Dois de abril para os
seguidores do Espiritismo, passou a ter uma significação especial desde o ano
de 1910. Isso porque renascia um Espírito que trazia um programa existencial
minuciosamente preparado para que a imortalidade do Ser acumulasse fatos que a
referendassem de formas variadas e inequívocas. Fruto de planejamento
cuidadoso, naturalmente, representava missão de risco, com cinquenta por cento
de ser bem sucedida, por depender de um atributo presente em toda
individualidade em graus diferentes: o livre arbítrio. Por relatos de
pessoas que em diferentes momentos partilharam de informações que tiveram
acesso, transitara por duas raças, a egípcia – mistura da hamita-semita –
e a latina
distribuída por diferentes nacionalidades. Experimentara várias situações,
ocupando posições em que experimentara a riqueza, a inteligência, a beleza e a
autoridade. Em mais de uma a mediunidade lhe constituíra motivo de glória de
sofrimento. Retornava, considerando fatores como suas tendências e os apelos da
Dimensão em que trabalharia mais uma vez, cercado de garantias que lhe
estimulariam o lado mais positivo como as restrições econômicas, a orfandade
precoce, a saúde frágil, a necessidade do trabalho para o próprio sustento e
dos que lhe seriam dependentes. Para recebê-lo e ciceroneá-lo nos primeiros
passos da nova jornada, foi escolhido um Espírito que, na forma de mãe
resgataria a experiência da serva Ana, que dois mil anos antes, nas
terras da Galiléia, não apenas fora empregada da família do Senador romano Públio
Lêntulius, mas também convertida ao Cristianismo, indiretamente
influenciara para que o político fôsse, certo entardecer, tentar se aproximar
de Jesus,
às margens do lago de Genesaré, na esperança que o Messias dos hebreus algo
fizesse em relação ao grave problema de saúde da filha à beira da morte. Para
acompanhar e orientá-lo no uso da mediunidade que se manifestaria de forma
exuberante, velho amigo de outras Eras, exilado como ele de planeta do sistema
de Capela, situado no Constelação do Cocheiro que se identificaria apenas como Emmanuel,
palavra grega que quer dizer Deus Conosco. O programa se iniciou
para Francisco
de Paula Cândido Xavier, na sexta feira, 2 de abril de 1910, seguindo
como planejado até 8 de abril de 1927, quando no corpo físico de que se servia,
o Espírito somava 17 anos de idade. Nesse dia, a descoberta da até então
constrangedora mediunidade que o fazia se sentir diferente de outras crianças e
jovens de sua idade. Foi o sinal para que se afastasse da escola religiosa que
frequentava para iniciar os estudos em torno do Espiritismo, do qual se
transformaria num dos maiores símbolos até o fim dos seus dias na atual
encarnação. Incompreensão, perseguições gratuitas, dificuldades materiais,
foram alguns dos traços de uma caminhada que, a partir de determinado momento,
passou a se somar o constante assédio pela possibilidade que representava da
conexão com outros Planos Existenciais. Sua influência, bem como, dos livros
por ele psicografados motivaram o surgimento de centenas de instituições de
caridade além da descoberta do sentido da vida a milhares de desventurados do
caminho. Concluída sua passagem pelo nosso Plano, 92 anos após ter-se iniciado,
apesar da década transcorrida, sua presença parece real para muitos dos que se
sensibilizaram pelos princípios Espíritas através dele, e, prosseguem
trabalhando pela difusão dessas ideias. É por isso que não poderia passar em
branco o 2 de abril sem que, mais uma vez, expressássemos nossa gratidão e
carinho por esse Francisco que oferecia sua intimidade a todos ao se deixar
tratar por Chico, por não se considerar mais que um cisco, condição em que se
via quando tentavam enaltecer a pessoa em que se tornaram seguindo fielmente as
diretrizes sugeridas pelo Orientador Espiritual Emmanuel, numa tarde de
domingo a beira de um pequeno açude, na cidade de Pedro Leopoldo, Minas Gerais:
DISCIPLINA,
DISCIPLINA, DISCIPLINA.
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