Autora de 42 livros, entre os
quais o exaltado MÉDICO DE HOMENS E DE
ALMAS (1959), romanceando a história do evangelista Lucas, Taylor
Caldwell, na verdade Janet Miriam Holland Taylor Caldwell,
mergulhou numa profunda depressão quando da morte de seu marido Marcus
Reback. Contava na época 70 de idade tendo afirmado a amigo muito
próximo que “se não fosse católica, com uma leve suspeita de que alguma coisa
talvez exista depois da morte, se mataria, por não ter nada que a prendesse,
pois, quando seu marido morreu, todo o sol retirou-se de sua vida”.
Acometida de “pressão arterial tremendamente alta”, dissera que “tudo
quanto esperava era um enfarte para morrer logo”. Nascida na
Inglaterra, em 1900, imigrara com sete anos com a família para os Estado Unidos
da América do Norte, tendo perdido o pai pouco depois. Casou-se aos 19,
desenvolvendo várias atividades, até se formar na Universidade de Bufallo, em
1931, divorciando-se em seguida. No ano seguinte, casar-se-ia novamente com
aquele que seria o grande amor de sua vida convivendo com ele por quatro
décadas. Em 1938, teve publicado seu primeiro trabalho A DINASTIA DA MORTE,
iniciado quatro anos antes, sendo que todo acervo construído vendeu mais de 39
milhões de exemplares no mundo, tornando ela e o marido, milionários. Radicalmente avessa à ideia da reencarnação por
considerá-la deprimente dizendo “estremecer à simples ideia de nascer
novamente neste mundo. A vida, para mim, praticamente desde a infância, foi uma
coisa monstruosa, penosa, angustiante, e a ideia de repetir tal existência –
mesmo sob melhores condições – me horroriza”, dizendo-se resistente a
qualquer tipo de hipnose, concordou, logo após a morte do marido, em
submeter-se a experiências de regressão de memória sugeridas pelo amigo
escritor Jess Stearn, que afirmava que os detalhes vividos em muitos dos
romances históricos de sua autoria era realmente lembrança subconsciente de
vidas anteriores.
Acertados os detalhes, inclusive que tudo seria
gravado sem que Taylor ouvisse nada até o fim da investigação no seu
inconsciente profundo, a primeira sessão ateve-se a recuperação de lembranças
da existência atual. Afloraram lembranças como a registrada quando ela tinha 9
anos e ouvira de sua mãe muito calma: -“Nunca desejamos que você nascesse. Há um
rio no final da Rua. Por que você não vai se afogar?”. Ficou gravado: -“Olhei
para minha mãe e vi que ela estava falando sério. Era a nossa casa na Rua
Albany. Não sei por que ela disse aquilo. Olhei-a nos olhos e pensei que ela
estava louca”. Retroagida ao período pré-natal, desabafou: -“Meu
Deus! Aqui estou eu novamente. Mas desta vez vai ser diferente, a última. Desta
vez não serei impaciente de novo, para ter que voltar para cá. Depois desta vez
não voltarei mais. Tenho a impressão de que alguém está tentando me matar. Ouço
alguém dizer: - Não a terei, não a quero. Será que ela se refere a mim?".
A sessão seguinte levou-a à Inglaterra
Vitoriana, falando com forte sotaque irlandes onde teria se chamado Jeannie
MacGill, filha de pais desconhecidos, abrigada num prostíbulo até os
dez anos quando foi trabalhar como doméstica na casa da famosa romancista Mary
Ann Evans onde perseguida por uma governanta foi vitima de uma armação
da mesma, o que lhe valeu uma condenação de dez anos não cumprida por ter se
enforcado antes. Ainda neste século
19, reencarnaria num subúrbio de Londres, tendo se chamado Wilma
Sims, tendo morrido aos 21 anos, vitimada pela tuberculose. Levada a voltar
ao século 18, viu-se como uma
copeira em casa de família, onde viveu até os 14 anos, tendo morrido em meio a
violências praticadas por seu patrão, dois filhos e mais dois homens
embriagados. Entre os séculos 14 e 15,
viu-se reencarnada como uma freira chamada Irmã Tereza, no convento Santa
Maria de Las Rosas, na cidade de Barcelona (Espanha), tendo morrido
afogada ao atirar-se ao mar, após ter tido frustrada sua fuga com um padre que seduzira
por amor. As sessões foram levando-a a recuar a uma existência entre os Maias;
como uma grega chamada Helena, como uma judia chamada Hannah
ao tempo de Jesus na cidade de Magdala; totalizando ao final das pesquisas 11 encarnações. As investigações revelaram inúmeros
detalhes extremamente ricos, inclusive sobre como Taylor dominava tão bem
conhecimentos relacionados à Medicina, sobre os quais escrevia com muita
profundidade e propriedade sem tê-los estudado na vida atual. Concluídas as
sessões de regressão, depois de ler com muita atenção a transcrição do material
obtido, sem conseguir explicar seu conhecimento do hebraico, espanhol,
italiano, idiomas não aprendidos na vida atual, afirmou-se “a cética dos céticos sobre a
ideia da reencarnação”, que, para ela, “se existe, é uma gigantesca
maldição e não uma esperança”. (material baseado no texto ENTRE A REVOLTA E A DOR de Hermínio Correia de Miranda)
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