Inexplicável sensação de mal estar ante o olhar de alguém... O choro
incontrolável do bebe após a visita de pessoa conhecida e próxima... O fruir
dificil daquela negociação depois que foi comentada com um amigo...
Situações com as quais muitos de nós já nos deparamos. Seriam essas situações
resultado da tendência a nos auto-sugestionarmos? Nas variadas abordagens sobre
o tema fluidos, Allan Kardec
oferece inúmeros elementos para nossas reflexões. Na obra A GÊNESE, por exemplo, explica que “sendo o períspirito de natureza
idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma
esponja se embebe de um líquido”, acrescentado que “o pensamento do encarnado atua
sobre os fluidos espirituais como o dos desencarnados, e se transmite de
Espírito a Espírito pelas mesmas vias, saneando ou viciando os fluidos ambientes,
conforme seja bom ou mau”. Ressalta que “os meios onde superabundam os
maus Espíritos, são impregnados de maus fluidos que o encarnado absorve pelos
poros perispiríticos, como absorve pelos poros do corpo doenças contagiosas
graves”. Num dos estudos preservados no pouco conhecido OBRAS PÓSTUMAS - publicado nove anos
após sua desencarnação - , Allan Kardec,
aprofunda alguns aspectos, dizendo que “cada indivíduo é o centro de uma onda
fluídica, cuja extensão se acha em relação com a força da vontade, constituindo-se
“numa atmosfera fluídica, como um caracol e a sua concha, deixando vestígios
fluídicos por onde se passa”. Pondera que “as diferentes atmosferas
individuais se entrecruzam e misturam sem jamais se confundirem, exatamente
como as ondas sonoras que se conservam distintas apesar da imensidade de sons
que simultaneamente abalam o ar”. Décadas depois, no Brasil, o médium Francisco Cândido Xavier, psicografava
as obras organizadas pelo Espírito André
Luiz, entre as quais MISSIONÁRIOS DA
LUZ (1945, feb), na qual, no capítulo 5, o Instrutor Alexandre frisa que “a prece, a meditação elevada, o pensamento
edificante, refundem a atmosfera, purificando-a”. Ressalta que “a
modificação, evidentemente, é inexprimível. Entre as vibrações harmoniosas da
paisagem interior, iluminada pela oração, e a via pública, repleta de emanações
inferiores, há diferenças singulares. O pensamento elevado santifica a
atmosfera em torno e possui propriedades elétricas que o homem comum está longe
de imaginar. A rua, no entanto, é aventalhado repositório de vibrações
antagônicas, em meio de sombrios materiais psíquicos e perigosas bactérias de
variada procedência, em vista de a maioria dos transeuntes lançar em circulação
incessantemente, não só as colônias imensas de micróbios diversos, mas também
os maus pensamentos de toda ordem”. No prefácio do livro NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE (1954,feb),
também do Espírito André Luiz, o
Orientador Emmanuel, escreveu
através de Chico Xavier que “cada criatura com os sentimentos que lhe
caracterizam a vida intima emite raios específicos e vive na onda espiritual
com que se identifica”. Prognostica que “semelhantes verdades não permanecerão
semiocultas em nossos santuários de fé. Irradiar-se-ão dos templos da Ciência
como equações matemáticas”. Destaca, porém, “a necessidade do Cristo no coração e na
consciência”, visto que “sem noção de responsabilidade, sem devoção
à prática do Bem, sem amor ao estudo e sem esforço perseverante em nosso
próprio burilamento moral, é impraticável a peregrinação libertadora para os
Cimos da Vida”. Lembra que “conforme os raios que arremessamos,
erguer-se-nos-á o domicílio espiritual na onda de pensamentos a que nossas
almas se afeiçoam”, o que, em boa síntese, equivale ainda a repetir com Jesus:-
A cada um segundo suas obras”. Nesses tempos de “cada um com seus problemas”,
lembramos da surpreendente orientação de Chico
Xavier a um casal que, entusiasmado comentava com o querido amigo o êxito
que estavam alcançando em seus negócios nos últimos tempos. Atento aos relatos,
interrompeu-os a certa altura, dizendo: -“Não contem nada para ninguém. Ninguém gosta
do sucesso dos outros. Não falem nada, incomoda a todos. A inveja e o ciúme são
dois corrosivos que atrapalham muito”.
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