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quarta-feira, 25 de junho de 2014

UMA PENA....

Não foram três semanas, meses ou anos, mas três décadas. Grande parte das experiências relatadas no livro TRINTA ANOS ENTRE OS MORTOS, publicado em 1924, pelo médico americano Dr Carl A. Wickland. Nada a ver diretamente com o Espiritismo. Na verdade, tudo começou de forma inesperada, quando, certa tarde, chegando em casa encontrou sua mulher experimentando súbito mal estar, queixando-se de estranhas sensações. Quase caindo, subitamente, mudou de comportamento, indagando do marido: - Que história é esta de me cortar? Respondeu-lhe que não estava cortando ninguém, mas a esposa, contrariada, insistiu: - Naturalmente que está. Você está cortando a minha perna. O Dr Wickland lembrou-se então de estar dissecando para estudos a perna de um homem que morrera aos 60 anos. Deduziu então estar falando o dono do cadáver, estabelecendo com ele longa conversação. O velho não concordava de forma alguma com aquela retaliação de suas carnes. Ao tentar fazer a esposa sentar, novo protesto do comunicante que disse que o doutor não tinha direito de tocar-lhe o corpo. O médico respondeu-lhe que tinha todo o direito de tocar o corpo de sua própria esposa. – Sua esposa!. Que é que você está dizendo? Não sou mulher, sou homem!. Foi-lhe explicado, então, que ele havia abandonado o corpo físico e que no momento controlava o corpo da esposa do médico, e que seu cadáver se encontrava na câmara da Escola. Após muita conversa, o Espírito entendeu sua posição, pedindo um pouco de tabaco para mastigar, pormenor que serviu de confirmação, pois, sua esposa detestava qualquer tipo de fumo. Posteriormente, examinando o cadáver, o Dr Wickland verificou que ele realmente fora inveterado mastigador de tabaco. Este o ponto de partida para as incríveis experiências desdobradas e descritas nas páginas da obra, predominante as havidas após 1918, quando as mesmas começaram a ser estonografadas. Diante da evidência da mediunidade exuberante e autentica da senhora Anna Wickland, lançou-se o Dr. Carl ao original trabalho. Vale lembrar que à época, a Medicina restringia-se à Clinica Geral e  os conhecimentos sobre os problemas psiquiátricos ainda eram insipientes. Escrevendo sobre o objetivo do trabalho a que se consagrou por tanto tempo, o Dr. Wickland afirmou que era de “obter segura e incontestável evidência em primeira mão acerca das condições ‘póstumas’; pormenorizados relatos de centenas experiências, a fim de registrar a exata situação das inteligências comunicantes”, acrescentando: - Parece incrível que pensadores inteligentes, interessados em outros campos do pensamento, pudessem por tão largo tempo ignorar esses fatos simples que podem ser tão facilmente verificados. Vejamos algumas das conclusões resultantes das observações do médico americano: 1 – O Mundo Espiritual e o físico estão em constante interação. O Plano Espiritual não é uma vaga intangibilidade, mas real e natural, uma vasta zona de substância refinada, de atividade e progresso, e a vida ali é uma continuação da vida no Mundo físico. 2 – O fenômeno da morte ocorre de maneira tão natural e simples que grande número de pessoas, depois de abandonarem o corpo físico, não tem consciência de que a transição se deu e, sem conhecimento da Vida Espiritual, ficam totalmente inconscientes do fato de haverem passado para outro estado de ser. 3 – Muitos dos que morrem ficam em estado de sonolência pesada, outros se acham perdidos e confusos. Alguns impelidos por inclinações egoístas ou maldosas, buscam uma evasão para as suas tendências, permanecendo em tais condições até que esses desejos destrutivos sejam superados, quando a alma brada por compreensão e luz e os Espíritos evoluídos conseguem alcança-los e ajuda-los. 4 – Atraídos pelo clarão magnético que emana dos seres encarnados e, consciente ou inconscientemente, se ligam às suas auras encontrando dessa forma condições para se expressarem através da influenciação, obsessão ou possessão de seres humanos. 5 – A influencia dessas entidades desencarnadas é a causa de muitos acontecimentos inexplicáveis e obscuros da vida terrena e em grande parte da infelicidade do mundo. 6 – Pureza de vida e de motivação ou elevada intelectualidade não oferecem necessariamente proteção contra a obsessão; a identificação e conhecimento desses problemas são a única proteção. 7 – As forças vitais reduzidas oferecem menor resistência aos perturbadores. 8 – A Humanidade está envolvida pela influência de milhões de seres desencarnados que ainda não alcançaram integral compreensão dos objetivos mais elevados da vida. O reconhecimento desse fato explica uma grande porção de pensamentos indesejáveis, emoções, estranhos presságios, estados de depressão, irritabilidades, impulsos desarrazoados, explosões irracionais de temperamento, paixões incontroláveis e inúmeras outras manifestações mentais. Lamentavelmente, o livro, além de ignorado pela comunidade científica, permaneceu praticamente meio século sem ser reeditado.

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