Estudos isentos dos limites impostos por preconceitos revelam
que as religiões sempre foram instrumentos de controle social. Divididas, de
forma mais explícita, nos aspectos esotéricos (acessível aos chamados Iniciados) e exotéricos (utilizados
para domínio das massas). Hoje, sabe-se que o conceito de um Deus
único, ou seja, do chamado Monoteísmo, entre outros, remonta à
mais remota Antiguidade. Não é uma ideia original contida na Lei Mosaica como
se acreditou – ou, nos fizeram acreditar -, por muito tempo. Pode-se dizer que,
em certo sentido, todas as religiões antigas eram monoteístas. Tribos africanas, tanto do litoral como das regiões
centrais, algumas de difícil contato entre si, adoram um Deus, Supremo, Criador,
Onisciente, Misericordioso e sumamente Bom. Os Vedas, os quatro
textos que representam a mais antiga literatura de qualquer língua
indo-europeia, escritos em sânscrito por volta de 1500 A.C., preserva a
seguinte citação: -“Deus é aquele que sempre foi; Ele criou tudo quanto existe; uma esfera
perfeita, sem começo nem fim e à sua fraca imagem. Deus anima e governa toda a
Criação pela Providência geral de seus princípios invariáveis e Eternos. Não
sonde a natureza da existência daquele que sempre foi; esta pesquisa é vã e criminosa.
Basta que, dia a dia, noite a noite, suas obras manifestem sua Sabedoria, seu
Poder e Sua Misericórdia”. Antigos livros chineses
assim se referem a Deus: -“Ele não teve começo e não terá fim. Ele
produziu todas as coisas desde o começo. Ele é quem governa como verdadeiro
Senhor; Ele é infinitamente bom e infinitamente justo; Ele ilumina, sustenta e
regula tudo com Suprema Autoridade e Soberana Justiça”. Os Celtas, através de seus sacerdotes chamados Druidas, diziam
que “Deus
é por demais incomensurável para ser representado por imagens fabricadas por
mãos humanas; não podendo ser cultuado entre as muralhas de um templo, mas,
sim, no santuário da Natureza, sob a ramagem
das árvores ou nas margens do vasto Oceano”. Entre os Egipcios, o LIVRO DOS MORTOS, diz: -“Eu
sou aquele que existia do nada; eu sou o que cria, eu sou aquele que se criara
por si próprio. Eu sou ontem e conheço amanhã, sempre e nunca”. Para os
Aztecas, o Ser Supremo era impessoal e
impersonificável, dele dependendo a existência humana, divindade de absoluta
perfeição e pureza. De rara beleza é um diálogo mantido nos livros de Hermes Trimesgistro, com Toth:
-“É
difícil ao pensamento conceber Deus e a língua exprimi-lo. Não se pode
descrever uma coisa imaterial por meios materiais; o que é Eterno não se alia,
senão dificilmente, ao que está sujeito ao tempo. Um passa, outro existe
sempre. Um é uma percepção do Espírito, e outro uma realidade. O que pode ser
concebido pelos olhos e pelos sentidos como os corpos visíveis, pode ser
traduzido pela linguagem; o que é incorpóreo, invisível, imaterial, sem forma,
não pode ser conhecido pelos nossos sentidos. Compreende, pois, Thoth, que Deus
é inefável”. Nas mesmas obras, encontra-se o seguinte: -“Desconhecendo
nossas ciências e nossa Civilização, os vindouros dirão que adoramos astros,
planetas e animais, quando, de fato, adoramos um só Criador e Onipotente”.
A crença monoteísta, ou seja, em um Deus Único, existe desde a Antiguidade
Pré-histórica, não sendo, portanto, o Judaísmo a primeira religião monoteísta
aparecida na Terra. Como desafiava o iluminista Voltaire, no seu DICIONÁRIO FILOSÓFICO, “os
antigos filósofos e legisladores aprenderam essa coisas dos judeus ou foi o
contrário que se deu”? Philon,
um dos historiadores do Primeiro Século, afirma que “os grandes povos não podiam
tirar seus conhecimentos de um povo obscuro e escravo que até o tempo de Josias
não tinham livros, que desde seu cativeiro em Babilônia, não conhecia outro
alfabeto que o Caldeu, que nem escolas publicas para a instrução da juventude
pois, em sua língua faltava até o termo para exprimir esta instituição”.
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