Um dos países mais habitados do Planeta, a Índia conserva tradições
milenares que denotam, especialmente em relação à condição da mulher, o quanto
parte de seu povo precisa avançar no caminho do progresso espiritual. Episódios
recentes envolvendo estupros coletivos estampados nos noticiários
internacionais mostram que a inspiração, por exemplo, de grande parte do que se
conhece hoje no aspecto religioso, da comunicação através da escrita, perdeu-se
na esteira do tempo, desfigurado em milhares de seitas derivadas da chamada
zoolatria, simbolizando as divindades de devoção a milhares de criaturas
humanas. Aqueles Espíritos exilados do Sistema Capela alocados por Jesus
naquela região da Terra, detentores de maiores conhecimentos sobre os
aspectos filosófico/religiosos, como revelado pelo Espírito Emmanuel no livro A CAMINHO DA LUZ (feb,1938), devem tem cumprido suas tarefas, liberando-se
para seguir seus programas evolutivos em outras das moradas da Imensidão do
Cosmos. Além do casamento infantil, uma das tradições sustentada pela cultura
hindu era o cerimonial do sacrifício da esposa viúva, amarrada e sacrificada
viva na fogueira da pira onde o corpo de seu marido era cremado, pela “humilhação
de seu pai viver enquanto seu marido morrera”. Conhecida como Sáti,
apesar da proibição governamental, persiste pelas dezenas de relatos de
ocorrências nas últimas décadas, exigindo um esforço contínuo por parte das
autoridades para sua erradicação, bem como a variação do enterramento vivo, em
regiões onde a prática excepcional do enterramento prevalece. A propósito, no
item 232 d’ O LIVRO DOS MÉDIUNS,
recolhemos a informação que “se tomarmos cada povo em particular,
poderemos, pelo caráter dominante dos habitantes, pelas suas preocupações, seus
sentimentos mais ou menos morais e humanitários, dizer de que ordem são os
Espíritos que, de preferência, se reúnem no seio dele”. Nas pesquisas
da Sociedade
Espírita de Paris, o assunto foi pesquisado, como revelado na edição de
dezembro
de 1858 da REVISTA ESPÍRITA.
Anota Kardec: -“Desejávamos interrogar uma dessas mulheres da Índia, sujeitas ao
costume de queimar-se sobre o cadáver do marido. Não conhecendo nenhuma,
tínhamos pedido a São Luiz nos enviasse uma em condições de responder às nossas
perguntas de maneira satisfatória. Ele nos respondeu que de boa vontade o faria
oportunamente. Na sessão de 2 de novembro de 1858, o Sr. Adrien, médium
vidente, avistou uma, disposta a falar, e dela nos deu a seguinte descrição:
Olhos
negros e grandes, com a esclerótica amarela, rosto arredondado, faces salientes
e gordas, pele açafroada e trigueira, cílios longos e supercílios arqueados e
negros; nariz um pouco grande, ligeiramente achatado; boca grande e sensual,
belos dentes largos e iguais; cabelos lisos, abundantes, negros e empastados de
gordura. Corpo bem gordo, grande e atarracado. Roupagem de seda, deixando o
peito meio descoberto. Pulseiras nos braços e nas pernas”. As onze
perguntas que constituíram a entrevista feita por Kardec resultaram em
informações interessantes para nossas reflexões. 1- Quanto a época em que viveu na Índia e teve seu corpo queimado com o do
marido, sinalizou não se lembrar, dado fornecido pelo dirigentes espiritual dos
trabalhos que disse ter sido cem anos antes. 2 – Chamara-se Fátima, tendo professado a religião maometana e, embora
tendo nascido muçulmana, por ser mulher, teve de se conformar com o costume da
região onde morava, submetendo-se à religião do marido que era seguidor de
Brahma, considerando que as mulheres não se pertencem. 3 –
Que tinha 20 anos quando morreu. 4
– Sobre se teria se sacrificado voluntariamente, disse que no fundo teria
preferido não fazê-lo, pensamento comum entre as mulheres que precisavam seguir
o costume. 5 – Que o
sentimento que poderia ter ditado esta lei foi a superstição por imaginarem que
queimando a esposa juntamente com o corpo do marido, agradavam à Divindade,
crendo que resgatavam as faltas daquele que perderam, ajudando-o a viver feliz
no outros mundo. 6 – Que nunca
procurara rever seu marido. 7 - Que
poucas mulheres se sacrificavam de boa vontade - uma em mil -, embora no fundo
não desejassem fazê-lo. 8 – Que
no momento em que se extinguiu sua vida corporal experimentou perturbação, sentindo
um escurecimento, não sabendo o que se passou depois, sendo que suas ideias se
tornaram claras muito tempo depois; que ia a toda parte, embora não se vendo
bem; que ainda não se sentia completamente esclarecida, necessitando passar por
muitas encarnações para se elevar, más que não se queimaria mais por não ver a
necessidade de alguém atirar-se às chamas a fim de levar-se, sobretudo por
faltas que não cometeu” Terminando por pedir preces em seu favor para
ter mais coragem a fim de suportar as provas a ela enviadas, ouve Kardec observar
que as preces que lhe seriam oferecidas seriam cristãs e responde: -“Só há
um Deus para todos os homens”. Concluindo a matéria, há o seguinte
comentário: -“Em várias sessões seguidas, a mesma mulher foi vista entre os
Espíritos que as assistiam. Disse que vinha para instruir-se. Parece que foi
sensível ao interesse por ela demonstrado, porque nos acompanhou em várias
outras reuniões e até na rua”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário