As reuniões da
Sociedade Espírita de Paris, seguiam um roteiro que compreendia variados
estudos conduzidos por Allan Kardec, analisando em conjunto com os demais
integrantes questões recebidas de várias regiões da Terra; outras, propostas a
Espíritos evocados, além de comunicações espontâneas, atendendo a programação
elaborada pelos Entidades responsáveis pelo objetivo ali pretendido, ou seja, a
geração de um banco de dados que iam dando consistência à proposta do Espiritismo. A Sociedade constituia-se dessa forma, num verdadeiro laboratório de pesquisas envolvendo surpreendentes revelações. Os resultados sempre foram publicados na REVISTA
ESPÍRITA. No número de dezembro de 1859, por
exemplo, uma das mensagens psicografadas por um dos médiuns presentes na noite
de 20 de setembro daquele ano, surpreendeu pelo seu teor e, em segundo lugar,
pela autoria. Dizia o texto: -“Pedi a Deus que me deixasse vir um
instante entre vós, para vos dar o conselho de jamais ter disputas religiosas.
Não digo guerras religiosas, pois os tempos estão agora muito adiantados para
isso. No século em que vivi, isto era uma desgraça geral, e eu não pude evita-la.
A fatalidade arrastou-me, e eu empurrei os outros quando deveria tê-los retido.
Assim tive a minha punição, a princípio na Terra e há três séculos que
espio cruelmente o meu crime. Sede mansos e pacientes para com aqueles a quem ensinardes. Se a
princípio não querem vir a vós, virão mais tarde, quando virem a vossa abnegação
e o vosso devotamento. Meus amigos, meus irmãos, nunca seria demais vos
recomendar, nada há realmente de mais horrível do que a gente se estraçalhar
reciprocamente, em nome de um Deus clemente, em nome de uma religião santa, que
não prega senão a misericórdia, a bondade e a caridade!. Em vez disso, a gente
se mata, se massacra a fim de forçar as criaturas que se quer converter a um
Deus bom, conforme se diz. Em lugar de acreditar em vossa palavra, os que
sobrevivem se apressam em vos deixar, em se afastarem, como se fosseis animais
ferozes. Sede bons, eu vô-lo repito, e sobretudo cheios de amenidade para com
aqueles que não creem como vos”. A assinatura era de Carlos IX, o mandatário que
autorizou o massacre havido na França na noite de 24 de agosto de 1572,
conhecido historicamente como Noite de São Bartolomeu. Sua
responsabilidade, contudo foi parcial, segundo se apura em mensagem do
Orientador Espiritual Emmanuel, através do médium Chico
Xavier, contida no capítulo 4 do livro O ESPINHO DA INSATISFAÇÃO (feb), de autoria de Newton Boechat. Isto
porque a mentora do sinistro plano foi um grupo que cercava sua mãe, a rainha Catarina De Médicis, mais precisamente,
uma conselheira de nome duquesa de Nemours. Pretendiam
situar a França católica no nível dos países que alcançaram destaque perante o
poder central da maior estrutura religiosa do Ocidente à época pela instituição
do Tribunal do Santo Ofício, a famigerada Inquisição. O meio era o extermínio
dos seguidores do nascente Protestantismo, aproveitando-se da grande
concentração deles na capital francesa, ante o casamento politicamente arranjado
entre Margot, a filha da rainha, com Henrique de Navarra,
adepto da nova corrente religiosa. Pressionado pela ardilosa mãe, que o perturbava
e subjugava, Carlos IX, assinou o
documento a ele levado. Sua inesperada manifestação na reunião da noite citada,
suscitou em Kardec o interesse em entrevistá-lo,
o que o fez, obtendo entre outros, os seguintes esclarecimentos: 1- Expiava suas faltas pelo remorso; 2- Depois da existência como Carlos IX, tivera
uma, reencanado como um escravo das duas Américas, sofrendo muito,
reconhecendo, porém, que tal experiência adiantou-lhe a evolução; 3- Que sua mãe sofreu também, encontrando-se em outro Planeta onde
desempenha uma vida de devotamento; 4- Que, a exemplo de Luiz IX, Luiz XI, poderia escrever mediunicamente sua
história; 5- Comprometia-se a fazê-lo oportunamente. Para os que querem conhecer um pouco dos
bastidores desse pedaço da História mundial, basta ler NAS VORAGENS DO PECADO(feb), do Espírito Charles pela médium Yvonne
Pereira, o início da trilogia completada por O DRAMA DA BRETANHA (feb) e O
CAVALHEIRO DE NUMIERS(feb) ou A
NOITE DE SÃO BARTOLOMEU, escrita pelo Espírito Rochester pela médium Wera
Krijanovski
Olá, você saberia nos informar quem eram os médiuns que ajuadram Kardec na codificação da Doutrina?
ResponderExcluirPrezada Roseane, que Jesus nos abençoe!. Historicamente, Kardec começou suas pesquisas sobre a realidade espiritual com as duas adolescentes Caroline e Jolie Baudin, se servindo da médium Sra Japhet para revisões, construindo O LIVRO DOS ESPÍRITOS, em sua primeira edição. Já para a segunda, participou a jovem Ermance Dufaux. Nas demais obras, inúmeros outros forneceram material, radicados em vários países, como pode-se perceber pelas mensagens inseridas nas INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS, d'O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. No OBRAS PÓSTUMAS, encontra-se um diário de Allan Kardec, contando os passos e lances mais importantes e interessantes do seu trabalho. Muita Paz!. Luiz Armando
ExcluirOlá, a minha curiosidade pela doutrina além do seu conteúdo religioso, filosófico e científico, também é pela sua história, como terceira revelação que é.
ResponderExcluirE a minha curiosidade sobre os médiuns que ajudaram na codificação, não é para saber nomes, mas é uma curiosidade sobre de onde pertenciam, que regiões do planeta? Eram Europeus e da América do Norte a maioria? Eram também da Asia, África, Oceania, e das outras Américas? Independia do estrato sócio- cultural deles?
Acho que tal diversidade enfrentou dificuldades, dado as distâncias e barreiras de comunicação da época. Acredito eu. As perguntas e respostas primeiro eram obtidas na sociedade espírita de Paris, e depois comparadas com as demais?
Eu compreendo que a obra de codificação espírita, é uma obra dos espíritos. Como o seu blog aborda fatos históricos também, fiquei curiosa a esse respeito. Agradecimentos!
Prezada Roseane, que Jesus nos abençoe!. Penso que esta resposta está atendida na questão anterior. Muita Paz!. Luiz Armando
ExcluirOlá!
ResponderExcluirNovamente tenho necessidade de esclarecimentos, espero não incomodar com as minha dúvidas.
Recentemente comecei a ler um livro chamado Legião, do médium Robson Pinheiro, pelo Espírito Ângelo Inácio. Nas obras desse médium, ele quase sempre utiliza elementos e termos da Umbanda( exus, pombas- gira, pai velho). A possível intenção das obras do médium e espíritos co- autores, é aproximar Umbanda e Doutrina Espírita?
Desmistificar e diminuir o preconceito dos seguidores e espíritos afins com a Umbanda, perante a sociedade ou espiritualistas?
Na dita obra Legião, eles falam que espíritos do mal( cientistas e magos) podem sequestrar o duplo etéreo de pessoas, isso é possível? Existem ouros médiuns e espíritos que falam isso?
São muitas as minha dúvidas, desculpe mais uma vez!
Prezada Roseane, que Jesus nos abençoe!. É provável que haja um trabalho no sentido suposto por você. O Espiritismo, como se sabe, não veio ao mundo para substituir nenhuma religião, mas sim trabalhar por transformar as que aí estão, elevando-as das concepções relativas para o clarão da verdade imortalista. A Umbanda, ao contrário do que se pensa, nasceu no início da segunda década do século 20, como dissidência das intransigências de ortodoxos de um Centro Espírita do Rio de Janeiro. Quanto à questão do duplo etéreo, como diria kardec, não se pode dizer que algo não seja verdade, quando ainda nada se sabe sobre o tema. As obras de André Luiz, através de Chico Xavier, eram contestadas por espíritas até o final dos anos 40, por materializar demais o Plano Espiritual. Hoje são estudadas em grupos universitários. Necessário, analisarmos tudo, retendo o que é bom, como escreveu Paulo de Tarso. Os falsos cristos e profetas, contudo, campeiam em todos os meios. Vigilância e estudo são os antídotos para não sucumbirmos às "revelações" e fantasias. Muita Paz!. Luiz Armando
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