos sentidos como os corpos visíveis, pode ser
traduzido pela linguagem; o que é incorpóreo, invisível, imaterial, sem forma,
não pode ser conhecido pelos nossos sentidos. Compreende, pois, Thoth, que Deus
é inefável”. Nas mesmas obras, encontra-se o seguinte: -“Desconhecendo
nossas ciências e nossa Civilização, os vindouros dirão que adoramos astros,
planetas e animais, quando, de fato, adoramos um só Criador e Onipotente”.
A crença monoteísta, ou seja, em um Deus Único, existe desde a Antiguidade
Pré-histórica, não sendo, portanto, o Judaísmo a primeira religião monoteísta
aparecida na Terra. Como desafiava o iluminista Voltaire, no seu DICIONÁRIO FILOSÓFICO, “os
antigos filósofos e legisladores aprenderam essa coisas dos judeus ou foi o
contrário que se deu”? Philon,
um dos historiadores do Primeiro Século, afirma que “os grandes povos não podiam
tirar seus conhecimentos de um povo obscuro e escravo que até o tempo de Josias
não tinham livros, que desde seu cativeiro em Babilônia, não conhecia outro
alfabeto que o Caldeu, que nem escolas publicas para a instrução da juventude
pois, em sua língua faltava até o termo para exprimir esta instituição”.
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
Os Dois Voltaire
Filósofo iluminista, escritor e ensaísta francês, Francois
Marie Arouet nasceu e viveu em Paris entre 1694 e 1778. Conhecido pela
sua perspicácia e espirituosidade na defesa das liberdades civis, religiosa e
livre comércio foi um dos autores do iluminismo cujas obras e ideias
influenciaram tanto na Revolução Francesa quanto na Americana. Autor de 70
obras em variadas formas literárias é reconhecido como um polemista satírico
tendo usado suas obras para criticar a Igreja Católica e as instituições
francesas de seu tempo. No número de abril de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec inclui
uma comunicação obtida pelo Grupo Faucherand na Sociedade Espírita de
Paris, através do médium Sr. E. Vézy, assinada justamente
pelo Espírito que tanto influenciou mentes e corações através de sua forma de
pensar. A mudança de Dimensão existencial, contudo, abriu suas ideias em
direções mais amplas como demonstrado em seu texto. Escreveu ele: -“Sou
eu mesmo, mas não aquele Espírito trocista e cáustico de outrora; o reizinho do
século 18, que dominava pelo pensamento e pelo gênio a tantos soberanos, hoje
não mais tem nos lábios aquele sorriso mordaz, que fazia tremer os inimigos e os
próprios amigos!. Meu cinismo desapareceu diante da revelação das grandes
coisas que eu queria tocar e que só as conheci no Além-túmulo. Pobres cérebros
demasiado estreitos para conterem tantas maravilhas!. Humanos, calai-vos,
humilhai-vos ante o poder supremo; admirai e contemplai – é o que podeis fazer.
Como quereis aprofundar Deus e o seu próprio trabalho? Apesar de todos os seus
recursos, a vossa razão não se quebra diante do átomo e do grão de areia, que
não pode definir? Eu empreguei a minha vida a procurar conhecer a Deus e seu
princípio; minha razão se enfraqueceu e eu cheguei não a negar Deus, mas a sua
glória, o seu poder e a sua grandeza. Eu o explicava desenvolvendo-se no tempo.
Uma intuição celeste me dizia que rejeitasse tal erro, mas eu não escutava e me
fiz apóstolo de uma doutrina mentirosa...Sabeis por que? Porque, no tumulto e
na confusão de meus pensamentos, num entrechoque incessante, eu só via uma
coisa: meu nome gravado no frontão de um templo de memória das Nações! Só via a
glória que me prometia essa juventude universal que me cercava e parecia
saborear com suave delícia o suco da doutrina que eu lhe ensinava. Entretanto,
empurrado não sei por que remorso de minha consciência, quis parar, mas era
tarde. Como toda utopia, todo sistema que abraçamos nos arrasta; a princípio
segue a torrente, depois nos arrasta e nos quebra, tão rápida e violenta é por
vezes a sua queda. Crêde-me, vós que aqui estais à procura da verdade,
encontra-la-eis quando tiverdes destacado de vosso coração o amor às
lantejoulas, que um tolo amor-próprio e um falso orgulho fazem brilhar aos
vossos olhos. Na nova via por onde marchais, não temais combater o erro e o
desafiar, quando se erguer à vossa frente. Não é uma monstruosidade
preconizarmos uma mentira, contra a qual ninguém ousa defender-se, pelo fato de
saber-se que fizemos discípulos que ultrapassaram as nossas crenças? Vêde, meus
amigos. O Voltaire de hoje não é mais aquele do século 18. Eu sou mais cristão,
porque venho fazer-nos esquecer a minha glória e vos lembrar o que fui na
juventude e o que amava em minha infância. Oh! Como eu gostava de me perder no
mundo dos pensamentos! Minha imaginação ardente e viva percorria os vales da
Ásia à busca daquele que chamais Redentor.. Eu gostava de percorrer os caminhos
que ele tinha percorrido. E como me parecia grande e sublime esse Cristo em
meio à multidão!.. Julgava ouvir a sua voz poderosa, instruindo os povos da
Galiléia, das bordas do Tiberíades e da Judéia!.. Mais tarde, nas minhas noites
de insônia, quantas vezes me ergui para abrir uma velha Bíblia e reler suas
páginas santas! Então minha fronte se inclinava diante da cruz, esse sinal
eterno da redenção, que une a Terra ao Céu, a criatura ao Criador!... Quantas
vezes admirei esse poder de Deus, por assim dizer se subdividindo, e cuja
centelha se encarna para fazer-se tão pequena, vindo render a alma no Calvário
em expiação!.. Vítima augusta cuja divindade eu negava, e que, entretanto, me
fez dizer: -Teu Deus que tu traíste, teu Deus que tu brasfemas, Para ti,
para o Universo, morreu nestes lugares!. Sofro, mas espio a resistência que
opus a Deus. Tinha a missão de instruir e esclarecer. A princípio o fiz, mas o
meu facho se extinguiu nas minhas mãos, na hora marcada para a luz!...Felizes
filhos do século 19 e do século 20, a vós é que é dado ver luzir o facho da
Verdade. Fazei que vossos olhos vejam bem a sua luz, porque para vós ela terá
radiações celestes e sua claridade será Divina!”.ASSISTA AO CICLO DE PALESTRAS REALIZADAS EM JULHO DE 2013 NO GRUPO DE ORAÇÕES AMOR E CARIDADE, EM SÃO PAULO: AS CARTAS DE CHICO XAVIER, FLUIDOS:ORIGENS E A APLICAÇÕES; DEZESSETE SUGESTÕES DE CHICO XAVIER PARA DESENVOLVERMOS A ESPIRITUALIDADE; EDUCAÇÃO-LIMITES E CONFRONTOS. BASTA CLICAR NO LINK CORRESPONDENTE ABAIXO
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
Histórias de Uma História Épica
O médium Chico Xavier
revelou em entrevista à REVISTA
INTERNACIONAL DO ESPIRITISMO, edição de julho de 1967, que uma das “maiores
alegrias de sua vida, se verificou no término da psicografia do livro PAULO E ESTEVÃO (feb,1941) quando
os Benfeitores desencarnados lhe permitiram contemplar quadros do Mundo
Espiritual que ficaram para ele inesquecíveis”. A propósito desta
magistral obra, encontramos noutro trabalho DEUS CONOSCO (fonteviva,2007), uma mensagem – obtida com a utilização da
prancheta -, recebida na casa do Dr Romulo Joviano na reunião de 16 de março de 1941, expondo um
detalhe extremamente curioso sobre a construção do livro. Segundo o Espírito Emmanuel,
“quando
os homens se reúnem e invocam os grandes pecados de calamidade, os crimes, os
rebaixamentos humanos oferecem a oportunidade para que despertem nos seus
caminhos os “dragões do mal” que jaziam adormecidos. Mas quando nos reunimos
para as rememorações de feitos gloriosos do Bem, os amigos de nossa redenção
surgem inesperadamente para afirmar que estão conosco. A biografia de Paulo tem
trazido muitas lembranças amáveis e preciosas de antigos companheiros de lutas.
Se fosse registrar todos os pedidos de amigos do grande Apóstolo, o livro
custaria a chegar ao término. São negociantes de Colossos, proprietários de
Laudiceia, antigos trabalhadores de Tessalonica, figuras de toda a Ásia,
antigos filhos do cativeiro e do patriciado de Roma, que me trazem subsídios
para iluminar o quadro em que viveu o inesquecível Apóstolo. Mas a relação se
torna impraticável, contudo, tudo o que eu puder trazer-vos de agradável não
deixarei de o fazer”. A recepção da narrativa consumiu oito meses,
exigindo a dedicação diária do médium, exceção dos domingos, assim que
terminava do expediente no escritório da Fazenda Modelo, onde era funcionário.
Descia, então, para o porão da casa do seu chefe, Dr Rômulo Joviano, pondo-se a
trabalhar na psicografia. Começava pelas 17:15 horas, por vezes, indo até a uma
da madrugada, dividindo-se o trabalho em três partes: psicografava, passava a
limpo, depois datilografando na máquina de escrever emprestada pelo senhor
Rômulo, já que não a possuía. Rememorando aqueles inesquecíveis
dias, Chico contou a Carlos Baccelli que “quando começou a psicografar o trabalho,
todas as noites aparecia um enorme sapo no porão. A princípio, não estimava sua
companhia, mas Emmanuel foi me explicando que ele era uma forma de transição
entre outras espécies animais, também evoluindo como nós para Deus, e acabei
por me habituar com a sua presença. Aquele sapo era estranho... Todas as
tardes, ele me esperava à porta do improvisado gabinete no porão da residência
do Sr. Rômulo. Entrava comigo e ficava quieto no canto. Quando eu saía, ele
saia junto e se embrenhava pelo mato...No outro dia, lá estava ele. À medida
que o PAULO E ESTEVÃO ia sendo
psicografado, meu chefe e sua esposa iam acompanhando o livro, como hoje se
acompanha os capítulos de uma novela. O PAULO E ESTEVÃO me emocionou muito. Chorei quase durante os oito meses que Emmanuel
levou para escrevê-lo por meu intermédio. Quando terminamos, vi que um
Espírito, que também sempre estava presente, começou a desmontar uma espécie de
painel, que, de certa forma, transformava aquele porão numa cabine que me
isolava de todo ambiente externo. E comecei a sentir saudades. Saudades dos
personagens do livros, saudades daqueles meses maravilhosos, saudades de quando
a narrativa de Emmanuel me transportava para aquela época. E pensei comigo
mesmo de que forma poderia manifestar a minha gratidão por ter concluído aquele
trabalho que me havia feito tão bem ao coração. Olhando o piso do porão,
percebi as pegadas luminescentes de Emmanuel e tive ímpetos de beijá-las.
Sentia minh’alma invadida por uma onda de amor e fé! Correndo os olhos por
aquele quarto subterrâneo, notei um monte de areia grossa e, ao meu lado, o
sapo que foi minha única companhia do mundo durante todo aquele tempo. Levantei-me
da cadeira e ajoelhei-me sobre a areia, rente ao sapo, que não se moveu, e comecei
a orar agradecendo a Deus. Agradeci por ter sido, na minha imperfeição, o
médium daquela obra que seria tão importante em nosso meio doutrinário.. E
agradeci ao sapo, que me fitava com os seus olhos imóveis, dizendo a ele:
-Irmão Sapo, a graça Divina há também de brilhar para você!... Por alguma razão
que não conheço, você esteve aqui comigo nesses oito meses; que Deus o abençoe
em seus caminhos!... Daquele dia em diante, o sapo desapareceu!”. (Este
relato foi preservado no livro CHICO
XAVIER,MEDIUNIDADE E LUZ, de Carlos A. Baccelli, publicado pelo IDEAL)
domingo, 15 de dezembro de 2013
Revelações Vão Se Confirmando
“A nova compreensão da mecânica do Universo mostra como o corpo físico
pode ser afetado pela mente não material. Pensamentos, que são a energia da
mente, influenciam diretamente a maneira como o cérebro físico controla a fisiologia
do corpo. A “energia” dos pensamentos pode ativar ou inibir as proteínas de
funcionamento das células”. A afirmação é do Dr Bruce H. Lipton, PH.D. em
Biologia Celular, com base em experimentos descritos em seu livro A BIOLOGIA DA CRENÇA ( Butterfly,
2007). Já n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Allan
Kardec obtivera importantes informações sobre a realidade objetiva do
pensamento, seja nas relações interdimensionais, seja nas interpessoais. Foi na
obra A GÊNESE, porém, que ele
aprofundou sua análise sobre as repercussões das emissões mentais sobre o corpo
físico e sua saúde, como se vê na explicação seguinte: -“O pensamento do Espírito
encarnado age sobre os fluidos espirituais como também o dos Espíritos
desencarnados; transmite-se de Espírito a Espírito, pela mesma via, e, conforme
seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos circundantes. Tais fluidos agem
sobre o períspirito, e este, por sua vez, reage sobre o organismo material com
o qual está em contato molecular. Se os seus eflúvios forem de boa natureza, o
corpo recebe uma impressão salutar; se forem maus, a impressão é penosa; se os
fluidos maus forem permanentes e enérgicos, poderão determinar desordens
físicas: certas moléstias não tem outra causa senão esta”. Através do
Espírito André Luiz por Chico Xavier, inúmeros registros foram
feitos nos livros por ele assinados sobre o tema. O Espírito Emmanuel, orientador das atividades do
médium escreveu no seu livro PENSAMENTO
E VIDA (feb,1958), que “a mente é mais poderosa para instalar
doenças e desarmonias do que todas as bactérias e vírus conhecidos”.
Uma mensagem, contudo, assinada pelo Espírito Joaquim Murtinho intitulada SAÚDE,
filtrada também por Chico Xavier,
chama a atenção. O Dr Murtinho,
muito conhecido pela sua atuação no campo da Homeopatia, desencarnou em 1911,
na cidade do Rio de Janeiro, então capital brasileira. Nascido no Mato Grosso, diplomou-se
em Medicina e Engenharia, foi professor da Escola Politécnica, tendo exercido
vários cargos políticos com muita competência. No início da década de 50,
escreveu o referido texto, inserido no livro FALANDO Á TERRA (feb,1951) do qual destacamos algumas afirmações pelo
fato de encontrar perfeita correspondência com as conclusões do cientista citado
no início. Diz ele, entre outras coisas: 1- “O pensamento, qualquer que seja a
sua natureza, é uma energia, tendo, conseguintemente seus efeitos”. 2- A
extrema vibratilidade da alma, produz estados de hipersensibilidade, os quais,
em muitas circunstâncias, se fazem seguir de verdadeiros desastres
organopsíquicos”. 3- Se o homem compreendesse que a saúde do
corpo é reflexo da harmonia espiritual, e se pudesse abranger a complexidade
dos fenômenos íntimos que o aguardam além da morte, certo se consagraria à vida
simples, com o trabalho ativo e a fraternidade legítima por normas de
verdadeira felicidade”. 4- A mente aflita despede raios de energia
desordenada que se precipitam sobre os órgãos, à guisa de dardos ferinos, de
consequências deploráveis para as funções orgânicas. O homem comumente apenas
registra efeitos, sem consignar as causas profundas”. 5- Transformando-se
em núcleo de correntes irregulares, a mente perturbada emite linhas de força,
que interferirão como tóxicos sobre o sistema endócrino, comprometendo-lhe a
normalidade das funções. Mas não são somente a hipófise, a tiroide ou as
cápsulas supra-renais as únicas vítimas da viciação. Múltiplas doenças surgem
para a infelicidade do Espírito desavisado que as invoca. Moléstias como o
aborto, a encefalite letárgica, a esplenite, a apoplexia cerebral, a loucura, a
nevralgia, a tuberculose, a coreia, a epilepsia, a paralisia, as afecções do
coração, as úlceras gástricas e as duodenais, a cirrose, a icterícia, a
histeria e todas as formas de câncer podem nascer dos desequilíbrios do
pensamento”. Observa ainda que “em muitos casos, são inúteis quaisquer
recursos medicamentosos, porquanto só a modificação do movimento vibratório da
mente, à base de ondas simpáticas, poderá oferecer ao doente as necessárias
condições de harmonia”.
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
Formando Uma Base de Dados
O laboratório de pesquisas em que se transformou a Sociedade Espírita de Paris, no sentido
de obter uma amostragem significativa de informações sobre as realidades
encontradas por aqueles que retornam ao Mundo Espiritual após o transe da
chamada morte, não se prendia às evocações de personalidades destacadas da
comunidade intelectual da França ou outros países. Servindo-se de diferentes
médiuns – o equivalente ao microscópio para a realidade dos invisíveis do plano
material, segundo Allan Kardec -, o dirigente das reuniões atendia também a
pedidos a ele enviados por pessoas das mais diferentes regiões ou condições
sociais. A propósito, na edição de junho de 1861 da REVISTA ESPÍRITA ele comenta que “é um
erro supor que não haja nada a ganhar nas palestras com os Espíritos de homens
comuns e que homens ilustres sejam os únicos dos quais podem sair ensinos
proveitosos. Entre eles certamente há os muito insignificantes, mas, por vezes,
também, daqueles dos quais menos se espera, saem revelações de grande
importância para o observador sério. Há, aliás, um ponto que nos interessa muitíssimo, porque nos
toca mais de perto: a passagem, a transição da vida atual à vida futura,
passagem tão temida, que só o Espiritismo nos faz encarar sem pavor, e
que não podemos conhecer senão estudando as suas atualidades, isto é, nos que
acabam de a transpor, quer sejam ilustres, que não”. Após tal
observação, Kardec reproduz o
resultado de uma dessas evocações, ocorrida na reunião de 16 de maio de 1861,
do Marques
de Saint-Paul, que fora membro da Sociedade,
morto em 1860. Atendia solicitação de sua irmã que, embora médium, não se
sentia suficientemente treinada e segura para fazê-lo.Informando que “tentaria responder do melhor modo possível”,
o Espírito satisfazendo a curiosidade da irmã, explica ainda “sentir-se
sob os efeitos da recente condição de errante, estado transitório que nunca
traz felicidade nem o castigo absolutos”. Indagado se demorara para
reconhecer-se na condição de desencarnado, disse “ter estado muito tempo em
perturbação, da qual só saiu para agradecer a piedade dos que não o esqueciam e
oravam por ele”, acrescentando “não ter condição de avaliar a duração dessa
perturbação”. Revelou que os parentes que logo reconheceu foram “sua
mãe e seu pai, que o receberam ao despertar, iniciando-o na nova vida”.
Sobre o fato de, no fim da doença de que se via envolvido, parecer conversar
com entes amados, explicou que isso se dera “porque, antes de morrer, teve a
revelação do mundo que ia habitar, tornara-se vidente antes de morrer e seus
olhos se velaram na passagem, na separação definitiva do corpo, porque os laços
carnais ainda eram muito fortes”. A propósito, Kardec observa que “o
fenômeno do antecipado desprendimento da alma é muito frequente; antes de
morrer muitas pessoas entrevem o mundo dos Espíritos; é, sem dúvida, a fim de
suavizar pela esperança o pesar de deixar a vida. Mas o Espírito acrescenta que
seus olhos se velaram na passagem da separação. É um efeito que ocorre sempre. Nesse momento o Espírito
perde a consciência de si mesmo, jamais testemunha o último suspiro do corpo e
a separação se opera sem que a suspeite. As próprias convulsões da
agonia são um efeito puramente físico, cuja sensação o Espírito quase nunca
experimenta. Dizemos “quase”, porque pode acontecer que essas últimas dores lhe
sejam infligidas como punição”. Confirma na sequência se lembrar de ter
“revisto
os anos jovens e puros da existência” que se encerrava –, detalhe observado
por Kardec como, provavelmente, por um motivo providencial” -.Questionado sobre
o porque nas referências a seu corpo, falava sempre na terceira pessoa,
esclareceu que “o fato de ser vidente, como dissera, sentia nitidamente as
diferenças existentes entre o físico e o espiritual. Essas diferenças, ligadas
entre si pelo fluido da vida, tornam-se bem distintas aos olhos dos agonizantes
videntes”. Kardec chama a atenção para essa particularidade apresentada
pela morte desse senhor:-“ Nos seus últimos momentos dizia sempre:
-“Ele tem sede”; “é preciso dar-lhe de beber”; “ele tem frio”; “é preciso
aquecê-lo”; “ele sofre em tal parte”,etc. E quando lhe diziam: -“Mas sois vós
que tendes sede, ele respondia: -“Não, é ele”. Aqui se desenham perfeitamente
as duas existências; o EU pensante está no Espírito e não no corpo; já em parte
despendido, o Espírito considerava seu corpo como uma outra individualidade,
que, a bem dizer, não era ele. Era, pois, ao seu corpo que deviam dar de beber,
e não a ele Espírito”. Finalizando, novamente perguntado sobre a ideia
que passava de não estar feliz, ele elucida: -“Eu estou num estado
transitório; as virtudes humanas aqui adquirem seu verdadeiro preço. Sem dúvida
meu estado é mil vezes preferível ao da encarnação terrena”...
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
A Mediunidade Auxiliando Na Reconstituição da História
Cumprindo programa planejado no Mundo Espiritual, o Espírito
Telika
Ventiu que foi uma das esposas do Faraó Amenhotep III,
identificada a princípio como Lady Nona começou a manifestar-se em
outubro de 1928, através da médium Rosemary (Ivy Beaumont), como
combinado antes desta reencarnar na existência no século 20. Ela, por sinal,
tinha sido sua filha adotiva Vola, naquela encarnação longínqua,
13 séculos Antes de Cristo. Ao longo dos anos que se seguiram, o farto material
psicografado resultou na produção de três livros APÓS TRINTA SÉCULOS, O
ANTIGO EGITO FALA e ESSE MILAGRE
EGÍPCIO, organizados pelo inglês Frederic H. Wood, testemunha do
instigante fenômeno. As comunicações foram escritas em inglês, contudo várias
outras em egípcio faraônico a partir de 1931 traduzidas pelo egiptólogo Howard
Hulme. O extraordinário conteúdo permite-nos “conhecer esse país em sua remotíssima antiguidade, cheio de mistérios, na época da construção de
suas inimitáveis e gigantescas construções, da grandeza da qual sobraram apenas
ruínas de cidades, palácios e templos, catacumbas enterradas, canais
obstruídos, colunas e obeliscos hoje espalhados pelo mundo”, como
escreveu Francisco Valdomiro Lorenz na obra A VOZ DO ANTIGO EGITO (Feb).
Da organização por ele feita, destacamos alguns aspectos: 1- DIVISÃO SOCIAL E COSTUMES – Socialmente
se dividiam em 4 classes ou castas: a classe sacerdotal, a militar, a comercial
e a produtora (agricultores, pastores, etc), havendo também escravos, que
estavam foras das castas. As terras pertenciam um terço à coroa, um terço ao
sacerdócio e um terço aos guerreiros, para, ou por meio de seu cultivo ou
arrendamento, tirarem delas a sua subsistência. As outras castas não podiam ser
proprietárias de terrenos, tendo apenas o direito d serem arrendatários. O trabalho era dever geral de todos os
egípcios, podendo ser condenado à morte quem se recusasse a trabalhar. O
sacerdócio fiscalizava os serviços públicos sendo que os sacerdotes além dos
deveres especiais do seu cargo, também trabalhavam, cultivando cada um, em
certo tempo, a terra para o bem publico. A justiça era administrada pelos
sacerdotes; as acusações e defesas se faziam por escrito, sendo o homicídio,
mesmo de um escravo, era punido com a morte. Os divertimentos do povo eram as
corridas de touros, a caça das hienas e os gracejos dos bobos e anões. Os ricos
se divertiam com danças, musica e saltimbancos, servindo-se nessas reuniões
vinhos ou cervejas, refrescos, carne de vaca, aves, peixes, caça, frutos e
legumes, que os convivas partiam com os dedos. ADMINISTRAÇÃO PUBLICA, POLITICA, GUERRAS - A administração publica estava a cargo dos
representantes do rei, espalhados por todo país, os quais arrecadavam
rigorosamente os impostos. A partir da quinta Dinastia, começou a haver uma
emancipação do faraó da tutela sacerdotal tornando o então mandatário Userkaf um verdadeiro autocrata.
Aumentou consideravelmente os impostos, gerando o descontentamento do povo. A
partir da sétima Dinastia, começa a sucessiva decadência política com o aumento
das agitações internas. RELIGIÃO –
No sistema religioso dos antigos egípcios, distinguia-se a religião do povo e
dos sacerdotes. Estes, adoravam um só Deus, tendo ideias espiritualistas,
verdade só revelada aos Iniciados, aptos a compreendê-la. Ao povo, considerado
incapaz de compreender concepções abstratas, era dada uma imagem simbólica,
tendo sido escolhido para tal fim, o Sol, explicado como a figura de
manifestação divina, o corpo de Deus. CIÊNCIAS
E ARTES – Floresciam extraodinariamente, existindo, por exemplo, 42 templos
consagrados a Serápis, o deus da
Medicina, onde os doentes recebidos tinham de prestar obediência às
prescrições. Exercida exclusivamente pelos sacerdotes ou iniciados, estava a
Medicina em estrita conexão com a astronomia e a astrologia. O canto e a música
ocupavam posto de destaque, sendo a arte da música atribuída ao deus lunar Toth, considerado também o deus da
sabedoria e protetor dos escritores, tendo a harpa, em diversas formas, como o
instrumento musical predileto. A flauta, a lira, o alaúde e a trombeta,
ocuparam também, ao longo da história daquele povo, lugar destacado na sua
preferência. LINGUA E ESCRITA –
Apresenta analogia com as línguas semíticas (como a hebraica e a árabe) e as
khamíticas (como os idiomas berberes e cuchitas), tendo seus documentos
literários mais antigos, surgido três mil anos antes do nascimento do Cristo. A
escrita mais antiga foi a hieroglífica constando de numerosas figuras
representando o homem, suas ações, partes do corpo, várias espécies de
vestuários, armas, edifícios, etc; figuras cravadas e esculpidas nas paredes
dos templos e palácios, pirâmides, obeliscos, caixas e invólucros de múmias,
sendo ainda traçadas sobre folhas de papiro, planta do gênero das ciperáceas,
abundante no rio Nilo.
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Reencarnação e Gravidez: Além Do Que Se Vê
O período conhecido como gestação representa uma etapa que
nos faz entender como é meritória a decisão da mulher que se propõem a
vivenciar a maternidade. Aspectos psicológicos, físicos, emocionais impõem significativas
mudanças na vida daquela que cumpre esse papel. Além dos listados, um outro item –
talvez, o mais importante – precisa ser considerado: o espiritual. No
livro ENTRE A TERRA E O CÉU,
(feb,1954) do Espírito André Luiz através
do médium Chico Xavier, encontramos um
caso que bem exemplifica tal argumento. Envolve personagem importante na
narrativa cuja gravidez é assistida pelo Ministro Clarêncio e acompanhada, entre outros, pelo Benfeitor Espiritual autor da obra.
Trata-se de Zulmira para cujo
socorro é acionado Clarêncio ante um
quadro grave de inflamação das amidalas que lhe impunham dores lancinantes. A
manifestação do problema tinha origem na progressiva ligação com o Espirito Júlio
que se preparava para reencarnar através dela. Fornecendo explicações sobre a
causa da enfermidade, Clarêncio diz: -“ A questão é sutíl. A mulher grávida, além
da prestação de serviço orgânico à entidade que se reencarna, é igualmente
constrangida a suportar-lhe o contato espiritual, que sempre constitui um
sacrifício quando se trata de alguém com escuros débitos de consciência. A
organização feminina, durante a gestação, sofre verdadeira enxertia mental. Os
pensamentos do Ser que se acolhe ao santuário íntimo, envolvem-na totalmente,
determinando significativas alterações em seu cosmo biológico. Se o filho é
senhor de larga evolução e dono de elogiáveis qualidades morais, consegue
auxiliar o campo materno, prodigalizando-lhe sublimadas emoções e convertendo a
maternidade, habitualmente dolorosa, em estação de esperanças e alegrias
intraduzíveis, mas no processo de Júlio observamos duas almas que se ajustam na
mesmas dívidas e na mesma posição evolutiva. Influenciam-se mutuamente”.
Acrescenta que “se Zulmira atua, de maneira decisiva, na formação do novo veículo do
menino, o menino atua vigorosamente nela, estabelecendo fenômenos perturbadores
em sua constituição de mulher. A permuta de impressões entre ambos é inevitável
e os padecimentos que Júlio trazia na garganta foram impressos na mente
maternal, que os reproduz no corpo em que se manifesta. A corrente de troca
entre mãe e filho não se circunscreve à alimentação de natureza material;
estende-se ao intercâmbio constante das sensações diversas. Os pensamentos de
Zulmira guardam imensa forças sobre Júlio, tanto quanto os de Júlio revelam
expressivo poder sobre a nova mãezinha. As mentes de um e de outro como que se
justapõem, mantendo-se em permanente comunhão, até que a Natureza complete o
serviço que lhe cabe no tempo. De semelhante associação, procedem os chamados “sinais
de nascença”. Certos estados íntimos da mulher alcançam, de algum modo, o
princípio fetal, marcando-o para a existência inteira. É que o trabalho da
maternidade assemelha-se a delicado processo de modelagem, requisitando, por
isso, muita cautela e harmonia para que a tarefa seja perfeita”. Diz também
que “é
comum a verificação de exagerada sensibilidade na mulher que engravida. A
transformação do sistema nervoso, nessas circunstâncias, é indiscutível. Muitas
vezes, a gestante revela decréscimo de vivacidade mental e, não raro, enuncia
propósitos da mais rematada extravagância. Há mulheres que adquirem antipatias
súbitas, outras se recolhem a fantasias tão inesperadas quanto injustificáveis’.
Pondera ainda que “a gestante é uma criatura hipnotizada a longo prazo. Tem o campo
psíquico invadido pelas impressões e vibrações do Espírito que lhe ocupa as possibilidades
para o serviço de reincorporação no mundo. Quando o futuro filho não se
encontra suficientemente equilibrado diante da Lei, e isso acontece quase
sempre, a mente maternal é suscetível de registrar os mais estranhos
desequilíbrios, porque, à maneira de um médium, estará transmitindo opiniões e
sensações da entidade que a empolga(...). O organismo materno, absorvendo
as emanações da entidade reencarnante, funciona como um exaustor de fluidos em
desintegração, fluidos esses que nem sempre são aprazíveis ou facilmente
suportáveis pela sensibilidade feminina. Daí a razão dos engulhos
frequentes, de tratamento até agora muito difícil”.
sábado, 7 de dezembro de 2013
Lumen
Camille Flammarion
tinha 18 anos quando conheceu Allan
Kardec, em 1860. Menino precoce, começou aos 16 de idade a trabalhar no
Observatório de Paris e aos 20 teve publicado A PLURALIDADE DOS MUNDOS HABITADOS, o primeiro de mais de três
dezenas de livros de sua autoria entre os abordando Astronomia e os sobre Espiritismo.
Participante das reuniões da Sociedade Espírita de Paris, entre
os anos de 1862 e 1863, psicografou nelas uma
série de mensagens intituladas ESTUDOS URANOGRÁFICOS, assinados
pelo Espírito Galileu, incluídos pelo Codificador na obra A GÊNESE sob o título URANOGRAFIA
GERAL. Há quem diga que ele
seria a reencarnação de Galileu e se
ocultado no pseudônimo Lucius, com
que prefacia através de Chico Xavier,
a obra IMAGENS DO ALÉM (ide), de Heigorina Cunha. Na REVISTA ESPÍRITA de março
de 1867, a seção NOTÍCIAS
BIBLIOGRÁFICAS comenta um artigo de Camille,
publicado na REVISTA DO SÉCULO 19,
edição de fevereiro, que, segundo a apreciação, “poderia se constituir um livro
interessante, e sobretudo, instrutivo, porque seus dados são fornecidos pela
ciência positiva e tratados com a clareza e elegância que o jovem sábio põe em
todos os seus escritos”. No trabalho, o autor supõe uma dialogo entre
um indivíduo encarnado, chamado Sitiens, e o Espírito de um de seus
amigos, chamado Lumen, que lhe descreveu seus últimos pensamentos terrenos, as
primeiras sensações da Vida Espiritual e as que acompanham o fenômeno da
separação. Esse quadro avalia Kardec, está perfeitamente de acordo
com o que os Espíritos ensinam a respeito; é o mais exato Espiritismo, menos a
palavra, que não é pronunciada. Alguns trechos destacados demonstram isso: 1- A primeira sensação de identidade que se
experimenta depois da morte, assemelha-se à que se sente ao despertar durante a
vida, quando, voltando pouco a pouco à consciência da manhã, ainda se é
atravessado por visões da noite”. Observa Kardec que “nesta
situação do Espírito, nada há de admirável que alguns não se julguem mortos”.
2- Não
há morte. O fato que designais sob tal nome, a separação entre corpo e alma, a
bem dizer, não se efetua sob uma forma material comparável às separações
químicas dos elementos dissociados, observadas no mundo físico. Quase não se
percebe esta separação definitiva, que nos aparece tão cruel, quando o recém-nascido
não percebe o seu nascimento.; nascemos para a vida futura como nascemos para a
vida terrena. Apenas a alma, não mais adquire prontamente a noção de seu estado
e de sua personalidade. Contudo, essa faculdade de percepção varia
essencialmente de alma para alma. Umas há que, durante a vida do corpo, jamais
se elevaram para o céu e jamais se sentiram ansiosas por penetrar as Leis da
Criação. Estas, ainda dominadas pelos apetites corporais, ficam muito tempo num
estado de perturbação inconsciente”. Flammarion relata que “logo
depois da libertação o Espírito Lumen transportou-se com a velocidade do pensamento
para o grupo de Mundos componentes do sistema da estrela designada em
Astronomia sob o nome de Capella ou Cabra”. Dando-nos uma ideia da
ampliação de suas percepções após ter abandonado o corpo físico, Lumen
diz que “a visão de minha alma tinha um poder incomparavelmente superior ao dos
olhos do organismo terrestre, que acabava de deixar; e, observação
surpreendente, seu poder me parecia submetido à vontade”. Mais à frente,
revela que “no mundo à margem do qual eu acabava de chegar, os seres, não
encarnados num invólucro grosseiro como aqui - refere-se à Terra -, mas livres e dotados de faculdades de
percepção elevadas a eminente grau de poder, podem perceber distintamente
detalhes que, a essa distância, seriam absolutamente subtraídos aos olhos das
organizações terrestres”. Explicando melhor acrescenta que tal
capacidade “não é exterior a esses seres, pertencem ao próprio organismo de sua
vista. Tal construção ótica e poder de visão são naturais nesses mundos e não
sobrenaturais. Pensai um pouco nos insetos que gozam da propriedade de contrair
ou alongar os olhos, como tubos de uma luneta, encher ou achatar o cristalino
para dele fazer uma lente em diferentes graus, ou ainda concentrar no mesmo
foco uma porção de olhos assestados como outros tantos microscópios, para
captar o infinitamente pequeno, e podeis mais legitimamente admitir a faculdade
desses seres extraterrenos”. Enaltecendo o valor do artigo, Kardec
considera que “é a primeira vez que o Espiritismo verdadeiro e sério é associado à
ciência positiva, e isto por um homem capaz de apreciar uma e outra, e de
captar o traço de união que um dia os deverá ligar”.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
As Sutilezas da Lei
Em curiosa apreciação sobre se os Espíritos reencarnam onde
querem, Allan Kardec afirma que “frequentemente, renascem na mesma família, ou pelo
menos os membros de uma mesma família renascem juntos para nela constituírem
uma nova, numa outra posição social, a fim de estreitarem laços de afeição, ou
repararem erros recíprocos. Pelas considerações de uma ordem mais geral,
frequentemente, se renasce no mesmo meio, na mesma nação, na mesma raça, seja
por simpatia, seja para continuar, com os elementos já elaborados, os estudos
feitos, se aperfeiçoar, prosseguir trabalhos começados, que a brevidade da
vida, ou as circunstancias, não permitiram terminar. Essa reencarnação no mesmo
meio é a causa do caráter distintivo entre povos e raças; tudo melhorando,(...)
até que o progresso os haja transformado completamente”. Exemplo envolvendo
importante personagem do meio espírita, contudo, demonstra que a Lei que nos
encaminha o progresso espiritual promove circunstâncias que vão além do que
imaginamos. Foi preservado pelo advogado César Burnier, que, em
1938, dois dias após a súbita morte de um filho de 6 anos incompletos, teve seu
primeiro contato com o então jovem médium Chico Xavier, em Pedro
Leopoldo (MG). Desesperado ante o imprevisto e trágico fato, conforme relatado
no livro de Jorge Damas, UM AMOR, MUITAS VIDAS
(lachatre), Burnier, à época radicado em Belo Horizonte (MG), foi
levado juntamente com a esposa ao encontro do médium na vizinha cidade.
Nasceria – ou se reataria – uma amizade de outras eras, que resultaram no
desabrochar posterior da surpreendente mediunidade de Burnier,
segundo se revelaria mais tarde, personagem importante da Revolução Francesa,
na verdade Georges Danton, um dos mentores da reviravolta
política da nação francesa, posteriormente, guilhotinado em 5 da abril de 1794.
Pesquisador sério e profundo conhecedor da página que mudou a
História recente da Humanidade, Burnier conta em carta escrita em 30 de março de 1973, a Hermínio
Correia de Miranda, reproduzida no raríssimo livro EU SOU CAMILLE
DEMOULLINS (lachâtre) que “ao tempo da Grande Revolução, Chico
Xavier era uma moçoila um tanto caipira da cidade de Arras. Chamava-se Jeanne
D'Arencourt, protegida de Andréa de Tavernay, Condessa de Charny, que a
introduziu na corte de Maria Antonieta. Sua permanência nela, porém, foi muito
curta, visto que Jeanne, sem jeito e extremamente acanhada, quebrou
logo o protocolo real pisando nos pés da rainha, alias, sua sorte e felicidade,
pois, este afastamento da alta nobreza, evitou-lhe a morte na guilhotina, mas
não que a lâmina cortasse a
cabeça de seu pai, pequeno nobre da terra de Robespierre. Amiga de
Danton, Jeanne pediu ajuda para o ardoroso tribuno, conhecido como “Incorruptível”.
Levando-a à presença do poderoso líder, aconselhou-a sobre como proceder diante
de Robespierre, que na culminância de seu orgulho e arrogância, sugeriu procurasse o Comitê
de Salvação Pública, o que mostrou-se vão, pois, no dia seguinte o pai de
Jeanne perdeu sua cabeça. As anos rolaram e Robespierre reencarnou no Brasil na figura de uma médica – a mudança
de sexo objetivava dar-lhe novas perspectivas da vida, especialmente no
campo do sentimento - de Minas Gerais, casando-se com um médico, tendo várias
filhas, vivendo pobremente. Sombras do passado, todavia os perseguia e,
materialistas, inclinados a princípios negativistas, combinaram o suicídio de ambos, através
de um pacto sinistro que previa a morte das filhas pela ingestão de cianureto
de potássio nas suas veias. A Providência Divina, conseguiu reverter parte do
plano e, uma série de coincidências aproximou a médica de Chico Xavier, em
Pedro Leopoldo, embora só na quinta tentativa tenha conseguido conversar com
ele. E isso, por interferência do pai de Chico, o senhor João
Cândido". E, nesse ponto, a
correspondência com o argumento levantado por Kardec no início desses
comentários: João Cândido, pai de Chico na
encarnação atual, foi o pai guilhotinado de Jeanne D’Arencourt. A
médica por quem ele interviu agora, o mesmo Robespierre que, prepotente e insensível, omitiu-se ante a perspectiva da execução sumária a que o
genitor de outrora estava fadado.
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
A Verdade Está em Toda Parte
Em explicação inserida no início do livro organizado com as
comunicações obtidas por ele através do processo de escrita automática,
George Vale Owen, reverendo da Igreja de Orford, na Inglaterra, explica que foi
necessário um quarto de século para que ele se convencesse sobre a comunicação
dos Espíritos: dez que era um fato, e quinze de que esse fato era verdadeiro e
bom. Primeiramente, foi em sua esposa que se desenvolveu tal poder; depois, por
seu intermédio, recebeu a comunicação de que ele devia sentar-se, calmamente,
com o lápis na mão e receber todos os pensamentos que viessem ao seu espírito,
projetados por uma personalidade externa, e não originados do exercício de sua
própria mentalidade. Relutante por longo tempo, ficou convencido, por fim, de
que amigos, que estavam próximos, desejavam ardentemente falar-lhe. No
princípio, assuntos vagos, depois sentenças encadeadas e, com o
desenvolvimento, mensagens perfeitamente claras. Segundo seus cálculos,
mantendo uma velocidade média de 24 palavras por minuto.
Assim se iniciaram em 23 de setembro de 1913, as experiências que repercutiram a
tal ponto que um magnata da comunicação – Lord Northcliffe -, se propôs a
publicar o resultado destes trabalhos num de seus jornais, material transformado,
mais tarde, no livro A VIDA ALÉM DO VÉU
(feb). As comunicações foram recebidas na sacristia da Igreja, sendo a maior
parte, assinadas pela mãe de Owen, morta em junho de 1909, aos 63 anos, nunca
vida tendo demonstrado interesse algum pelas manifestações espíritas. Nas
revelações por ela feitas, foi sucedida por outras entidades: Astriel, um diretor de escola em
Warwick, por meados do século 18; posteriormente, Zabdiel, que falou sobre as Altas
Regiões do Céu. Qual, todavia, o
conteúdo desses relatos? Vejamos alguns tópicos: 1-
-“Quanto à nossa casa: é muito luminosa e bela, e os nossos amigos das Esferas
Superiores vem, continuamente, a nós, a fim de animar-nos em nossa jornada
ascendente. 2- É a Terra aperfeiçoada. É o a que chamamos a
quarta Dimensão, até certo ponto, mas não podemos descrevê-la claramente. Nós
temos montes, rios, belas florestas e muitas casas; tudo foi preparado pelos
que nos precederam. 3- Há algum tempo
fomos enviados a uma região onde as águas tinham sido reunidas em um grande
lago ou bacia, e, em redor do lago, a alguma distância uns dos outros, haviam
sido construídos edifícios na forma de grandes colégios, com torres(...). São
exclusivamente destinados à manufatura da música e de instrumentos musicais. Os
que ali vivem ocupam-se d estudo da Música, das suas combinações e efeitos, não
só sobre o que se conhece como “som”, como também debaixo de outros pontos de
vista(...). Uma casa destinava-se ao estudo do melhor meio de fazer chegar a
inspiração musical até aqueles que, na Terra, tinham vocação para compor; outra
casa era apropriada àqueles que tinham talento para a execução; outra ainda
para o canto, e ainda outra para o estudo especial de música sacra; mais outras
para a música de concertos; para a música de óperas e assim por diante. 4- Os
nossos guias conduziram-nos a um lugar fora dos limites da circunscrição da
qual já temos falado, e vimos que o gramado era muito extenso. É um daqueles
planos do Céu onde algumas vezes se dão as manifestações das Regiões Celestes
mais elevadas(...). Sentamo-nos à espera e, afinal, uma névoa azul principiou a
encher o espaço central. Em seguida, um raio de luz percorreu toda a extensão
do salão e pousou no Globo que representava a Terra(...). Ao aproximar-se do
centro, penetrou a névoa azul e, logo em seguida, ao seu contato,
transformou-se em grande esfera, brilhando com luz própria e flutuando no
espaço cerúleo. Era belíssimo(...). Ser-lhe-á difícil compreender como, em um
globo de talvez vinte e oito metros de diâmetro, pudemos perceber homens e
animais. Faz parte, porém, da ciência deste instituto poder mostrar as coisas
discriminada e individualmente. Cada vez mais distintas se tornavam essas
maravilhosas cenas e, ao circular o globo, vimos homens se moverem nas cidades
e trabalharem nos campos (...). Observávamos os grandes espaços das campinas,
dos desertos e das florestas, e os animais vagando neles. Ainda ao girar
vagaroso do globo, notámos os oceanos e os mares, alguns plácidos, outros
agitados e enfurecidos, e um navio de onde em onde. E, toda a vida na Terra
passou ante nossos olhos”.
domingo, 1 de dezembro de 2013
O Depoimento Espontâneo de Um Ex-Rei
As reuniões da
Sociedade Espírita de Paris, seguiam um roteiro que compreendia variados
estudos conduzidos por Allan Kardec, analisando em conjunto com os demais
integrantes questões recebidas de várias regiões da Terra; outras, propostas a
Espíritos evocados, além de comunicações espontâneas, atendendo a programação
elaborada pelos Entidades responsáveis pelo objetivo ali pretendido, ou seja, a
geração de um banco de dados que iam dando consistência à proposta do Espiritismo. A Sociedade constituia-se dessa forma, num verdadeiro laboratório de pesquisas envolvendo surpreendentes revelações. Os resultados sempre foram publicados na REVISTA
ESPÍRITA. No número de dezembro de 1859, por
exemplo, uma das mensagens psicografadas por um dos médiuns presentes na noite
de 20 de setembro daquele ano, surpreendeu pelo seu teor e, em segundo lugar,
pela autoria. Dizia o texto: -“Pedi a Deus que me deixasse vir um
instante entre vós, para vos dar o conselho de jamais ter disputas religiosas.
Não digo guerras religiosas, pois os tempos estão agora muito adiantados para
isso. No século em que vivi, isto era uma desgraça geral, e eu não pude evita-la.
A fatalidade arrastou-me, e eu empurrei os outros quando deveria tê-los retido.
Assim tive a minha punição, a princípio na Terra e há três séculos que
espio cruelmente o meu crime. Sede mansos e pacientes para com aqueles a quem ensinardes. Se a
princípio não querem vir a vós, virão mais tarde, quando virem a vossa abnegação
e o vosso devotamento. Meus amigos, meus irmãos, nunca seria demais vos
recomendar, nada há realmente de mais horrível do que a gente se estraçalhar
reciprocamente, em nome de um Deus clemente, em nome de uma religião santa, que
não prega senão a misericórdia, a bondade e a caridade!. Em vez disso, a gente
se mata, se massacra a fim de forçar as criaturas que se quer converter a um
Deus bom, conforme se diz. Em lugar de acreditar em vossa palavra, os que
sobrevivem se apressam em vos deixar, em se afastarem, como se fosseis animais
ferozes. Sede bons, eu vô-lo repito, e sobretudo cheios de amenidade para com
aqueles que não creem como vos”. A assinatura era de Carlos IX, o mandatário que
autorizou o massacre havido na França na noite de 24 de agosto de 1572,
conhecido historicamente como Noite de São Bartolomeu. Sua
responsabilidade, contudo foi parcial, segundo se apura em mensagem do
Orientador Espiritual Emmanuel, através do médium Chico
Xavier, contida no capítulo 4 do livro O ESPINHO DA INSATISFAÇÃO (feb), de autoria de Newton Boechat. Isto
porque a mentora do sinistro plano foi um grupo que cercava sua mãe, a rainha Catarina De Médicis, mais precisamente,
uma conselheira de nome duquesa de Nemours. Pretendiam
situar a França católica no nível dos países que alcançaram destaque perante o
poder central da maior estrutura religiosa do Ocidente à época pela instituição
do Tribunal do Santo Ofício, a famigerada Inquisição. O meio era o extermínio
dos seguidores do nascente Protestantismo, aproveitando-se da grande
concentração deles na capital francesa, ante o casamento politicamente arranjado
entre Margot, a filha da rainha, com Henrique de Navarra,
adepto da nova corrente religiosa. Pressionado pela ardilosa mãe, que o perturbava
e subjugava, Carlos IX, assinou o
documento a ele levado. Sua inesperada manifestação na reunião da noite citada,
suscitou em Kardec o interesse em entrevistá-lo,
o que o fez, obtendo entre outros, os seguintes esclarecimentos: 1- Expiava suas faltas pelo remorso; 2- Depois da existência como Carlos IX, tivera
uma, reencanado como um escravo das duas Américas, sofrendo muito,
reconhecendo, porém, que tal experiência adiantou-lhe a evolução; 3- Que sua mãe sofreu também, encontrando-se em outro Planeta onde
desempenha uma vida de devotamento; 4- Que, a exemplo de Luiz IX, Luiz XI, poderia escrever mediunicamente sua
história; 5- Comprometia-se a fazê-lo oportunamente. Para os que querem conhecer um pouco dos
bastidores desse pedaço da História mundial, basta ler NAS VORAGENS DO PECADO(feb), do Espírito Charles pela médium Yvonne
Pereira, o início da trilogia completada por O DRAMA DA BRETANHA (feb) e O
CAVALHEIRO DE NUMIERS(feb) ou A
NOITE DE SÃO BARTOLOMEU, escrita pelo Espírito Rochester pela médium Wera
Krijanovski
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