Alguém comenta: -“A
situação do planeta deve-se ao aumento acelerado da população!”. Em
opinião expressa em publicação espiritualista resgatada e preservada integralmente no livro SALA DE VISITAS DE CHICO XAVIER (eme),
do pesquisador Eduardo Carvalho Monteiro, o Espírito Emmanuel através de Chico
Xavier, afirmou que “grandes imensidades territoriais, na
América, na África e na Ásia, nos desafiam a capacidade de trabalho”.
Mais à frente acrescentaria que “aqui mesmo, no Brasil, numa Nação com a
capacidade de asilar novecentos milhões de habitantes, em quatrocentos e
alguns anos de evolução, mal estamos, os Espíritos reencarnados na Terra, mal
estamos passando das faixas litorâneas”. O comentário expresso seis décadas atrás, somente merece retoque no
aspecto das faixas litorâneas. O problema da escassez de alimentos somente pode
se justificar pelo predomínio do egoísmo e do orgulho observado no
comportamento humano. Porque se analisarmos a relação custo/benefício da posse
de grandes extensões de terra apenas para lazer eventual em pequeno espaço que
abrange, por vezes, alguns equipamentos como quadras e piscina; do apartamento
de cobertura que abriga duas ou três pessoas; do suntuoso imóvel de
revolucionárias linhas arquitetônicas incrustado em área rural acessado vez ou
outra; do carro de alto preço e grande potência de uso limitado pelas leis de
trânsito; entre outros aspectos, concluiremos pela irracionalidade e insensatez
desses “sonhos de consumo”. A questão da alimentação necessária para a
manutenção do corpo humano merece reflexão. Em livro do Espírito André Luiz,
através do médium Chico Xavier, encontramos que setenta porcento do que
nutre a máquina física resulta da respiração, cabendo aos trinta
porcento restantes a função de complementação sólida necessária
pelos desgastes impostos pelas atividades desenvolvidas. Em outras palavras
nosso apetite por dietas variadas satisfazem apenas nossos sentidos e não
necessidades. A inteligência do homem desenvolveu tecnologias capazes de produzir
alimentos em regiões desérticas, de extrair o sal da água do mar
como mostram os grandes navios de cruzeiros marítimos. Analisando a questão do gozo
dos bens da Terra nas questões 711 e 714ª d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, a
Espiritualidade explicou a Allan Kardec que o “direito
do uso dos bens da Terra é a consequência da necessidade de viver, que esses
atrativos servem para instigar o homem no cumprimento da sua missão e também
para o provar na tentação, cujo objetivo é desenvolver a razão que deve
preservá-lo dos excessos, advertindo que o homem que procura nos excessos de
toda espécie um refinamento dos seus gozos, é uma pobre criatura que devemos
lastimar e não invejar, porque está bem próximo da morte física e moral”,
ao que Kardec comenta que “esse indivíduo coloca-se abaixo dos
animais, pois estes sabem limitar-se à satisfação de suas necessidades e que
tal criatura abdica da razão que Deus lhe deu para guia e quanto maiores forem
seus excessos, maior é o império que concede à sua natureza animal sobre a
espiritual, sendo as doenças, a decadência, e apropria morte, as consequências
do abuso, constituindo uma punição da transgressão da Lei de Deus”. No
mesmo capítulo lei de conservação, da
obra citada, encontramos que a Terra é capaz de produzir o necessário a
todos os seus habitantes, sendo útil apenas o necessário, jamais o supérfluo”,
acrescentando que “se ela não supre a todas as necessidades é porque o homem emprega no
supérfluo o que se destina ao necessário, não sendo a natureza a imprevidente,
mas o homem que não sabe regular-se, devendo-se ao egoísmo dos homens que nem
sempre fazem o que devem, a falta dos meios de subsistência que faltam a certos
indivíduos, mesmo em meio da abundância que os cerca”. Pondera Kardec
em observação adicional que “se a Civilização multiplica as necessidades
também multiplica as fontes de trabalho e os meios de vida(...). A Natureza não
poderia ser responsável pelos vícios da organização social e pelas
consequências da ambição e do amor próprio”.
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