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quarta-feira, 28 de maio de 2014

JÁ ACONTECEU COM VOCÊ?


Você já teve a impressão de ter sido salvo de algum perigo por uma voz de origem desconhecida? Já teceu fluente comentário sobre assunto não tão conhecido por você? Pois essa inspiração, segundo o Espiritismo, tem origem em acompanhantes espirituais ligados a você que, exercem salvadora influência em momentos, por vezes, críticos. No número de janeiro de 1861, da REVISTA ESPÍRITA, seção Ensino Espontâneo dos Espíritos, encontramos uma mensagem assinada pelo Espírito Chaning oferecendo interessantes elementos para nossas reflexões a propósito da ação dos Amigos Espirituais em nossa vida diária. Channing, cujo nome completo é William Ellery Channing, viveu por 62 anos entre 1780 e 1842, nos Estados Unidos da América do Norte. Tendo estudado Teologia em Newport e Harvard, tornou-se um pregador de sucesso em várias igrejas protestantes de Boston, tendo trabalhado em seu País, para a eliminação da escravidão, do alcoolismo, da pobreza e da guerra. Preferindo evitar temas polêmicos da Doutrina que seguia, pregava a moralidade, a caridade e as responsabilidades cristãs. Não acreditava que a sociedade pudesse ser melhorada por ações coletivas, descrevendo sua própria luta “como um sistema racional e amável contra o não entendimento dos homens da caridade e da piedade”. Pelas suas participações nas publicações assinadas por Allan Kardec, percebe-se que inclui-se entre os integrantes da equipe do ESPIRITO DA VERDADE empenhados na formulação da proposta revolucionária do Espiritismo. No capítulo 21 d’O Livro dos Médiuns, por exemplo, opinando sobre as resistências impostas à Doutrina Espírita, diz: -“Qual a instituição humana, ou mesmo divina, que não encontrou obstáculos a vencer, cismas contra os quais lutar? Se apenas tivesses existência triste e lânguida, ninguém vos atacaria, sabendo perfeitamente, que havíeis de sucumbir de um momento para o outro. Mas, como a vossa vitalidade é forte e ativa, como a árvore espírita tem fortes raízes, admitem que ela viverá longo tempo e tentam golpeá-la a machado. Que conseguirão esses invejosos? Quando muito deceparão alguns galhos, que renascerão com seiva nova e serão mais robustos que nunca”. Na referida manifestação versando sobre a ação desses protetores espirituais, Channing diz: -“Todos os homens são médiuns; todos tem um Espírito que os dirige para o Bem, quando sabem escutá-lo. Agora, se alguns com ele se comunicam por meio de uma mediunidade particular, se outros não o escutam senão pela voz do coração e da inteligência, pouco importa: nem por isso deixa de ser o seu Espírito familiar que os aconselha. Chamai-o Espírito, razão, inteligência, é sempre uma voz que responde a vossa alma e vos dita boas palavras. Apenas nem sempre as compreendeis. Nem todos sabem agir segundo os conselhos dessa razão – não dessa razão que se arrasta e se roja, em vez de marchar, dessa razão que eleva o homem acima de si mesmo, que o transporta para as regiões desconhecidas; chama sagrada que inspira o artista e o poeta, pensamento divino que eleva o filósofo, sopro que arrasta os indivíduos e os povos, razão que o vulgo não pode compreender, mas que aproxima o homem da Divindade mais que outra criatura; entendimento que sabe conduzi-lo do conhecido para o desconhecido e o faz executar as mais sublimes coisas. Escutai, pois, esta voz interior, esse bom gênio, que vos fala incessantemente, e chegareis, progressivamente, a ouvir o vosso Anjo da guarda, que do alto do céu vos estende as mãos”. Como podemos concluir, a suscetibilidade mental para captarmos o pensamento dos Espíritos, não só “rastreia” as sugestões más. Acolhe também as boas.




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