“Se queimas o dedo, isso é apenas a
consequência de tua imprudência e da condição da matéria. Somente as grandes
dores, os acontecimentos importantes e capazes de influir na tua evolução estão
previstos”, responderam a Allan
Kardec na questão 859-a - Há fatos que devem ocorrer forçosamente e
que a vontade dos Espíritos não pode evitar?-, os Instrutores
Espirituais que ajudaram a construir O
LIVRO DOS ESPÍRITOS, a base do Espiritismo. Fatos registrados na vida de
muitas histórias de vida confirmam essa informação. Na obra O DESCONHECIDO E OS PROBLEMAS PSÍQUICOS
(feb), o autor Camille Flammarion preserva o de um Juiz e Político de nome Bérard
que, obrigado por necessidade a pernoitar numa estalagem de segunda categoria
em viagem que empreendia entre montanhas selváticas, presenciou, em sonho,
todos os detalhes de um assassinato que havia de ser cometido, três anos mais
tarde, no quarto que ocupava, e de que foi vítima o advogado Victor
Arnaud. E, graças à lembrança desse sonho é que o Sr. Bérard
ajudou a descobrir os assassinos. Esclarecendo dúvidas sobre o processo pelo
qual somos avisados de certos acontecimentos, geralmente importantes e graves,
a se realizarem conosco, e que muitas vezes se cumprem como os vimos em sonhos
ou em visões, o Orientador Espiritual Charles, explicou à médium Yvonne
Pereira, existirem vários processos pelos quais a pessoa poderá
ser informada de um ou outro acontecimento futuro da sua vida, todos, porém
condicionados a certo mérito ou desenvolvimento psíquico do que recebe o aviso.
Diz que um amigo espiritual, um parente, alguém para isso designado, tentam
preparar os envolvidos, para o evento, geralmente grave e doloroso, normalmente
em linguagem figurada, seja através de sonhos ou intuitivamente. Pode ocorrer
também que o próprio indivíduo recorde acontecimentos delineados no Plano
Espiritual entre os preparativos para a reencarnação, objetivando sua
reabilitação perante as Leis Divinas. A própria Dona Yvonne conta no seu
excelente RECORDAÇÕES DA MEDIUNIDADE
(feb, 1966), algumas passagens de sua existência tão marcada por duras provas.
Uma delas quando ela contava 39 anos, passando a sonhar ao longo de seis meses
de forma frequente, com uma cerimônia de concorrido enterro, com todas as características
de realidade, tendo à frente um homem carregando uma linda coroa de flores
naturais. Via-se acompanhando o féretro logo após o esquife mortuário, banhada
em lágrimas e sentindo o coração angustiado, ignorando a identidade do morto.
Médium de desdobramento, contemplava as mesmas cenas, sistematicamente. Certa
noite, viu os acompanhantes pararem, apoiando o caixão sobre uma banqueta.
Reconheceu o local da cena: certa rua da cidade de Barra do Piraí (RJ), onde
residia sua mãe. Aproximando-se, por irresistível automatismo, ao levantarem a
tampa do caixão, reconheceu sua mãe. Meses depois, em setembro sua genitora
adoeceu gravemente, vindo a desencarnar no dia 18 do mês seguinte, repetindo-se
conforme antevira inúmeras vezes as cenas visualizadas de forma minuciosa. Relata
também a experiência da amiga Rosa Amélia S.G., que residindo no interior fluminense, às vésperas
do casamento, sonhara que, ao abrir a caixa entregue pelo correio, contendo o
vestido de noiva que encomendara a
conhecida casa de modas da cidade do Rio de Janeiro (RJ), cercada por ansiosos
e curiosos familiares, encontra um traje completo de viúva, inclusive com o véu
negro em uso à época. Emitindo um grito de horror, acordou chorando
convulsivamente. Absorvida pelos preparativos, esqueceu o pesadelo, recebendo a
encomenda certa na semana da cerimônia. Dois meses após o casamento, o marido
em viagem ao Rio de Janeiro, contraiu uma infecção tífica, morrendo dias após
regressar à sua casa, em estado grave. Somente na missa do sétimo dia, Dona Rosa
Amélia, ao se reconhecer trajada exatamente como o sonho profetizara,
se lembraria do mesmo. Por fim, o caso da senhora N.C, que residente em famosa
cidade mineira, fora ao Rio de Janeiro a fim de se submeter a melindrosa
cirurgia, deixando para traz a família, inclusive o filho mais moço, então com
15 anos. Três dias após a operação, sem que soubesse os 120 alunos do colégio
interno em que o jovem estudava, aproveitando uma bela manhã de domingo,
excursionaram à represa de água que abastecia a cidade. Temerariamente,
acompanhados pelos professores, ao tentarem em massa atravessar frágil ponte de
madeira, esta não resistiu ao peso, ruindo, atirando às águas numerosos alunos,
dentre os quais o filho da enferma, que com mais quatro colegas morreu afogado.
Temerosos de informarem à enferma, silenciaram sobre a ocorrência, esperando seu
restabelecimento. Cinco dias após o desastre, contudo, ainda no quarto do
hospital, a convalescente, na penumbra viu formar como que uma cerração, tendo
a impressão que ela se elevava do leito de um grande rio, vendo o filho
elevar-se do fundo das águas, dizendo, após ter sido reconhecido: -“Mamãe,
venho participar à senhora que no domingo, pela manhã, morri afogado na represa
de...”. Revelada a estranha
experiência aos familiares, tiveram de confirmar o acontecimento, suportado, ao
que parece, pela pobre mãe com resignação.
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