Duas crianças queimadas, sem
possibilidade de fuga ou defesa, para vingar uma dívida contraída pelo irmão
mais velho; outra, morta em circunstâncias cruéis pela madrasta e uma comparsa,
aparentemente orientada pelo pai; uma adolescente morta afogada após vários golpes com pedra por outras duas, por causa de ciúme de um namorado; milhões de verbas
destinadas para a educação, desviadas por autoridades públicas em esquemas de
corrupção sustentado ao longo de quase uma década; bilhões que deveriam ser
usados na construção de quilômetros de uma ferrovia desaparecidos sem que, ao
longo dos anos, a obra tenha saído de um vídeo institucional. Imagens que
retratam em poucos dias a caótica realidade que atinge uma parcela da
Humanidade que vive na Terra nos presentes dias. Alguns dizem que tais
problemas sempre existiram. A verdade é que a expansão demográfica do planeta,
aliado ao distanciamento das questões espirituais por parte dos indivíduos
agrava o quadro. Comentário feito por Allan Kardec n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, propõe a seguinte reflexão: -“Quando se pensa na massa de indivíduos
diariamente lançados na corrente da população, sem princípios, sem freios,
entregues aos próprios instintos, deve-se admirar das consequências desastrosas
desse fato?”. Defendia ele a ideia de que quando a educação moral for “conhecida,
compreendida e praticada, o homem seguirá no mundo os hábitos de ordem e
previdência para si mesmo e para os seus, de respeito pelo que é respeitável,
hábitos que lhe permitirão atravessar de maneira menos penosa os maus dias
inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que somente uma
educação bem compreendida pode curar. Nisso está o ponto de partida, o elemento
real do bem estar, a garantia da segurança de todos”. No
mesmo comentário à questão 685, pondera que sem essa educação,
“a ciência econômica não passa de teoria”. Chama a atenção para o fato
de não ser essa “a educação moral pelos livros, mas a que consiste na
arte de formar caráteres, aquela que cria hábitos, porque educação é conjunto
de hábitos adquiridos”. Sem grandes esforços de raciocínio, podemos
concluir que isso representaria uma postura radical dos que governam os
diferentes povos, deliberando por medidas que somente mostrariam resultados a longo
prazo, modalidade que não se inclui nas
plataformas e planos dos políticos atuais. Supondo-se que tal utopia se constituísse
verdade, como ficaria o curto prazo? Aí, vale a opinião do médium Chico
Xavier, destacado e preservado em resposta dada por ele, quando ainda
estava encarnado: - Hoje ouvimos falar de muitos crimes
cometidos por meninos de 10, 14 anos. Deveríamos tratar de códigos
que dessem a maioridade aos 14 anos. A criança é chamada a memorizar as suas vidas passadas muito depressa,
motivada pela televisão, etc.. Precisávamos da criação de leis que ajudem a criança a não se fazer
delinquente nem viciada. O Governo não pode ser responsável por todas as nossas
modalidades de penúria; não podemos exigir que nossos ministros venham a fazer
intervenções em nossas vidas familiares. O problema da penúria é nosso. (...).
Não temos uma disposição muito ativa em torno da criança considerada desvalida.
Nós fazemos distribuições anuais, mas nos esquecemos que criança,, almoça todo
dia, estuda todo dia, toma banho todo dia”. O
tema é polêmico, porém, vale a pena recordar a resposta à pergunta 796, dada
pelos Espíritos que ajudaram a formar a obra básica da Doutrina Espírita: -
“Uma sociedade decadente tem certamente necessidade de leis mais severas;
infelizmente essas Leis se destinam antes a punir o mal praticado do que a
cortar a raiz do mal. Seria, contudo tratamento apenas para conter ou
controlar os efeitos dramáticos observados na atualidade, pois, na mesma
resposta eles dizem: -“Somente a educação pode reformar os homens, que
assim não terão mais necessidade de leis tão rigorosas”. Quanto a nós,
precisaríamos dar o primeiro passo, revendo nossa postura em relação à própria
família, transformando nosso lar numa escola de valores eticamente corretos,
especialmente através do exemplo, pois como afirmou em determinada manifestação
o Espírito Emmanuel pela mediunidade de Chico Xavier,
“os
argumentos convencem, porém, os exemplos arrastam”.
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