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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Sobre A Transição Planetária



Numa reunião havida em Paris, em abril de 1866, dois médiuns em transe de sonambulismo extático, repassaram Instruções dos Espíritos Sobre a Regeneração da Humanidade. Tal conteúdo foi reproduzido em forma de resumo, por Allan Kardec na edição de outubro daquele ano da REVISTA ESPÍRITA, como complemento de a matéria precedente, por ele elaborada a partir de um grande número de comunicações, dadas a ele e a outras pessoas. Pela sua atualidade, destacamos alguns trechos para reflexões: -“Os acontecimentos se precipitam com rapidez. Assim não dizemos mais como outrora: “Os tempos estão próximos”; agora dizemos: “Os tempos estão chegados”. Por estas palavras não entendeis um novo dilúvio, nem um cataclismo, nem um desabamento geral. Convulsões parciais do Globo ocorreram em todas as épocas e ainda se produzem, pois se devem à sua constituição, mas são sinais dos tempos. Entretanto, tudo quanto está predito no Evangelho deve realizar-se neste momento, como reconhecereis mais tarde. Mas não tomeis os sinais anunciados senão como figuras, cujo espírito, e não a letra, devem ser apreendidas. Todas as Escrituras encerram grandes verdades sob o véu da alegoria e é porque os comentadores se apegaram à letra que se confundiram. Faltou-lhes a chave para lhes compreender o verdadeiro sentido. Esta chave está nas descobertas da ciências e nas leis do mundo invisível, que o Espiritismo vem revelar. De agora em diante, com o auxílio desses novos conhecimentos, o que era obscuro torna-se claro e inteligível. Tudo segue a ordem natural das coisas e as leis imutáveis de Deus não será perturbadas. Assim, não vereis milagres, nem prodígios, nem nada de sobrenatural, no sentido vulgar ligado a estas palavras(..). Não sentis como um vento que sopra na Terra e agita os Espíritos. O mundo está à espera e como que tomado por um vago pressentimento à aproximação da tempestade. Não acrediteis, entretanto, no fim do mundo material; a Terra progrediu desde a sua transformação;  deve progredir ainda e não ser destruída. Mas a Humanidade chegou a um de seus períodos de transformação e a Terra vai elevar-se na hierarquia dos mundos. Não é, pois, o fim do mundo material que se prepara, mas o fim do mundo moral; é o velho mundo, o mundo dos preconceitos, do egoísmo, do orgulho, do fanatismo que se esboroa. Cada dia leva alguns restos. Tudo acabará para ele com a geração que se vai e a geração nova erguerá o novo edificio que as gerações seguintes consolidarão e completarão. De mundo de expiação, a Terra está chamada a tornar-se um dia um mundo feliz, e sua habitação será uma recompensa, em vez de uma punição. O reinado do Bem aí deve suceder o do mal (...). A época atual é de transição. Confundem-se os elementos das duas gerações. Postos em ponto intermediário, assistis à partida de uma e à chegada da outra, e cada um já se assinala no mundo pelos caracteres que lhes são próprios. As  duas gerações que sucedem uma à outra tem ideias e pontos de vista opostos. Pela natureza das disposições gerais, mas, sobretudo, das disposições intuitivas e inatas, é fácil distinguir a qual das duas pertence cada indivíduo. Devendo a nova geração fundar uma era de progresso moral, distingue-se por uma inteligência e uma razão geralmente precoces, juntas ao sentimento inato do Bem e das crenças espiritualistas, o que é sinal indubitável de um certo grau de adiantamento anterior. Não será composta exclusivamente de Espíritos eminentemente superiores, mas daqueles que, já tendo progredido, estão predispostos a assimilar todas as ideias progressistas, e, aptos a secundar os movimentos regenerador. Ao contrário, o que distingue os Espíritos atrasados é, para começar, a revolta contra Deus pela negação da Providência e de todo poder superior à Humanidade; depois, a propensão instintiva às paixões degradantes, aos sentimentos anti-fraternais do egoísmo, do orgulho, do ódio, do ciúme, da cupidez, enfim a predominância do apego a tudo o que é material. São esses os vícios de que a Terra deve ser expurgada pelo afastamento dos que recusam emendar-se, porque são incompatíveis com o Reino da Fraternidade e porque os homens de Bem sofrerão sempre com seu contato. A Terra deles ficará livre, e, os homens marcharão sem entraves para o futuro melhor, que lhes está reservado aqui em baixo, como prêmio aos esforços e à perseverança, esperando que uma depuração ainda mais completa lhes abra a entrada dos Mundos Superiores”.

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