“Os maiores embaraços para a
expansão da Doutrina Espírita procedem da atuação daqueles que reencarnam,
prometendo servi-lo, seja através da mediunidade direta ou da mediunidade
indireta, no campo da inspiração e da inteligência, e se transviam nas seduções
da esfera física, convertendo-se em médiuns autênticos das regiões inferiores,
de vez que não negam as verdades do Espiritismo, mas estão prontos a
ridicularizá-las, através de escritos sarcásticos ou da arte histriônica, junto
dos quais encontramos as demonstrações fenomênicas improdutivas, as histórias
fantásticas, o anedotário deprimente e os filmes de terror”. A opinião
foi colhida pelo Espírito André Luiz no dia 20 de
agosto de 1965, na cidade de Paris, França, junto ao Espírito Gabriel
Dellane, quando da passagem por lá dos médiuns Chico Xavier e Waldo
Vieira, em viagem de intercâmbio de ideias espírita/espiritualistas,
promovida e patrocinada por admiradores dos dois. E, embora ignorado por muitos
– apesar de óbvio -, revela: -“ Os milhões de Espíritos inferiores que
cercam a Humanidade possuem seus médiuns. Impossível negar”.
Transcorridos praticamente 50 anos, evidencia-se o acerto do comentário de Dellane,
com o agravante que os providos de condições para a divulgação do Espiritismo, omitem-se
de falar abertamente sobre ele, preocupados em não incomodar ou afastar
simpatizantes de outras escolas religiosas. Parece não perceberem que o
Consolador não veio para os sãos, mas,
para os doentes. Desconhecem que, quando da organização do excelente LIVRO DA ESPERANÇA (cec), o Espírito Emmanuel,
psicografado por Chico Xavier para saudar o primeiro centenário da publicação d’
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO,
comentando na mensagem IDEIA ESPÍRITA
(cap 68), trecho do item 4, do Capítulo XX, – “Ide, pois e levai a palavra
Divina; aos grandes que a desprezarão, aos eruditos que exigirão provas, aos
pequenos e simples que a aceitarão; porque principalmente entre os mártires do
trabalho, nas provações terrenas, encontrareis fervor e fé” -, enfatiza
no último paragrafo: -“ O mundo tem sede de raciocínio, em torno
da imortalidade da alma, do intercâmbio espiritual, da reencarnação, da morte
física, dos valores mediúnicos, da desobsessão, das incógnitas da mente, dos
enigmas da dor e, sobretudo, ao redor das Leis Divinas a funcionarem, exatas,
na consciência de cada um”, concluindo: -“Para que obtenhamos solução a
semelhantes problemas, urge saibamos trabalhar pela difusão da ideia espírita,
na construção da Era Nova, irradiando a com todos os recursos lícitos ao nosso
alcance, com base no veiculo do exemplo”. Desnecessário dizer o quanto,
nestes tempos de contínua elevação dos índices de suicídio por motivos banais;
de tanta inversão de valores; corrupção; de extrema violência e crueldade nas
ruas, nos lares, nas cidades, nos países; comportamentos insuflados por
noticiários, filmes, séries, o quanto o conhecimento do Espiritismo é
necessário. Até para, quem sabe, inspirar revisões nas estruturas desgastadas e
ultrapassadas das religiões tradicionais, que, entre seus pregadores, conta com
milhares de reencarnacionistas, conhecedores do intercâmbio mediúnico e da
influência espiritual, numa visão mais atual que as da pura negação pela
justificativa das ações demoníacas. Tal argumento só impressiona mentes de
intelecto acanhado, prisioneiros por isto mesmo da “fé cega”, que
tanto atraso e prejuízo têm causado na Humanidade terrena. O momento não
comporta vacilações, mas ações objetivas na propagação das ideias espíritas.
Certamente os que se acham comprometidos com a difusão do Espiritismo, nas
tribunas, nas variadas formas de mídia, não se encontram investidos destes
papeis casualmente, como intuitiva e intimamente reconhecem. Atendem a
programas e oportunidades solicitadas antes de reencarnarem, especialmente para
se reabilitarem perante as Leis Cósmicas por fracassadas experiências de
outrora. O Espiritismo é Jesus
de volta, ensinando todas as coisas, nos lembrando de tudo que havia dito
(João,14:26)
ao tempo de Roma dos Cezares. Talvez precisemos lembrar da advertência tão
citada em exposições e palestras públicas, atribuídas a Jesus, presente no
Evangelho de Lucas, capítulo 9, versículos 25/26: - Que aproveita ao homem granjear o
mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo? Porque, qualquer que de
mim se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do Homem”. Em outras
palavras: -“Muito se pedirá a quem muito foi dado”.
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