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sábado, 7 de junho de 2014

O OUTRO LADO DA QUESTÃO

Afirma a Ciência que três segundos é o tempo que uma informação leva para ser arquivada em nossa memória e que esta é quem orienta nossas ações. A propósito da memória Allan Kardec escreveu que no início de sua caminhada evolutiva, “limitado em suas ideias e aspirações, tendo circunscrito seus horizontes, o homem precisa gravar todas as coisas e identifica-las, a fim de guardar delas apreciável lembrança e basear seus estudos nos dados que haja reunido. Pelo sentido da visão foi que lhe vieram as primeiras noções do conhecimento. Foi a imagem de um objeto que lhe ensinou a existência desse objeto. Quando conheceu muitos objetos, tirou deduções das impressões diferentes que eles lhe produziam no íntimo do Ser, fixou na inteligência a quintessência deles por meio do fenômeno da memória. Ora, que é a memória, senão uma espécie de álbum mais ou menos volumoso, que se folheia para encontrar de novo as ideias apagadas e reconstituir os acontecimentos que se foram? Esse álbum tem marcas nos pontos capitais. De alguns fatos o individuo imediatamente se recorda; para recordar-se de outros, é-lhe necessário folhear por longo tempo o álbum. A memória é como um livro!. Aquele em que lemos algumas passagens facilmente nô-las apresenta aos olhos; as folhas virgens ou raramente perlustradas tem que ser folheadas uma a uma, para que consigamos reconstituir um fato sobre o qual pouco tenhamos demorado a atenção. Quando o Espírito encarnado se lembra, sua memória lhe apresenta, de certo modo, a fotografia do fato que ele procura”. Essa dinâmica está amplia-se quando considerada a realidade da influência dos Espíritos em nossos pensamentos e atos, como revela a questão 459 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, pois, segundo pondera Allan Kardec, “em geral, os encarnados que nos cercam nada veem; o álbum se acha em lugar inacessível ao olhar deles; mas os Espíritos o veem e folheiam conosco. Em dadas  circunstâncias, podem mesmo, deliberadamente, ajudar a nossa pesquisa, ou perturbá-la. O que se produz de um encarnado para um desencarnado também se verifica do desencarnado para o vidente. Quando se evoca a lembrança de certos fatos da existência de um Espírito, apresentasse-lhe a fotografia desses fatos; e o vidente, cuja situação espiritual é análoga à do Espírito livre, vê como ele e, até, em determinadas circunstâncias, vê o que o Espírito não vê por si mesmo, tal como um desencarnado pode folhear a memória de um encarnado, sem que este tenha disso consciência e lembrar-lhe fatos de há muito esquecidos. Quanto aos pensamentos abstratos, por isso mesmo que existem, tomam corpo para impressionar o cérebro; tem de agir naturalmente sobre este e, de certo modo, gravar-se nele. Ainda neste caso, como no primeiro, parece perfeita a semelhança entre os fatos da Terra e do espaço”. Entendido este ponto, Kardec acrescenta: “Sendo os fluidos o veículo do pensamento, este atua sobre aqueles outros como o som atua sobre o ar; eles nos trazem o pensamento como o ar nos traz o som. Pode-se, pois, dizer, com verdade, que há ondas nos fluidos e radiações de pensamento, que se cruzam sem se confundirem, como há, no ar, ondas e radiações sonoras. Ainda mais: criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico como num espelho, ou, então, como essas imagens de objetos terrestres que se refletem nos vapores do ar, tomando aí um corpo e, de certo modo, fotografando-se (...). É assim que os mais secretos movimentos da alma repercutem no invólucro fluídico. É assim que uma alma pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos corporais. Estes veem as impressões interiores que se refletem nos traços fisionômicos: a cólera, a alegria, a tristeza; a alma, porém, vê nos traços da alma os pensamentos que não se exteriorizam”. Salienta Kardec que “embora vendo a intenção e pressentindo a execução do ato consequente, não pode determinar o momento em que será executado; seus pormenores; nem afirmar que pode se realizar; por estar sujeito a: 1- circunstâncias posteriores; 2- ao livre arbítrio da pessoa e, 3- acima de tudo, a uma Vontade Superior que pode, em sua sabedoria, permitir-lhe a revelação ou impedi-la; caso em que um véu impenetrável é lançado sobre a mais perspicaz percepção psíquica”.

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