Recordando seus aprendizados no caminho do roteiro da “disciplina, disciplina, disciplina” prescrito pelo seu Orientador Espiritual como essencial para sua vitória árdua tarefa da mediunidade, Chico Xavier contou que certa vez “alguns companheiros conversavam furiosamente, em Pedro Leopoldo (MG), sobre certo político, ‘a coisa devia ser assim, devia ser de certo modo, o homem era a perversidade em pessoa, prometera isso e fizera aquilo’, quando um dos presentes dirigiu-se a ele e perguntou: - Que diz você, Chico. Temos alguma referência dos Amigos Espirituais sobre o caso?.. No justo momento em que ia emitir sua opinião, ouviu o voz de Emmanuel sussurrar-lhe, segura, aos ouvidos: - Cale a sua boca. Você nada tem a ver com isso. Chico ruborizou-se e o grupo, em torno, verificou que ele não conseguia responder, apesar do desejo de externar-se. Alguém ponderou que ele deveria estar mal e rodearam-no, em oração, dando-lhe passes. A reunião dispersou-se. Lembra que não foram poucos os que, estranhando o caso, afirmaram em surdina que o Chico parecia francamente um pobre obsidiado”. Os anos passaram, a experiência foi se sedimentando e o respeitado médium manifestou-se em outras oportunidades sobre o polêmico assunto. Alguns desses pareceres foram preservados em livros disponíveis para estudo como O EVANGELHO DE CHICO XAVIER e ORAÇÕES DE CHICO XAVIER, ambos do publicados no acervo de Carlos Antonio Baccelli. Num deles diz que “se nossos governantes tivessem amor e espírito de compreensão por seus governados, tudo seria modificado. Mas isso teria de começar de cima. Alguém me perguntou: -’Chico, a assistência é serviço do governo. Por que você dá assistência?. Respondi: - “Dou assistência como a pessoa que vê a casa do vizinho incendiada e, até que o corpo de bombeiros apareça, a casa já se foi(...). Então, pelo menos um balde de água eu tenho que carregar, não é?”. Noutra ocasião ponderou: “Infelizmente, muitos daqueles que nos dirigem não querem se enriquecer apenas para esta vida: acumulam indevidamente tanto dinheiro, que nos dão a impressão de que querem ser milionários para a Eternidade”. Ofereceu ainda uma orientação: “Devemos orar pelos políticos, pelos administradores da vida pública. A tentação do poder é muito grande. Eu não gostaria de estar no lugar de nenhum deles. A omissão de quem pode e não auxilia o povo é comparável a um crime que se pratica contra a comunidade inteira. Tenho visto muitos Espíritos dos que foram homens públicos na Terra em lastimável situação na Vida Espiritual”. A propósito das preocupações com as questões políticas da nossa Dimensão, o Espírito Emmanuel psicografou interessante página intitulada POLÍTICA DIVINA, em que diz: -“O discípulo sincero do Evangelho não necessita respirar o clima da política administrativa do mundo para cumprir o ministério que lhe é cometido. O Governador da Terra, entre nós, para atender aos objetivos da política do amor, representou, antes de tudo, os interesses de Deus junto do coração humano, sem necessidade de portarias e decretos, respeitáveis embora. Administrou servindo, elevou os demais, humilhando a si mesmo. Não vestiu traje de sacerdote, nem a toga de magistrado. Amou profundamente os semelhantes e, nessa tarefa sublime, testemunhou a sua grandeza espiritual. Que seria das organizações cristãs, se o apostolado que lhes diz respeito estivesse subordinado a reis e ministros, câmaras e parlamentos transitórios? Se desejas penetrar, efetivamente, o templo da verdade e da fé viva, da paz e do amor, com Jesus, não olvides as plataformas do Evangelho Redentor. Ama a Deus sobre todas as coisas, com todo o teu coração e entendimento. Ama o próximo como a ti mesmo. Cessa o egoísmo da animalidade primitiva. Faze o Bem aos que te fazem mal. Abençoa os que te perseguem e caluniam. Ora pela paz dos que te ferem. Bendize os que te contrariam o coração inclinado ao passado interior. Reparte as alegrias de teu espírito e os dons de tua vida com os menos afortunados e mais pobres do caminho. Dissipa as trevas, fazendo brilhar a tua luz. Revela o amor que acalma as tempestades do ódio. Mantém viva a chama da esperança, onde sopra o frio do desalento. Levanta os caídos. Sê a muleta benfeitora dos que se arrastam sob aleijões morais. Combate a ignorância, acendendo lâmpadas de auxílio fraterno, sem golpes de crítica e sem gritos de condenação. Ama, compreende e perdoa sempre. Dependerás, acaso, de decretos humanos para meter mãos à obra? (...) Não te esqueças das recomendações traçadas no Código da Vida Eterna, na execução das quais devemos edificar o Reino Divino, dentro de nós mesmos”.
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domingo, 31 de agosto de 2014
CHICO XAVIER E A POLÍTICA
Recordando seus aprendizados no caminho do roteiro da “disciplina, disciplina, disciplina” prescrito pelo seu Orientador Espiritual como essencial para sua vitória árdua tarefa da mediunidade, Chico Xavier contou que certa vez “alguns companheiros conversavam furiosamente, em Pedro Leopoldo (MG), sobre certo político, ‘a coisa devia ser assim, devia ser de certo modo, o homem era a perversidade em pessoa, prometera isso e fizera aquilo’, quando um dos presentes dirigiu-se a ele e perguntou: - Que diz você, Chico. Temos alguma referência dos Amigos Espirituais sobre o caso?.. No justo momento em que ia emitir sua opinião, ouviu o voz de Emmanuel sussurrar-lhe, segura, aos ouvidos: - Cale a sua boca. Você nada tem a ver com isso. Chico ruborizou-se e o grupo, em torno, verificou que ele não conseguia responder, apesar do desejo de externar-se. Alguém ponderou que ele deveria estar mal e rodearam-no, em oração, dando-lhe passes. A reunião dispersou-se. Lembra que não foram poucos os que, estranhando o caso, afirmaram em surdina que o Chico parecia francamente um pobre obsidiado”. Os anos passaram, a experiência foi se sedimentando e o respeitado médium manifestou-se em outras oportunidades sobre o polêmico assunto. Alguns desses pareceres foram preservados em livros disponíveis para estudo como O EVANGELHO DE CHICO XAVIER e ORAÇÕES DE CHICO XAVIER, ambos do publicados no acervo de Carlos Antonio Baccelli. Num deles diz que “se nossos governantes tivessem amor e espírito de compreensão por seus governados, tudo seria modificado. Mas isso teria de começar de cima. Alguém me perguntou: -’Chico, a assistência é serviço do governo. Por que você dá assistência?. Respondi: - “Dou assistência como a pessoa que vê a casa do vizinho incendiada e, até que o corpo de bombeiros apareça, a casa já se foi(...). Então, pelo menos um balde de água eu tenho que carregar, não é?”. Noutra ocasião ponderou: “Infelizmente, muitos daqueles que nos dirigem não querem se enriquecer apenas para esta vida: acumulam indevidamente tanto dinheiro, que nos dão a impressão de que querem ser milionários para a Eternidade”. Ofereceu ainda uma orientação: “Devemos orar pelos políticos, pelos administradores da vida pública. A tentação do poder é muito grande. Eu não gostaria de estar no lugar de nenhum deles. A omissão de quem pode e não auxilia o povo é comparável a um crime que se pratica contra a comunidade inteira. Tenho visto muitos Espíritos dos que foram homens públicos na Terra em lastimável situação na Vida Espiritual”. A propósito das preocupações com as questões políticas da nossa Dimensão, o Espírito Emmanuel psicografou interessante página intitulada POLÍTICA DIVINA, em que diz: -“O discípulo sincero do Evangelho não necessita respirar o clima da política administrativa do mundo para cumprir o ministério que lhe é cometido. O Governador da Terra, entre nós, para atender aos objetivos da política do amor, representou, antes de tudo, os interesses de Deus junto do coração humano, sem necessidade de portarias e decretos, respeitáveis embora. Administrou servindo, elevou os demais, humilhando a si mesmo. Não vestiu traje de sacerdote, nem a toga de magistrado. Amou profundamente os semelhantes e, nessa tarefa sublime, testemunhou a sua grandeza espiritual. Que seria das organizações cristãs, se o apostolado que lhes diz respeito estivesse subordinado a reis e ministros, câmaras e parlamentos transitórios? Se desejas penetrar, efetivamente, o templo da verdade e da fé viva, da paz e do amor, com Jesus, não olvides as plataformas do Evangelho Redentor. Ama a Deus sobre todas as coisas, com todo o teu coração e entendimento. Ama o próximo como a ti mesmo. Cessa o egoísmo da animalidade primitiva. Faze o Bem aos que te fazem mal. Abençoa os que te perseguem e caluniam. Ora pela paz dos que te ferem. Bendize os que te contrariam o coração inclinado ao passado interior. Reparte as alegrias de teu espírito e os dons de tua vida com os menos afortunados e mais pobres do caminho. Dissipa as trevas, fazendo brilhar a tua luz. Revela o amor que acalma as tempestades do ódio. Mantém viva a chama da esperança, onde sopra o frio do desalento. Levanta os caídos. Sê a muleta benfeitora dos que se arrastam sob aleijões morais. Combate a ignorância, acendendo lâmpadas de auxílio fraterno, sem golpes de crítica e sem gritos de condenação. Ama, compreende e perdoa sempre. Dependerás, acaso, de decretos humanos para meter mãos à obra? (...) Não te esqueças das recomendações traçadas no Código da Vida Eterna, na execução das quais devemos edificar o Reino Divino, dentro de nós mesmos”.
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
LEMBRANÇAS DE VIDAS PASSADAS
O Journal Littéraire de 25
de setembro de 1864, publicou um artigo biográfico de Pierre Dangeau sobre o
escritor francês Joseph Méry destacando suas convicções, para muitos apenas
teorias. Méry, nascido em Marselha, viveu 68 anos, foi dramaturgo,
libretista, jornalista político, autor de ficção e ensaios, conhecido por sua sagacidade e habilidade de improvisar, e, embora tenha
escrito um grande número de histórias, hoje está praticamente esquecido, a não
ser por contribuições com libretos transformados em ópera por Giuseppe
Verdi, e, em três obras de Offenbach,
seu amigo pessoal. Entre outras coisas, escreve Dangeu: -“Ele crê
firmemente que viveu várias vezes; lembra-se das menores circunstâncias de suas
existências precedentes e as detalha com uma nota de certeza, que impõe como
uma autoridade. Assim, foi uma dos amigos de Virgílio e de Horácio,
conheceu Augustus Germanicus e fez a guerra nas Gálias e na Germânia.
Era general e comandava as linhas romanas quando estas atravessaram o Reno.
Conhecia nas montanhas lugares onde havia acampado, nos vales, campos de
batalha onde combateu. Lembra-se das palestras em casa de Mecenas, que são o
eterno objeto de seus pesares. Chamava-se Mínius. Um dia, na vida atual,
estava em Roma e visitava a biblioteca do Vaticano. Ali foi recebido por gente
moa, noviços em longas vestes escuras, que se puseram a lhe falar em latim mais
puro. Méry era bom latinista, no que se refere à teoria e às coisas escritas,
mas ainda não havia experimentado conversar familiarmente na língua de Juvenal.
Ouvindo esses romanos de hoje, admirando esse magnífico idioma, tão harmonizado
com aqueles monumentos, com os costumes da época em que era usado, pareceu-lhe
que um véu caia de seus olhos; pareceu-lhe que ele próprio havia conversado, em
outros tempos, com amigos que se serviam dessa linguagem divina. Frases feitas
e impecáveis saiam-lhe da boca; achava imediatamente a linguagem e a correção;
enfim, falou latim como fala francês; teve em latim o espírito que tem em
francês. Nada disso podia fazer-se sem um aprendizado e, se não tivesse sido um
súdito de Augusto, se não tivesse atravessado aquele século de todos os
esplendores, não teria improvisado um conhecimento, impossível de adquirir em
poucas horas. Outra passagem sua na Terra foi nas Índias, por isso as conhece
tão bem. Por isso, quando publicou a GUERRE DU NIZAN, nenhum de seus
leitores terá duvidado que não tivesse morado muito tempo na Ásia. Suas
descrições são vivas, seus quadros são originais, toca com o dedo os mínimos
detalhes e é impossível não tenha visto o que conta, pois lá está o cunho da verdade.
Pretende ter entrado naquele país com uma expedição muçulmana em 1035. Lá viveu
cinquenta anos, passou belos dias e se fixou para não mais sair. Ainda era
poeta, mas menos letrado do que em Roma e em Paris. Inicialmente guerreiro,
depois sonhador, guardou na alma as imagens empolgantes das margens do Rio
Sagrado e dos ritos indús. Tinha várias moradas, na cidade e no campo, orou nos
templos dos elefantes, conheceu a Civilização avançada de Java, viu de pé as
esplendidas ruínas que assinala e ainda tão pouco conhecidas”. O artigo segue
enaltecendo outros aspectos da personalidade de Méry. No número de
novembro de 1864 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec aproveita a abordagem para destacar alguns
aspectos revelados pela Espiritualidade n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS a propósito do
restabelecimento da questão existencial
com a reencarnação, linha interrompida
treze séculos antes por deliberações do II Concílio de Constantinopla,
distanciando inúmeras gerações nascidas no chamado Ocidente do mecanismo da
lógica evolucionista. Da análise de Kardec, podemos citar: 1- Se Méry já viveu, não deve
ser exceção, porque as Leis da Natureza são as mesmas para todos e, assim,
todos os homens também devem ter vivido; se se viveu, não é certamente pelo
corpo que se renasce; é, pois, o princípio inteligente, a alma, o Espírito. 2- Desde que Méry conservou a
lembrança de várias existências, desde que os lugares lhe recordam o que viu
outrora, com a morte do corpo a alma não se perde do todo Universal,
conservando, pois, sua individualidade, o conhecimento do seu “EU”.
3-
Lembrando-se Méry do que foi há dois mil anos, em que se tornou sua alma no
intervalo? (...). Deve ter ficado na esfera da atividade terrestre, vivendo a
Vida Espiritual, em nosso meio ou no espaço que nos rodeia, até tomar um novo
corpo. Não sendo Méry único no mundo, deve haver em torno de nós uma população
inteligente invisível. 4- Nada do
que adquirimos em inteligência, em saber e em moralidade fica perdido; quer
morramos jovens ou velhos, quer tenhamos ou não tempo de o aproveitar na
existência presente, colheremos seus frutos em existências subsequentes. 5- A medida que o Espírito se depura,
os laços materiais são menos tenazes, o véu que obscurece o passado é menos
opaco, seguindo assim a faculdade da lembrança retrospectiva o desenvolvimento
do Espírito.
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
OBSESSÃO - FATOR DETERMINANTE DE CERTAS PATOLOGIAS MENTAIS E FÍSICAS
A
integração de forma mais intensa entre diferentes Dimensões Existenciais nesse
período de mudanças radicais e profundas na condição evolutiva da Terra evidencia
cada vez mais a presença dos processos obsessivos na sociedade humana. Felizmente,
a preocupação objetiva com os transtornos mentais vai, com certeza, conduzir a
ciência a conclusões relacionando comportamentos enquadrados na ampla escala
dos mesmos, às influências espirituais, reconhecidas, por sinal, na
versão mais recente da Classificação Internacional de Doenças (CID), da OMS – Organização
Mundial de Saúde, mais especificamente a CID 10, item F.44.3 em que define estado de transe e possessão como a perda transitória da identidade com
manutenção de consciência do meio ambiente, fazendo a distinção entre normais,
ou seja, os que acontecem por incorporação ou atuação dos Espíritos e
patológicos, provocados por doenças. O Espiritismo tem
substancial contribuição a dar sobre o tema quando diz que “o problema da
obsessão tem no Pensamento sua base, explicando que além dos pensamentos comuns
(experiência rotineira), emitimos com mais frequência os
pensamentos nascidos do “desejo-central” que nos caracteriza,
pensamentos esses que passam a constituir o reflexo dominante de nossa
personalidade”. Explica que seja por questões de vingança por prejuízos
causados em outras vidas pela potencial vítima de agora, seja razões como as
dependências químicas, os chamados obsessores “procuram conhecer a
natureza da pessoa que objetivam prejudicar, em qualquer plano, através das
ocupações e posições em que prefira viver. Identificado o reflexo da criatura,
superalimentam-na com excitações constantes, robustecendo impulsos e quadros já
existentes na imaginação, criando outros que se lhes superponham,
nutrindo-lhes, dessa forma, a fixação mental”. Esclarecem
que “semelhante processo cria e
mantem facilmente o “delírio psíquico” ou a “obsessão”, que não passa de um
estado anormal da mente, subjugada pelo excesso de suas próprias criações a
pressionarem o campo sensorial, infinitamente acrescidas de influência direta
ou indireta de outras mentes, desencarnadas ou não, atraídas por seu próprio
reflexo”. No extraordinário livro AÇÃO E REAÇÃO
escrito pelo Espírito André Luiz através do médium Chico
Xavier, aprendemos que “somos (seres humanos)
fulcros geradores de vida, com qualidades específicas de emissão e recepção.
Obsessão é um processo semelhante ao da hipnose. O campo
mental do obsessor, cria no mundo da própria imaginação as formas-pensamento
que deseja exteriorizar. Plasmando a imagem da qual se propõe
extrair o melhor efeito, usando as forças positivas da vontade, colore-os com
recursos de concentração de sua própria mente, e, aproveitando a poderosa
energia mental, projeta-as, como um hipnotizador, sobre o campo mental da
vítima. Esta transforma as impressões recebidas, reconstituindo
as formas-pensamento plasmadas, nos centros cerebrais, por intermédio dos
nervos que desempenham o papel de antenas específicas, a lhes fixarem as
particularidades na esfera dos sentidos, num perfeito jogo alucinatório, em que
o som e imagem se entrosam harmoniosamente”. Alerta que “quando,
por falta de tempo, não possam criar as telas pretendidas com os fins visados
por intermédio da determinação hipnótica, situam no convívio da criatura,
entidades que se lhe adaptem ao modo de sentir e ser”. Destaca
que “cada um é tentado exteriormente pela tentação que alimenta em si
próprio”, ou seja, “cada qual de nós vive e respira nos reflexos
mentais de si mesmo”. De outras obras do mesmo Espírito, destacamos
três casos para reflexão: 1- CARACTERÍSTICA- Mulher, 25 anos, cabelos em
desalinho, semblante torturado, expressão de inquietação e pavor nos olhos
escuros CAUSA – Ação de entidade feminina que lhe controla as impressões
nervosas, obliterando os núcleos de força, através de fios cinzentos que lhe
fluem da cabeça, envolvendo-lhe o centro coronário, movida pelo ciúme da
encarnada por tê-la substituído na condição de segunda esposa do seu ex-marido,
além do desejo de vingança por sabê-la intencionalmente negligente no caso do
afogamento de seu enteado Marcos. (ETC,3) 2-CARACTERISTICA
– Mulher, idade avançada, cabelos grisalhos, corpo magro, rosto enrugado, aparentando
senilidade mental nas falas aparentemente desconexas proferidas com voz
alterada. CAUSA – Presença espiritual mediunicamente registrada
ao seu lado, na cama que ocupava, o qual ali se instalara desde muitos anos
logo após sua morte aparentemente acidental durante caçada esportiva com
amigos. (EVC) 3
- CARACTERÍSTICA - Homem, com Espírito parcialmente desligado do corpo
físico pela hipnose do sono, que descansava com bonita aparência, sob cobertas
quentes, revelando posição de relaxamento, semelhante aos viciados em
entorpecentes. CAUSA – Presença de três entidades femininas em
atitudes menos edificantes, atraídas para a atmosfera pessoal do encarnado
através de mentalizações na área da sexualidade desequilibrada. (ML)
segunda-feira, 25 de agosto de 2014
QUEBRANDO PARADIGMAS
A história recente da
fenomenologia operada pelos Espíritos desencarnados na realidade em que
vivemos, ficou marcada por fatos produzidos através de médiuns extraordinários. No campo da música erudita, pela dona
de casa inglesa Rosemary Brown que serviu para que celebres compositores das fases
clássicas produzissem peças reconhecidas por vários especialistas como sendo dos
autores que as assinavam. No da pintura, no Brasil, o jovem Luiz Antonio Gasparetto,
desde a adolescência para que grandes mestres da pintura se mostrassem
vivos em outra dimensão, evidenciando a realidade da sobrevivência. No campo da
literatura, desde o início do século XX, Chico Xavier permitiu que inúmeros
poetas e escritores documentassem que continuavam vivos, apesar de mortos físicamente. E, na área da saúde, José Pedro de Freitas, mais
conhecido como Zé Arigó, deu inicio a uma verdadeira revolução nos conceitos
mecanicistas vigentes, seja nas prescrições, seja nas cirurgias invasivas
operadas em tempo reduzido, sem preparo prévio, sem dor apesar da ausência de
anestesia, sem efeitos colaterais ou óbitos que se tenha tido conhecimento. No
seu caso, a ação do Espírito conhecido como Dr Fritz, começou quando
ele contava 28 anos, inesperada e espontaneamente, de forma inconsciente,
erradicando um câncer de pulmão de um candidato a reeleição ao cargo de Senador
da República por Minas Gerais e, dias depois, de um tumor uterino de uma
conhecida de sua cidade. A partir daí, milhares de pessoas foram atendidas até
que fosse preso pelo exercício ilegal da Medicina. Depoimentos impressionantes
ficaram preservados, especialmente no livro O CIRURGIÃO DA FACA ENFERRUJADA do jornalista norteamericano Brian
Fuller. Um deles, envolve a
senhora Maria Emília Silveira, oriunda de Vitória da Conquista
(BA), portadora de câncer no útero; desenganada pelos médicos, cirurgiada no
dia 23/7/57. Testemunhas – Ismenio Silveira (marido), Randulfo
Paiva (advogado), Adhemar Alves Brito (Cel Exercito), Newton
Boechat, Duração: 8 minutos. Atentemos para o depoimento do médico Ladeira Marques: -“Penetramos no pequeno aposento onde se
fazem as intervenções, encontrando a paciente deitada em decúbito dorsal, sobre
o assoalho. Incumbiu-me o Dr Fritz de afastar as vestes da paciente, a
fim de praticar a intervenção. Perguntou ao marido, presente, se desejava que a
intervenção se fizesse pela via baixa ou por via abdominal, decidindo-se o
marido pela via baixa. Foram introduzidos na cavidade vaginal da paciente, sem
auxílio de espéculo, três tesouras e dois bisturis, com manobra brusca sem ferir a doente.
Cada instrumento introduzido de um só golpe. O ramo das tesouras era ainda
mantido pela mão do médium Arigó. Para surpresa nossa, o outro ramo da tesoura, automaticamente, sem nenhuma intervenção visível de mão humana,
passou a se movimentar, aproximando-se e se afastando do primeiro como ocorre
no ato de seccionar um objeto. Procuramos ver
se o movimento que presenciávamos na tesoura estendia-se a outras peças
do instrumental cirúrgico empregado na operação e nada pudemos registrar, ouvindo-se, no entanto barulho de entrechoques
de metais e o ruído do seccionamento dos tecidos. Decorridos poucos minutos, o Dr Adolf Fritz,
através da intervenção do médium Arigó, retirou do campo operatório uma das tesouras introduzidas, que se
apresentava ligeiramente impregnada de sangue. Tornou a repor a tesoura no
local, dizendo: - “Senhor!. Não quero
que haja sangue!”. E a intervenção se fez sem hemorragia. Tomando em
seguida uma pinça, recomendou-nos prestar atenção e, introduzindo no local da
intervenção, retirou um pedaço de tecido com cerca de 8x4 centimetros,
mostrando-o a todos os presentes. A primeira impressão que tive foi que se
tratasse da extirpação do útero, mas, como informasse ele à doente que ainda
poderia conceber, conclui que se tratava de operação de um tumor uterino. Sem
praticar nenhuma anestesia, no decorrer de toda a intervenção, manteve-se a
paciente com fisionomia calma e tranquila, não deixando transparecer,
absolutamente, nenhum gesto ou reação de dor. Ainda segundo o marido,
“retirado o tumor, o Dr. Fritz deu uns quatro ou cinco socos no ventre –
local antes dolorido -, e sua mulher permaneceu impassível, sem nada sentir”.
O reconhecidamente intransigente médico e professor universitário Dr Ary Lex, foi a Congonhas do Campo
(MG), conferir, testemunhando o seguinte: -“ “Arigó, em estado de
transe mediúnico, convidou-nos a aproximar-nos do local em que ia operar, na
frente do povo. Embora declinássemos
nossa qualidade de médico, não nos dispensou nenhuma atenção especial.
Tratou-nos rudemente. A única gentileza, convidar-nos a assistir as operações
e, posteriormente, o auxiliarmos. No espaço de meia hora, realizou 4
operações, entre as quais: 1- Drenagem
de Quisto Sinovial- Sem nenhuma preparação cirurgica, anestesia ou
assepsia, não usando nenhuma técnica hipnótica ou letárgica, toques no paciente
ou qualquer outro processo de sugestão ou algo semelhante. 2- Operação de
ptirígio – Segurei a cabeça da paciente. Arigó realizou a intervenção com
uma tesoura de unha. Ante o sangramento abundante, comprimiu o local com
algodão, mandando o sangue estancar, produzindo a hemostasia imediata,
mandando, ao final, a paciente embora sem maiores cuidados. No correr dos atos
operatórios, os pacientes estavam conscientes, tranquilos, não reagindo,
respondendo nada sentir.
sábado, 23 de agosto de 2014
OUSADA E CORAJOSA TEORIA DE ALLAN KARDEC SOBRE A ORIGEM DAS DOENÇAS
Embora experimentos em países
da chamada Cortina de Ferro com a chamada máquina Kirliam nos anos 50/60 tenham
provado
a ação das chamadas energizações e mais recentemente no Brasil um
estudo realizado em 2003, pelo Dr Ricardo Monezzi, à época Mestrando em Ciências
médicas em conceituada Universidade paulista sobre efeitos da prática
de impostação de mãos sobre os sistemas hematológico e imunológico de
camundongos machos em que tinham sido inoculadas células cancerígenas tenha
constatado uma diferença significativa entre os grupos na contagem do número
de monócitos, a verdade é que nas páginas da REVISTA ESPÍRITA que fundou e dirigiu no período1858/1869, Allan
Kardec noticiou e comentou inúmeros casos em que a Teoria dos Fluidos operou prodigiosas curas. Sem dúvida uma ousadia
para o momento em que os estudos da Medicina se fixavam na visão mecanicista,
desdenhando a visão vitalista apresentada, entre outros, pelos médicos Franz
Anton Mesmer (TEORIA DO
MAGNETISMO ANIMAL) ou Samuel Hanneman (HOMEOPATIA). Mas Kardec foi além como
documentado em artigo incluído na edição de março de 1868, intitulado Ensaio Teórico das Curas Instantâneas. Explica basear-se em deduções
das indicações obtidas por um médium em sonambulismo espontâneo, umas
das facetas dos estados alterados de consciência conhecidos como transe, tendo
sido dada como resposta a uma pessoa atingida por grave enfermidade que queria saber
se um tratamento fluídico poderia ser-lhe salutar. Observa, contudo, que
“por
mais racional que nos apareça esta explicação, não a damos como absoluta, mas a
título de hipótese e como tema de estudo”. Chama a atenção para o fato
de que “na medicação terapêutica são necessários remédios apropriados ao mal,
não podendo o mesmo remédio ter virtudes contrárias, sendo ao mesmo tempo estimulante
e calmante, aquecer e esfriar, não convindo a todos os casos, sendo esta a
razão de não existir um remédio universal”. Comenta “dar-se
o mesmo com o fluido curador, verdadeiro agente terapêutico, cujas qualidades
variam conforme o temperamento físico e moral dos indivíduos que o transmitem,
havendo fluidos que superexcitam e outros que acalmam, fluidos fortes e outros
suaves e de muitas outras nuanças, podendo, conforme suas qualidades, o
mesmo fluido, como o mesmo remédio, ser salutar em certos casos, ineficaz e até
prejudiciais em outros, donde se segue depender a cura, em princípio da
adequação das qualidades do fluido à
natureza e à causa do mal”.
Destaca também que, conforme o Espiritismo, “a maioria das moléstias, como
todas as misérias humanas são expiação do presente ou do passado, ou provações
para o futuro; dívidas contraídas, cujas consequências devem ser sofridas, até
que tenham sido resgatadas, não podendo ser curado aquele que deve suportar sua
provação até o fim”. Mais à frente em seu artigo, a original proposição
de Kardec:
-“Certas
afecções, mesmo muito graves e passadas ao estado crônico, não tem como causa primeira
a alteração das moléculas orgânicas, mas a presença de um mau fluido, que as desagrega, por assim dizer, e perturba a sua
economia”. Afirma ser “o
caso de grande número de doenças, cuja origem é devida a fluidos perniciosos,
dos quais é penetrado o organismo, obtendo-se a cura não pela substituição de
moléculas deterioradas, mas pela expulsão de um corpo estranho”. Nesse caso, a “medicação
alopática destinada a agir sobre a matéria é inoperante em todas as doenças
causadas por fluidos viciados, por sinal, numerosas”. Desse modo,
considera que “duas afecções, na aparência apresentando sintomas idênticos, podem ter
causas diferentes; uma pode ser determinada pela alteração das moléculas orgânicas
e, outra, pela infiltração nos órgãos sãos, de um fluido mau, que perturba suas
funções”. Entende que “esses dois casos requerem, no fluido
curador, qualidades diferentes. No primeiro, é preciso um fluido mais suave que
violento, sobretudo rido em princípios reparadores; no segundo, um fluido enérgico,
mais próprio à expulsão do que a reparação”. Destaca ainda que “não
podendo os maus fluidos provir senão de maus Espíritos, sua introdução na
economia se liga muitas vezes à obsessão. Daí resulta que, para obter a cura, é
preciso tratar ao mesmo tempo, o doente e o Espírito obsessor”.
Finaliza dizendo que “estas considerações mostram quantas coisas
há que levar em conta no tratamento das moléstias, e quanto ainda resta a
aprender a tal respeito. Além disso, vem confirmar a aliança do Espiritismo e
da Ciência. O Espiritismo marcha no
mesmo terreno que a ciência, até os limites da matéria tangível; mas, ao passo
que a ciência se detém nesse ponto, o Espiritismo continua seu caminho e
procede suas investigações nos fenômenos da natureza com o auxílio dos
elementos que colhe no mundo extra material; só aí está a solução das dificuldades
contra as quais se choca a ciência”.
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
ENTENDENDO A TURBULENTA CONVULSÃO
Se tentarmos conversar com
uma criança de cinco anos sobre a Teoria da Relatividade será que obteremos
sucesso? Se nos dirigirmos a um dos
habitantes das diversas comunidades rurais da Papua-Nova Guiné para ouvi-lo sobre
planejamento estratégico haveria reciprocidade? Se falássemos para um
intolerante radical religioso que há inúmeras evidências confirmando a
realidade da reencarnação, teríamos chance de prolongar o entendimento? Uma
breve reflexão sobre tais questões resultariam numa óbvia resposta: não! As
imagens se associadas a outra criada pelo Espírito Emmanuel através do
médium Chico Xavier na mensagem O GRANDE
EDUCANDÁRIO no livro ROTEIRO (feb,1952)
sobre a Terra ser uma das muitas escolas dedicadas à evolução espiritual
abrigando “mais de vinte bilhões de almas conscientes desencarnadas”,
permitem-nos entender o que acontece neste momento do Planeta em que vivemos.
Na segunda mensagem selecionada por Allan Kardec para compor as Instruções dos Espíritos do Capítulo 3
– Há
Muitas Moradas Na Casa de Meu Pai, d’ O EVANGELHO SEGUNDO O
ESPIRITISMO, Santo Agostinho traça um perfil dos Mundos de Expiação e de Provas entre os quais se insere ainda a
Terra. Diz, entre outras coisas, que “a
superioridade da inteligência, num grande número de seus habitantes, indica que
ela não é um mundo primitivo, destinado à encarnação de Espíritos ainda mal
saídos das mãos do Criador. Suas qualidades inatas são a prova de que já
viveram e realizarem certo progresso, mas também os numerosos vícios a que se
inclinam são o indício de uma grande imperfeição moral”, estando neste mundo
como estrangeiros para expiarem suas faltas através de um trabalho penoso e das
misérias da vida, até que se façam merecedores de passar para um mundo feliz”,
tendo “vivido em outros mundos, dos quais foram excluídos por sua obstinação
no mal, que os tornava causa de perturbação para os bons”. Salienta,
porém, que “não são todos os Espíritos encarnados na Terra que se encontram em
expiação. As raças que chamais selvagens, constituem-se de Espíritos apenas
saídos da infância, e que estão, por assim dizer, educando-se e
desenvolvendo-se ao contato de Espíritos mais avançados”. Acrescenta
que “vem
a seguir as raças semicivilizadas, formadas por esses mesmos Espíritos em
progresso, sendo de algum modo, as raças indígenas da Terra, que se
desenvolveram pouco a pouco, através de longos períodos seculares, conseguindo
algumas atingir a perfeição intelectual dos povos mais esclarecidos”. São
Luiz na resposta à última pergunta d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS,
revela que o momento da “transformação predita para a Humanidade terrena”
havia chegado, resultando não só “na remoção dos Espíritos maus mas também
dos que tendem a deter a marcha das coisas”. Isto sugere a atuação de
um comando a operar essas ações. Nos versículos 3 e 10 do Capítulo 1 do EVANGELHO de João, apresentado Jesus
diz “todas
as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”
e “estava
no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu”,
sugerindo não ser ele apenas mais que o Mestre reconhecido por todos os que
estudam sua história. Obras mediúnicas recebidas por Chico Xavier como A CAMINHO DA LUZ de Emmanuel
e, BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO PÁTRIA DO
EVANGELHO assinada por Irmão X, revelam aspectos de
planejamentos tecidos na Espiritualidade para encaminhar a evolução dos
habitantes da Terra. Especialmente o segundo, prende-se à nova fase ou Ciclo –
estimado recentemente pela ciência como de 2160 anos - em que iria começar
entrar o planeta nos séculos seguintes. Para se ter uma ideia de como funcionam
as coisas nos bastidores da evolução, em interessante questionamento sobre o
fenômeno Joana D’Arc, a aldeã de Orleans, na França, que transformou-se
em líder militar na vitória francesa sobre a ambição inglesa no século XIV,Chico Xavier explicou que “naquela época, os Espíritos encarregados da
evolução do Planeta estavam selecionando os gens que viriam a servir na
formação do corpo da plêiade de entidades nobres que reencarnariam para ampliar
o desenvolvimento geral da Terra, através do chamado Iluminismo francês. Era
preciso cuidado para que os corpos pudessem suportar a dinâmica das
inteligências que surgiriam. Se a França fosse invadida, perder-se-ia o
trabalho de muitos séculos. Então Joana D’Arc foi convocada para que impedisse
a invasão, a fim de que se preservassem as sementes genitais, para a formação
de instrumentalidade destinada aos gênios da cultura e do progresso que
renasceriam na França, especialmente em se tratando da França do século XIX que
preparou, no mundo, a organização da era tecnológica que estamos vivendo no
século XX”.
terça-feira, 19 de agosto de 2014
FUNÇÃO NOBRE DA MEDIUNIDADE
Quando Allan Kardec escreveu n’ O LIVRO DOS MÉDIUNS que a “mediunidade
é inerente ao homem, podendo dizer-se que todo mundo é, mais ou menos, médium”
e, que a “faculdade propriamente dita é orgânica”, ainda não se tinha no
Mundo Ocidental associado a mesma à glândula pineal ou epífise. Escolas
religiosas da Antiguidade, contudo, já dominavam tal conhecimento e o próprio
filósofo e matemático René Descartes a considerava a sede
da alma. Kardec foi além, escrevendo que “o médium fez pelo Mundo
Invisível o mesmo que o microscópio pelo mundo dos infinitamente pequenos”,
diante da quantidade espantosa de informações vertidas do Plano Espiritual
abrindo caminho para uma compreensão mais precisa sobre a razão de ser e
existir. O tempo foi consagrando o acerto de suas afirmações com os Espíritos
do Senhor fomentando o surgimento de inúmeras alternativas para o acesso das
criaturas humanas aos princípios da Verdade concernente à sua própria
imortalidade. Múltiplas formas de manifestação por sinal classificadas
previamente pelo erudito pesquisador foram despertando consciências ao redor do
Planeta em que vivemos. No Brasil, o caso Chico Xavier, especialmente, nas três
últimas décadas de sua tarefa, constitui-se em importante e segura fonte de
pesquisa. Sobre essa fase, afirmou que “como médium, essa tarefa das cartas de
consolação aos familiares em desespero na Terra foi o que sempre mais me
gratificou”, pois, “não existe sofrimento maior do que a dor de
perder um filho”. Acrescentou outra ocasião que “os Espíritos ainda não
encontraram uma palavra para definir a dor de um coração de mãe quando perde um
filho”. E esse conforto em grande parte deve-se à mediunidade que
interliga diferentes Dimensões existenciais. Prova disso é o trabalho do também
médium norte-americano James Van Praagh, autor do livro
autobiográfico CONVERSANDO COM OS
ESPÍRITOS (salamandra,1998). Convivendo com a paranormalidade desde a
infância sem que compreendesse bem suas percepções, já adulto acatou os
conselhos de outro sensitivo, buscou instrumentalizar-se de conhecimentos e
pôs-se a trabalhar para a Espiritualidade, oferecendo conforto e esperança para
pessoas que o procuraram na expectativa – apesar do ceticismo da maioria - de
obter algum tipo de informação sobre os porquês da dura separação nunca
cogitada nesse mundo em que o materialismo ofusca qualquer possibilidade de
atentar-se para outros aspectos da vida. James em seu livro generosamente
repassa sua visão pessoal dessa realidade, fundamentando-se não só nas
pesquisas que fez, mas também na experiência acumulada ao longo de vários anos
de trabalho e convivência com a dor alheia. Exemplificando suas opiniões com
casos atendidos, esclarece o pós-morte no caso de transições trágicas,
acidentes fatais, AIDS, suicídio, descrevendo o clima de intensa emoção quando
de reencontro dos que se amam. Apesar das diferenças culturais e o “modus
operandi” fundamentalmente diferente do observado através de Chico
Xavier, os resultados surtem o mesmo efeito: aplacam as dores da alma.
Pena que poucos médiuns se interessam por se dedicar e aperfeiçoar nessa linha
de trabalho. O próprio médium mineiro mostrou outro lado da questão em
comentário feito ainda quando encarnado sobre a questão dizendo: -“Não
entendo os nossos irmãos que combatem esse tipo de intercâmbio com o Mundo
Espiritual. Eles se esquecem de que os que partiram também desejam o contato. O
médium, sem dúvida, pode, em certas circunstancias rastrear o Espírito, mas, na
maioria das vezes, é o Espírito que vem ao médium. O trabalho da
Espiritualidade é intenso. Para que um filho desencarnado envie algumas
palavras de conforto aos seus pais na Terra, muitos Espíritos se mobilizam.
Isso não é uma evocação. Não raro são os próprios filhos desencarnados que atraem
os seus pais aos Centros Espíritas: desejam dizer que não morreram, que
continuam vivos na Outra Dimensão, que os amam e que haverão de amá-los sempre”.
Falando de si remetendo-nos a uma reflexão, Chico conclui: -“Oro
todos os dias pelas mães que perderam filhos, sobretudo em condições trágicas,
como um assassinato, por exemplo. Deus há de se compadecer de todas elas!...
Quando elas me procuram, é que verdadeiramente posso sentir a minha
insignificância para consolar alguém”... Os “doutores da lei” continuam
vigilantes e atuantes. Não percebem a importância da oferta desse serviço para
a comunidade nem o quanto seria útil para a propagação da mensagem da
imortalidade e das realidades que nos aguardam além dessa vida de onde a
qualquer momento sairemos para a necessária avaliação do nível de
aproveitamento da reencarnação provavelmente ansiosamente aguardada em algum
lugar do passado recente ou remoto.
domingo, 17 de agosto de 2014
TALVEZ A CAUSA DETERMINANTE
A notícia da morte do ator Robin
Williams impactou negativamente não só aqueles que privaram de sua
amizade como a legião dos admiradores que se emocionaram com suas performances como
protagonista nos filmes de que participou. Várias
são as possíveis causas cogitadas para entender ou justificar a ação infeliz com que interrompeu sua vida em nossa
Dimensão. Homem sensível – fator que certamente o auxiliava a compor os
personagens que viveu nas telas –, teve no filme AMOR ALÉM DA VIDA uma ideia dos desdobramentos do suicídio no plano
de vida imediatamente após este em que nos encontramos. Além dos transtornos
mentais e físicos aventados como hipótese para sua decisão de sair pela porta
falsa do palco desta vida, outro pode ser incluído nas avaliações feitas.
Talvez o determinante dos demais. Exemplo disso encontramos na REVISTA ESPÍRITA, edição de janeiro
de 1869, em que Allan Kardec inclui interessante
mensagem recebida por um médium chamado Sr Nivard, no grupo de estudos Délliens, de Paris. Referia-se a matéria veiculada pelo jornal local DROIT,
noticiando fato testemunhado pelo senhor Jean Baptiste Sadoux, em que um
jovem que depois de ter vagado durante algum tempo sobre uma ponte, subiu no
parapeito e se atirou no Rio Marne. Apesar das tentativas imediatas de
socorrê-lo, ao cabo de sete minutos, retirou-o, todavia a asfixia já era
completa não sendo possível reanimá-lo. Uma carta encontrada com ele, o identificou
como o Sr Paul D..., e, dirigia-se ao seu pai, pedindo perdão por
abandoná-lo, afirmando-se “há dois anos dominado por uma ideia
terrível, por uma irresistível vontade de se destruir. Acrescentava que lhe
parecia ouvir fora da vida uma voz que o chamava sem descanso e, a despeito de
todos os esforços, nada o impedia de ir à ela. Encontraram, também, no bolso do
paletó uma corda nova, na qual tinha sido feito um laço corredio”. Comenta
Allan
Kardec, que “a obsessão está bem evidente, explicação que
só o Espiritismo dá”, acrescentando que “se fosse esclarecido pela
Doutrina Espírita, com mais vontade, seu livre-arbítrio poderia ter resistido,
sabedor que a voz que o assediava não poderia ser senão de um mau Espírito”,
bem como, “das consequências terríveis que adviriam de um instante de fraqueza”.
A comunicação obtida por via mediúnica era assinada pelo Espírito Louis
Nivard esclarece: -“A voz dizia: Vem! Vem! Mas teria sido
ineficaz essa voz do tentador, se a ação direta do Espírito não se tivesse
feito sentir. Por quê? Seu passado era a causa da situação dolorosa em que se
achava; apegava-se à vida e temia a morte. Mas nesse apelo incessante que
ouvia, pergunto eu, encontrou força? Não; encontrou a fraqueza que o derrotou.
Venceu os temores, porque esperava no fim encontrar do outro lado da vida o
repouso que o lado de cá lhe negava. Foi enganado: o repouso não veio. As
trevas o cercam, a consciência lhe censura o ato de fraqueza e o Espírito que o
arrastou gargalha ao seu redor e o criva de motejos constantes. O cego não vê,
mas escuta a voz que repete: Vem! Vem! E depois zomba de sua tortura. A causa
deste caso de obsessão está no passado, como acabo de dizer. O próprio obsessor
foi impelido ao suicídio por esse que acaba de fazer cair no abismo. Era
sua mulher na existência precedente e tinha sofrido consideravelmente com o
deboche e as brutalidades do marido. Muito fraca para aceitar a situação que
lhe era dada com resignação e coragem, buscou na morte um refúgio contra os
seus males. Ela vingou-se depois; sabeis como. Entretanto o ato desse infeliz
não era fatal; tinha aceito os riscos da tentação; esta era necessária ao seu
propósito, porque só ela poderia fazer desaparecer a mancha que havia sujado
sua existência anterior. Ele tinha aceito os seus riscos, com a esperança de
ser mais forte e se havia enganado; sucumbiu. Recomeçará mais tarde? Resistirá?
Dele dependerá. Rogai a Deus por ele, a fim de que lhe dê calma e a resignação
de que tanto necessita, a coragem e a força para não falir nas provas que tiver
de suportar mais tarde”. A propósito, Chico Xavier conta
curiosa passagem em que procurado por uma mãe buscando orientação carregando
nos braços um filhinho surdo, mudo, cego e sem os dois braços, apresentando uma
doença nas pernas que exigia para salvar-lhe a vida, segundo os médicos, a
amputação das duas, ouviu do Espírito Emmanuel: -“Chico, explique à nossa irmã
que este nosso irmão em seus braços suicidou-se nas dez últimas encarnações e
pediu, antes de nascer, que lhe fossem retiradas todas as possibilidades de se
matar novamente. Mas, agora que está aproximadamente com cinco anos, procura um
rio, um precipício para se atirar. Avise nossa irmã que os médicos amigos estão
com a razão. As duas pernas dele vão ser amputadas, em seu próprio benefício,
para que ele fique mais algum tempo na Terra, a fim de que diminua a ideia do
suicídio”.
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
APRENDENDO COM UM MESTRE
A convivência com a dura
realidade de milhares de pessoas enquanto lutava em meio à sua, Chico
Xavier acabou tornando-se um sábio, seja pelo aprendizado da própria
luta pessoal diante das dificuldades que a vida lhe impôs como homem e como
médium, seja pela convivência com tantos Espíritos focados no Bem. Como ele mesmo afirmou certa ocasião, “quem sabe pode muito, mas quem ama pode mais”. Mantendo-se fiel à receita da “disciplina, disciplina,
disciplina”, sugerida pelo Benfeitor Espiritual Emmanuel quando ouviu através
dele sobre a tarefa a que estavam ligados por acertos havidos décadas antes no
Mundo Espiritual, concluiu sua recente passagem por nossa Dimensão como uma
referência na exemplificação da mensagem cristã, revivida pelo Espiritismo. Bem
dentro do roteiro necessário para alcançar a espiritualidade em si mesmo, como
preconizado por outro grande líder espiritual, o Dalai Lama que a define
como “aquilo que produz no Ser humano uma mudança interior”. Percorrendo obras
que preservam o pensamento iluminado de Chico, destacamos para
nossas reflexões, algumas das suas orientações e opiniões a milhares de pessoas
que atendeu por várias décadas, condicionando-as aos assuntos pelo qual
procuraram ouvi-lo. No caso, temas relacionados à família. 1- LAR – “Sem a família organizada
caminharíamos para a selva e isso não tem razão de ser. A família terá de fazer
grandes aberturas, porque estamos aí com os anticoncepcionais, com os problemas
psicológicos, com os conflitos da mente, com as exigências afetivas de várias
nuances (...). A família precisa abrir novas pistas de compreensão para que os
componentes dela possam viver em regime de respeito recíproco, com os problemas
de que são portadores, sem a agressão que tantas vezes se verifica, contra
criaturas que sofrem aflitivos problemas dentro da constituição psicológica
diferente da maioria”. 2- CASAMENTO - “União de almas simpáticas é uma
raridade sobre a Terra. Quase todos estamos vinculados aos nossos compromissos
de existências anteriores. Com o passar do tempo, o casal que descobre entre si
certas diferenças não deve se assustar; é natural que assim seja. Se não houver
amor, que pelo menos haja respeito. Tenho visto muitos casamentos se desfazerem
por causa do extremo egoísmo dos cônjuges, que não se dispõe a um mínimo de
sacrifício e de renúncia. Ora, estamos ainda muito longe do amor com que devemos nos consagrar uns aos outros, mas
nada nos impede de começar a exercitar a paciência, o perdão, o silêncio... Se
um não revidasse quando fosse ofendido pelo outro, teríamos um número
infinitamente menor de separações conjugais”. 3 - ESFRIAMENTO DO
INTERESSE MÚTUO APÓS O NASCIMENTO DE FILHOS - “Grande número de
enlaces na Terra obedece a determinações de resgates, escolhidas pelos próprios
cônjuges, antes do renascimento no berço físico. E aqueles amigos que serão
filhos do casal, muitas vezes, agindo no Além, transformam, ou melhor, omitem
as dificuldades prováveis do casamento em perspectiva para que os cônjuges se
aproximem afetuosamente um do outro, segundo os preceitos das Leis Divinas e
formem o lar, desfazendo dentro dele determinadas dificuldades das existências
anteriores em motivos de amor e compreensão maior.. O namoro e o noivado em
muitas ocasiões estão presididos pelos Espíritos que serão filhos do casal”.
4 - PATERNIDADE/MATERNIDADE-“A paternidade é uma
oportunidade evolutiva que a Graça Divina concede às criaturas. A
maternidade é um segredo entre a mulher e Deus. A participação do homem é
ínfima. Na maternidade, a participação da mulher é tocada de alegria e de dor,
de tormento e de sofrimento, de prazer e de responsabilidade, desde que o filho
nasce, até o último dia da mulher sobre a Terra. E sabe lá Deus se, depois desta
Vida, quantas lutas sofrem as mães em auxílio aos filhos que deixaram neste
mundo?”. 5 - EDUCAÇÃO DOS FILHOS - “- Se não encontrarmos criaturas que nos concedam amor
e segurança, paz e ordem, será muito difícil o proveito da nova reencarnação
que estejamos encetando. A Educação não é um processo que possa ser levado a
efeito quando a criatura já adquiriu hábitos. Aquilo que se precisa aprender
começa aos 6 meses de idade. Toda criança deve ser educada no trabalho.
Trabalhei desde pequeno e, não fosse por semelhante providência, com certeza eu
teria me perdido. No currículo escolar deveria
ser incluída uma espécie de avaliação que as crianças cumprissem em casa, cooperando
com os pais nos afazeres domésticos”. 6- VIOLÊNCIA NO
LAR - “-Qualquer violência, em qualquer lugar e em qualquer tempo, é
prejudicial ao autor e aos que lhe assistem a exteriorização, seja qual for a
idade do espectador”
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
ALLAN KARDEC E A MEDIUNIDADE DE CURA
Poucos
sabem, mas, quando da eclosão dos fenômenos que deram origem ao Espiritismo, um
dos que surpreendiam eram os resultantes da mediunidade de cura.
Allan Kardec também dedicou atenção aos fatos ligados a essas ocorrências,
abstraindo várias conclusões expostas não apenas nas chamadas OBRAS
BÁSICAS, mas também em números da REVISTA
ESPÍRITA. A propósito das
doenças, a explicação da Doutrina Espírita é que “pertencem às
provas e às vicissitudes da vida terrena. São inerentes à grosseria da nossa
natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos. As paixões e os
excessos de toda espécie, por sua vez, criam em nossos organismos, condições
nocivas, frequentemente transmissíveis pela hereditariedade” e que as
“doenças de nascença, sobretudo aquelas que tiram aos infelizes a possibilidade
de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiotia, a imbecilidade, etc
(...), são efeitos que devem ter uma causa, em virtude do axioma de que todo efeito
tem uma causa, e desde que se admita a existência de um Deus justo, essa causa
deve ser justa. A causa sendo sempre anterior ao efeito e, desde que não se
encontra na vida atual, é que pertence a uma existência precedente”.
A partir da farta documentação disponível, podem ser encontradas
informações importantes sobre CASOS DE CURA SEM AUXÍLIO DOS MÉDIUNS,
nas edições de fevereiro 1863; abril e setembro 1865 e CASOS DE CURA
INSTANTÂNEA nos números de dezembro, outubro e novembro 1866;
agosto, outubro e novembro 1867. Adotando um método compreendendo
procedimentos simples (1-evocação dos bons Espíritos, 2- recolhimento,
3- braços estendidos, 4- dedos esticados sobre o corpo do
paciente) foram registrados resultados surpreendentes para a época,
como os relatados nos números de janeiro de 1864: 1- Cura de nevralgia
violenta, após 5 minutos de emissão fluídica simples com as mãos; 2-Cura de uma sensibilidade aguda de pele, manifestada
15 anos antes, após emissão fluídica diária de 15 minutos, durante 35 dias e 3- Cura
de individuo acometido de epilepsia durante 25 anos, com crises diárias,
após 35 dias de emissão de fluido direcionado para estômago e nuca.
Dois importantes personagens espirituais da história do Espiritismo em seu
início, ofereceram suas opiniões sobre os requisitos imprescindíveis para o
êxito nos trabalhos mediúnicos em torno da assistência ao que convive com as
doenças. O primeiro, o conhecido médico Franz Anton Mesmer, que
em mensagem psicografada alinhou três sugestões aos candidatos a esse trabalho: 1- Vontade de curar desenvolve fluido animalizado e
espiritual; 2- Prece e
3- Curas milagrosas, se
devem à natureza do fluido derramado pelo médium através da imposição das mãos,
graças ao concurso dos bons Espíritos quando há fé sincera e pureza de intenção.
O outro, o Espírito Paulo, o Apóstolo que
alinha duas recomendações: 1- Fé sincera; desinteresse, humildade e perseverança e 2- A Prece que deve ser guia e ponto de apoio do médium.
As observações sobre o tema, permitiu
a Allan Kardec formular um conjunto de conclusões estampadas em
matéria apresentada em novembro de 1866: 1- Os médiuns curadores curam só
pela ação fluídica, em mais ou menos tempo, mas, às vezes,
instantaneamente, sem o emprego de qualquer remédio.2- O
poder curativo está nos fluidos depurados dos bons Espíritos para os quais os
médiuns curadores servem de condutores. 3- O exercício dessa
faculdade curadora só tem lugar com o concurso dos Espíritos. 4- A
mediunidade curadora pode curar algumas doenças, mas há doenças
fundamentalmente incuráveis e seria ilusão crer que a mediunidade curadora vá
livrar a Humanidade de todas as suas enfermidades. 5- A mediunidade curadora depende de uma
disposição orgânica, de forma que muitas pessoas a possuem ao
menos em gérmem, que fica em estado latente, por falta
de exercício e desenvolvimento. 6- A mediunidade curadora exige
imperiosamente o concurso dos Espíritos depurados. 7- Há, para o
médium curador, a necessidade de atrair o concurso dos
Espíritos superiores, se quiser conservar e desenvolver sua faculdade. 8- A
primeira condição para o médium curador é trabalhar em sua própria
depuração, a fim de não alterar os fluidos salutares que está
encarregado de transmitir ao doente, com completo desinteresse material e moral.
9- As qualidades do médium curador devem ser o devotamento, a
abnegação, a humildade, além do desejo
de fazer o Bem e tornar-se útil aos semelhantes. 10- A Mediunidade
curadora escapa completamente da lei sobre o exercício legal da Medicina,
porque não prescreve qualquer tratamento, é exercida pela influência pessoal do
médium. Este último enunciado é
passível de revisão, naturalmente, pelos impactantes fenômenos manifestados ao
longo do século que se seguiu após ter sido elaborado. De qualquer modo, dispomos
de excelente conteúdo para estudos e reflexões.
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
O PESQUISADOR E A SOBREVIVÊNCIA
O psiquiatra canadense Ian
Stevenson (1918/2007), que por 34 anos chefiou o Departamento de
Psiquiatria e Neurologia da Escola de Medicina da Universidade de Virgínia, nos
Estados Unidos, onde vivia, ampliou seus estudos referentes à mente humana e
desta chegou ao cerne, à essência que vitaliza o corpo humano, o espírito.
Interessado na questão da sobrevivência sob foco diferente da reencarnação
documentado através de vários livros, a partir do clássico VINTE CASOS SUGESTIVOS DE REENCARNAÇÃO, relatou em longo artigo
publicado na revista italiana LUCE E
OMBRA, intitulado UM COMUNICANTE DESCONHECIDO À MÉDIUM E AOS
CONSULENTES, marcante e sugestiva experiência dentre os 60 casos por
ele investigados – alguns publicados, outros não –, possibilitando a
estudiosos, pesquisadores e curiosos, uma visão geral dos resultados.
Deparando-se naturalmente em suas observações com fraudes, constatou também a
seriedade de muitos trabalhos, marcados pelo desinteresse e honestidade. Um das
produtivas reuniões de que participou, deu-se na cidade de Zurique, na Suíça,
tendo como médium uma senhora de nome P. Schultz, que, enquanto a saúde
permitiu, por vários anos, exerceu a mediunidade desinteressada, proporcionando
ao pesquisador muitos elementos, inclusive, dialogando com entidades
desencarnadas, as quais forneceram provas irrefutáveis do que lhe revelaram no
ambiente idôneo. Um dos procedimentos dos membros do grupo mediúnico era a
habitual confrontação das anotações obtidas nas reuniões com os fatos, a fim de
se certificar da veracidade das comunicações. Um dos casos aprofundados
envolvia um Espírito que em sua manifestação citou o nome de uma família que
não estava presente e que residia em Zurique. De posse das informações
fornecidas, Stevenson e sua equipe procuraram localizar a referida família.
Para surpresa dos investigadores, através da lista telefônica conseguiram os
primeiros elementos para contato, confirmando os detalhados informes dados pelo
Espírito, o qual mencionava inclusive a morte de um membro do clã, ainda jovem.
Contatada a família, esta ficou maravilhada com a revelação mediúnica e a
exatidão de tudo quanto descrevera o Espírito. De posse de pequenos detalhes,
ampliou pessoalmente sua análise, esbarrando em alguns pontos conflitantes com
o obtido na reunião mediúnica, como a causa e o dia preciso da morte do pequeno
Roberth Passanah. Consultando o obituário, Stevenson descobre que o falecimento
do menino se deu no Kinderspital, de Zurique, em 6 de dezembro de 1932. De
posse do atestado de óbito do menino, descobre que fora vítima de pulmonite, percebendo
um pequeno engano – omissão de uma sílaba -, por parte de um membro do grupo
mediúnico quando da anotação da informação do Espírito sobre a causa morte.
Confirma não ter havido qualquer contato anterior entre a médium e os
familiares da criança, reforçando sua percepção da honestidade da médium, a
veracidade da comunicação e a psicosfera de seriedade reinante naquele ponto de
interação entre o Mundo chamado visível e o invisível. Interessado na verdade
dos fatos, consulta os jornais da época, mais precisamente de dezembro de 1932.
Eram cinco os publicados na ocasião no município, todos tendo noticiado o
falecimento e sepultamento do menino Roberth Passanah, inclusive o
endereço completo da família: Ulrichstraase, número 14, sétimo distrito na
cidade de Zurique, concluindo mais uma vez, pela autenticidade da comunicação
mediúnica, considerando não ser possível a médium dispor de uma quantidade tão
grande de detalhes. Prosseguindo em suas averiguações, acompanha o surpreso pai
do garoto ao cemitério de Rehalp, em busca da lápide em que constava o nome do
menino. De fato, lá estava o nome completo, bem como, as datas de nascimento e
morte de Roberth. Por fim, estimulado com as provas apuradas até então,
dirige-se à Paróquia de Santo André, em Zurique, tencionando atestar pelos
registros existentes nos arquivos da igreja o sepultamento da criança, o que,
por razões compreensíveis, lhe foi negado já que a sobrevivência da forma como
ele investigava não é admitida pelas escolas
religiosas convencionais. Confessa no artigo publicado pela revista italiana
ter desistido, por não se tratar de um registro público, embora também
convencido de que ali estariam outros dados que procurava, os quais, com
certeza, jamais poderiam ter sido acessados pelo olhar da médium P.
Schultz. Assim, o representante da dita Ciência, ofereceu outra
contribuição ao ramo do conhecimento do qual era respeitado integrante,
certificando a imortalidade do Ser humano.
sábado, 9 de agosto de 2014
O ESPIRITISMO, O SOBRENATURAL E OS MILAGRES
A interpretação de muitas
pessoas – inclusive religiões e seitas - sobre fatos inabituais na realidade em
que vivemos ainda é que se trata de milagres, pertencentes ao campo do
sobrenatural. Os fenômenos que deram origem ao Espiritismo não poderiam escapar
a essa rotulagem. A Doutrina Espírita, contudo, veio para explicar e
desmistificar essa classificação, fruto do desconhecimento ou mesmo da ausência
de interesse em análises e investigações mais profundas. A propósito da questão, Allan Kardec emitiu sua
opinião no número de janeiro de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, analisando artigo incluído
na edição anterior de sua publicação, assinada por um intelectual de nome Guizot.
Entre outras ponderações, escreveu ele: -“ Sobre este, com sobre outros pontos de
vista, importa nos entendamos quanto à palavras. Em sua acepção própria, sobrenatural
significa o que está acima da natureza, fora das leis da natureza. O
sobrenatural, propriamente dito, não estaria submetido a leis; é uma exceção,
uma derrogação das leis que regem a Criação. Numa palavra, é sinônimo de milagre.
No
sentido próprio esses dois vocábulos passaram à linguagem figurada, servindo
para designar tudo quanto seja extraordinário, surpreendente, insólito. De uma
coisa que causa admiração diz-se que é miraculosa, como se diz que uma grande
extensão é incomensurável, de um grande número que é incalculável ou de uma
longa duração que é eterna, muito embora, a rigor, possam ser medidas,
calculadas e previsto um termo à última. Pela mesma razão qualifica-se de
sobrenatural aquilo que, à primeira vista, parece sair dos limites do possível.
O vulgo é sempre levado a tomar o vocábulo ao pé da letra na quilo que não
compreende. Se por tal se entende tudo quanto se afaste das causas conhecidas,
está bem.; mas então o vocábulo não tem mais sentido preciso, porque aquilo que
era sobrenatural ontem já não o é hoje. Quantas coisas, outrora como tal
consideradas, não fez a ciência entrar no domínio das leis naturais! Apesar dos
progressos que temos feito, podemos vangloriar-nos de conhecer todos os
segredos de Deus? Já nos disse a natureza a última palavra sobre todas as
coisas? Não temos desmentidos diários a
essa pretensão? Se, pois, aquilo que ontem era sobrenatural hoje não o é,
podemos inferir que o sobrenatural de hoje deixará de sê-lo amanhã. Para nós,
tomamos o vocábulo sobrenatural no seu mais absoluto sentido próprio, isto é,
para designar todo fenômeno contrário às leis da natureza. O caráter do fato
natural ou miraculoso é de seu excepcional. Desde que se repete é porque está
submetido a uma lei, conhecida ou não, e entra na ordem geral. Se restringirmos
a natureza ao mundo material visível é evidente que as coisas do Mundo
Invisível serão sobrenaturais. Mas estando, também, o Mundo Invisível submetido
a leis, parece-nos mais lógico definir a natureza como “o conjunto das obras
da Criação, regidas pelas leis imutáveis da Divindade”. Se,
como o demonstra o Espiritismo, o Mundo Invisível é uma das forças, um dos
poderes reagentes sobre a matéria, representa um papel importante na natureza.
Por esta razão os fenômenos espíritas para nós nem são sobrenaturais, nem
maravilhosos ou miraculosos. De onde se vê que, longe de ser ampliado o círculo
do maravilhoso, o Espiritismo tende a restringi-lo e fazê-lo desaparecer(...).
O
Sr. Guizot parte do princípio de que todas as religiões se fundam no
sobrenatural. Isto é certo se entendermos como tal aquilo que se não
compreende. Se, porém, remontarmos ao estado dos conhecimentos humanos na época
da fundação de cada religião conhecida, veremos quão limitado era o saber
humano em astronomia, física, química, geologia, fisiologia, etc. Se, nos
tempos modernos, um bom número de fenômenos já perfeitamente conhecidos e
explicados passavam por maravilhosos, com mais forte razão assim deveria ser em
tempos remotos. Acrescentemos que a linguagem figurada, simbólica e alegórica,
em uso entre os povos do Oriente, naturalmente se prestava às ficções, cujo verdadeiro
sentido a ignorância não era capaz de descobrir. Acrescentemos ainda, que os
fundadores das religiões, homens superiores à craveira comum, conhecendo muito
mais, tiveram que impressionar as massas, cercando-se de um prestigio sobre
humano, enquanto certos ambiciosos puderam explorar a credulidade (...). Dirão
que a religião se apoia sobre muitos outros fatos que nem são explicados, nem
explicáveis. Inexplicados, sim, inexplicáveis, é outra questão. Sabemos que descobertas e que conhecimentos estão
reservados ao futuro? (...). O ceticismo de muita gente não tem outra fonte
senão a impossibilidade, para eles, de tais fatos excepcionais. Negando a base
sobre que se apoiam, negam tudo o mais. Prove-se-lhes a possibilidade e a
realidade de tais fatos, reproduzam-nos aos seus olhos – e serão forçados a
acreditar”.
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
A EXPERIÊNCIA DO MÉDICO E O ESPIRITISMO
“Minha experiência me mostrou que
a morte do corpo e do cérebro não é o fim da consciência, e que a existência
humana continua no além-túmulo”, escreveu no Prólogo do seu livro UMA PROVA DO CÉU (2012; sextante), o Dr
Eben
Alexander III, acrescentando: -“O lugar onde estive era real. Tão real a
ponto de fazer a vida no aqui e agora parecer uma ilusão”. Tudo se
desdobrou em 2008, ao longo de sete angustiantes dias para seus familiares
depois de o virem mergulhar num estado de coma numa madrugada de segunda-feira
em que acordou, a princípio, com forte dor nas costas que acabou se
pronunciando de forma mais aguda na cabeça, originada, saber-se-ia depois, pela
infestação de uma variação bacteriana da meningite. Contrariando prognósticos
normais que anteviam lesões graves no cérebro e mesmo a morte, o Dr. Eben,
retornou à vida quando os colegas médicos comunicavam aos acompanhantes terem
esgotado os recursos conhecidos, com uma única radical e definitiva mudança: a
certeza de que a morte como é considerada pela dita ciência não existe.
Conclusão baseada numa intensa vivência numa realidade nunca cogitada por ele
anteriormente, cético que era. Profissional com 25 anos de experiência na área
da neurocirurgia, concluiu que a lógica científica ainda não possui todas as
respostas para os enigmas da vida. Explicações oferecidas, por sinal, pelo
Espiritismo, como podemos perceber pela resposta em 1971 (PLANTÃO DE RESPOSTAS, ceu), do Espírito
Emmanuel através do médium Chico Xavier, em que se manifestando
sobre o estado do paciente considerado em coma diz: -“Será de acordo com sua situação
mental. Há casos em que o espírito permanece como aprisionado ao corpo, dele
não se afastando até que permita receber auxílio dos Benfeitores Espirituais.
São pessoas, em geral, muito apegadas à vida material e que não se conformam
com a situação. Em outros casos, os espíritos, apesar de manterem uma ligação
com o corpo físico, por intermédio do períspirito, dispõem de uma relativa
liberdade. Em muitas ocasiões, pessoas saídas do coma descrevem as paisagens e
os contatos com seres que já os precederam na passagem para a Vida Espiritual.
É comum que após essas experiências elas passem a ver a vida com novos olhos,
reavaliando seus valores íntimos”. Foi o caso do Dr. Eben.
Enquanto em nossa Dimensão, amigos especialistas se desdobravam na tentativa de
entender e tirá-lo da situação complicada em que se encontrava sua saúde,
sentiu-se transitar por regiões antes inimaginadas. No primeiro momento, sem
ter noção exata do momento em que começou, viu-se ou sentiu-se, em meio à mais
absoluta escuridão, rodeado “de alguns objetos, semelhantes a pequenas
raízes, ou a vasos sanguíneos, em um grande útero lamacento. Com uma coloração
vermelha, escura e brilhante, eles desciam de algum lugar muito lá em cima em
direção a outro lugar igualmente distante lá embaixo, o que o fez de chama-lo
de Região do Ponto de Vista da Minhoca”. Um mundo subterrâneo em que “caras
grotescas de animais borbulhavam na lama, grunhiam, guinchavam, e desapareciam.
Escutava urros medonhos, ora dando lugar a cânticos rítmicos e obscuros, ao
mesmo tempo assustadores e curiosamente conhecidos”. A certa altura, atraído
por uma luz giratória, passou por uma abertura, penetrando num mundo
inteiramente novo, para o qual adjetivos como brilhante, vibrante, arrebatador,
maravilhoso, são pobres para descrever. Em meio ao deslumbramento, avista uma
menina, bela, com maçãs do rosto salientes e olhos de um azul profundo, que,
fitando-o de forma arrebatadora, sem sonorizar palavras, tocou seu interior
dizendo: -“Você é amado e valorizado imensamente, para sempre. Não há nada a
temer. Não há nada que você possa fazer de errado. Nós lhe mostraremos muitas
coisas aqui. Mas, no fim, você irá voltar”. Num estágio seguinte, “num
lugar cheio de nuvens, avistou num ponto imensuravelmente mais alto, num aglomerado
de esferas transparentes, seres deslumbrantes se deslocando em arco por
todo o céu, deixando grandes rastros atrás de si. Seres, intuiu,
mais evoluídos, Superiores”. Dúvidas fervilhavam em sua cabeça,
contudo, “a cada questão que formulava, a resposta vinha instantaneamente em
uma explosão de luz e beleza que o invadia por completo”. Noutro
estágio, “viu-se entrando num imenso vazio, escuro, infinito em tamanho, mas
também infinitamente prazeroso ao mesmo tempo, repleto de luz, em que se sentiu
como que diante do Ser dos Seres”, que, entre outras coisas lhe diz, “não
existir apenas um Universo, mas muitos – na verdade mais do que poderia
conceber – e que o amor está no centro de todos eles”. A riquíssima narrativa
do Dr. Eben, prossegue oferecendo instigantes elementos para nossas
reflexões, inclusive sobre tais vivências serem absolutamente pessoais, como, a
propósito revela a resposta dada pelo Espírito Emmanuel e transcrita neste
texto.
terça-feira, 5 de agosto de 2014
ANDRÉ LUIZ, O PLANO ESPIRITUAL E A GUERRA
- “A Humanidade parece preferir a
condição de eterna criança. Faz e desfaz os patrimônios da Civilização, como se
brincasse com bonecas”, repetiu o
Espírito André Luiz o comentário de Alfredo, Administrador de um dos
Postos de Socorro do Campo da Paz, nos relatos contidos no livro OS MENSAGEIROS, segundo da série
transmitida através do médium Chico Xavier. A sequência começara
um ano antes com a publicação de NOSSO
LAR, contando as impressões e surpresas de um médico da nossa Dimensão após
sua morte. Como o calendário confirma, tudo acontecendo em pleno andamento da
denominada Segunda Grande Guerra Mundial, numa quase desconhecida localidade a
alguns quilômetros da capital do estado de Minas Gerais, chamada Pedro Leopoldo.
As observações do anfitrião que acolhia a equipe liderada por Aniceto
que se dirigia para tarefas na chamada Crosta, reportadas por André
Luiz no seu segundo livro revela outros detalhes interessantes como a
conveniência dos viajantes pernoitarem no Posto diante do “registro de aparelhos ali
existentes prenunciando a aproximação de grande tempestade magnética”.
Explica que “sangrentas batalhas (1943) estão sendo travadas na superfície do
Globo. Os que não se encontram nas linhas de fogo, permanecem nas linhas da
palavra e do pensamento. Quem não luta nas ações bélicas, está no combate das
ideias, comentando a situação. Reduzido número de homens e mulheres continuam
cultivando a espiritualidade superior. É natural, portanto, que se
intensifiquem, ao longo da Crosta, espessas nuvens de resíduos mentais dos
encarnados invigilantes, multiplicando as tormentas destruidoras”. Fala
sobre o trabalho pesado desenvolvido por inúmeros companheiros espirituais para
que “tormentas
magnéticas, invisíveis ao olhar humano, não disseminem vibrações mortíferas, a
se traduzirem pela dilatação de penúrias da guerra e por epidemias sem conta”.
Acrescenta dado não cogitado nos compêndios sobre a vida na Terra: -“As
Colônias Espirituais da Europa, mormente as de nosso nível, estão sofrendo
amargamente para atenderem às necessidades gerais. Já começamos a receber
grandes massas de desencarnados, em consequência dos bombardeios. “Nosso Lar”,
pela missão que lhe cabe, ainda não pode imaginar todo o esforço que o conflito
mundial vem exigindo da nossa colaboração nas Esferas mais baixas. Os Postos de
Socorro de várias Colônias, ligadas a nós, estão superlotados de europeus
desencarnados violentamente (...). Aos terríveis bombardeios na Inglaterra,
Holanda, Bélgica e França, sucedem-se outros de menor extensão. Depois de
reiteradas assembleias dos nossos Mentores Espirituais, resolveu-se
providenciar a remoção de, pelo menos, cinquenta por cento dos desencarnados na guerra
em curso, para os
nossos núcleos americanos”.
Indagado sobre a razão da não manutenção dos desencarnados dessa espécie nas
regiões do conflito, explicou que “instrutores mais elevados consideraram que
essas aglomerações seriam fatais à coletividade dos Espíritos encarnados. Determinariam focos pestilenciais de origem
transcendente, com resultados imprevisíveis”. Ressalta, porém, que “muitos dos que perdem o corpo
nas zonas assoladas não conseguem subtrair-se ao campo da angústia; mas,
quantos ofereçam possibilidades de transferência (...), são retirados dali, sem
perda de tempo, para que seus pensamentos atormentados não pesem em demasia nas
fontes vitais das regiões sacrificadas”. Sobre as barreiras
idiomáticas, esclarece que “para cada grupo de cinquenta infelizes, as
Colônias do Velho Mundo fornecem um enfermeiro-instrutor, com que nos possamos
entender de modo mais direto”. Destaca que “embalde voltarão os países do
mundo aos massacres recíprocos. O erro de uma Nação influirá em todas, como o gemido de um homem perturbaria o
contentamento de milhões. A neutralidade é um mito, o insulamento uma ficção do
orgulho político. A Humanidade terrestre é uma família de Deus, como bilhões de
outras famílias planetárias no Universo Infinito. Em vão a guerra desfechará
desencarnações em massa. Esses mesmos mortos pesarão na economia espiritual da
Terra. Enquanto houver discórdia entre nós, pagaremos doloroso preço em suor e
lágrimas. A guerra fascina a mentalidade de todos os povos, inclusive de grande
núcleo das Esferas invisíveis. Quem não empunha as armas destruidoras,
dificilmente se afastará do verbo destruidor, no campo da palavra ou da ideia.
Mas, todos nós pagaremos tributo. É da Lei Divina, que nos entendamos e nos amemos
uns aos outros. Todos sofreremos os resultados do esquecimento da Lei, mas cada um será responsabilizado, de perto, pela
cota de discórdia que haja trazido à família mundial ”. A propósito André
Luiz, no conteúdo do seu primeiro livro, informava que “nos
primeiros dias de setembro de 1939, “Nosso Lar” sofreu, igualmente, o choque
por que passaram diversas Colônias Espirituais, ligadas à Civilização americana,
pela guerra europeia, tão destruidora nos círculos da carne, quão perturbadora no plano do
Espírito”, anotando importante observação
de um Espírito chamado Salústio: - “Infelizes dos povos que se
embriaguem com o vinho do mal; ainda que consigam vitórias temporárias, elas
servirão somente para lhes agravar a ruína, acentuando-lhes as derrotas fatais.
Quando um País toma a iniciativa da guerra, encabeça a desordem da Casa do Pai,
e pagará um preço terrível ”.
domingo, 3 de agosto de 2014
AINDA SOBRE A GUERRA
O dia 4 de junho de 1859
marcou a História da França como o da Batalha de Magenta em que o
envolvimento do País através da sua Legião Estrangeira foi decisivo na Segunda
Guerra de Independência da Itália contra o domínio austríaco, questão definitivamente resolvida
no dia 24 do mesmo mês, após o confronto conhecido como Batalha de Solferino
envolvendo perto de 200 mil soldados durante mais de nove horas, o que resultou
em 2492 mortes, 12512 feridos e 2922 capturados ou desaparecidos. No número da REVISTA ESPÍRITA de julho de 1859, Allan Kardec, na seção Palestras Familiares de Além-Túmulo
apresenta matéria intitulada NOTÍCIA DA
GUERRA revelando, entre outras coisas, um dado curioso: a permissão do
governo francês para os jornais apolíticos darem notícias da guerra. A partir
de nota da fonte oficial Moniteur, pensa em interrogar
algumas das gloriosas vítimas da vitória, presumindo pudessem ministrar algumas
indicações úteis. Não conhecendo nenhum dos participantes da batalha mais
recente, pede aos Espíritos responsáveis pelas reuniões da Sociedade Espírita de Paris, a princípio na sessão de 10 de junho,
providenciassem alguém, considerando ser preferível a presença de um estranho a
de amigos ou parentes, dominados pela emoção. Na ocasião, 36 perguntas foram
propostas ao comunicante que se identificou como Joseph Midard, soldado de
Infantaria, morto, na verdade por envenenamento após ingerir uma ameixa
concentrada, provisão calórica fornecida aos combatentes. Da curiosa
entrevista, destacamos algumas das informações fornecidas por Midard:
1- Não se
reconheceu no momento da morte, por estar tão atordoado que não chegava a
acreditar; 2- Por não se julgar morto, seguiu combatendo durante a
batalha que se travava; 3- Sentia-se apenas muito leve; 4- Por não acreditar na morte, não via os Espíritos dos
que morriam na batalha; 5- Acredita que a multidão de Espíritos dos que tombavam
no conflito, tinham a mesma reação que ele; 6- A reunião nesse mundo dos Espíritos, não impedia que
continuassem lutando durante algum tempo, conforme seu caráter; (Nota
de Kardec observa que “isto concorda com o que temos registrado nos casos de
morte violenta em aquele que assim se
desliga do corpo físico não se dá conta imediatamente de sua situação, não se
julgando morto. Acrescenta que tal fenômeno é entendido facilmente quando se
pensa nos sonâmbulos que não acreditam que estão dormindo por não haver
suspensão de suas faculdades intelectuais e, pensando, pensa que não dorme, só
mais tarde se convencendo, quando familiarizado com o sentido ligado a este
vocábulo. Entende dar-se o mesmo com um Espírito surpreendido pela morte
súbita, quando nada havia preparado para a separação do corpo, já que para ele
a morte é sinônimo de destruição, de aniquilamento. Ora, desde que vive, sente
e tem ideias, não se julga morto, sendo necessário algum tempo a fim de se
reconhecer.) 7- Grande quantidade dos que morreram há mais tempo se
mostravam interessados no resultado da batalha, visto que tais combates são preparados
com muita antecedência e que os adversários não se
manchariam nos crimes, como se mancharam, se a isto não tivessem sido
empurrados, em vista das consequências futuras; 8- Havia, portanto, interessados na vitória dos dois
lados, exercendo influência muito considerável sobre os combatentes, da mesma
maneira por que tal influência é exercida pelos Espíritos desencarnados sobre
os encarnados; 9- Indagado se como Espírito assistindo a um combate, poderia
proteger um de seus companheiros, desviando-lhe um golpe fatal, respondeu não estar em suas
possibilidades, visto que a hora da morte é fatal, nada a impedindo àquele que por ela tiver de passar,
do mesmo modo que ninguém pode atingir aquele para o qual a hora não tiver
soado. Na semana seguinte, reunião de 17
de junho, nova evocação do Espírito de Midard, resultando em outros interessantes esclarecimentos: 1- Apresentava-se envergando
na reunião o uniforme que o identificava no batalhão a que servia, sem saber
explicar como, apenas que era roupa fornecida por outro Espírito; (O
Espírito São Luiz, tratando da realidade do Mundo Espiritual diz que “o
Espírito age sobre a matéria, tirando da matéria primitiva – o Fluido Cósmico
Universal – os elementos necessários para, à vontade, formar objetos com a
aparência dos diversos corpos existentes na Terra. Também pode sobre a matéria
elementar, e por sua vontade, operar uma transformação íntima, que lhe dá
determinadas propriedades. Esta faculdade é inerente à natureza do Espírito –
os inferiores a possuem – muitas vezes a exercendo, quando necessário, como um
ato instintivo, do qual não se dá conta”). 2- Revira o corpo abandonado
no campo de batalha, experimentando tristeza ante essa visão; 3- Tivera conhecimento de existência anterior na qual
fora simples negociante de peles indígenas.
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