“As duas populações – a física e a
espiritual, em perfeita sintonia – misturavam-se, sustentando-se, disputando
mais largas concessões em simbiose psíquica (...).
Densas nuvens de baixo teor vibratório encobriam a cidade
imensa e generosa. Nos intervalos, o ruído atordoante dos instrumentos de
percussão incitava ao culto bárbaro do prazer alucinante, misturando-se aos
trovões galopantes enquanto os corpos pintados, semi-despidos, estorcegavam em
desespero e frenesi, acompanhando o cortejo das grandes Escolas de samba, no
brilho ilusório dos refletores, que se apagariam pelo amanhecer (...). Milhares
de pessoas imprevidentes, estimuladas pela música frenética, pretendendo
extravasar as ansiedades represadas, cediam ao império dos desejos, nas
torrentes da lubricidade que as enlouquecia. A delinquência abraçava o vício,
urdindo agressões, em cujas malhas se enredavam as vítimas espontâneas, que se
deixavam espoliar. As mentes, em torpe comércio de interesses subalternos,
haviam produzido uma psicosfera pestilenta,
na qual se nutriam vibriões psíquicos, formas-pensamento de mistura com entidades perversas, viciadas e
dependentes, em espetáculo pandemônico, deprimente”.(...) As condensações que
pairavam no ar, pela densidade pastosa, escura, causavam mal estar. A aspiração do nevoeiro, sem dúvida produziam compreensíveis transtornos
emocionais, a prazo mais dilatado com efeitos orgânicos. A população invisível ao
olhar humano era acentuadamente maior,
no tresvariar das fortes sensações de que se não havia haviam libertado com a
morte. Disputavam-se como chacais a vampirização das vítimas inermes, telecomandadas, estimulavam a
sensibilidade e as libações alcóolicas de que
participavam, ingeriam drogas, que os seus
comparsas físicos, verdadeiros intermediários submissos, se auspiciava.
Dificilmente se poderia distinguir se os homens eram cópia rude das faces
aberrantes dos desencarnados ou se estes os imitavam, tal a sintonia e o
perfeito intercâmbio sustentado” (...). Grupos mascarados eram acolitados por
frenéticas massas de seres espirituais voluptuosos, que se entregavam a
desmandos e orgias lamentáveis, inconcebíveis do ponto de vista terreno”.(...) “Podíamos
registrar que muitos fantasiados haviam obtido inspiração para as suas expressões grotescas, em visitas a
regiões inferiores do Além, onde encontravam larga cópia de deformidades e
fantasias do horror de que padeciam os seus habitantes em punição redentora, a
que se arrojavam espontaneamente”. Comentando
o assunto, o Benfeitor Bezerra
de Menezes disse: -“Perdendo-se nos períodos recuados, as
origens do carnaval podem ser encontradas nas bacanálias, da Grécia, quando era
homenageado o deus Dionísio. Anteriormente, os trácios entregavam-se aos prazeres
coletivos, como quase todos os povos antigos. Mais tarde, apresentavam-se estas
festas, em Roma, como saturnália, quando se
imolava uma vítima humana, adredemente escolhida, no seu infeliz caráter pagão.
Depois, na Idade Média, aceitava-se com naturalidade “uma vez por ano é
lícito enlouquecer”, tomando corpo, nos tempos modernos, em três ou mais
dias de loucura, sob a denominação, antes, de tríduo momesco, em homenagem ao rei da alegria”.. Grande, expressiva faixa da Humanidade terrena
transita
entre os liames do instinto e os pródomos da razão, mais sequiosos de sensações do que ansiosos pelas
emoções superiores. Natural que se permitam, nestes dias, os excessos que
reprimem por todo ano, sintonizados com as Entidades que lhes são afins. É de
lamentar, porém, que muitos se apresentam, nos dias normais, como discípulos de
Jesus, preferindo, agora, Baco e seus assessores de orgia ao Amigo Afetuoso”. A improvisação de um Posto Avançado de Assistência
Espiritual por ocasião das festividades do Carnaval, no início dos anos 80, na
cidade do Rio de Janeiro sob a direção do médico espiritual Bezerra
de Menezes, é o ponto de partida para as narrativas do Espírito Manuel
Philomeno de Miranda, através do médium Divaldo Pereira Franco, no
livro NAS FRONTEIRAS DA LOUCURA (alvorada,1982).
Vitimas de acidentes de transito como resultado do consumo de substâncias
aditivas como álcool e drogas; da violência sexual, as repercussões de um
aborto, bem com a ação da Espiritualidade nos bastidores da nossa Dimensão, são
alguns dos temas/problemas que ajudam a compor um livro, altamente informativo
sobre as interações entre o Plano Visível e o Plano Invisível aos nossos olhos.
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