Depois da publicação d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, em 1857, a
edição revisada e ampliada em 1860; do lançamento d’ O LIVRO DOS MÉDIUNS, em 1861; Allan Kardec trabalhava
sigilosamente na produção de nova obra. Segundo ele “a ninguém dera ciência do
assunto do livro em que estava trabalhando. Conservara-lhe de tal modo em
segredo o título, que o editor, Sr. Didier, só o conheceu quando da impressão.
Esse título foi, a princípio: IMITAÇÃO
DO EVANGELHO. Mais tarde, por efeito de reiteradas observações do mesmo Sr.
Didier e de algumas outras pessoas, mudei-o para O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”. No dia 9 de agosto de 1863, de
passagem por Ségur, uma pequena comuna a 600 quilômetros ao sul de Paris,
procurou ouvir a Espiritualidade através do médium Sr. d’A., considerando que
pelo histórico feito a pouco, as reflexões contidas nas respostas não podem ser
tidas como fruto de ideias preconcebidas do instrumento mediúnico: 1- Que pensais da nova obra em que trabalho
neste momento? Resposta: -“Esse livro de doutrina, terá considerável
influência, pois que explanas questões capitais, e, não só o mundo religioso
encontrará nele as máximas que lhe são necessárias, como também a vida prática
das nações haurirá dele instruções excelentes. Fizeste bem enfrentando as
questões de alta moral prática, do ponto de vista dos interesses gerais, dos
interesses sociais e dos interesses religiosos. A dúvida tem que ser destruída;
a Terra e suas populações civilizadas estão prontas; já que há muito os teus
amigos de além-túmulo as arrotearam; lança, pois, a semente que te confiamos,
porque é tempo de que a Terra gravite na ordem irradiante das esferas e que
saia, afinal, da penumbra e dos nevoeiros intelectuais. Acaba a tua obra e
conta com a proteção do teu guia, guia de todos nós, e com o auxilio devotado
dos Espíritos que te são mais fiéis e em cujo número digna-te de me incluir
sempre”. Ante a situação desconfortável enfrentada na França
pós-Revolução Francesa e Napoleão, indagou também sobre o que diria o clero
sobre a obra: -“O clero gritará – HERESIA!, porque verá que atacas decisivamente as
penas eternas e outros pontos sobre os quais ele baseia a sua influência e o
seu crédito. Gritará tanto mais, quanto se sentirá muito mais ferido do que com
a publicação d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS,
cujos dados principais, a rigor, poderia aceitar (...). Em
compensação, os espíritas, verão aumentar-se-lhes o número, em virtude dessa
espécie de perseguição, sobretudo com o qualificarem (...) de demoníaca uma
doutrina cuja moralidade esplenderá como um raio de Sol pela publicação mesma
do teu novo livro e dos que se seguirão”. Um mês depois, estando em
Sainte- Adresse, a 200 quilômetros ao norte de Paris, tendo solicitado uma
comunicação sobre um assunto qualquer , recebeu da capital francesa no dia 14
de setembro interessante mensagem relacionada de forma evidente ao novo
trabalho literário que desenvolvia, paralelamente à publicação mensal da REVISTA ESPÍRITA e das atividades da Sociedade Espírita de Paris;
-“Quero
falar-te de Paris, embora isso não me pareça de manifesta utilidade, uma vez
que as minhas vozes íntimas se fazem ouvir em torno de ti e que teu cérebro
percebe as nossas inspirações, com uma facilidade de que nem tu mesmo suspeitas.
Nossa ação, sobretudo a do ESPÍRITO DE VERDADE, é constante ao teu derredor e tal
que não a podes negar. Assim sendo, não entrarei em detalhes ociosos a respeito
do plano de tua obra, plano que, segundo meus conselhos ocultos, modificaste
tão ampla e completamente. Compreendes agora porque precisávamos ter-te sob as
mãos, livre de toda preocupação outra, que não a obra da Doutrina. Uma obra
como a que elaboramos de comum acordo necessita de recolhimento e de
insulamento sagrado. Tenho vivo interesse pelo teu trabalho, que é um passo
considerável para a frente e abre, afinal, ao Espiritismo a estrada larga das
aplicações proveitosas, a bem da sociedade. Com esta obra, o edifício começa a
libertar-se dos andaimes e já se lhe pode ver a cúpula a desenhar-se no
horizonte. Continua, pois, sem impaciência e sem fadiga; o monumento estará pronto
na hora determinada”. A referência sobre o plano da obra ter sido, de
fato, completamente modificado, o que, sem dúvida, o médium não podia saber,
pois que ele estava em Paris e Kardec em Sainte-Adresse, deu-lhe a
certeza da autenticidade da comunicação. Os dias rolaram acelerados e, em abril
de 1864, estavam impressos os primeiros exemplares d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, tornando compreensíveis os
ensinamentos de Jesus e, ao mesmo tempo, cumprindo o prometido por ele conforme
registro no capítulo 14, versículo 26 do Evangelho de João.
Prezado Luis Armando, sou frequentadora da Casa do Caminho faz anos e todas as quintas assisto às suas palestras, que me fazem um bem incrível. Gostaria de conversar com você em particular, poderia por gentileza me encaminhar seu email? O meu é m.ferreirad@gmail.com. Obrigada.
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