faça sua pesquisa

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

A VISÃO DO ESPIRITISMO SOBRE A GUERRA

Assustam as impressionantes imagens veiculadas por diferentes mídias da destruição imposta pela guerra travada entre povos vizinhos na região do Oriente Médio. Divergências políticas, questões étnico/raciais, ambições econômicas, conflitos religiosos, disputas territoriais, incluem-se entre as motivações e justificativas para lutas armadas presentes em toda a história da Humanidade. Numa sociedade que se diz evoluída como a do século XXI, qual seria a razão pela qual tais conflitos se mostram cada vez mais presentes? E sofisticados. Allan Kardec não deixou escapar o tema, incluindo-o entre as questões de uma das abordagens sobre as LEIS MORAIS, na verdade, o Terceiro dos livros que compõem O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Nasceu do interesse de Kardec a propósito do aprofundamento de conhecimentos sobre as Leis com que a Providência Divina impulsiona a evolução, especialmente espiritual, sobretudo na fase humana. Questionando os Espíritos sobre essa dinâmica, obteve como resposta que “homens necessitam de regras mais precisas, visto que os preceitos gerais e muito vagos deixam muitas portas abertas à interpretação”. Indagados sobre o “que pensavam sobre a divisão da Lei Natural em dez partes, compreendendo as leis sobre a adoração, o trabalho, reprodução, conservação, destruição, sociedade, progresso, igualdade, liberdade e, por fim, a da justiça, amor e caridade”, responderam que “essa divisão é a de Moisés e pode abranger todas as circunstâncias da vida, o que é essencial, podendo ser seguida, sem que tenha, entretanto, nada de absoluto, como não o tem os demais sistemas de classificação, que sempre dependem do ponto de vista sob o qual se considera um assunto, sendo a última lei (da JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE) a mais importante por fazer o homem avançar mais na Vida Espiritual, resumindo todas as outras”. Uma das Leis abordadas por Kardec com os Espíritos foi a da DESTRUIÇÃO, que explicaram ser “necessário que tudo se destrua para renascer e se regenerar, porque isso que chamamos destruição não é mais que transformação, cujo objetivo é a renovação e o melhoramento dos seres vivos”. No caso dos seres vivos - como o homem, por exemplo -, “apenas o invólucro é destruído, invólucro que não é mais que acessório, não a parte essencial do Ser pensante, pois este é o princípio inteligente indestrutível, que se elabora através das diferentes metamorfoses porque passa”. Sobre se a necessidade de destruição é a mesma em todos os mundos, explicaram que “é proporcional ao estado mais ou menos material dos mundos e desaparece num estado físico e moral mais apurado. Nos mundos mais avançados que o vosso as condições de existência são muito diferentes, diminuindo a necessidade de destruição entre os homens à medida que o Espírito supera a matéria”. Tratando especificamente da guerra, Kardec procura saber dos Instrutores Espirituais que o auxiliavam, qual a causa que leva o homem à guerra, obtendo como resposta que “é a predominância da natureza animal sobre a espiritual e a satisfação das paixões, se tornando menos frequente à medida que o homem progride, porque ele evita as suas causas e quando ela se faz necessária ele sabe adicionar-lhe humanidade”. Consideram que “ela desaparecerá quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a Lei de Deus, tornando todos os povos irmãos”. Quanto àquele que suscita a guerra em proveito próprio, explicam ser “esse o verdadeiro culpado que necessitará de muitas existências para expiar todos os assassínios de que foi causa, porque responderá por cada homem cuja morte tenha causado para satisfazer sua ambição”. A propósito dos que perecem nas batalhas, informam que nos momentos que se seguem à sua morte, “ainda podem odiar ao seu inimigo e mesmo o perseguir, podendo conservar resquícios maiores ou menores, de acordo com seu caráter”. Uma questão interessante colocada por Kardec ao Espírito da Verdade é se o desencarnado que friamente assiste a um combate, como espectador, testemunha a separação entre a alma e o corpo e como esse fenômeno se apresenta a ele. Revelou haver “poucas mortes realmente instantâneas. Na maioria das vezes o Espírito cujo corpo foi mortalmente ferido não tem consciência disso no mesmo instante. Quando começa a retomar consciência é que se pode distinguir o Espírito a mover-se ao lado do cadáver. Isso parece tão natural que a visão do corpo morto não produz nenhum efeito desagradável. Toda a vida tendo sido transportada no Espírito, somente ele chama a atenção e é com ele que o espectador conversa ou a quem dá ordens”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário