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terça-feira, 8 de abril de 2014

NOÉ

A superprodução norte-americana NOÉ recentemente lançada em circuito mundial de cinema, abre espaço para revermos aspectos da lenda bíblica que, aparentemente, foi disseminada no lado ocidental da Terra pelo registro de Moisés no livro Gênesis, capítulo VII, versículos de 1 a 16. Pesquisas em outros épicos literários ligados à escolas religiosas da Antiguidade, mostram, porém, que o relato está presente em remotas civilizações onde o presumível autor do Gênesis teria se baseado. Um deles, remonta ao século 25 antes de Cristo, tendo sido descoberto nas ruínas do palácio de Nínive, na Babilônia (atual Iraque), mais especificamente na Biblioteca de Assurbanipal. Trata-se das doze laminas de barro com as inscrições cuneiformes de Gilgamesh, o semi-lendário rei da Suméria, personagem central da Epopéia de Gilgamesh. Na décima primeira das lâminas, encontra-se a lenda do diluvio tal como a encontrada na Gênesis de Moisés, inclusive as mesmas expressões de arrependimento de Deus, as mesmas descrições nos seus menores detalhes, segundo estudiosos mais vivas e mais completas do que no texto hebraico. Escritos históricos dos hindus, africanos, gregos, astecas, incas, maias, pascuenses, chineses e, por ocasião da descoberta do Brasil, índios que habitavam a parte que hoje se chama Rio de Janeiro, já possuíam uma lenda a respeito do dilúvio. Analisando a questão no capítulo 9 do livro A GÊNESE, os milagres e as predições segundo o Espiritismo, Allan Kardec afirma: -“O diluvio bíblico, também conhecido pela denominação de ‘grande dilúvio asiático’, é fato cuja realidade não se pode contestar. Deve tê-lo ocasionado o levantamento de uma parte das montanhas daquela região, como registrado no século 18, por volta de 1750, México. Segundo consta no livro A TERRA ANTES DO DILUVIO, de Luiz Figuier, “a seis dias de marcha da capital mexicana, existia uma região fértil e bem cultivada, onde se produzia com abundância arroz, milho, bananas. No mês de junho, pavorosos tremores de terra abalaram o solo, renovando-se continuamente durante dois meses inteiros. No noite de 28 para 29 de setembro, violenta convulsão se produziu: um território de grande extensão entrou a erguer-se pouco a pouco e acabou por alcançar a altitude de 152 metros numa superfície de 60 mil metros quadrados. O terreno ondulava, como as vagas do mar ao sopro da tempestade, milhares de montículos se elevavam e afundavam alternadamente; afinal, abriu-se um abismo de perto de 21 quilômetros quadrados, donde eram lançados a prodigiosa altura de fumo, fogo, pedras esbraseadas e cinzas. Seis montanhas surgiram desse abismo hiante, entre as quais o vulcão a que foi dado o nome de Jorullo, que agora se eleva a 550 metros acima da antiga planície. No momento em que principiaram os abalos do solo, os dois rios Cuitimba e San Pedro, refluindo, inundaram toda a planície hoje ocupada pelo Jorullo; no terreno, porém, que sem cessar de elevava, outro sorvedouro se abriu e os absorveu. Os dois, reapareceram mais tarde, a oeste, num ponto muito afastado de seus antigos leitos”. Corrobora esta opinião a existência de um mar interior, que ia outrora do Mar Negro ao Oceano Boreal, comprovada pelas observações geológicas. O mar de Azov, o Mar Cáspio, cujas águas são salgadas, embora nenhuma comunicação tenham com nenhum outro mar; o lago Aral e os inúmeros lagos espalhados pelas imensas planícies da Tartália e as estepes da Rússia parecem restos daquele antigo mar. Por ocasião do levantamento das montanhas do Cáucaso, posterior ao dilúvio universal, parte daquelas águas foi recalcada para o norte, na direção do Oceano Boreal; outra parte, para o sul, em direção ao Oceano Índico. Estas inundaram e devastaram precisamente a Mesopotâmia e toda a região em que habitaram os antepassados do povo hebreu. Embora esse  dilúvio se tenha estendido por uma superfície muito grande, é atualmente ponto averiguado que ele foi apenas local; que não pode ter sido causado pela chuva, pois, por mais copiosa que esta fosse e ainda que se prolongasse por 40 dias, o calculo prova que a quantidade de água caída das nuvens não podia bastar para cobrir toda a Terra, até acima das mais altas montanhas. Para os homens de então, que não conheciam mais do que uma extensão muito limitadas da superfície do Globo e que nenhuma ideia tinham da sua configuração, desde que a inundação invadiu os países conhecidos, invadida fora, para eles, a Terra inteira. Se a essa crença aditarmos a forma imaginosa e hiperbólica da descrição, forma peculiar ao estilo oriental, já não nos surpreenderá o exagero da narração bíblica”.


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